- Bioma de floresta tropical e subtropical
- - a yunga
- - selva paranaense
- - Floresta seca do Chaco
- - espinhal
- - Fauna
- Bioma de floresta temperada
- - A selva Valdiviana
- Fauna
- Bioma de vegetação
- Chaco
- Montanhas
- Bioma savana
- Bioma de pastagem
- - Pampas
- Fauna
- - estepe patagônica
- Fauna
- - prados de montanha
- Bioma desértico quente
- Bioma Puna
- Arbu
- F
- Bioma pantanoso
- Iberá Wetlands
- Delta do Paraná
- Mar Chiquita tomou banho
- Mallines
- Biomas marinhos
- Província argentina
- Província de magalhães
- Referências
Os biomas da Argentina correspondem a todo o conjunto de ecossistemas que se estendem por aquele país, os quais são bastante diversos. A Argentina possui um amplo território que se estende de norte a sul por 2.780.400 km², no cone sul da América do Sul.
Devido a esta característica geográfica, apresenta climas tropicais, subtropicais, temperados e úmidos frios. Além disso, o país apresenta um relevo que vai desde o nível do mar até 6.960,8 metros acima do nível do mar, no pico do Aconcágua localizado na Cordilheira dos Andes.
Biomas da Argentina. Fonte: Mapa de Gustavo Girardelli, obra derivada de RoRo. Informação retirada de Ribichich, AM. 2002 que cita: Cabrera (1951, 1953, 1958, 1971, 1976, 1994), Cabrera e Willink (1973, 1980).
O território caracteriza-se por apresentar relevo montanhoso a oeste e plano a leste. Inclui o planalto patagônico e a maior depressão do continente, a Laguna del Carbón, a 115 m abaixo do nível do mar.
Tudo isso determina uma diversidade importante de até 115 complexos de ecossistemas agrupados em 15 ecorregiões. Outros autores falam de 50 unidades de vegetação agrupadas em 11 províncias fitogeográficas.
Se restringirmos essa diversidade aos grandes biomas representados neste país, encontramos cerca de 8 terrestres e pelo menos 2 marinhos. Entre eles temos as florestas subtropicais, florestas temperadas, matagais, savanas, pradarias (pampas e estepes), deserto quente, puna (deserto frio) e pantanais.
Já nas áreas marinhas argentinas, pelo menos dois biomas são identificados, correspondendo à região subtropical e à região subantártica.
Entre as florestas subtropicais estão a yunga e a selva paranaense, enquanto nos climas temperados está a floresta patagônica. O bioma matagal está no Chaco e os espinhos nas montanhas das montanhas e planícies.
Os campos incluem os pampas e a estepe patagônica, enquanto as savanas estão principalmente no Chaco. Da mesma forma, existem áreas úmidas nos estuários do Iberá e no delta do Paraná.
Bioma de floresta tropical e subtropical
- a yunga
Yunga na Argentina. Fonte: Gonza Martínez27
Eles se estendem nas encostas orientais das serras subandinas e pampeanas ao noroeste, entre 400 e 3.000 metros acima do nível do mar. A precipitação atinge de 600 a 3.000 mm por ano, sendo característica a formação de nuvens orográficas.
Na yunga existem diferentes tipos de selva dependendo da altitude. Na parte inferior existem florestas tropicais semi-decíduas pré-montanas, enquanto nas partes superiores existem sempre florestas tropicais verdes ou florestas nubladas.
As selvas yunga têm uma alta diversidade biológica, com espécies de árvores como a nogueira do sul (Juglans australis) que é madeira. Assim como o louro tucumano (Ocotea porphyria) e o capulí (Eugenia uniflora), esta última é uma árvore frutífera. Da mesma forma, espécies de coníferas da América do Sul, como Podocarpus parlatorei, estão presentes.
- selva paranaense
Essa selva é muito variada e está localizada no nordeste do país, na região chamada Mesopotâmia. Inclui vários ecossistemas, incluindo floresta semidecidual, florestas marinhas de bambu e florestas ribeirinhas.
