- Causas da poluição do ar
- - Processos industriais
- Emissão de gases
- Tintas e lacas
- A industria textil
- - Tráfego automotivo
- Diesel
- - Queima de combustíveis fósseis
- Petróleo
- Carvão
- - Combustão doméstica
- - Incendios florestais
- - Agricultura e Pecuária
- Uso de biocidas
- A cana de açúcar
- - Aterros
- - Síndrome do edifício doente
- - Fumaça de cigarro
- Consequências
- - Doenças
- Doenças de agentes inertes
- Alergias
- Doenças patogênicas
- - Ambiente de trabalho e diminuição da produtividade
- - Qualidade de vida, produtividade social e perdas econômicas
- Tipos
- - Contaminação química
- Monóxido e dióxido de carbono (CO e CO2)
- Óxidos de nitrogênio (NOx)
- Dióxido de enxofre (SO2)
- Ozônio ao nível do solo (O3) ou ozônio ao nível do solo
- Compostos orgânicos voláteis (VOCs)
- Dioxinas e furanos
- - Contaminação física
- Material particulado (PM)
- Classificação
- Metais pesados
- Edição de efeitos
- - Contaminação biológica
- Patógenos transportados pelo ar
- Grãos de pólen
- Soluções
- - Conscientização e informação
- Informação oportuna
- - Legislação
- Acordo internacional
- - Monitoramento e controle
- Sistema de controle
- - Aplicações tecnológicas
- Gestão de resíduos
- Eficiência do processo industrial
- Uso de fontes de energia limpa
- Transporte
- - Cobertura vegetal como filtros ambientais
- Telhados verdes
- Poluição do ar no México, Peru, Colômbia e Venezuela
- - México
- Sistema de vigilância
- Cidade do México
- - Peru
- Sistema de vigilância
- Partículas de material
- Mineração
- Poluição automotiva
- - colombia
- Sistema de vigilância
- Partículas de material
- Gases contaminantes
- - Venezuela
- Sistema de vigilância
- Veículos motorizados
- Indústria de petróleo
- Poluição urbana
- Referências bibliográficas
A poluição do ar ocorre quando a composição é alterada, seja incorporando novos elementos ou aumentando as proporções dos existentes. Por definição, qualquer elemento presente no ar que afete a saúde humana é um poluente.
A maioria dos seres vivos que existem hoje está adaptada à atual composição do ar e depende dele para viver. Os seres humanos são particularmente suscetíveis a mudanças na composição do ar que respiram.
Poluição do ar no leste da China. Fonte: Ver página do autor
Os principais componentes do ar são oxigênio (21%) e nitrogênio (78%), além de argônio, dióxido de carbono e vapor d'água. Ao emitir CO2 adicional, aumenta a proporção deste no ar, que é tóxico para os humanos.
Da mesma forma, se forem adicionadas partículas sólidas suspensas no ar, elas penetram no trato respiratório, afetando a saúde. Além disso, o ar pode ser poluído por patógenos biológicos e muitas doenças virais, bacterianas e fúngicas são transmitidas por ele.
Com a poluição, a qualidade do ar diminui e a respiração dos seres vivos é afetada, que podem sofrer diferentes condições respiratórias, desde leves até fatais. Eles também podem causar ou agravar problemas cardíacos e até derrames.
Causas da poluição do ar
A poluição do ar pode ocorrer por causas naturais ou por ação humana (causas antrópicas). As causas naturais incluem emissões de gases e partículas de erupções vulcânicas, gases de pântano e acúmulos de gases em minas ou cavernas.
Além disso, os incêndios florestais de origem natural emitem partículas poluentes. A poluição do ar por vírus, bactérias, esporos de fungos e grãos de pólen pode ser natural ou afetada por atividades humanas.
Em relação às causas antrópicas, destacam-se as emissões de gases do trânsito de veículos automotores e da atividade industrial. Da mesma forma, a queima de combustíveis fósseis para aquecimento e fogos de origem antrópica (florestas e resíduos).
