- Causas
- Reivindicações territoriais anteriores
- Conflito armado Peru-Equador de 1941
- Tentar bloquear o porto de Guayaquil
- Desenvolvimento da batalha
- Troca de fotos
- Consequências
- Versões de participante
- Protocolo de Paz, Amizade e Limites do Rio de Janeiro
- Referências
A batalha de Jambelí foi um confronto armado entre o contratorpedeiro peruano BAP Almirante Villar e a canhoneira equatoriana BAE Calderón. Essa troca de tiros ocorreu em 25 de julho de 1941, no contexto da guerra entre os dois países. O Peru chama esse confronto de “incidente Jambelí”, enquanto o Equador chama de “batalha Jambelí”.
O encontro entre os dois navios começou quando o almirante Villar deixou Zorritos com a missão de entrar em águas equatorianas. Sua intenção era, segundo fontes do país, realizar tarefas de reconhecimento e patrulhamento. No entanto, os equatorianos afirmam que o verdadeiro objetivo era bloquear o porto de Guayaquil.
Alegoria equatoriana na batalha de Jambelí - Fonte: Kevin Vélez / CC BY-SA (https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0)
Quando Abdón Calderón descobriu o navio inimigo, tentou detê-lo disparando uma série de tiros, que foram respondidos pelo encouraçado. O resultado do confronto não influenciou o desenvolvimento da guerra, mas o Equador a comemora como uma vitória por ter conseguido deter um navio militar muito superior em armamento.
A guerra entre os dois países se deveu à reivindicação de algumas áreas de fronteira, o que já havia causado vários confrontos anteriores e que continuou após este conflito. Segundo o Equador, os peruanos invadiram seu território, enquanto o Peru alegou que foram os equatorianos que quebraram o status quo.
Causas
A batalha ou incidente de Jambelí ocorreu em 25 de julho de 1941, durante a guerra entre Peru e Equador. Esse conflito, que durou entre 5 de julho de 1941 e 29 de janeiro de 1942, foi causado por disputas territoriais que já haviam levado a confrontos anteriores entre os dois países.
Reivindicações territoriais anteriores
O conflito territorial entre Equador e Peru era recorrente desde praticamente a independência dos dois países.
O Equador reclamava as províncias de Jaén, Maynas e Tumbes, em poder do Peru, enquanto este país reclamava que a soberania desses territórios lhe pertencia legalmente.
Ambos os países forneceram leis diferentes para reafirmar seus direitos. Os peruanos observaram que o Real Decreto de 1802, pelo qual Maynas passou a fazer parte do Vice-Reino do Peru, apoiava sua tese. Além disso, afirmou que a uti possidetis iure de 1810 e o princípio da autodeterminação dos povos também consolidavam sua posição.
O Equador, por outro lado, apresentou como argumentos o que foi arrecadado na certidão de criação da Corte Real de Quito de 1563, o uti possidetis de 1810 (que interpretou de forma diferente), o tratado de Guayaquil de 1829 e o Protocolo de Pedemonte-Mosquera base jurídica suficiente para reivindicar soberania.
Além dessas considerações, o Peru afirmou que as terras do antigo Governo Quijos, em mãos equatorianas, deveriam fazer parte de seu território.
Conflito armado Peru-Equador de 1941
Antes do início da guerra em 1941, Equador e Peru já haviam se encontrado em outras ocasiões. Além disso, vários tratados foram assinados, mas a situação permaneceu sem solução.
A guerra de 1941, que não teve declaração formal prévia, teve início em 5 de julho de 1941 e durou sete meses, até 12 de fevereiro de 1942.
Os dois países envolvidos oferecem razões diferentes para o início da guerra. O Equador acusou os peruanos de invadir seu território, mas o Peru negou os fatos e afirmou que foram os equatorianos que violaram o status quo estabelecido pela Lei de Lima de 1936.
Portanto, o Peru indicou que a entrada de suas tropas no território equatoriano era legal e que pretendia obrigar o Equador a respeitar seus direitos territoriais.