Aqui existem mais de 3.000 espécies de plantas vasculares e abundam as lauráceas dos gêneros Ocotea e Nectandra. Além disso, existem palmeiras do gênero Euterpe e anacardiaceae madeireira, como urunday (Astronium balansae).
Existem também formações florestais mistas onde aparecem espécies de coníferas meridionais da família Araucariaceae. Por outro lado, nas matas ciliares existem leguminosas adaptadas à alta umidade, como o timbó branco (Albizia inundata) e o ingá vermelho (Inga uraguensis).
- Floresta seca do Chaco
Encontram-se no centro-norte do território argentino, na província fitogeográfica do Chaco. Inclui uma variedade de florestas secas caracterizadas por diferentes espécies dominantes, como Schinopsis marginata e Aspidosperma quebracho-blanco.
- espinhal
São florestas secas dominadas por espécies armadas de espinhos, principalmente leguminosas dos gêneros Prosopis e Acacia. Essas formações vegetais estendem-se em arco do nordeste ao centro do território nacional.
- Fauna
Nos diferentes tipos de florestas a fauna é abundante e diversa. Aqui são encontrados o caititu (Pecari tajacu), o puma (Felis concolor) e a onça pintada (Panthera onca). Na yunga, destaca-se a presença do urso frontino ou de óculos (Tremarctos ornatus).
Bioma de floresta temperada
No extremo sul da Argentina estão as florestas caducifólias e as florestas temperadas (florestas andino-patagônicas). Nessas formações predominam espécies dos gêneros Nothofagus, Austrocedrus, Fitzroya, entre outros. Grandes áreas de turfeiras são encontradas nesta região.
- A selva Valdiviana
Selva Valdiviana. Fonte: Albh
A floresta temperada ou selva Valdiviana, desenvolve-se cerca de 600 metros acima do nível do mar, com uma precipitação anual aproximada de 4.000 mm. Possui árvores de até 40 m de altura e vários estratos com abundante escalada.
Fauna
Espécies como o macaco da montanha (Dromiciops gliroides) e o güiña ou gato vermelho (Leopardus guigna) são encontradas aqui.
Bioma de vegetação
O matagal consiste em árvores baixas e arbustos de médio a alto e é encontrado em várias regiões da Argentina. Nessas áreas existem espécies animais como o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus).
Chaco
Lagoa Carpincho (Chaco, Argentina). Fonte: Pertile
Existem várias formações arbustivas cujas espécies variam de acordo com a altitude e localização geográfica. No Chaco serrano existem arbustos com Acacia caven (leguminosa) e Eupatorium buniifolium (composto). Enquanto em altitudes mais elevadas, há arbustos dominados por pequenas árvores Polylepis australis.
Arvoredos de halófitos (plantas tolerantes a alta salinidade) também ocorrem nas planícies. Essas formações incluem plantas suculentas, como as dos gêneros Allenrolfea e Atriplex.
Montanhas
Aqui existem arbustos abundantes de 1,5 a 3 m de altura, de espécies espinhosas, dominadas por zigofiláceas e cactáceas. Possui uma camada lenhosa contínua de 2 a 2,5 m com espécies como Geoffroea decorticans e Prosopis flexuosa.
Bioma savana
Nas zonas subtropicais ao norte, desenvolvem-se savanas abertas e arborizadas; até savanas com palmeiras, como Copernicia alba. O elemento dominante é a cobertura de gramíneas com espécies como Sorghastrum setosum, Andropogon lateralis e Paspalum notatum.
A nordeste, na Mesopotâmia, as savanas de Aristida jubata se desenvolvem com pequenas acácias e palmeiras.
Bioma de pastagem
Os prados são formações vegetativas dominadas por gramíneas de clima temperado e frio. Os campos argentinos são os pampas no centro-leste e as estepes patagônicas no terço sul do país.
