- Poemas sobre o sol
- O sol é um balão de fogo (Antonio Machado)
- Sol tropical (trecho, Gabriela Mistral)
- Sol (Juan Ramón Jiménez)
- Hino ao Sol (Trecho, José María Heredia)
- Viva o sol da manhã! (Rafael Alberti)
- Referências
Os poemas sobre o sol prestam uma homenagem merecida ao rei das estrelas. O ser humano, mesmo antes da formação das primeiras civilizações, sentiu um fascínio por este corpo celeste.
Desde sua maneira particular de entender o mundo, os poetas têm dedicado muitos versos para destacar sua importância.
Poemas sobre o sol
Os poemas sobre o sol de autores conhecidos são numerosos. Alguns poetas reconhecidos têm até duas ou mais obras dedicadas ao astro rei.
Dos cinco poemas desta seleção, o de Rafael Alberti se destaca por ser uma composição destinada ao público infantil.
O sol é um balão de fogo (Antonio Machado)
O sol é um balão de fogo,
a lua é um disco roxo.
Uma pomba branca pousa
no alto cipreste centenário.
Os quadrados de murta parecem em
pó peludo murcho.
O jardim e a tarde tranquila!…
O som da água na fonte de mármore.
Sol tropical (trecho, Gabriela Mistral)
Sol dos incas, sol dos maias,
sol americano maduro,
sol no qual os maias e os quiches
reconheciam e veneravam,
e no qual os antigos aimarás
como âmbar eram queimados.
Faisão vermelho quando você levanta
e quando você média, faisão branco,
pintor de sol e tatuador
da casta do homem e do leopardo.
Sol de montanhas e vales,
de abismos e planícies,
Rafael de nossas marchas,
cão dourado de nossas pegadas,
por toda terra e todo mar,
a palavra de ordem de meus irmãos.
Se nos perdermos, que nos encontrem
em alguns limões chamuscados,
onde a árvore de fruta-pão existe
e a árvore de bálsamo sofre.
Sol (Juan Ramón Jiménez)
LÁ no fundo
da minha biblioteca,
o sol de última hora, que confunde
minhas cores em uma luz clara e divina,
acaricia meus livros, docemente.
Que companhia clara
sua; como aumenta
a sala, e a transforma, a preenche,
em vale, em céu - a Andaluzia! -,
na infância, apaixonado!
Como uma criança, como um cachorro,
vai de livro em livro,
fazendo o que quer…
Quando, de repente, eu olho para ele,
ele para, e me contempla por muito tempo,
com música divina, com o latido de um amigo, com balbucios frescos…
Então ela desaparece…
A luz divina e pura
é cor novamente, e sozinha, e minha.
E o que eu sinto escuro
é minha alma, como
se tivesse ficado
sem seu vale e sem seu céu novamente - Andaluzia! -
sem sua infância e seu amor.
Hino ao Sol (Trecho, José María Heredia)
Nas terras devastadas do mar, onde você mora,
Levante-se, ó Musa! tua voz eloqüente:
O infinito envolve sua testa,
O infinito apóia seus pés.
Venha: ao rugido áspero das ondas
Um sotaque tão feroz e sublime,
Que meu peito quente revive,
E minha testa ilumina novamente.
As estrelas ao redor se extinguem,
O leste é cor de rosa,
E a sombra acolhe o oeste
E as nuvens distantes do sul:
E do leste no horizonte vago,
Quão confuso e denso era,
Um esplêndido, imenso pórtico sobe,
De ouro, roxo, fogo e azul.
Viva o sol da manhã! (Rafael Alberti)
Viva o sol da manhã!
Viva o sol !,
grita o pássaro no galho.
E o camponês canta para ele:
Viva o sol!
E a laranjinha carregada de
laranjas: Viva o sol!
E o telhado da casa:
Viva o sol!
E o cavalo que o sente,
erva quente, na garganta:
Viva o sol!
Viva o sol! O rio sobe
e a bandeira que passa:
Viva o sol!
Toda a terra é um Viva!
o mundo inteiro, uma selva:
Viva o sol!
Referências
- Machado, A. (1990). Como é fácil voar. Buenos Aires: Ediciones Colihue SRL.
- Mistral, G. (1985) Tala. Santiago do Chile: Pehuén Editores.
- Jiménez, JR (1983). A realidade invisível. Londres: Tâmisa.
- Heredia, JM (2012). Poemas Barcelona: Linkgua digital.
- Alberti, R. (1988). Poesia: 1939-1963. Madrid: Aguilar.