- Taxonomia
- Morfologia
- Características gerais
- É Gram Positivo
- Endosporos de forma
- É estritamente anaeróbico
- Condições de cultivo
- Produz uma exotoxina
- É patogênico
- Habitat
- Metabolismo
- É indol positivo
- É catalase negativa
- Hidrolisa gelatina
- Patogenia
- Fatores de risco
- Sintomas
- Diagnóstico
- Tratamento
- Referências
Clostridium tetani é uma bactéria gram-positiva bem conhecida por ser o agente causador da doença tetânica. O primeiro a isolar a bactéria em cultura foi o médico e bacteriologista japonês Kitasato Shibasaburo.
Mais tarde, ficou estabelecido que essa bactéria exercia seu efeito por meio de uma neurotoxina extremamente poderosa que ataca diretamente os terminais nervosos dos neurônios.
Clostridium tetani visto ao microscópio. Fonte: Por Provedores de Conteúdo: CDC, via Wikimedia Commons
Posteriormente, foi desenvolvido o toxóide tetânico, que é utilizado como vacina, pois confere ao indivíduo inoculado imunidade ativa contra a bactéria.
Clostridium tetani é uma bactéria que vive principalmente no solo e em locais com pouca higiene, por isso é de vital importância tomar os devidos cuidados para não correr o risco de a bactéria entrar na corrente sanguínea.
O tétano é uma doença conhecida desde os tempos antigos. Acredita-se mesmo que foi o médico Hipócrates quem descreveu os primeiros sintomas dessa patologia. Ao longo da história, foi evidenciado um grande número de casos dessa doença, com seu sintoma característico: espasmos e rigidez muscular.
Atualmente, a vacina antitetânica faz parte do calendário vacinal de todos os bebês. Com isso, o que se busca é reduzir a prevalência e a incidência do tétano. Felizmente, aos poucos a doença foi sendo controlada e sua freqüência não é tão alta como há cerca de 30 anos.
Taxonomia
A classificação taxonômica de Clostridium tetani é a seguinte:
Domínio: Bactérias
Divisão: Firmicutes
Classe: Clostridia
Ordem: Clostridiales
Família: Clostridiaceae
Gênero: Clostridium
Espécie: Clostridium tetani
Morfologia
Clostridium tetani é uma bactéria fina em forma de bastonete medindo 0,3-2 mícrons de largura por 1,5-2 mícrons de comprimento. Durante seu processo de maturação, eles produzem um esporo localizado terminalmente, maior que o bacilo, o que lhe dá sua característica aparência de “baqueta”.
É circundado por uma parede celular que contém uma espessa camada composta de peptidoglicano, bem como uma membrana interna. Na superfície celular apresentam flagelos perítricos, que contribuem para a mobilidade, embora algumas cepas sejam imóveis.
Nas culturas, são vistas pequenas colônias, com um fraco halo de hemólise ao seu redor. Eles são de cor acinzentada, translúcidos e possuem bordas irregulares.
Características gerais
É Gram Positivo
Clostridium tetani é uma bactéria que faz parte do grupo das gram positivas. Isso se deve à espessa camada de peptidogeneno, um composto que captura as moléculas do corante e as mantém. Com isso, as células bacterianas adquirem a cor violeta característica desse tipo de bactéria.
Endosporos de forma
Os esporos produzidos por Clostridium tetani crescem na extremidade terminal da bactéria e seu diâmetro excede a largura da bactéria. Esses esporos são altamente resistentes ao calor. Podem permanecer no solo, em estado latente por aproximadamente 40 anos, conservando sua capacidade infecciosa.
É estritamente anaeróbico
Esta bactéria não necessita de oxigênio para nenhum de seus processos metabólicos, pois pode utilizar outros tipos de elementos ou compostos. Este elemento é tóxico para as bactérias. Ele se desenvolve apenas na ausência total desse elemento químico.
Condições de cultivo
Entre os requisitos que esta bactéria tem para se desenvolver e crescer está uma temperatura média de 37 ° C, bem como um nível de pH aproximado entre 7 e 7,5. Além disso, você precisa de uma grande quantidade de aminoácidos e vitaminas.
Produz uma exotoxina
Clostridium tetani produz uma neurotoxina conhecida como tetanospamina. Essa toxina é um peptídeo que atua ao nível das principais células do sistema nervoso, os neurônios, impedindo a liberação de alguns neurotransmissores.
Também produz outra toxina, a tetanolisina. Essa toxina ainda está sendo estudada, pois seu efeito no hospedeiro ainda não foi elucidado. É inibido pelo colesterol sérico e oxigênio.
É patogênico
Essa bactéria é um patógeno reconhecido, responsável por causar o tétano em humanos. É uma doença que causa uma série de espasmos musculares e contrações violentas, além de rigidez.
A bactéria infecta o organismo por meio da entrada de esporos nele. No interior, os esporos germinam e começam a causar estragos no sistema nervoso autônomo.
Habitat
A bactéria, tanto na forma vegetativa quanto na forma de esporos, é encontrada principalmente em áreas quentes e úmidas, bem como no trato gastrointestinal e nas fezes de vários animais, como cavalos, ovelhas e cães. Essa bactéria geralmente é encontrada em locais sujos.
Metabolismo
Clostridium tetani não pode fermentar carboidratos. Pelo contrário, se pode realizar o processo de fermentação de vários aminoácidos, nomeadamente: aspartato, glutamato, histidina e fenilalanina.