Embora existam causas naturais e antrópicas, vamos nos concentrar nas de origem antrópica. Isso ocorre porque eles estão causando um impacto recorrente na qualidade do ar.
- Processos industriais
Os diversos processos industriais emitem diferentes gases e partículas para a atmosfera.
Emissão de gases
Por exemplo, a indústria de papel emite dioxinas como resultado de processos de branqueamento de papel à base de cloro. A indústria petroquímica contribui com CO2, óxidos de nitrogênio e óxidos de enxofre, entre outros compostos.
Poluição do ar por emissões industriais. Fonte: National Park Service
As empresas que mais contribuem para as emissões de CO2, SO2 e mercúrio são as empresas de energia, devido ao uso do carvão.
Tintas e lacas
A pintura e o lacado de superfícies, tanto na construção civil, na indústria automotiva e em outras áreas, geram partículas em suspensão. Essas partículas de tintas, vernizes e lacas são, na maioria dos casos, tóxicas.
A industria textil
É considerada a segunda indústria mais poluente depois da petrolífera. A manufatura têxtil emite névoas de óleo e ácido, poeira, fibras, vapores e odores de solventes.
Esses contaminantes são produzidos principalmente durante o processo de acabamento da roupa.
- Tráfego automotivo
Grandes concentrações de veículos nas cidades contribuem com vários poluentes para o ar, tanto gases quanto partículas materiais. O tráfego automotivo é uma das maiores fontes de CO2, mas também espalha partículas de carbono.
Diesel
Os veículos que usam óleo diesel poluem em média quatro vezes mais do que os que usam gasolina. Esse tipo de veículo emite centenas de substâncias gasosas e sólidas no ar.
Poluição do ar por veículos motorizados. Fonte: Ruben de Rijcke
Isso inclui CO2, monóxido de carbono, dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio. Da mesma forma, eles emitem compostos orgânicos voláteis, como benzeno e partículas elementares de carbono, sulfatos de enxofre, metais pesados e várias partículas orgânicas são liberadas.
- Queima de combustíveis fósseis
Petróleo
O refino de petróleo para a produção de gasolina, diesel, lubrificantes, plásticos e outros derivados libera grande quantidade de gases e partículas poluentes. Entre os gases liberados estão monóxido, dióxido de carbono, óxidos de nitrogênio e dióxido de enxofre.
Além disso, vários tipos de partículas de materiais são gerados, especialmente metais pesados.
Carvão
Em muitos países, o carvão é o combustível mais usado para aquecimento, o que significa que 46,5 toneladas de CO2 equivalente foram emitidas até 2017. Por outro lado, a queima do carvão é a principal fonte de SO2 e mercúrio liberado na atmosfera.
- Combustão doméstica
Estima-se que a combustão doméstica seja responsável por 12% da poluição global por partículas finas ambientais (PM2,5). Fogões a lenha ou a carvão geram fumaça que, segundo a Organização Mundial da Saúde, é responsável por 33% das doenças respiratórias.
- Incendios florestais
Os incêndios florestais liberam milhões de toneladas de gases de efeito estufa e chuva ácida na atmosfera anualmente. Por outro lado, incorporam ao meio ambiente partículas materiais de diferentes diâmetros que poluem o ar, afetando a saúde.
- Agricultura e Pecuária
Uso de biocidas
Durante a aplicação de biocidas, principalmente através do sistema de pulverização aérea, grandes quantidades do produto são transportadas pelas correntes de ar. Dependendo do produto em questão, os efeitos podem variar desde irritações na pele até graves problemas respiratórios.
A cana de açúcar
O manejo dessa cultura envolve queima controlada antes da colheita. Essa prática agrícola transforma a cultura em fonte de CO2 e de partículas finas para a atmosfera.
- Aterros
Os depósitos de lixo, especialmente os a céu aberto, são uma fonte de poluição do ar. Isso ocorre tanto pela queima dos resíduos quanto pela decomposição dos resíduos.
A queima também afeta outro parâmetro de poluição do ar chamado “odores desagradáveis”. Os maus odores gerados pelo lixo também afetam a qualidade de vida das cidades vizinhas.
