- O que é punição e tipos
- Punição positiva
- Punição negativa
- 10 formas de punição para crianças
- 1- período de "descanso"
- 2- Castigo corporal leve
- 3- Ensine-lhe as consequências de suas ações
- 4- Custo de resposta
- 5- Castigo sem sair
- 6- Atribua a ele tarefas que ele não gosta
- 7- Tire atividades de reforço
- 8- Reparar o dano
- 9- Ensine seu filho a se desculpar
- 10- É melhor prevenir do que remediar
- Diretrizes para aplicação de punição
- Conclusões
As punições para crianças costumam ser necessárias para corrigir comportamentos e prevenir a recorrência. O importante é saber punir e também recompensar quando se comportam de maneira adequada.
A punição pode ser um assunto polêmico, principalmente quando se aplica a crianças, e é normal que não seja algo agradável nem para elas nem para os adultos que punem.
O objetivo é educar nossos pequeninos, mas é preciso puni-los? Quando é necessário realizar? Pode ser que você tenha que ter um pouco de mão esquerda quando falamos em educação, mas você tem que seguir algumas orientações.
O que é punição e tipos
Em psicologia e ciências afins, a punição é um tipo de condicionamento instrumental de natureza aversiva que se aplica quando o objetivo é fazer com que determinado comportamento de um indivíduo (no caso, uma criança) seja eliminado ou reduzido.
Existem dois tipos de punição, dependendo da contingência que usamos: por um lado, punição positiva; de outro, o negativo.
Punição positiva
Falamos de punição positiva quando aplicamos um estímulo desagradável ou aversivo toda vez que a criança realiza um comportamento que queremos eliminar.
Punição negativa
Quanto à punição negativa, retiramos um estímulo que seja agradável para a criança toda vez que ela realizar um comportamento que queremos eliminar. Dentro disso, encontramos duas variantes: o tempo limite e o custo de resposta.
- Time out: consiste em retirar um estímulo apetitivo (normalmente, uma ação, como brincar com o console) por um determinado tempo em que privamos a criança da oportunidade de desfrutar o que é agradável para ela. Posteriormente, veremos alguns exemplos detalhados dessa técnica.
- Custo de resposta: consiste na perda pela criança de um reforçador que ela adquiriu anteriormente.
10 formas de punição para crianças
1- período de "descanso"
Se a criança foi desrespeitosa conosco, ficou com raiva ou gritou conosco, o fato de gritarmos com ela também só vai piorar as coisas.
O apropriado, neste caso, seria mandá-lo para seu quarto para criar um período de "descanso" para que as coisas esfriassem, e então prosseguir para justificar o que ele fez de errado.
2- Castigo corporal leve
Se pensarmos em agir impulsivamente (ou seja, usar força ou violência com a criança) é melhor nos acalmar (mesmo que seja difícil) e, se necessário, nos retirar e deixar a criança sozinha por um tempo. Usar a força com uma criança só nos deixa com medo.
Caso optemos pelo castigo corporal, ele deve ser brando e com moderação pelo motivo que acabamos de mencionar: a criança pode ficar com medo de nós e, além disso, estaremos lhe dando a entender que é legal usar o força quando alguém faz algo errado.
Reserve o castigo corporal para as ofensas mais graves que não podem ser repetidas ou para ações que tenham consequências muito fortes ou mesmo perigosas (por exemplo, vemos que uma criança está colocando os dedos na tomada)
3- Ensine-lhe as consequências de suas ações
Vamos imaginar que nosso filho ou filha tenha que entregar um trabalho para a escola no dia seguinte. Ele teve duas semanas para fazê-lo, mas mesmo assim esperou pelo último dia e não há tempo para fazê-lo. Você sabe que ele vai pedir sua ajuda; no entanto, e mesmo que isso nos deixe um pouco tristes, não precisamos ceder.
Ou seja, não os resgate quando eles agem em prol de seus próprios interesses e procuram o reforço imediato e não em benefício de seu futuro. Nem sempre fique do lado dele, no futuro ele mesmo terá que tirar as castanhas do fogo.
Ele mesmo tem que aprender a sentir que suas ações têm consequências (muitas vezes vergonhosas, como se o professor fosse repreendê-lo) e a saber administrar seu tempo ou manter uma pequena agenda.
4- Custo de resposta
Se a criança fez algo errado e sabemos que ela tem um objeto favorito (por exemplo, um bicho de pelúcia quando é pequeno), vamos retirá-lo por um certo tempo.
Vamos ensiná-los novamente que suas ações têm consequências que, em muitos casos, não serão agradáveis para eles. Essa técnica é chamada de custo de resposta e envolve a remoção de um reforço material da pessoa.
5- Castigo sem sair
Agora, vamos passar para o clássico "punido sem sair". Pode ser um pouco difícil para nós puni-lo sem ir ao cinema ou sair com seus amigos porque ele fez algo errado.
No entanto, não podemos ceder e temos que fazê-lo por um tempo razoável (também não o vamos privar da vida social por um mês). Lembre-se de que o castigo deve ser sempre feito com a cabeça.
6- Atribua a ele tarefas que ele não gosta
O seguinte conselho não é uma punição direta, mas pode nos ajudar a disciplinar o pequenino. Tarefas diárias como escovar os dentes geralmente não são agradáveis para as crianças.
