- Caracteristicas
- Morfologia
- Ciclo biológico
- Sintomas de infecção
- Em gatos
- No ser humano
- Diagnóstico
- Tratamento
- Referências
O Toxocara cati é um verme que pertence ao filo Nematoda e, como muitos dessa classificação, é um agente causador de infecções. Seu hospedeiro principal é o gato e alguns outros felinos, embora os humanos também possam ser seus hospedeiros.
Foi descrito pela primeira vez pelo zoólogo alemão Johann Zeder em 1800. Posteriormente, foi estabelecido que é o agente causador da toxocaríase, uma infecção rara em humanos que afeta certos tecidos do corpo.
Toxocara cati. Fonte: Beentree
Este parasita é encontrado principalmente no continente africano e em algumas regiões da América e é transmitido pela ingestão de seus ovos.
Caracteristicas
-Espécies: Toxocara cati
Morfologia
O Toxocara cati é uma lombriga que possui o corpo coberto por uma cutícula, que é uma espécie de camada protetora. A cor pode variar do rosa pálido ao branco ao amarelado. Ao nível da área cervical, os vermes têm extensões semelhantes a barbatanas ou asas.
Aumento da extremidade cefálica de Toxocara cati. Fonte: CDC - DPD
O sistema mais desenvolvido é o digestivo, que é completo, com orifício de entrada (boca) e orifício de saída (ânus). Para se mobilizar, eles o fazem com a ajuda de um hidroesqueleto e de um sistema de músculos longitudinais.
Apresentam dimorfismo sexual, o que significa que existem diferenças morfológicas entre indivíduos do sexo masculino e feminino.
As fêmeas são maiores. Eles atingem um comprimento de aproximadamente 10 cm e seus corpos terminam em uma cauda reta. Já os machos são bem menores, medindo em média 5-6 cm, além de possuírem uma cauda curva, que possui estruturas chamadas espículas, que o servem durante o processo de acasalamento.
Ciclo biológico
O ciclo de vida do Toxocara cati ocorre dentro de seu hospedeiro, que na maioria das vezes é o gato. É importante notar que o ciclo descrito a seguir ocorre principalmente em gatos jovens.
Este parasita se reproduz por meio de ovos. Estes são liberados para o exterior através das fezes do animal.
Trata-se de um parasita que necessita passar por diversos estágios larvais até atingir a fase adulta. Dentro do ovo, a larva se desenvolve até o segundo estágio larval (L2). Esse é um processo que pode levar até 15 dias.
Bem, os ovos com as larvas (L2) dentro podem ser ingeridos por alguns mamíferos. No caso de serem ingeridos por outro animal que não um gato, o que acontece aí é que se transformam, as larvas encistam e se transformam em larvas ineficazes, podendo aí permanecer indefinidamente.
Se forem ingeridos por um gato, passam pelo trato digestivo até o intestino, onde as larvas saem do ovo e conseguem atravessar a parede intestinal, até entrarem na circulação. Com isso, eles alcançam os pulmões. Lá eles passam por outra transformação e atingem o terceiro estágio larval (L3).
O gato é o principal hospedeiro do Toxocara cati. Fonte: Pixabay.com
Posteriormente, as larvas L3 migram pela traquéia e chegam à cavidade oral do animal, onde são novamente engolidas.
Ao nível do intestino, as larvas L3 transformam-se em larvas de estágio 4 (L4) até atingirem finalmente a fase adulta.
O parasita adulto é capaz de começar a produzir ovos, que são excretados nas fezes, para dar início ao ciclo em outro hospedeiro. A duração total do ciclo é de aproximadamente 30 dias.
No caso de gatos mais velhos, o que acontece é que larvas de segundo ínstar (L2) podem invadir alguns órgãos onde podem encapsular e permanecer dormentes por tempo indeterminado.
Sintomas de infecção
Em gatos
Toxocara cati é um parasita de gatos. Como tal, gera uma infecção neles, a toxocaríase.
Nos gatos jovens, que são os que mais desenvolvem a infecção, os sintomas e sinais que aparecem são os seguintes:
- Inapetição
- Apatia
- Cabelo desgrenhado
- Fraqueza geral
- Obstrução intestinal (dependendo do número de parasitas)
- diarreia
- Sangue nas fezes
- constipação
No ser humano
As potenciais vítimas humanas deste parasita são crianças com menos de 10 anos. Isso ocorre porque eles tendem a brincar muito com seus animais de estimação, e estão sempre colocando as mãos na boca.
Os sintomas que aparecem são dados pelo caminho que a larva descreve durante sua migração. Sintomas menos leves incluem:
- Febre alta
- Mal estar, incomodo geral
Finalmente, quando os parasitas chegam ao seu destino final, que pode ser o olho ou o fígado, entre tantos outros, eles permanecem mesmo sem gerar sintomas, mas se reproduzindo constantemente. Eventualmente, os tecidos ficam inflamados, desencadeando alguns sintomas, como:
- Abcessos nos órgãos em que são encontrados (fígado, cérebro)
- Granulomas
- Problemas brônquicos
- Retinite devido a granulomatose
- Uveíte
- Dor nos olhos
- Hemorragia intraocular
Diagnóstico
Inicialmente, quando sintomas inespecíficos estão presentes, é raro suspeitar de infecção por Toxocara cati. Devido a isso, nenhum teste relevante é realizado. No entanto, quando os sintomas aumentam, o médico pode solicitar exames de sangue que medem IgM e IgG.
Quando o parasita atinge os tecidos oculares, o mais provável é que o médico decida fazer uma biópsia, na qual se constata a presença do verme.
Tratamento
Os medicamentos usados para tratar infecções por Toxocara cati são anti-helmínticos que matam os parasitas ou seus estágios larvais.
Os mais comumente usados para tratar a toxocaríase incluem mebendazol, tiabendazol e albendazol. O tratamento geralmente não dura mais do que 10 dias.
Referências
- Cardillo, N., Rosa, A. e Sommerfelt, I. (2008). Estudo preliminar das diferentes fases do Toxocara cati em gatos. Parasitologia latino-americana. 63 (4).
- Curtis, H., Barnes, S., Schneck, A. e Massarini, A. (2008). Biologia. Editorial Médica Panamericana. 7ª edição.
- Dubey, J. (1966). Toxocara cati e outros parasitas intestinais de gatos. Registro veterinário. 79
- Hickman, CP, Roberts, LS, Larson, A., Ober, WC, & Garrison, C. (2001). Princípios integrados de zoologia (Vol. 15). McGraw-Hill.
- Holland, C. e Smith, H. (2006). Toxocara: O parasita enigmático. Publicação do CABI.
- Huapaya, P., Espinoza, Y., Roldán, W. e Jiménez, S: (2009). Toxocariose humana: problemas de saúde pública? Anais da Faculdade de Medicina. 70 (4).