- Síndrome do edifício doente
Muitos edifícios antigos ou mal conservados geram diversos poluentes que afetam a saúde de quem lá vive ou trabalha. Esses poluentes incluem cal, tinta e partículas de cimento das paredes e a presença de moldes em sistemas de ar condicionado.
- Fumaça de cigarro
A fumaça emitida pela queima do tabaco em cigarros e charutos libera inúmeras substâncias para o meio ambiente, muitas delas apontadas como cancerígenas. A exposição passiva a esses poluentes pode causar pneumonia em crianças e 9,3% dos casos de infecções respiratórias estão relacionados a essa causa.
Consequências
Entre as 10 principais causas de mortes relacionadas ao meio ambiente, as doenças respiratórias crônicas estão em quinto lugar. Por sua vez, as infecções respiratórias são a sétima causa de morte.
De acordo com a ONU, a poluição do ar é uma assassina silenciosa que afeta 90% da população mundial. Estima-se que cause a morte de cerca de 7 milhões de pessoas por ano, sendo os mais vulneráveis idosos e crianças.
- Doenças
Em 2016, mais de 90% da população mundial vivia em locais onde o ar não é seguro para respirar, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Doenças de agentes inertes
Entre as doenças geradas estão obstruções crônicas, câncer de pulmão, doenças isquêmicas do coração e acidentes vasculares cerebrais.
Alergias
Os chamados aeroalérgenos são partículas materiais suspensas no ar que produzem reações alérgicas do sistema imunológico. Esses alérgenos incluem poeira, grãos de pólen, ácaros e pelos de animais de estimação.
Altas concentrações de grãos de pólen no ar causam reações alérgicas em pessoas suscetíveis (polinose). Os sintomas incluem conjuntivite, rinite, obstrução nasal, espirros e hidrorreia (fluido nasal).
Em alguns lugares, a chamada febre do feno ou febre da primavera relacionada a esse fenômeno são recorrentes.
Doenças patogênicas
Diversas doenças causadas por vírus, bactérias e fungos são transmitidas pelo ar, principalmente em ambientes fechados e mal ventilados. Um caso é a pneumonia nosocomial, causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae, que ocorre em hospitais, sendo uma importante causa de mortalidade.
A legionelose, causada pela bactéria Legionella pneumophila, é transmitida por vapor d'água em aparelhos de ar condicionado. Dependendo de como é expressa, essa doença pode variar de uma tosse leve a uma pneumonia grave e até fatal.
Gripes comuns são doenças virais que também são transmitidas pelo ar. Por outro lado, Coccidioides immitis é um fungo patogênico cujos esporos do solo são espalhados na poeira e carregados pelo vento.
Da mesma forma, o fungo Aspergillus fumigatus causa doenças em pacientes imunossuprimidos e aspergilose em abelhas.
- Ambiente de trabalho e diminuição da produtividade
Um ambiente de trabalho sem qualidade do ar causa problemas aos trabalhadores, com a consequente perda de produtividade. Em áreas como manufatura têxtil, carpintaria, metalurgia e outras, os riscos relacionados às partículas no ar são altos.
- Qualidade de vida, produtividade social e perdas econômicas
Todo o exposto leva à diminuição da qualidade de vida da população. Por outro lado, as doenças respiratórias associadas causam absenteísmo escolar e do trabalho, além de grandes perdas econômicas diretas e indiretas.
Tipos
Existem três formas básicas de poluição do ar: química, física e biológica. No primeiro caso, pela emissão de gases poluentes ou substâncias tóxicas (biocidas e outros produtos químicos). Um dos principais gases poluentes é o CO2, assim como o O3 (ozônio troposférico), NOx, SO2 e outros.
Em termos físicos, é a incorporação ao ar de partículas materiais, seja por combustão de materiais ou processos industriais. Por exemplo, a queima de combustível por veículos automotores ou carvão em usinas termelétricas dispersa partículas no ar.
