- Onde e como surgiu a tríade didática?
- Conceito e explicação
- Componentes da tríade didática
- criticas
- conclusão
- Referências
A tríade didática consiste no estudo que é feito sobre o aluno, o professor e o conteúdo como um conjunto completo na educação. Este estudo se refere à relação que existe entre esses três elementos e como ela se deforma quando um deles não aparece ou não cumpre sua função.
Graças aos conceitos e relações que se estabelecem e se estudam na tríade didática, a educação passou a ser tratada de forma diferente. Antes, a educação baseava-se apenas no ato praticado pelos professores, independentemente de qualquer um dos outros dois elementos.
A tríade didática estuda o processo educacional a partir da relação entre professor, aluno e conhecimento. Fonte: CookiesBrownie, via Wikimedia Commons.
Onde e como surgiu a tríade didática?
A origem da tríade didática ainda não está muito clara. Supõe-se que essa forma de estudar as relações entre aluno, professor e conteúdo apareceu pela primeira vez em meados do século XIX.
Por sua vez, o conceito de didática surge desde o século XVII e se refere ao conjunto de normas que geram um equilíbrio entre a teoria das coisas e a prática. Didática vem do termo grego didasko-didaskein, que significa "ensinar".
Jean Houssaye, um professor francês, tem o crédito de formalizar o modelo pedagógico atual da tríade didática. Foi em 1986 quando apresentou sua tese em ciências da educação, na qual afirmava haver uma relação triangular entre três pontos considerados conhecimento, professor e aluno.
Existem vários modelos pedagógicos que são usados no processo de aprendizagem. O modelo pedagógico tradicional, o behaviorista, o progressivo e o cognitivo podem ser encontrados.
O tradicional enfatiza o conteúdo e o ensino é considerado uma arte. Já no modelo comportamentalista, o professor apenas cumpre o papel de controlador do conhecimento. Os modelos progressivos, por outro lado, representam uma grande transformação, pois focam o processo educacional no aluno.
Por fim, a abordagem cognitiva concentra-se sobretudo na forma como o conhecimento é processado.
Conceito e explicação
Houssaye explicou que todo ato pedagógico atua em torno de três vértices de um triângulo que constituem o professor, o aluno e o conhecimento, que tem a ver com o conteúdo ou programa que é ensinado. A relação entre esses três elementos é chamada de processo, e três deles são realizados simultaneamente.
O primeiro refere-se ao ensino, que é um processo que se situa entre o professor e o saber. Esse relacionamento se refere a como as informações ou conteúdo são tratados. Depois, há a prática ou treinamento, referente ao processo que ocorre entre professor e aluno. Por fim, há a aprendizagem, entre alunos e conhecimento.
Houssaye também admitiu que, via de regra, em todas as situações pedagógicas a relação entre dois elementos se dá em detrimento do terceiro componente, que fica paralisado.
Por exemplo, quando o processo de ensino é realizado, o professor foca na estrutura dos cursos, no método de ensino que será utilizado e no conteúdo a ser ensinado.
Nesse processo, a relação com os alunos fica em segundo plano, o que pode gerar desconforto ou indícios de insatisfação. Quando isso acontece, há interferência no processo de aprendizagem.
Quando a relação entre professor e aluno é priorizada, o conhecimento é deixado de lado e mais conselhos do que conhecimento são oferecidos. Isso pode afetar o nível de compreensão dos cursos ou aulas.
Na relação de aprendizagem, o conhecimento e o aluno são privilegiados. Com este método, os alunos podem sentir que adquirem conhecimentos por conta própria.
Componentes da tríade didática
Existem três componentes principais que são estudados na tríade didática. O professor, o aluno e o conteúdo têm o mesmo nível de importância, o que o diferencia claramente do modelo comportamental.
O professor é o integrante do processo educacional responsável pelo ensino. Para seu bom relacionamento com os demais elementos da tríade, o educador deve sempre levar em consideração os outros dois elementos do processo de ensino.
Além disso, você deve cumprir certos elementos ao ensinar. Por exemplo, deve ter um objetivo prático, seu estilo deve ser descritivo e explicativo e deve levar em consideração os componentes afetivos e reacionais.
Depois, há o aluno, que é o componente da tríade que aprende. É o agente ativo do processo educacional. Por fim, existe o conteúdo, que é o elemento que é ensinado e aprendido.
criticas
A principal crítica feita a esse modelo é que ele não leva em consideração o contexto em que a educação é ministrada.
Além disso, a natureza que é dada a um dos componentes da tríade é questionada. O conteúdo ou conhecimento é considerado como um elemento com o qual existe uma interação por parte do professor e do aluno. Essa relação faz com que o conteúdo adquira características físicas e concretas.
A negação desse pressuposto é que o conteúdo ou conhecimento não deve ser considerado como algo físico que pode ser adquirido, visto que não representa uma coisa e não possui propriedades como massa ou volume, não habita um espaço específico. Ninguém pode observar o conhecimento, tocá-lo; portanto, não é substancial.
Os que defendem essa posição querem dizer que o conteúdo não deve ser considerado como um fator que pode afetar as ações dos demais elementos da tríade didática.
Os críticos desse modelo pedagógico também não veem a separação do professor e do conteúdo como correta, uma vez que ambos não são considerados independentes um do outro.
Além disso, hoje em dia é necessário integrar a tecnologia no estudo das diferentes relações e até mesmo como um elemento independente. Até se assumiu como algo necessário no ato educativo que a relação entre professor, aluno e tecnologia deva obedecer a cinco posturas: conhecer, ensinar, aprender, formar e educar.
conclusão
Graças ao modelo da tríade educacional, tem sido generalizada a ideia de que a educação não se reduz apenas à presença de um desses aspectos. As relações entre os diferentes componentes são necessárias e um conjunto de fatores deve existir para que ocorra uma boa educação.
Referências
- Ferry, G. (1989). Houssaye (Jean). - Théorie et pratiques de l'éducation. Recuperado de persee.fr
- Hudson, B. (1999). Didaktik / Fachdidaktik como ciência (s) da profissão docente?. Umeå: Rede Temática de Formação de Professores na Europa.
- Hudson, B., & Meyer, M. (2011). Além da fragmentação. Oplanden: Barbara Budrich.
- Kansanen, P., & Meri, M. A relação didática no processo ensino-estudo-aprendizagem. Recuperado de semanticscholar.org
- Uljens, M. (1997). Didática Escolar e Aprendizagem. East Sussex: Psychology Press.