- Cinco principais atividades econômicas do Mexica
- 1- Agricultura
- 2- Caça, pecuária e pesca
- 3- Produção de artesanato e cerâmica
- 4- Rotas de troca
- 5- Homenagens
- Referências
A economia do Mexica refere-se às atividades de produção e troca que permitiram o sustento desta civilização. Eles concentraram sua economia na agricultura, artesanato e comércio de longa distância com outras culturas.
O império Mexica foi uma das maiores sociedades mesoamericanas pré-colombianas, estendendo sua existência entre os anos 1300 a 1500.
Eles habitavam o Vale do México (hoje Cidade do México), e suas principais cidades eram Tenochtitlan e Tlatelolco. Foi a civilização que mais resistiu aos espanhóis e sua derrota selou a conquista do México.
Os mexicas, também chamados de astecas, rapidamente provaram ser uma das civilizações mais avançadas e organizadas entre seus contemporâneos mesoamericanos.
Por isso e por sua grande população, foram levados a desenvolver um sistema econômico que garantisse a subsistência de seus membros, à medida que aumentassem seus recursos para contínua expansão.
Estima-se que os mexicas eram uma cultura de caráter violento e dominante, por isso se afirma que eles sujeitaram civilizações e comunidades inferiores em troca de seus recursos ou de seus territórios.
Esses comportamentos contribuíram para colocar os mexicas em uma posição econômica e militarmente superior.
Cinco principais atividades econômicas do Mexica
1- Agricultura
Como muitas civilizações aborígenes anteriores e posteriores, a agricultura foi um pilar fundamental no desenvolvimento de um sistema econômico e social.
Os mexicas aproveitaram as qualidades naturais que o Vale do México lhes deu para domesticar terras e plantações, garantindo assim uma produção constante ao longo dos anos.
O território onde foram encontrados apresentava acidentes e elevações de todos os tipos, desde morros, lagoas e brejos.
Os mexicas tiveram que projetar e implementar técnicas de drenagem e terraceamento para garantir a distribuição ideal da colheita, bem como sua manutenção. Por meio dessas técnicas, os mexicas também conseguiram enfrentar os períodos de seca.
Os mais de 80.000 quilômetros quadrados do Vale do México foram usados pelos Mexica para cultivo; da mesma forma, passaram a construir métodos alternativos, como jardins flutuantes, que renderam mais de 12.000 hectares de terras cultiváveis. Eles também aproveitaram o uso de esterco vegetal e animal para fertilização.
Como era costume na Mesoamérica, o principal produto da colheita era o milho, considerado o elemento essencial da dieta mexica, sem falar nas implicações divinas e cerimoniais a ele atribuídas.
Os mexicas também cultivavam produtos como pimenta, tomate, feijão, chia e abóbora.
2- Caça, pecuária e pesca
No império Mexica, os produtos provenientes da caça eram pobres, mas não inexistentes. As dificuldades do terreno e a ausência de espécies domesticáveis dificultavam o desenvolvimento da caça como atividade frequente.
As principais espécies domesticadas para consumo são o peru e o cão.
A pesca, por outro lado, trouxe melhores resultados para a economia e a subsistência do império Mexica. Aproveitaram a presença de aves aquáticas e peixes de lagoa que lhes permitiram variar a dieta alimentar.
Da mesma forma, dos corpos aquáticos os mexicas conseguiram extrair outros recursos, como sal e basalto, para a confecção de ornamentos.
Mais perto das regiões montanhosas, a obsidiana era o principal recurso minerado para a fabricação de armas e ferramentas.
3- Produção de artesanato e cerâmica
O desenho e a construção de peças de barro e cerâmica serviram aos mexicas como um dos principais produtos de intercâmbio cultural e comercial com outras comunidades.
A confecção de enfeites era uma das principais forças do comércio dos mexicas, ainda nas vésperas da conquista espanhola.
O Vale do México ofereceu todas as possibilidades para a proliferação e desenvolvimento de rotas de comércio e troca.
Estudos arqueológicos encontraram um grande número de vestígios de cerâmica espalhados pelo território, muitos deles com características mexicanas.
Como outras civilizações mesoamericanas, a produção desses objetos visava garantir a presença da cultura mexica em diferentes porções do território mexicano.
A produção desses elementos também buscou aproveitar os objetos recebidos de outras comunidades para um desenvolvimento cultural muito mais nutrido.
Alguns estudos indicam que a cerâmica mexicana pode ir muito além do Vale do México, até mesmo em algumas regiões da América do Sul.
4- Rotas de troca
Os mexicas se tornaram muito numerosos durante o apogeu de sua civilização, atingindo uma população de mais de um milhão de habitantes.
Isso os levou a expandir seus territórios e atividades antes de serem aglomerados em uma pequena parte do Vale do México.
O caráter dominante, militar e conquistador que o império Mexica representava levou-os a subjugar algumas comunidades adjacentes e a estabelecer relações comerciais com outras.
Os mexicas conseguiram absorver comunidades menores, por meio do uso de armas e da ocupação de seus territórios.
No entanto, a distância que mantiveram com outras civilizações mais distantes permitiu relações comerciais e de troca que não foram afetadas por intenções militaristas.
A partir dessas trocas, os mexicas puderam ter acesso a outros itens agrícolas como algodão, cacau, pimentão, frutas, mel, peles, baunilha, metais e pedras preciosas.
Essas rotas de troca eram realizadas por mercadores mexicanos que possuíam uma condição especial, chamados pochtecas, e faziam as estradas em caravanas carregadas de mercadorias.
Os pochtecas nas cidades se encarregavam do controle e ordem dos mercados principais. A moeda pode ser um recurso variável, dos grãos do cacau aos grãos.
Os mexicas eram livres para comercializar qualquer produto que considerassem, inclusive filhos e parentes, em troca de um punhado de sementes, feijão ou mesmo um produto de maior valor ou utilidade.
5- Homenagens
O pagamento de tributos era uma atividade comum dentro do império Mexica, para manter o fluxo econômico organizado nas principais cidades, e para gerar e administrar os recursos necessários para as atividades reais e cerimoniais que costumavam ocorrer.
As homenagens também eram obrigatórias para todas as cidades dominadas ou conquistadas pelos mexicas e eram pagas com os objetos considerados mais valiosos.
Referências
- Biskowski, M. (2000). Preparação de milho e economia de subsistência asteca. Ancient Mesoamerica, 293-306.
- Garraty, C. (2006). A Política de Comércio: Produção e Troca de Cerâmica Asteca na Bacia do México, 1200-1650 DC. Arizona State University (ASU), Escola de Evolução Humana e Mudança Social.
- Krismar Education. (sf). Mesoamérica. Em K. Educação, História Universal. México, DF: Krismar.
- Smith, ME (1960). O papel do sistema de marketing na sociedade e economia asteca: resposta a Evans. American Antiquity, 876-883.
- Smith, ME (1990). Comércio de longa distância sob o Império Asteca. Ancient Mesoamerica, 153-169.