É indol positivo
Clostridium tetani sintetiza um grupo de enzimas conhecidas como triptofanases. Essas enzimas atuam no aminoácido triptofano e quebram o grupo indol que faz parte de sua estrutura. É por isso que Clostridium tetani é classificado como indol positivo. Isso serve para diferenciá-lo de outras bactérias.
É catalase negativa
Essa bactéria não sintetiza a enzima catalase, por isso não pode causar a quebra da molécula de peróxido de hidrogênio (H2O2) em água e oxigênio. Esta é uma característica importante que em nível de laboratório serve para identificar e diferenciar bactérias.
Hidrolisa gelatina
A bactéria é capaz de sintetizar enzimas conhecidas como gelatinases. Este grupo de enzimas faz com que a gelatina se liquefaça. Quando esta bactéria está em uma cultura, um halo transparente é visto ao redor dela. Este é um sinal inequívoco de que ocorreu a hidrólise da gelatina.
Patogenia
Esta é uma bactéria que possui um reservatório e hospedeiros. No primeiro caso, o ser humano junto com outros mamíferos são seus reservatórios. Enquanto os hospedeiros são: humanos, cavalos, pássaros, felinos, primatas e roedores, entre outros.
Os esporos da bactéria entram no corpo através de uma ferida aberta ou lesão. Dentro do corpo, nas células mortas, atinge o ambiente anaeróbio de que seus esporos precisam para germinar.
Quando os esporos germinam, eles começam a sintetizar e liberar a tetanospamina, que é sua toxina sabidamente responsável pelo desenvolvimento do tétano.
A neurotoxina secretada pelo Clostridium tetani atinge a medula espinhal onde exerce sua ação. Aqui, a toxina intervém no espaço sináptico dos neurônios, impedindo a liberação de neurotransmissores. Isso faz com que os músculos tenham espasmos muito dolorosos e intensos.
Fatores de risco
Fatores de risco são aquelas características, costumes ou situações que aumentam as chances de sofrer de alguma patologia. No caso do clostridium tetani, seus fatores de risco são os seguintes:
- Não possuir o esquema vacinal completo com seus respectivos reforços.
- Alguns ferimentos profundos que não são limpos adequadamente
- Uso de drogas intravenosas
- Úlceras de pé infectadas
- Feridas cirúrgicas
- Infecções dentárias
Sintomas
Entre os sintomas mais característicos e evidentes do tétano, podemos citar:
- Suor excessivo
- Aumento da secreção salivar
- Febre alta
- Dificuldade em engolir (engolir)
- Rigidez e certos espasmos em vários músculos, especialmente os da mandíbula.
- Músculos rígidos do pescoço
- Taquicardia
- Pressão alta
- Rigidez dos músculos abdominais.
- Irritabilidade
- Incapacidade de controlar os esfíncteres anal e uretral
Paciente neonatal com tétano. Fonte: Por crédito da foto: Provedores (es) de conteúdo: CDC, via Wikimedia Commons
Diagnóstico
O diagnóstico dessa patologia praticamente se consolida na observação do quadro clínico pelo médico. Da mesma forma, ele deve se aprofundar na história do paciente: ter recebido os reforços da vacina toxóide e sua idade são elementos importantes a se levar em consideração.
Tentar cultivar a bactéria a partir de amostras retiradas da lesão é praticamente inútil, pois não se obtêm resultados conclusivos. Geralmente, um médico especialista, ao visualizar os sinais e fazer um interrogatório correto, pode chegar ao diagnóstico da patologia sem margem para erros.
Isso é importante, pois quanto mais cedo o tétano for diagnosticado, mais medidas podem ser tomadas e melhor chance de sobrevivência para o paciente.
Tratamento
Não existe um tratamento específico para o tétano propriamente dito. No entanto, há uma série de cuidados e recomendações que devem ser seguidas quando há suspeita de uma possível infecção. Entre eles estão:
- Cuidados com a ferida: a ferida deve ser lavada completa e sistematicamente, com água limpa em abundância e os restos de tecido morto retirados, fazendo com que o sangue chegue ao local, fornecendo oxigênio. Desta forma, evita-se o ambiente favorável para a proliferação da bactéria.
- Fornecimento de medicamentos: entre os medicamentos que o médico pode selecionar para administrar ao paciente, podemos citar: antibióticos, antitoxina tetânica, a vacina e alguns sedativos. Claro, isso vai depender dos critérios do médico e das características de cada caso particular.
- Reclusão em Unidade de Terapia Intensiva: devido aos efeitos letais dessa patologia no organismo, o paciente pode necessitar internação em terapia intensiva. Isso é feito para lidar com consequências potencialmente fatais, como envolvimento dos músculos respiratórios.
Referências
- Baixo conteúdo de GC e bactérias Gram-positivas. Obtido em: micro. Cornell.edu
- Clostridium tetani. Obtido em: microbewiki
- Clostridium tetani. Instituto Nacional de Segurança e Higiene no Trabalho. Obtido em: insht.es
- Montecucco, C. e Schiavo, G. (1994) Mechanism of action of tetanus and botulinum neurotoxins. Molecular Microbiology. 13. 1-8
- Ríos, M., García, Al., Alves, E., Brea, R. e Núñez, J. (2016). Infecção por Clostridium tetani: suspeita para diagnóstico. Galicia Clínica. 77 (4). 175-176
- Smietanska, K., Chudziak, R. e Rastawicki, W. (2013). [Características de Clostridium tetani e diagnóstico laboratorial de tétano. Med Dows Mikrobiol. 65 (4). 285-295
- Tétano. Obtido em: mayoclinic.org