- Quem descobriu a cultura caral?
- Quem foi Paul Kosok?
- Como você chega a Caral?
- A foto famosa
- Características principais
- 1- Sociedade
- 2- Religião
- 3- Economia
- 4- Arquitetura
- Pirâmide principal
- Templo anfiteatro
- 5- Têxtil
- 6- Esculturas
- Referências
A cultura Caral se desenvolveu entre os anos 3000 e 1800 AC. C., e estava localizado no vale de Supe. É considerada uma cultura com mais de 5000 anos, sendo a civilização mais antiga da América.
A cidade foi construída em completo isolamento, mas acabou desaparecendo devido a terremotos e inundações. A cultura caral foi descoberta em 1996 pela arqueóloga Ruth Shady.
Por meio de descobertas na área e estudos do dióxido de carbono, Shady demonstrou que a civilização surgiu ao mesmo tempo de culturas do mundo antigo, como as da Índia, China e Egito.
Essas investigações ultrapassaram a cultura Chavín, que por muito tempo foi considerada a matriz das culturas do antigo Peru. A revolta desta cidade levou quase mil anos de trabalho.
Esta civilização foi dividida em quatro etapas, na primeira etapa foram realizadas as construções gerais das praças.
A segunda etapa teve como foco a construção dos prédios administrativos. A terceira foi dedicada à expansão dos povoamentos e a quarta compreendeu o abandono do vale devido aos danos de fenômenos naturais.
Segundo o trabalho da cientista Ruth Shady, essa cultura não apresentava trabalhos em cerâmica; Os antigos colonizadores usavam abóboras como recipientes, os utensílios eram feitos de madeira entalhada e as placas eram feitas de pedras polidas.
Quem descobriu a cultura caral?
A descoberta da cultura Caral está associada a uma equipe de pesquisa formada por cientistas especialistas em história, antropologia e arqueologia, liderados por Jonathan Haas, Ruth Shady Solis e Winifred Creamer.
As escavações mais importantes realizadas em Caral devem-se a eles para desenterrar todo o material arqueológico e sua posterior classificação dos monumentos, edifícios e objetos encontrados lá.
A arqueóloga e antropóloga Ruth Shady Solis continua estudando Caral por meio de um projeto especial que dirige há vários anos. Mas, foram eles que descobriram a cultura Caral?
Ainda hoje as ruínas de Caral continuam a ser estudadas e classificadas devido à grande importância histórica desta cultura, contemporânea às primeiras civilizações mais poderosas da humanidade como as da Índia, China, Suméria e Egito, entre outras.
No entanto, os grandes cientistas que estudam Caral hoje não foram os que descobriram as ruínas dessa cultura.
Já no início do século 20, vários arqueólogos, antropólogos e historiadores exploraram a área do vale de Supe, mas quem realmente estudou Caral com a importância que ela merece pela primeira vez foi Paul Kosok em 1949.
Quem foi Paul Kosok?
Paul Kosok foi um historiador e arqueólogo americano que focou seus estudos especialmente nas linhas de Nazca com sua inseparável colega de trabalho Maria Reiche.
Por mais de dezenove anos, ele pesquisou detalhadamente e explorou o Peru em busca de informações sobre as culturas pré-colombianas e os costumes dos incas. Foi durante essas aventuras arqueológicas que ele alcançou o vale de Supe.
Como você chega a Caral?
De acordo com os registros de suas próprias explorações, Paul Kosok chegou a Caral ou Chupicigarro, como aquela área era chamada até então, junto com Richard Schaedel enquanto investigavam a área.
Na verdade, eles não foram os primeiros a chegar lá, mas Paul em sua obra Life, Land and Water in Ancient Peru (1965) reconhece que as ruínas eram muito antigas, mas infelizmente não conseguiu estabelecer uma data para suas origens.
A foto famosa
O livro de Paul Kosok inclui uma maravilhosa foto aérea do que hoje é chamada de cidade sagrada de Caral.
Este arqueólogo já havia usado fotografias aéreas tiradas pelo exército de seu país como ferramentas de pesquisa.
Características principais
1- Sociedade
Esta sociedade tinha um governo central. Era hierarquicamente organizado e controlado pela religião, que mantinha um sistema sólido.
O povo trabalhou intensamente para o desenvolvimento da civilização. A cultura Caral adquiriu conhecimentos sobre ciências, matemática, geometria, medicina, astronomia e física.
Eles também foram treinados em aspectos relacionados à tecnologia agrícola, construção de prédios arquitetônicos, administração pública, entre outras áreas.
Os líderes políticos eram os padres. Eles eram especializados em medicina, astronomia e eram responsáveis pela administração do estado.
Foi possível instalar diversos fabricantes onde se confeccionavam colares, tecidos e utensílios. A elite governamental usava adornos pessoais; isto era para uso exclusivo.
Esta sociedade não deixou evidências de fabricação de armas, nem testemunhos de ter sido uma organização militar ou de ter se envolvido em guerras. Era uma cultura voltada para o trabalho, a economia e a religião.