Nas áreas montanhosas andinas, também se desenvolvem formações de grama chamadas de prados de montanha.
- Pampas
Pampas. Fonte: Alex Pereira
Os gêneros de gramíneas dominantes são Nassella, Piptochaetium, Andropogon, Paspalum e Axonopus, e junças, compostos e leguminosas também são abundantes. Existem prados de relva alta e arborizada em solos não muito férteis, com a erva Aristida jubata.
Entre os elementos arbóreos estão espécies de Acacia, Astronium balansae, além de palmeiras como Butia yatay. Em ambientes mais secos, predomina o capim Paspalum notatum, juntamente com Aristida sp. e Axonopus sp.
Fauna
Espécies como a ema (Rhea spp.), O veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus) e a raposa-campeira (Lycalopex gymnocercus) habitam os pampas.
- estepe patagônica
A precipitação é escassa, variando de menos de 200 mm por ano a 600 mm ou mais. Isso determina que existem diferentes tipos de estepes com mais ou menos cobertura vegetal.
As plantas são adaptadas à seca e ao pasto, encontrando gramíneas do gênero Pappostipa. Além disso, existem pequenos arbustos, como Mulinum spinosum, e gimnospermas, como Ephedra ochreata.
Em solos ricos em matéria orgânica e com pluviosidade entre 300 e 600 mm, existem estepes com maior cobertura. Espécies como Festuca pallescens e arbustos dispersos habitam aqui.
Fauna
Existem o veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus celer), o guanaco (Lama guanicoe) e o puma (Felis concolor), entre outros.
- prados de montanha
Nos altos planaltos e encostas da Cordilheira dos Andes existem áreas de pradarias. Aqui predominam as gramíneas, principalmente dos gêneros Festuca e Poa, entre outros.
Bioma desértico quente
Entre as províncias de Mendoza e San Juan existe uma extensa área de desertos quentes como o deserto de Lavalle e o deserto de San Juan.
O Parque Provincial Ischigualasto ou Valle de la Luna é um exemplo de deserto quente na Argentina, o chamado deserto de San Juan. É uma região árida com formação de dunas de areia e afloramentos rochosos.
A vegetação é muito escassa devido às altas temperaturas, aos ventos fortes e ao déficit hídrico. Nesta região existem plantas adaptadas a estas difíceis condições como o parrón ou pichana de toro (Ephedra boelckei), endémico da zona.
Bioma Puna
Corresponde a formações vegetais nos altos Andes, em planaltos e montanhas entre 3.400 e 4.400 metros acima do nível do mar. Apresenta vegetação adaptada às condições de seca e baixas temperaturas.
A cobertura varia com a precipitação (50-350 mm), mas geralmente é escassa. Com gramíneas de cachos isolados (perfilhos), plantas-almofada e arbustos baixos.
Arbu
A formação mais disseminada é a de pequenos arbustos (40-60 cm) de Fabiana densa e Baccharis boliviensis.
F
Guanacos (Lama guanicoe) e vicunhas (Vicugna vicugna) são características desse bioma.
Bioma pantanoso
Aves aquáticas como a coscoroba ou ganso branco (Coscoroba coscoroba) e o cisne de pescoço preto (Cygnus melancoryphus) abundam nas zonas húmidas. Existe também o roedor gigante chamado capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) e a nutria ou falsa nutria (Myocastor coypus).
Iberá Wetlands
Esteros del Iberá. Fonte: Evelyn Proimos
Em direção ao nordeste da Argentina, na Mesopotâmia, desenvolve-se um conjunto de formações vegetais de higrófitas (plantas adaptadas à alta umidade). São os chamados estuários do Iberá, áreas com corpos d'água permanentes onde crescem as plantas aquáticas e herbáceas do brejo.
Espécies aquáticas como Pistia stratiotes e espécies de Eichhornia habitam lençóis de água em lagoas e estuários. Enquanto os pântanos como Cyperus giganteus e Typha latifolia crescem nas margens saturadas de água.
