A antera é uma estrutura floral localizada na porção terminal do estame ou órgão reprodutor masculino. Cada antera, que se divide em lóbulos ou porções denominadas teca, é responsável pela produção do pólen e sua liberação.
É um elemento chave no processo de polinização e pode variar amplamente em estrutura e arranjo, dependendo do grupo de plantas.
Fonte: pxhere.com
Caracteristicas
A antera é a região protuberante encontrada na região final do estame nas flores das angiospermas, na imagem são vistas como sacos alongados com tons laranja.
A teca pode ser arranjada espacialmente da seguinte forma: se uma for oposta à outra são ditas divergentes, se forem inclinadas são oblíquas, se uma for oposta a outra é paralela e transversal se forem opostas e horizontais..
Peças
Estame
Antes de descrever a estrutura da antera, é necessário mencionar a organização do órgão reprodutor masculino: o estame.
Um estame é dividido em duas partes: um filamento e a antera. O primeiro é relativamente simples em estrutura, com uma epiderme mostrando tricomas e estômatos e um sistema não inervado - há apenas um feixe vascular percorrendo a estrutura.
O estame é classificado de acordo com a fusão de seus elementos. Temos estames separados e em um único verticilo chamado haplostémonos. Os didelfos possuem dois grupos de estames fundidos ao nível dos filamentos.
Da mesma forma, monodelphs são definidos como um grupo de estames unidos. Os polidelfos têm alguns grupos de estames ligados por seus filamentos. Finalmente, se as anteras são fundidas, o androceu é singênico.
Antera
A estrutura da antera é um pouco mais complexa. Na maioria das plantas, a antera se divide em dois lóbulos chamados "teca". Dentro de cada teca, observam-se os dois sacos polínicos ou microsporángios, onde ocorre a formação dos grãos de pólen.
Para contar o número de teca, recomenda-se fazê-lo apenas no momento da abertura da flor, pois após este evento ocorrem deformações que dificultam muito a sua observação.
Duas bolsas polínicas são encontradas nas anteras que possuem apenas uma teca. Como exemplo de anteras monotéticas - uma teca - temos os gêneros pertencentes à família Malvaceae: Hibiscus, Malva, Sida e Gossypium.
A porção do estame que une as duas tecas é chamada de conectivo. Nas anteras do tipo dorsifixo, a porção do filamento é soldada ao conectivo, fazendo com que a antera gire sobre ele.
Esse fenômeno é conhecido como uma antera versátil e é visto em plantas da família Poaceae, como Hemerocallis e Agapanthus. O estame é séssil quando o filamento é curto.
Anatomia da Antera
A seção mais externa da antera é composta por uma única camada de epiderme, seguida por outra camada de endotécio que parece estar bem desenvolvida quando a antera está madura. Endotécio auxilia na deiscência dos grãos de pólen.
Continuando dentro da antera estão três a quatro camadas, onde a mais interna envolve o microsporângio e é a camada do tapete. Esta seção tem a função de nutrir o pólen-mãe e os pequenos micrósporos. Da mesma forma, a parede externa do pólen é sintetizada pelo tapete.
As células do tapete exibem uma ampla variedade de sistemas de divisão celular, como endomitose, mitose normal e um tipo particular de divisão nuclear onde os cromossomos se dividem, mas o núcleo não, resultando em células polinucleadas.
A antera apresenta um filamento procambial localizado na região central, responsável pela formação dos feixes vasculares.
Recursos
As flores são os órgãos das plantas responsáveis pela reprodução. Estruturalmente, as flores possuem segmentos estéreis cuja função principal é a atração de polinizadores e a proteção dos elementos sexualmente ativos: os estames e o pistilo.
Os estames representam os órgãos masculinos das flores. Nas plantas angiospermas, a porção terminal dessa estrutura floral é chamada de antera, cuja principal função é a produção de pólen.
O pólen
Pólen é o conjunto de grãos microscópicos que contém dentro de um gametófito masculino, que representa a fase haplóide do ciclo de vida típico das plantas.
Eles são compostos de membranas que funcionam como bolsas e armazenam o líquido espermático, que geralmente é uma poeira corpuscular amarela. Ao entrarem em contato com a água, hidratam-se e quando rompem liberam uma substância oleosa que contém corpos microscópicos denominados fovilla.
Quando ocorre o processo de polinização e o grão de pólen consegue atingir o estigma, ele germina. Um tubo polínico emana desse pequeno grão, através do qual os núcleos masculinos se movem em direção à oosfera ou gameta feminino.
A polinização pode ocorrer pelo vento. Por esta razão, a planta deve de alguma forma compensar o mecanismo de dispersão estocástica, e o faz produzindo grandes quantidades de pólen. Algumas plantas usam água como meio de dispersão.
No entanto, o agente polinizador mais popular nas angiospermas são os animais, sejam eles insetos, pássaros ou morcegos, que transferem o pólen diretamente para outras flores.
Liberação de pólen
A deiscência ou liberação do pólen ocorre devido ao espessamento irregular da endotécio. A estrutura interna é mais espessa e, à medida que avançamos para a face externa, encontramos uma redução das células.
Quando as células ficam desidratadas, elas criam uma tensão que favorece a abertura da antera. Este fenômeno é uma das funções mais importantes da antera e é sincronizado por eventos de diferenciação do pólen e desenvolvimento floral.
A abertura pode ocorrer de diferentes maneiras: longitudinal ou transversal. Seguindo a direção dos filamentos no processo de abertura, o processo pode ser classificado em: deiscência introsal (para dentro para florir, favorecendo a autopolinização) ou deiscência extrusada (para fora, favorecendo a polinização entre diferentes indivíduos).
As deiscências também podem ocorrer pelos poros ou - chamadas poricidas - ou pela abertura de válvulas presentes na teca.
Referências
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