Tentar bloquear o porto de Guayaquil
Segundo os equatorianos, a reação da tripulação de Andón Calderón, comandada por Rafael Morán, deveu-se à intenção da Marinha peruana de bloquear o Golfo de Guayaquil. Os peruanos, por outro lado, rejeitam essa acusação. A ação dos tripulantes equatorianos de Abdón Calderón, comandados pelo Comandante Rafael.
Desenvolvimento da batalha
Os equatorianos enviaram seus navios de guerra ao canal Jambelí para monitorar qualquer tentativa de invasão peruana.
Naquela época, as Forças Armadas do Equador estavam em grande desvantagem, pois eram superadas em número por uma proporção de 10 para 1. Além disso, as armas eram muito desatualizadas e suas forças aéreas inexistentes.
Diante dessa inferioridade, Estados Unidos, Argentina e Brasil intervieram para interromper o conflito, mas só conseguiram interromper as operações por alguns dias. Em 23 de julho de 1941, o conflito armado recomeçou.
Troca de fotos
Em 25 de julho de 1941, o contratorpedeiro peruano Almirante Villar deixou Zorritos e entrou em águas equatorianas. Sua missão era realizar o reconhecimento da área e patrulhamento.
Quando estava próximo ao canal de Jambelí, o navio peruano encontrou o navio equatoriano BAE Abdón Calderón, que entrava no referido canal para ir a Guayaquil.
O comandante do navio equatoriano, Rafael Morán Valverde, ordenou uma mudança de rumo e um giro de 180º com destino a Puerto Bolívar. Além disso, ele começou a atirar no Almirante Villar.
O contratorpedeiro peruano respondeu manobrando em círculos para não se aproximar da costa, pois o fundo era muito baixo. Da mesma forma, ele devolveu o fogo ao seu inimigo.
Após alguns minutos de tiroteio (entre 17 e 21 de acordo com fontes), o incidente terminou.
Consequências
A batalha ou incidente em Jambelí terminou sem quaisquer baixas. Os dois navios conseguiram continuar navegando e o doloroso confronto teve repercussões no desenvolvimento geral da guerra.
Versões de participante
A visão sobre o resultado do confronto varia de acordo com as versões de ambos os participantes. O Equador afirmou que o Almirante Villar sofreu graves danos com os tiros disparados do Abdón Calderón, embora não tenha apresentado provas disso.
Por outro lado, sabe-se que o almirante Villar continuou suas operações até 1º de outubro de 1941, quando retornou a Callao.
O Abdón Calderón sofreu alguns estragos na caldeira, mas não pelos disparos dos adversários, mas sim porque forçou a fuga e se escondeu entre a densa vegetação da zona.
Para o Equador, o incidente ficou para a história devido ao poder desigual das duas embarcações, muito favorável ao navio peruano.
Protocolo de Paz, Amizade e Limites do Rio de Janeiro
A guerra entre Peru e Equador terminou em janeiro de 1942. Ambos os países assinaram um acordo denominado Protocolo de Paz, Amizade e Limites do Rio de Janeiro, que deveria pôr fim às suas disputas territoriais.
No entanto, as reivindicações dos dois países não cessaram após aquele acordo e houve escaladas de tensão e alguns confrontos esporádicos ao longo do século XX.
Referências
- Ministério da Defesa Nacional do Equador. Combate de Jambelí, um marco que marca a história da Marinha do Equador. Obtido em Defensa.gob.ec
- Wikisource. Informe oficial peruano sobre o combate naval de Jambelí. Recuperado de es.wikisource.org
- Marselha, Raul. Batalha de Jambelí: Data, causas, desenvolvimento e consequências. Obtido em mundoantiguo.net
- Equador Times. Homenagens ao herói da Batalha de Jambelí. Obtido em ecuadortimes.net
- Segurança global. Guerra Equador-Peruana de 1941. Obtido em globalsecurity.org