Por outro lado, em determinados ambientes de trabalho, o acúmulo de partículas em suspensão polui o ar. Por exemplo, as indústrias têxtil, metalúrgica e madeireira são potencialmente arriscadas nesse aspecto.
Quanto à contaminação biológica, doenças virais, como a gripe comum, ou doenças bacterianas, como a tuberculose, são transmitidas pelo ar. Da mesma forma, o ar pode carregar esporos de fungos patogênicos que causam doenças pulmonares graves.
- Contaminação química
Monóxido e dióxido de carbono (CO e CO2)
O monóxido de carbono (CO) tem sua principal fonte na combustão incompleta dos motores dos veículos. É um gás muito perigoso porque, quando inalado em altas concentrações, substitui o oxigênio no sangue e pode causar a morte.
A Organização Meteorológica Mundial apontou que a concentração média global de CO2 passou de 403,3 ppm em 2016 para 405,5 ppm em 2017. Este último nível representa 146% a mais do que existia na era pré-industrial (antes de 1750).
Óxidos de nitrogênio (NOx)
Esses gases são corrosivos e agem como catalisadores formando névoas ao reagir com hidrocarbonetos na presença de radiação solar. Quando entram em contato com a umidade da atmosfera, formam ácido nítrico que precipita com a chuva, formando chuva ácida.
Em 2017, sua concentração atmosférica era de 329,9 ppm, o que corresponde a 122% do nível da era pré-industrial.
Dióxido de enxofre (SO2)
É um gás denso, mais pesado que o ar, proveniente da queima de combustíveis fósseis. É proveniente principalmente de veículos automotores, refinarias de petróleo e termelétricas (carvão).
Este gás gera partículas constituintes de PM10 (partículas de 10 µm ou menos) e PM2,5 (de 2,5 µm ou menos). Quando as pessoas são expostas ao contato prolongado com esse gás, ele causa irritação nos olhos, problemas respiratórios e bronquite.
Ozônio ao nível do solo (O3) ou ozônio ao nível do solo
O ozônio troposférico é formado no nível do solo, ao contrário do ozônio que forma a chamada camada de ozônio. Tem origem em reações fotoquímicas que ocorrem na presença de gases poluentes (NOx e hidrocarbonetos orgânicos voláteis) e oxigênio.
Esses gases são provenientes principalmente do tráfego automotivo, mas também da atividade industrial. O ozônio é um gás muito oxidante, por isso tem efeitos prejudiciais nos tecidos vivos, causando doenças graves.
Compostos orgânicos voláteis (VOCs)
Os Compostos Orgânicos Voláteis são substâncias químicas que contêm carbono e que, ao reagir com os óxidos de nitrogênio, formam O3. Alguns exemplos de VOCs são benzeno, formaldeído e solventes, como tolueno e xileno, entre outros.
Um dos mais comuns é o benzeno, cujas principais fontes são a fumaça do tabaco, escapamentos automotivos e emissões industriais.
Esses compostos, se penetrarem no sistema circulatório, podem afetar seriamente vários órgãos e até promover o câncer. É o caso do benzeno, que pode causar danos à medula óssea e levar à anemia.
Na verdade, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos lista os VOCs como cancerígenos para humanos.
Dioxinas e furanos
Em processos de combustão envolvendo compostos à base de cloro, são gerados dioxinas e furanos. Podem ser formados tanto em processos industriais, como a fabricação de plásticos ou papel, quanto na queima de resíduos, principalmente plásticos.
Alguns fenômenos naturais, como incêndios florestais e erupções vulcânicas, também podem gerar esses compostos. Dioxinas e furanos são altamente tóxicos e foram identificados como cancerígenos.
- Contaminação física
Um dos riscos mais graves para a saúde associados à poluição do ar é a presença de partículas em suspensão. Os mais perigosos são aqueles menores que 10 μm (0,01 mm) de diâmetro.
Essas partículas podem penetrar profundamente nos alvéolos pulmonares e geralmente consistem em hidrocarbonetos e metais tóxicos.
