- Caracteristicas
- Morfologia
- Ciclo biológico
- No ambiente
- Dentro do hospedeiro
- Doença
- Sintomas de infecção
- Em cachorros
- Em humanos
- Tratamento
- Referências
Ancylostoma caninum é uma lombriga que pertence ao filo Nematoda e é encontrada principalmente em áreas tropicais e subtropicais do planeta. Isso porque são essas regiões que reúnem as condições ambientais necessárias para que seus ovos se desenvolvam com eficácia.
Tal como acontece com um grande número de nematóides, Ancylostoma caninum requer um hospedeiro para se desenvolver, sendo o cão o espaço perfeito para isso. Dentro dele, ele se fixa no intestino e se alimenta de seu sangue.
Ancylostoma caninum. Fonte: Ver página do autor
Esse parasita é responsável por causar distúrbios intestinais em cães e, ocasionalmente, pode infectar humanos, gerando lesões cutâneas graves.
Caracteristicas
-Espécie: Ancylostoma caninum
Morfologia
Os nemátodes são vermes de forma cilíndrica. Seu corpo é coberto por uma cutícula branca, resistente e protetora. Eles têm uma cápsula bucal, que contém cerca de três pares de dentes.
Possuem dimorfismo sexual, devido ao qual fêmeas e machos apresentam diferenças morfológicas. A cauda da fêmea termina reta, enquanto a do macho tem uma estrutura conhecida como bolsa copular.
Alargamento da extremidade anterior do Ancylostoma caninum. Fonte: DPDx - um site desenvolvido e mantido pelo CDC (Centros para Controle e Prevenção de Doenças)
Tal como acontece com a maioria dos nematóides, as fêmeas são maiores que os machos. Eles medem aproximadamente 16 mm, enquanto os machos medem apenas 10 mm.
Ciclo biológico
O ciclo biológico de Ancylostoma caninum é de tipo direto. Isso significa que a forma infecciosa das larvas se desenvolve no meio ambiente.
Este parasita não requer um vetor, mas requer um hospedeiro definitivo. Nesse caso, o hospedeiro é o cachorro.
No ambiente
Os ovos são liberados para o exterior através das fezes. Dependendo das condições de umidade e temperatura do solo, estes podem eclodir, liberando as larvas que ficam cobertas por uma cutícula protetora. Isso ocorre entre os dias 2 e 9 após a liberação dos ovos.
Posteriormente, em um período aproximado de cerca de 5 dias, as larvas passam por duas transformações e passam para o estágio larval L3, ou seja, a forma infectante. É preciso entender que as larvas não permanecem nas fezes, mas movem-se em direção ao solo, onde podem permanecer por vários dias, até semanas, esperando a infecção de um hospedeiro. Claro, desde que as condições de umidade e temperatura sejam ideais (úmido e fresco).
Depois que um hospedeiro aparece, especificamente um cachorro, as larvas são capazes de entrar em seu corpo e infectá-lo.
Dentro do hospedeiro
As larvas têm a capacidade de entrar no hospedeiro pela pele, principalmente pelo espaço entre as almofadas das pernas, que estão em contato constante com o solo. Eles penetram nos folículos capilares e se unem à derme (a camada mais profunda da pele). Em seguida, eles se movem através dele até entrarem em uma artéria ou veia, aderindo assim à corrente sanguínea.
São transportados pelo sangue até atingirem os pulmões, onde deixam o sangue e passam para os alvéolos. Em seguida, sobem pelo trato respiratório (bronquíolos, brônquios da traqueia), até chegarem à faringe para serem engolidos e, assim, passarem para o sistema digestivo.
Através do esôfago, as larvas chegam ao estômago e depois ao intestino. Aqui eles passam por outra transformação, tornando-se organismos adultos, já capazes de produzir ovos. O parasita adulto se fixa à parede intestinal através da cápsula bucal. Lá ele se alimenta do sangue de seu hospedeiro.
Doença
Ancylostoma caninum é o parasita responsável por uma infecção em cães e gatos que afeta principalmente o trato digestivo. Em humanos, causa uma patologia chamada larva migrans, que é causada principalmente pela migração e deslocamento das larvas pelos tecidos do indivíduo.
Os seres humanos são infectados principalmente por andar descalço em locais onde podem ser encontradas larvas desse parasita. O contágio de um animal ao ser humano pelo contato direto entre ambos ainda não foi demonstrado.
Sintomas de infecção
Em cachorros
Os sintomas que os cães infectados por este parasita apresentam são os seguintes:
- Anemia, causada por perda de sangue no intestino.
- Distúrbios da coagulação, causados pela secreção de anticoagulantes pelo parasita.
- Fezes líquidas constantes, muitas vezes com vestígios de sangue.
- Fraqueza e apatia.
- Desidratação.
- Fezes escuras por perda de sangue.
- Palidez nas membranas mucosas, que também é causada pela perda de sangue no intestino.
Em humanos
Os sintomas que os humanos apresentam estão relacionados aos danos causados pelas larvas ao se movimentarem pelos tecidos, principalmente pela pele. Os sinais e sintomas são:
- Lesões na pele, que são linhas vermelhas e representam o deslocamento das larvas pelos tecidos da epiderme.
- Coceira insuportável nas lesões já mencionadas.
- Infecções bacterianas nas lesões iniciais.
Em geral, as larvas morrem em pouco tempo, portanto, não há oportunidade para que afetem os órgãos internos do indivíduo além da pele.
Lesões causadas por Ancylostoma caninum na pele. Fonte: WeisSagung
Tratamento
Considerando que Ancylostoma caninum é um parasita, as infecções por ele causadas são tratadas com medicamentos anti-helmínticos. Entre os medicamentos mais usados no tratamento da doença estão os benzimidazóis, o emodepside e os endectocidas.
Como acontece com a maioria dos parasitas, os medicamentos mais comumente usados são o albendazol e o fembendazol. Essas drogas agem causando degeneração e destruição de certas organelas dos parasitas, o que resulta na eventual morte dos parasitas adultos e das larvas por eles produzidas.
Referências
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- Fisher, M. e McGarry, J. (2007) Foundations of Parasitology in Companion Animals. 1ª edição. Editorial Intermédica.
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- Varela, C., Varela, M. e Pascual, M. (2002). Larva migrans cutânea: suspeita de diagnóstico e tratamento na Atenção Básica. Medifam. 12 (10).