Delta do Paraná
É um dos maiores deltas do mundo, cobrindo cerca de 14.000 km2 e formando um importante sistema de pântanos. Nessa região existem vários biomas como a selva e o cerrado, além do pantanal. Em relação a este último, existem áreas parcialmente alagadas, bem como áreas com lençol d'água permanente.
Entre as espécies típicas destas zonas húmidas encontram-se os pântanos como o junco (Juncus spp.) E o gafanhoto ou taboa (Cortaderia sealana). Da mesma forma, existem espécies aquáticas flutuantes, como o camalote (Eichhornia crassipes) e a couve-d'água (Pistia stratiotes).
Mar Chiquita tomou banho
Esta área é formada pelo sistema fluvial do rio doce e pela lagoa Mar Chiquita, localizada no centro-norte do território argentino. Gramíneas pantanosas como Typha latifolia e Schoenoplectus americanus se desenvolvem aqui.
Por outro lado, nos afloramentos salinos com lençol freático à superfície, encontram-se arbustos halófilos (resistentes à salinidade). Dentre elas, destacam-se as espécies Atriplex argentina e Heterostachys ritteriana.
Mallines
Na Patagônia existem áreas de terra saturadas de água chamadas mallines, ou seja, o lençol freático é superficial. Este regime de saturação de água pode ser temporário ou permanente, em alguns casos apresentando elevados níveis de salinidade.
As espécies estão adaptadas a essas condições e crescem as gramíneas Festuca scabriuscula e Poa pratensis, bem como a junça Carex gayana.
Biomas marinhos
As águas marinhas argentinas abrangem áreas de duas regiões biogeográficas do Atlântico ocidental. Ao norte encontramos a província marinha argentina correspondente à região subtropical e ao sul a província de Magallánica, parte da região subantártica.
Província argentina
Inclui fundos arenosos a norte e fundos de restinga a sul onde se formam comunidades de grandes algas. Nessa região, as águas quentes do norte se alternam com as frias do sul.
Isso significa que do ponto de vista biológico é um bioma heterogêneo, com espécies subtropicais e subantárticas. Entre os primeiros temos, por exemplo, o peixe Percophis brasiliensis e entre os segundos o peixe Acanthistius patachonicus.
Já os dois crustáceos de maior valor econômico são o camarão (Artemisia longinaris) e o camarão (Pleoticus muelleri).
Província de magalhães
Leões marinhos em Mar del Plata (Argentina). Fonte: CHUCAO
Este bioma é caracterizado por fundos de restinga e fundos lamacentos na foz dos rios. Nesta área existem marés muito amplas com fortes correntes oceânicas e ventos intensos de oeste.
Os leitos consolidados de restinga permitem o enraizamento de grandes algas de gêneros como Durvillea, Lessonia e Macrocystis.
Nestes prados de algas encontram-se organismos como anémonas (Corynactis carnea), lapas (Nacella mytilina), amêijoas (Gaimardia trapecina), entre outros. Também peixes endêmicos desta província marinha, como Maynea puncta.
Referências
- Balech, E. e Ehrlinch, MD (2008). Esquema biogeográfico do mar argentino. Rev. Invest. Desenvolvimento Pesq.
- Calow, P. (Ed.) (1998). A enciclopédia da ecologia e gestão ambiental.
- Chebez, JC (2006). Guia das reservas naturais da Argentina. Zona central. Volume 5.
- Oyarzabal, M., Clavijo, J., Oakley, L., Biganzoli, F., Tognetti, P., Barberis, I., Maturo, HM, Aragón, R., Campanello, PI, Prado, D., Oesterheld, M. e León, RJC (2018). Unidades de vegetação da Argentina. Austral Ecology.
- Purves, WK, Sadava, D., Orians, GH e Heller, HC (2001). Vida. A ciência da biologia.
- World Wild Life (conforme visto em 25 de outubro de 2019). worldwildlife.org/biomes