Os principais recursos naturais do Paraguai são biodiversidade, agricultura e pecuária, mineração, recursos hídricos e pesca. Este país está localizado na parte central da América do Sul, especificamente ao norte da Argentina, sudeste da Bolívia e sudoeste do Brasil. Possui uma superfície de 406.752 km², dos quais 397.302 correspondem a terrenos e 9.450 km² a rios (CIA, 2016)
Seus principais recursos naturais são rios, madeira e minerais como ferro, ouro, magnésio e calcário. Embora seus principais problemas ambientais sejam o desmatamento, perda de áreas úmidas e poluição da água causada por métodos inadequados de disposição de resíduos (CIA, 2016).
Biodiversidade
A biodiversidade do Paraguai é determinada graças à sua grande variedade de ecossistemas. Estima-se que no país existam cerca de 100.000 espécies de invertebrados, 1.336 de vertebrados, 20.000 espécies de plantas, 250 espécies de peixes, 150 espécies de répteis e entre 645 a 685 espécies de aves (CBD, 2015).
Além disso, um total de 85 espécies de anfíbios foram registradas (Núñez, 2012) e 162 espécies de mamíferos, dos quais 14 são marsupiais, 11 espécies de tatus, 49 espécies de morcegos, 5 espécies de primatas, 4 caninos, 8 felinos, 5 espécies de mustelídeos, 3 espécies de javalis, 5 espécies de veados e 50 espécies de roedores. (Yahnke et al. 1998)
No Paraguai existem cinco grandes regiões naturais: o chaco seco, o chaco úmido, o pantanal, o Cerrado e a floresta alta do Paraná (Figura 1).
Florestas de quebracho (Schinopsis balansae) com a presença de espécies de plantas como samu'u (Ceiba insignis) e palo santo (Bulnesia sarmientoi) são comuns na ecorregião do chaco seco. Nesta região encontramos a menor disponibilidade de água do país (Naumann e Coronel, 2008).
No Chaco Húmedo encontramos um sistema de lagoas onde é possível apreciar uma grande variedade de aves aquáticas. As espécies de plantas e fauna estão associadas aos palmeirais de karanday (Copernicia alba). Atualmente, esse bioma está em perigo devido à expansão da atividade agrícola. (Salas, 2015).
A ecorregião Cerrado é encontrada principalmente no Brasil e em uma pequena parte do Paraguai. Inclui a coexistência de savanas, campos e florestas, no mesmo bioma, promovendo um dos maiores índices de diversidade biológica do mundo (Aguiar et al, 2004).
A Mata Atlântica ou Selva do Paraná é considerada uma das 25 regiões de alta biodiversidade do planeta. No entanto, é também um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo, pois conserva apenas 7% de sua extensão original (CBD, 2003).
Somente no período de 1973 a 2000 o Paraguai perdeu quase dois terços de sua Mata Atlântica como resultado de processos de desmatamento. (Huang et al, 2007).
A ecorregião pantaneira do Paraguai compreende uma parte da maior zona úmida do mundo localizada na região central da América do Sul entre o Paraguai, Bolívia e Brasil com cerca de 140.000 km2.
Aqui encontramos uma grande diversidade de peixes, pássaros e plantas aquáticas. (Salas, 2015). O Pantanal tem um efeito regulador natural sobre a descarga do rio Paraguai, um dos principais rios da América do Sul (Quirós et al, 2007).
Figura 1. Ecorregiões do Paraguai (Regiane e Vera, 2016)
Agricultura e pecuária no Paraguai
Segundo Gurmendi (2012), a agricultura no Paraguai é uma das atividades economicamente mais importantes, pois contribui com 14% do PIB.
As áreas agrícolas abrangem 53,8% da área do país e os principais produtos são a mandioca, soja, cana-de-açúcar, trigo, amendoim e algodão (Naumann e Coronel, 2008).
O Paraguai é o centro de origem de 13 espécies cultivadas de importância cultural. Estes incluem: mandioca (Manihot esculenta), batata-doce (Ipomoea batatas), amendoim (A rachis hypogaea) e abacaxi (A nanas comosus) (CBD, 2003).