2- Religião
Os costumes religiosos da cultura Caral tiveram um grande impacto na integração social e cultural, o que permitiu a união da população.
Os templos e a cidade sagrada de Caral faziam parte do centro cerimonial desta cidade.
Os peregrinos vinham de longe para participar dos rituais do caral, que consistiam em oferendas de queimadas.
As oferendas costumavam ser peixes, moluscos, mechas de cabelo, entre outros elementos, bem como sacrifícios de crianças pelos ancestrais e deuses.
Os líderes políticos eram religiosos e se encarregavam de realizar as cerimônias e ritos. Nessas celebrações religiosas, substâncias alucinógenas eram consumidas e música era feita.
3- Economia
Essa cultura trocou produtos como peixes e crustáceos, o que os posicionou como a primeira civilização a se dedicar à comercialização de proteínas.
Eles desenvolveram técnicas de pesca, confeccionaram anzóis, redes de pesca de fibra de algodão e meios de navegação.
Conseguiram pescar sardinhas, corvinas, robalos, amêijoas, conchas, crustáceos, entre outros. Também foram encontradas vértebras de tubarão branco e baleia azul.
A agricultura também foi uma parte fundamental da economia da cultura caral. Suas ferramentas de trabalho eram apenas paus e chifres para cavar a terra; eles construíram canais de irrigação muito simples para levar a água dos rios para as plantações.
Por sua vez, eles experimentaram a manipulação genética de uma grande variedade de plantas, produzindo sementes melhoradas.
Isso permitiu que produzissem mais amendoim, abóbora, pimenta, lucuma, batata doce, batata, algodão, milho e abacate.
4- Arquitetura
A arquitetura caral é impressionante por seus edifícios monumentais e suas grandes cidades com engenhosas construções de barro, pedra, troncos e materiais vegetais.
Eles usaram uma técnica de shicras para a construção, que consiste em sacos de fibra cheios de pedras.
Essas sacolas foram usadas para fazer as plataformas dos templos, conseguindo estabilizar as bases para evitar deslizamentos causados por terremotos.
O povo Caral criou dois edifícios de grande importância: a pirâmide principal e o templo em anfiteatro.
Pirâmide principal
Essa pirâmide tem 28 metros de altura e é considerada a maior da cultura Caral. Está localizado na praça central e acredita-se que ali se realizassem celebrações religiosas.
No topo está um altar com uma grande lareira, com entradas secretas que conduzem a uma galeria subterrânea.
Templo anfiteatro
Esta estrutura é cercada por muros e em seu centro está uma praça circular semi-subterrânea em forma de anfiteatro.
É um dos locais mais importantes da cidade devido ao seu amplo espaço. Neste templo foram encontradas 32 flautas enterradas sob o chão.
5- Têxtil
Os têxteis tiveram grande importância para esta cultura devido à sua grande produção de fibras.
Graças às suas abundantes plantações de algodão, foram feitos vestidos simples com esse material, em que se utilizaram técnicas como a tecelagem e a torção.
Também fabricavam calçados, bolsas, redes de pesca, fios e cordas, entre outros produtos.
Por outro lado, na cidade sagrada foram encontradas grandes quantidades de algodão de diversas cores, como creme, bege, marrom e marrom.
Essa cultura usava teares, agulhas de osso e fios trançados. Implantaram também um sistema de contabilidade denominado quipu, cuja estrutura era distribuída por cordas com nós de várias cores.
Por meio desse sistema, notícias eram transmitidas, cálculos eram mantidos e histórias contadas.
6- Esculturas
Em 2015 a arqueóloga Ruth Shady e sua equipe encontraram três esculturas pertencentes à cultura Caral, perto de Huacho.
As peças eram representações simbólicas de figuras com aspectos antropomórficos, intimamente ligadas à política e à religião.
Sua estrutura era feita de argila não cozida e eles foram encontrados enterrados entre cinzas e fibras.
A primeira estatueta de argila não cozida trata de um homem nu de alto escalão, com maquiagem de base branca em alguns pontos específicos do rosto e do corpo. Ele aparece sentado de pernas cruzadas, seu cabelo é ocre e ele tem um colarinho vermelho.
A segunda estatueta corresponde a uma mulher nua em pé, com maquiagem facial branca e pintas vermelhas, com cabelos pretos que caem até os ombros.
Em sua testa há uma espécie de tiara vermelha; ela também usa um colar de pedras redondas em vermelho e preto.
A terceira estatueta é uma mulher nua de alto nível social, rosto maquiado com listras brancas e lábios pintados de preto, que está agachada. Ela usa cabelos ruivos que vão até os ombros.
Referências
- Caral - A “mais antiga” civilização das Américas. (2007). Fonte: enperublog.com
- Peru antigo. Fonte: peru.travel
- Kris Hirst. O Caral Supe ou Civilização Norte Chico da América do Sul. (2017). Fonte: Thoughtco.com
- Cidade Sagrada de Caral-Supe. Fonte: discover-peru.org
- Caral: complexo da pirâmide. Fonte Ancient-wisdom.com