Material particulado (PM)
Essas partículas materiais são emitidas para o meio ambiente tanto por processos de combustão, quanto por aplicações de aerossóis e diversos processos industriais erosivos. Motores de combustão (especialmente diesel) e queima de combustível sólido (especialmente carvão) são duas das fontes mais importantes de material particulado.
Poluição do ar por incêndios florestais. Fonte: Nerval
Outra fonte dessas partículas é a fumaça da queima de combustíveis domésticos para aquecimento ou cozimento, incineração de resíduos sólidos e mineração. Nas fundições e na indústria têxtil, os resíduos são gerados na forma de partículas em suspensão, afetando o ambiente de trabalho.
Por outro lado, fenômenos naturais como erupções vulcânicas e tempestades de areia saturam o ar com poluentes físicos.
Classificação
Para a avaliação da qualidade do ar, organizações internacionais como a Organização Mundial da Saúde definem categorias de partículas. A classificação é dada de acordo com o tamanho em uma faixa entre 0,1 e 10 μm (0,0001 e 0,1 mm).
Partículas PM10 são aquelas cujo diâmetro é igual ou inferior a 10 μm (0,01 mm) de diâmetro. As chamadas "partículas finas" são PM2,5, ou seja, aquelas com diâmetro de 2,5 µm ou menor.
Por outro lado, "partículas ultrafinas" ou PM0.1 são aquelas com diâmetros de 0,1 µm ou menos. Quanto menores as partículas, maior a capacidade de penetrar profundamente no corpo e até mesmo entrar na corrente sanguínea.
A categoria de PST (Partículas Suspensas Totais) também é considerada, incluindo o conjunto de partículas do material independente de suas dimensões.
Metais pesados
Dependendo da fonte, o material particulado em suspensão pode conter diferentes metais pesados, que são altamente tóxicos. Entre eles titânio (Ti), vanádio (V), cromo (Cr), níquel (Ni) e chumbo (Pb).
Edição de efeitos
Em geral, causam problemas respiratórios e processos inflamatórios, podendo chegar a causar doenças como coagulação intravascular, anemia e até leucemia.
- Contaminação biológica
Patógenos transportados pelo ar
Existem vários organismos patogênicos cujo modo de transmissão é por via aérea, como vírus, bactérias e fungos. Os vírus mais comuns nesse aspecto são os vírus da gripe, que até têm ciclos regulares dependendo das estações do ano.
Bactérias como o bacilo da tuberculose também são transmitidas pelo ar e estão associadas a uma alimentação inadequada. Este último devido à presença de um sistema imunológico deprimido.
Por sua vez, os fungos são dispersos por esporos que são facilmente transportados pelo ar. Ao entrar no sistema respiratório, esses esporos germinam e causam complicações respiratórias graves.
Grãos de pólen
Os ciclos de certas espécies de plantas, principalmente os de polinização anemofílica (pelo vento) geram grandes massas de pólen em suspensão. Nisso, as gramíneas são especialmente eficientes, devido à grande quantidade de pólen que produzem e às suas grandes populações.
Os grãos de pólen são alergênicos para muitas pessoas, ou seja, quando entram em contato com as mucosas, desencadeiam processos imunológicos. Isso pode causar febre, congestão nasal e outras reações, dependendo da suscetibilidade.
Soluções
Para controlar a poluição do ar é necessário tomar medidas para reduzir a emissão de gases e partículas poluentes. Isso implica medidas legais e tecnológicas, como o estabelecimento de disposições legais nacionais e internacionais para a redução de emissões.
Um sistema de monitoramento também é importante para avaliar a qualidade do ar e detectar alterações importantes no tempo. Os principais poluentes atmosféricos monitorados de forma permanente são partículas menores que 10, bem como CO2, O3 e pólen no ar.
É preciso também reduzir a dependência de combustíveis fósseis e aumentar o uso de energia limpa (hidrelétrica, solar, eólica, geotérmica).
Algumas cidades latino-americanas têm sérios problemas de poluição do ar, por exemplo, Cidade do México e Lima (Peru). Já na Colômbia, cidades como Bogotá e Cúcuta apresentam níveis preocupantes de partículas de material em suspensão.
