- Características da terapia breve focada na solução
- É breve
- Aqui e agora
- Focado em encontrar soluções, não um diagnóstico
- Não corrige ou educa
- Trabalhe com várias pessoas
- Equipe
- Guia de metas
- Diferença fundamental com outras terapias
- Vantagens desta terapia
- Passos de t
- Premissas da terapia breve com foco na solução
- Construcionismo Social
- Destina-se a "ler as linhas", não "entre as linhas"
- Rejeição do normativismo
- Problema e solução são concebidos como categorias descontínuas
- Os clientes têm os recursos necessários
- Críticas à terapia breve focada na solução
- Referências
A terapia breve focada na solução é um tipo de terapia que não requer um grande número de sessões. Normalmente, não ultrapassa dez sessões - ao contrário das longas terapias que costumavam ser realizadas no passado
É uma modalidade de terapia breve desenvolvida no Brief Family Therapy Center em Milwaukee por Steve de Shazer, Insoo Kim Berg e sua equipe. Suas premissas teóricas e abordagens técnicas são fortemente influenciadas pelo trabalho terapêutico de autores como Milton H. Erickson, bem como pela abordagem clínica desenvolvida no Mental Research Institute de Palo Alto (Fisch, Weakland & Segal, 1982).
Portanto, a terapia breve focada na solução nasce do trabalho de vários terapeutas, incluindo Harry Stack Sullivan e suas técnicas de hipnose e visão de um futuro sem problemas.
Características da terapia breve focada na solução
Essa nova forma de fazer terapia é caracterizada, principalmente, pelos seguintes aspectos:
É breve
Como o próprio nome sugere, é um tipo de terapia que não requer um grande número de sessões. Normalmente, não ultrapassa dez.
Aqui e agora
Outra característica fundamental é que o terapeuta foca no aqui e agora, resolvendo todos aqueles problemas que afetam negativamente a vida do paciente.
Isso não significa que as questões do passado não sejam discutidas, simplesmente que aqueles problemas que eram importantes anteriormente, mas não afetam a vida atual da pessoa, não são de interesse.
Focado em encontrar soluções, não um diagnóstico
Ele não está interessado em fazer um diagnóstico ("neurose obsessiva", "anorexia nervosa", "ambigüidade nos papéis parentais", etc.). O importante nessa terapia é trazer à luz as áreas em que o paciente tem dificuldades, buscar soluções e aplicá-las.
Não corrige ou educa
O terapeuta não assume uma posição de especialista. Esta terapia não se concentra em destacar tudo o que a pessoa, casal ou família está fazendo de forma inadequada. Não educa nem corrige os defeitos dos pacientes.
Trabalhe com várias pessoas
Pode trabalhar com indivíduos isolados, casais ou famílias, dependendo do motivo da demanda e das necessidades específicas do paciente.
Por exemplo, quando se estima que uma pessoa ao seu redor está acentuando ou mantendo suas dificuldades, ele pode ser convidado a comparecer a uma consulta para que possa auxiliar no processo terapêutico.
Equipe
Para realizar essa terapia, o terapeuta é auxiliado por uma equipe ou consultores com os quais analisa as dificuldades específicas do paciente.
Guia de metas
A terapia breve focada na solução define operacionalmente os objetivos terapêuticos, que vão demarcar o caminho que a terapia deve percorrer e se constituir em um indicador de sucesso terapêutico.
Em outras palavras, os objetivos terapêuticos são aqueles que orientam e ajudam a avaliar a eficácia da terapia, encerrando-a quando esses objetivos forem alcançados.
Diferença fundamental com outras terapias
Na terapia breve com foco na solução, é muito comum perguntar ao paciente como seria sua vida sem os problemas que o levaram à terapia.
Eles focam sua atenção no paciente poder visualizar essa nova vida, sem seus problemas ou problemas atuais, através da descrição minuciosa e detalhada. Dessa forma, a pessoa consegue imaginar como seria sua vida e as diferenças que ela faria em relação à sua situação atual.
Aqui encontramos uma diferença fundamental em relação às terapias tradicionais, nas quais se concentraram em detalhar extensivamente o problema, destacando os efeitos negativos que acarretavam, de modo que aumentavam a percepção da gravidade e fortaleciam a dependência do paciente do terapeuta.
Vantagens desta terapia
Este método de procedimento tem 3 vantagens fundamentais em relação às terapias anteriores:
- Reduza a duração das sessões.
- Isso dá confiança ao paciente, pois a mudança que ele busca depende em grande parte dele.
- Permite obter os resultados desejados em poucas sessões - às vezes menos de cinco.
Passos de t
Os procedimentos que são realizados na terapia breve focada na solução podem ser resumidos em 5 pontos fundamentais.
1. Planear a sessão a realizar e emitir uma hipótese subsequente, com base na informação recolhida.
2. Introdução da sessão. Geralmente começa estabelecendo um relacionamento confortável em que o paciente é questionado sobre suas atividades favoritas, seus pontos fortes e outros aspectos positivos que estão em sua vida hoje.
3. Extração de informações por meio de perguntas circulares. A equipe nota, em termos positivos, tudo o que acontece na sessão, os comportamentos realizados pelo paciente, etc.
4. Há uma pausa em que as informações extraídas são analisadas e o problema é redefinido.
5. Após o intervalo realizado, você começa por elogiar a pessoa, família ou companheiro e propõe mudanças a serem feitas em um futuro próximo.