A criação de gado para produção de carne representa a principal atividade pecuária, com 9,8 milhões de cabeças (Naumann e Coronel, 2008). As raças de gado mais comuns são: Criollo (gado Bos taurus de ascendência espanhola), Criollo cruzado com Hereford e cruzamentos de zebu (Bos indicus) (Payne, et al, 1990).
A população ovina do Paraguai é pequena em comparação com a dos países vizinhos. As ovelhas são normalmente mantidas em pequenos rebanhos, com menos de 200 animais.
A população total de ovinos é de aproximadamente 370.000 e, como a população de gado, está concentrada na Região Leste do país (Maciel et al. 1996).
Mineração
O setor de mineração do Paraguai é um dos que menos contribuem para o PIB, com apenas 0,1%. Os recursos minerais do Paraguai incluem ferro, aço, argila, dolomita, gesso, caulim, calcário, magnésio, mármore, pedras semipreciosas e derivados de petróleo.
Depósitos de bauxita, diamante, ferro, gás natural, nióbio, petróleo, terras raras, titânio e urânio também foram explorados (Gurmendi, 2012).
Recursos hídricos
A principal fonte de água subterrânea é o Aquífero Guaraní, onde 90% da água é potável e em alguns locais tem potencial turístico e energético, uma vez que a água pode emergir a temperaturas entre 33 ° C e 50 ° C (Salas, 2015).
O rio Paraguai divide o país em duas grandes regiões, a ocidental e a oriental (Figura 2). A região oeste no noroeste do país é quente e seca, tornando-se mais árida em direção à fronteira com a Bolívia; enquanto a região leste no leste é quente e úmida.
A precipitação média anual varia de 1700 mm por ano na região Leste a 400 mm por ano na região Oeste (Maciel et al, 1996).
A hidrovia é uma hidrovia dentro dos rios Paraguai e Paraná. Estende-se desde o Porto de Cáceres no Brasil até o Porto de Nueva Palmira no Uruguai, comunicando os territórios dos países do Mercosul e da República da Bolívia.
Essa rota de navegação facilita o desenvolvimento integral da região e serve como meio de transporte de mercadorias como soja e seus derivados, algodão, girassol, trigo, linho, minério de ferro, manganês e outros produtos industriais e agroindustriais (Muñoz, 2012)
No entanto, este projeto implica um impacto substancial na hidrologia e ecologia do Pantanal (Gottgens, 2001).
pescaria
Nos rios do Paraguai, existem mais de 400 espécies de peixes registradas. A exploração da pesca ocorre de forma leve a moderada em comparação com outras explorações subtropicais, e as capturas são principalmente de peixes pequenos.
No entanto, cerca de 15 espécies de peixes grandes são as mais valorizadas pelos pescadores (Quirós, et al, 2007).
Figura 2. Rios do Paraguai (/ ABC color)
Referências
- Aguiar, LDS, Machado, RB e Marinho-Filho, J. (2004). Uma diversidade biológica do Cerrado. Ecologia e Caracterização do Cerrado, 19-42.
- CBD, Convenção sobre Diversidade Bilógica, (2003). Estratégia e Plano de Ação - Paraguai (Parte III, versão em espanhol), pp. 6-20.
- CIA, (2016). O livro de fatos do mundo. 2 de janeiro de 2017, obtido em cia.gov.
- Gurmendi, AC (2012). As Indústrias Minerais do Paraguai e Uruguai. Relatórios de área: International Review: 2010, International, Latin America and Canada, 3.
- Quirós, R., Bechara, JA, & de Resende, EK (2007). Diversidade e ecologia de peixes, habitats e pescarias para o eixo fluvial não represado Paraguai-Paraná-Rio de la Plata (Sul da América do Sul). Aquatic Ecosystem Health & Management, 10 (2), 187-200.
- Regiane Borsato, Victor R. Vera M. (2016). Eorregiões do Paraguai - Definição de Prioridades de Conservação. Iniciativa duradoura para a Terra (LIFE). Versão 1. p. Quatro cinco.
- Salas Dueñas DA (2015), Análise do problema da água no Paraguai. Mem. Inst. Investig. Ciência. Health, Vol. 13 (1): 97-103