Na Venezuela, o principal problema de poluição do ar são as partículas de materiais em suspensão, especialmente PM10.
- Conscientização e informação
É fundamental sensibilizar a população para as causas, consequências e medidas preventivas contra a poluição atmosférica. Isso permite tomar os devidos cuidados pessoais, bem como constituir a pressão social necessária para conseguir a atenção governamental para o problema.
Na maioria dos casos, as pessoas não associam os problemas de saúde à qualidade do ar que respiram.
Informação oportuna
Um cidadão consciente também exige informações oportunas sobre a qualidade do ar. Isso garante uma rede de monitoramento e acompanhamento que fornece informações públicas constantes.
- Legislação
É essencial estabelecer um sistema jurídico que contemple a aplicação de padrões e normas internacionais para evitar a poluição do ar. Da mesma forma, tudo relacionado ao ambiente de trabalho, onde em alguns casos os riscos são maiores.
Acordo internacional
Os processos atmosféricos podem dispersar poluentes além das fronteiras nacionais. Nesse sentido, é fundamental que o problema da poluição do ar seja abordado como uma questão global e não exclusivamente nacional.
Embora acordos internacionais tenham sido estabelecidos para controlar certos tipos de emissões, isso ainda é incipiente e ineficaz. É o caso do Acordo de Kyoto sobre gases de efeito estufa, que não tem cumprido as metas estabelecidas.
- Monitoramento e controle
Acompanhando a legislação, é necessário um sistema de monitoramento do cumprimento. Da mesma forma, um controle permanente para a detecção de infrações ou acidentes e a correspondente mitigação de danos.
Sistema de controle
Dada a gravidade do problema, os países estabelecem sistemas de vigilância da qualidade do ar. Isso envolve uma rede de estações que coletam amostras e avaliam os parâmetros relevantes.
Isso inclui os gases presentes e sua concentração (especialmente CO2 e O3), bem como partículas (incluindo pólen).
Além disso, é necessário correlacionar as variáveis meteorológicas, visto que elas têm influência decisiva no comportamento dos poluentes no ar. Entre essas variáveis estão a precipitação, radiação solar, velocidade e direção do vento.
- Aplicações tecnológicas
Gestão de resíduos
A melhor forma de reduzir a poluição do ar é reduzindo a geração de resíduos. Nesse sentido, a abordagem dos três Rs (reduzir, reutilizar e reciclar) contribui para uma menor produção de resíduos.
Por outro lado, nos casos em que seja necessário recorrer à queima de resíduos, devem ser tomadas as medidas adequadas. Para isso, a tecnologia fornece cada vez mais aos sistemas de incineração filtros de gases e partículas mais eficientes.
Eficiência do processo industrial
Hoje, a reengenharia de processos e os avanços tecnológicos permitem maior eficiência nos processos de produção para reduzir contaminantes.
As melhorias tecnológicas para fins ambientais nem sempre são lucrativas para as empresas, por isso incentivos fiscais devem ser estabelecidos.
Uso de fontes de energia limpa
Uma das principais fontes de poluição do ar são os gases e partículas materiais emitidos pela queima de combustíveis fósseis. Portanto, é essencial substituir essas fontes de energia por energias renováveis e limpas, como hidrelétrica, solar, geotérmica e eólica.
Transporte
Nas grandes cidades, uma das fontes mais impactantes de poluição do ar são os veículos motorizados. Nesse sentido, o nível tecnológico da frota de veículos é fundamental para a redução das emissões de gases poluentes.
Uma alternativa que vem avançando é a substituição dos veículos a gasolina e diesel por veículos elétricos. Em algumas cidades, essa iniciativa é mais avançada, como Madrid e Santiago do Chile ou na Alemanha onde já existe uma rodovia elétrica para caminhões.
- Cobertura vegetal como filtros ambientais
As plantas são filtros naturais do ar, pois absorvem CO2 do meio ambiente, fixam carbono em seus tecidos e liberam oxigênio no ar. Por isso, a manutenção das florestas e até a expansão da cobertura vegetal contribuem para reduzir a poluição do ar.