Portanto, quando dizemos à criança que "está na hora de escovar os dentes" e ela zomba, podemos pegar seu brinquedo favorito e dizer algo como "o urso vai lavá-los com você também!"
Desta forma, e embora não seja um castigo propriamente dito, podemos ensiná-lo uma maneira mais agradável de fazer as atividades que ele não gosta com um reforço como um bicho de pelúcia.
7- Tire atividades de reforço
Vamos aplicar o tempo à punição agora. Se nosso filho fez algo errado, vamos passar a tirar uma atividade de reforço para ele (lembre-se de que normalmente eliminar atividades agradáveis é mais eficaz do que remover coisas materiais quando se trata de punição).
Se sabemos que nosso filho se desdobra por causa de seu console ou videogame, passemos a puni-lo sem jogar pelo tempo que julgarmos necessário e, ao invés de realizar essa atividade, mande-o para seu quarto.
Não podemos esquecer que o tempo que temos nosso filho sem acessar tal atividade deve ser proporcional à idade da criança e à gravidade de suas ações. Podemos tomar algumas referências; por exemplo, 15 minutos de punição para cada ano de vida da criança.
8- Reparar o dano
Vamos usar a restauração. Suponhamos que nosso filho tenha pintado a parede da sala de estar com giz de cera e que o "crime" tenha sido ainda mais grave porque a parede foi pintada recentemente.
Nesse caso, a punição para a criança será a reparação do dano. Ou seja, você terá que limpar o que fez e não sairá até que você termine.
Dessa forma, ele aprenderá que nem sempre a responsabilidade recai sobre os outros e que você, como mãe ou pai, nem sempre assumirá a responsabilidade pelo que ele fizer de forma negativa.
9- Ensine seu filho a se desculpar
Além de puni-lo, temos que estabelecer a regra de que, depois de punido, ele deve se desculpar sinceramente pelo que fez.
Pedir perdão geralmente não é um processo agradável para uma criança. Portanto, além de passar pela experiência aversiva como um castigo, estaremos ensinando-lhe que na vida adulta haverá inúmeras ocasiões em que ele fará besteira e terá que se desculpar.
10- É melhor prevenir do que remediar
Devemos ter em mente o famoso ditado. Antecipe o comportamento do seu filho, você é quem o conhece melhor. Antecipe-o e evite ao máximo uma situação desagradável.
Como pais, temos que aprender a punir, mas em muitos casos o mais eficaz pode ser retirar a atenção ou ser lacônico com os filhos. Muitos comportamentos desaparecem se nada emanar deles. Por exemplo, se uma criança se torna caprichosa, podemos tentar desviar a atenção para extinguir seu comportamento.
Diretrizes para aplicação de punição
A punição que vamos aplicar, no entanto, não pode ser aplicada "no vácuo" e tem que seguir algumas orientações para garantir a sua eficácia, tanto imediata como a longo prazo.
Embora polêmica, a punição bem aplicada pode ser benéfica para a criança, principalmente se quisermos ensiná-la que suas ações têm repercussões nem sempre agradáveis e se quisermos incutir nelas um certo controle da frustração e tolerância a ela.
- Nunca deve ser humilhante, desproporcional ou agressivo e deve sempre ter objetivos educacionais que sirvam a longo prazo como um aprendizado para a vida da criança.
- Vamos ver quais são as indicações gerais para aproveitar a técnica de punição:
- As punições não podem ser excessivas e devem ser proporcionais ao comportamento (nunca sem ultrapassar os limites). Ou seja, eles terão uma intensidade moderada (nem muito forte nem muito leve)
- As punições devem ser proporcionais à idade da criança e à gravidade do ato que iremos punir.
- Eles devem ser contingentes ao comportamento que queremos eliminar e contíguos no tempo; ou seja, temos que punir a criança logo após ela realizar o comportamento e de forma lógica.
- É mais eficaz se basearmos as punições em atividades que sejam de seu interesse (jogar console, por exemplo) em vez de em coisas materiais (brinquedos).
- Eles têm que ser compreensíveis para as crianças para que reflitam sobre o seu comportamento e não o repitam novamente. O objetivo deve ser sempre refletir e promover a aprendizagem.
- As punições sempre devem ser aplicadas. Ou seja, se dizemos que vamos punir a criança, não podemos nos comprometer com isso.
- Uma punição não pode dar lugar a uma recompensa. Por exemplo, se mandamos a criança para seu quarto porque ela fez algo errado, mas lá ela tem um computador ou brinquedos, terá sido inútil isolá-la.
Conclusões
É necessário lembrar que a maneira mais eficaz de manter um comportamento trans situacional e temporário é por meio do reforço positivo. Um simples elogio, quando temos orgulho de nossos filhos, pode ser muito benéfico para eles, especialmente em fases cruciais como a infância e o início da adolescência.
Reforçar o comportamento positivo é perfeitamente compatível com a extinção ou eliminação daquilo de que não gostamos. Por exemplo, se a criança choramingar por um tempo e depois começar a brincar baixinho com seus bichinhos de pelúcia, podemos tentar ignorar o choro e brincar com ela quando o choro parar.
Obviamente, a eficácia de uma punição é governada por diferenças individuais; ou seja, uma determinada punição será mais eficaz para cada criança.