Em uma sessão posterior, podemos verificar se eles fizeram as alterações propostas, o que indicará se o (s) paciente (s) estão se engajando na terapia como deveriam.
Essa forma de trabalhar se assemelha ao ambiente da Escola de Milão, embora o estilo terapêutico seja mais caloroso e mais próximo na terapia breve voltada para soluções.
Premissas da terapia breve com foco na solução
Construcionismo Social
Essa premissa se refere à capacidade que o cliente tem de construir a realidade, de contá-la para si mesmo e, o mais importante, de poder modificar essas construções para outras mais úteis, negociando-as na interação social.
Seguindo Wittgenstein, essas construções podem ser entendidas como “jogos de linguagem”, de modo que a terapia seria considerada um processo em que o
cliente modifica sua linguagem desadaptativa por outra mais focada em soluções.
Destina-se a "ler as linhas", não "entre as linhas"
Esta terapia não tem como objetivo descobrir uma verdade ou realidade absoluta; portanto, técnicas como "ler nas entrelinhas" não são usadas. Portanto, rejeita-se a ideia de que existem diferentes níveis de profundidade (inconsciente, traumas infantis reprimidos etc.).
O'Hanlon (1994) também se refere a essa premissa quando afirma que “o problema não é a pessoa (ou a família); o problema é o problema.
A tarefa da terapia breve focada na solução não é procurar pistas ocultas por trás do que os clientes dizem, mas simplesmente ajudá-los a falar ou narrar o problema de forma que possam encontrar soluções, alternativas mais positivas e produtivas para a queixa..
Rejeição do normativismo
Da terapia breve focada na solução, nenhum modelo único de uma pessoa “saudável” ou família / casal “funcional” é concebido. Entende-se, ao contrário, que existem múltiplas formas de agir e se comportar, nenhuma delas sendo, a priori, superior às demais.
Portanto, não se pretende que o cliente siga uma linha de ação previamente estabelecida (como fazer a família aumentar seu nível de comunicação, ou que a pessoa amadureça).
Exemplos de objetivos que se pretendem alcançar com esta terapia podem ser:
- Faça com que o cliente volte a se divertir com seus filhos antes de sofrer um acidente de trânsito.
- Faça um casal recuperar a paixão nas relações sexuais.
- Fazer um adolescente abandonar o uso de substâncias.
Problema e solução são concebidos como categorias descontínuas
Essa premissa remete à crença de que duas pessoas, diante de uma reclamação semelhante, podem gerar soluções alternativas muito diferentes uma da outra.
Por exemplo, no caso de duas pessoas que receberam o mesmo diagnóstico de um psiquiatra, como depressão, nesta terapia, uma delas pode resolver seus problemas contando com seus entes queridos enquanto a outra decide se envolver mais no trabalho.
O caso oposto também pode ser o caso, em que duas soluções semelhantes podem ser realizadas em duas pessoas com um diagnóstico muito diferente. Como se vê, na terapia breve voltada para a solução não é necessário conhecer em profundidade o problema para resolvê-lo, nem sua frequência, nem a forma como foi gerado.
Basta buscar soluções, detectar os recursos dos clientes (pessoais, sociais e profissionais), encontrar caminhos para alcançá-los e manter as conquistas.
Os clientes têm os recursos necessários
De acordo com esta última premissa, os clientes podem atingir seus objetivos por conta própria - mesmo que atualmente precisem de ajuda externa para orientá-los ou lembrá-los de suas capacidades.
A maneira de encontrar esses recursos esquecidos é por meio de conversas que, como já comentamos, não visam aprofundar os problemas, mas sim detectá-los e agir sobre eles.
Críticas à terapia breve focada na solução
A terapia breve com foco na solução, apesar de sua atual popularidade e interesse e apoio científico, não é isenta de críticas.
Watzlawick (1992), por exemplo, afirma que se trata de uma terapia reducionista da realidade complexa, uma vez que não visa conhecer em profundidade a pessoa e o ambiente em que se insere. Portanto, seriam técnicas realizadas sem a certeza de serem as mais adequadas para a pessoa em questão.
Hoffman (1990), por outro lado, afirma que são "lentes coloridas" por meio das quais vemos o que nos rodeia. Segundo este autor, por mais que a terapia breve focada na solução seja disfarçada de objetividade, esse modelo teórico dita o que podemos ver e o que não podemos, além disso, determinam para onde olhar e onde não olhar, o que falar e o que fazer. o que não, etc.
Outros autores, por sua vez, descartaram essa forma de fazer terapia como "radical" ou "contundente", uma vez que geralmente não é complementada com outros métodos de trabalho.
Esperamos que este artigo tenha sido interessante para você e tenha ajudado a ter uma visão mais profunda e objetiva das características da terapia breve com foco em soluções.
Referências
- Beyebach, M. (2010). Introdução à terapia breve com foco na solução. Disponível em: Código Penal da República da Bolívia, Lei,
(1768).
- Espina Barrio, JA, & Cáceres Pereira, JL (1999). Uma breve psicoterapia focada na solução. Revista da Associação Espanhola de Neuropsiquiatria., 19 (69), 023-038.
- Sáez, MT (2006). Terapias pós-modernas: uma breve introdução à terapia colaborativa, terapia narrativa e terapia focada em solução. Behavioral Psychology, 14 (3), 511-532.
- Weakland, J., Fisch, R., Watzlawick, PAUL, & Bodin, A. (1974). Terapia breve: focada na resolução de problemas. Family Process, 13, 141-68.