Telhados verdes
Nas cidades, além dos parques arborizados, uma alternativa são os telhados verdes que ajudam a regular o clima local, fornecendo oxigênio e purificando o ar.
Poluição do ar no México, Peru, Colômbia e Venezuela
- México
Em 2018, o México ocupava a 33ª posição na lista do World Air Quality Report (inclui 73 países), sendo o terceiro país da América Latina. Esta lista é baseada nas concentrações de PM2,5 (µg / m³).
Por outro lado, das 15 cidades com maior poluição atmosférica da América Latina, cinco estão no México e aquela com maior poluição é a Cidade do México.
Estima-se que a poluição do ar causa a morte prematura de 40.000 a 50.000 pessoas a cada ano no México.
Sistema de vigilância
Embora existam sistemas de monitoramento em 21 estados do país, apenas 16 reportam dados em pelo menos uma estação. Com exceção da Cidade do México, que possui registros desde 1986, o acesso aos dados nas outras localidades é limitado.
Cidade do México
A Cidade do México em 1992 ganhou a reputação de ser a cidade mais poluída do mundo. A Organização Mundial da Saúde declarou esta cidade como a segunda em concentrações de dióxido de nitrogênio entre 2002 e 2005.
Poluição do ar na Cidade do México. Fonte: Menemix
Porém, devido a algumas medidas tomadas para 2018, aparece como o terceiro da América Latina com pior qualidade do ar (em nível moderado). No entanto, as áreas metropolitanas do Vale do México continuam a ter sérios problemas de poluição devido ao dióxido de nitrogênio e ozônio.
- Peru
Sistema de vigilância
A região metropolitana de Lima possui 10 estações de amostragem automatizadas para monitoramento e controle da qualidade do ar.
Partículas de material
Em 2018, o Relatório Mundial da Qualidade do Ar indicou que o Peru era o país com maior poluição do ar na América Latina em PM2.5 e número 14 em todo o mundo. Em Lima, em 2001-2011, foi detectada uma média de aproximadamente 50 ug / m3 de PM2,5 quando o nível recomendado pela OMS é de 10 ug / m3.
Em 2019, Lima apresenta níveis de PM10 acima de 80 e 100 ug / m3 em algumas estações de monitoramento. Esses níveis são considerados excessivamente altos pelos padrões da Organização Mundial da Saúde.
Mineração
No Peru, a mineração libera várias substâncias tóxicas no ar, especialmente metais pesados. Isso inclui arsênio atmosférico, chumbo, cádmio, cobre, zinco e dióxido de enxofre.
Amostras foram realizadas na cidade de La Oroya que confirmaram a contaminação por chumbo em toda a sua população.
Outros estudos em várias comunidades na cidade mineira de Cerro de Pasco mostraram envenenamento por metais pesados. 53% das crianças e aproximadamente 9% das mulheres tinham níveis de chumbo no sangue acima de 10 ug / dL.
Poluição automotiva
Lima é considerada uma das capitais da América Latina com maior poluição automotiva. Nesta cidade, as medições fornecem níveis acima dos permitidos pela OMS para dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e partículas em suspensão.
A principal causa parece ser o tráfego de automóveis combinado com as condições climáticas da região. Em 2018, o World Air Quality Report coloca Lima como a segunda capital com a pior qualidade do ar da América Latina (nível moderado).
- colombia
Sistema de vigilância
Este país possui um Sistema de Vigilância da Qualidade do Ar que inclui 170 estações de monitoramento. Os poluentes mais relevantes para as autoridades deste país são PM10, SO2, NO4, O ·, PST e PM2.5, por ordem de atenção.
Partículas de material
A principal causa da poluição do ar neste país é a queima de combustíveis fósseis. A Colômbia está classificada em 50º no Relatório Mundial de Qualidade do Ar de 2018, sendo a quinta na América Latina com as maiores concentrações de PM2,5.
Um dos poluentes mais preocupantes são os PM10, pelas suas elevadas concentrações e comprovado efeito na saúde da população sensível. Em cidades como Bogotá e Cúcuta, as concentrações de PM10 ultrapassaram o limite permitido nas avaliações realizadas de 2007 a 2010.
Gases contaminantes
Os níveis de óxidos de nitrogênio e enxofre permanecem dentro dos limites permitidos e o ozônio no nível do solo excede os níveis críticos em áreas urbanas. O ozônio troposférico é o segundo poluente mais preocupante da Colômbia.
- Venezuela
Sistema de vigilância
Os principais indicadores de poluição do ar considerados são as concentrações de PTS, PM10 e chumbo (Pb). O monitoramento é realizado em 22 estações nas cidades de Caracas, Maracay, Valência, Barquisimeto, San Cristóbal, Maracaibo e no eixo Barcelona-Puerto La Cruz.
Além disso, a Corporação Venezuelana de Guayana possui 10 estações na cidade de Puerto Ordaz, um centro da indústria minero-metalúrgica. Além da petroleira estatal PDVSA, possui 11 estações localizadas em suas refinarias e complexos criogênicos.
Veículos motorizados
Especialistas alertam para o aumento da poluição do ar nos principais centros urbanos. Isso se deve principalmente às emissões de automóveis e empresas cujos sistemas de monitoramento e controle parecem ter enfraquecido.
Indústria de petróleo
Na indústria de petróleo e petroquímica, os planos de manutenção preventiva ou corretiva não funcionam, o que acarreta sérios problemas de poluição. Um exemplo disso são as emissões de poluentes atmosféricos nos complexos petroquímicos El Tablazo e Jose.
Poluição urbana
A concentração de partículas suspensas totais (PTS) para 2008 foi uma média urbana nacional de 35 µg / m3. O padrão nacional estabelece o limite máximo de PTS em 75 µg / m3, portanto, esses valores estão dentro dos parâmetros aceitáveis.
Já o PM10 em 2009 ficou em 37 µg / m3, apresentando um aumento em relação a 2010 onde ultrapassou 50 µg / m3. Esses valores estão bem acima do limite máximo permitido de 20 µg / m3 estabelecido pela Organização Mundial da Saúde.
Referências bibliográficas
- Bustíos, C., Martina, M. e Arroyo, R. (2013). Deterioração da qualidade ambiental e da saúde no Peru hoje. Peruvian Journal of Epidemiology.
- Ouvidoria da República do Peru (s / f). A qualidade do ar em Lima e seu impacto na saúde e na vida de seus habitantes. Relatório da Ouvidoria nº 116. 82 p.
- De la Rosa, MC, Mosso, MA e Ullán, C. (2002). O ar: habitat e meio de transmissão de microrganismos. Observatório Ambiental.
- Elsom, DM (1992). Poluição atmosférica: um problema global. Blackwell, Oxford, Reino Unido. 434 p.
- IDEAM (Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais) (2012). Relatório sobre o estado da qualidade do ar na Colômbia 2007-2010. Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Bogotá DC 311 p.
- IQAir (2018). Região do relatório de qualidade do ar mundial e classificação PM2.5 da cidade.
- INE (2011). República Bolivariana da Venezuela: Indicadores Ambientais 2010. Instituto Nacional de Estatística.
- Molina, MJ e Molina, LT (2004). Megacidades e poluição atmosférica. Journal of the Air & Waste Management Association.
- SENAMHI (2019). Newsletter mensal Vigilância da qualidade do ar. Lima metropolitana.
- Velasco, E. e Retama, A. (2019). Poluição do ar: um problema de saúde pública. Universidade de Potosí.
- VITALIS (2013). Situação Ambiental da Venezuela 2012. Análise de Percepção do Setor. Editores e Compiladores: D. Díaz Martín, Y. Frontado, M. Da Silva, A. Lizarazo, I. Lameda, V. Valera, C. Gómez., E. Monroy, Z. Martinez, J. Apostolic e G. Suárez. Disponível online em: www.vitalis.net.