- Biografia
- Primeiros anos
- Juventude
- Começos literários
- Literatura
- Raça
- Últimos anos
- Morte
- Estilo
- Tocam
- Romance
- Contos
- Teatro
- Referências
Jorge Icaza Coronel (1906 - 1978) foi um escritor equatoriano do século XX. Ele era natural da cidade de Quito e era conhecido universalmente por seu romance Huasipungo, que mostrava os maus tratos que os brancos infligiam aos indígenas do Equador.
Começou a carreira escrevendo roteiros, tendo pertencido a um grupo de artes cênicas. Alguns de seus primeiros trabalhos foram chamados de El Intruso, Por el Viejo e Sin Sentido. De lá, ele migrou para histórias e romances. O estilo de Icaza Coronel se destacou por ter um corte indígena marcante em sua temática.
Postagem do Equador, via Wikimedia Commons
Pelas obras que escreveu Icaza Coronel, ele foi considerado um autor de protesto. Além disso, Quito foi associado à literatura de esquerda, enquadrada no romance proletário, que no Equador teve os indígenas como protagonistas.
Suas contribuições à cultura e literatura equatorianas não foram em vão, já que Jorge Icaza Coronel serviu ao governo como embaixador do Equador em Moscou, na Rússia. Também atuou como adido cultural da República na cidade de Buenos Aires, Argentina.
Entre suas obras literárias mais conhecidas estão, além de Huasipungo, títulos como: Cholos, publicado em 1938; Dazzled Half Life, 1942; Seis Relatos, lançado em 1952, El Chulla Romero y Flores, de 1958, e Atrapados, uma de suas obras mais maduras publicada em 1973.
Biografia
Primeiros anos
Jorge Icaza Coronel nasceu em 10 de julho de 1906 em Quito, Equador. Era filho de José Antonio Icaza Manzo, um liberal que fugiu da cidade após a queda do general Eloy Alfaro em 1910, e que logo deixou seu filho órfão devido a uma úlcera.
Junto com sua mãe, Amelia Coronel Pareja, Jorge Icaza mudou-se para o Chimborazo. Lá sua família possuía uma fazenda homônima. Foi nessas terras que o menino teve contato com os indígenas da região, sua língua e costumes.
Amelia Coronel casou-se novamente em 1911 com um comerciante chamado José Alejandro Peñaherrera Oña. Depois, a criança foi deixada aos cuidados do casal Salazar Gómez em Quito.
Mais tarde, ele voltou para o lado da mãe, pois os conflitos de adaptação que surgiram com seu padrasto foram resolvidos e um lindo relacionamento nasceu entre eles.
Ao voltar para sua mãe, Icaza Coronel começou sua educação freqüentando a escola das Señoritas de Toledo e mais tarde na escola San Luis Gonzaga. A partir de 1917 freqüentou a escola San Gabriel e dois anos depois ingressou no Instituto Nacional Mejía, onde se graduou em 1924.
Juventude
Jorge Icaza Coronel sentiu-se atraído pela medicina e no mesmo ano da sua formatura do ensino secundário ingressou na Faculdade para se formar em medicina.
No entanto, seu padrasto morreu em 1925 e sua mãe no ano seguinte. Então, Icaza Coronel ficou sem apoio e sem vínculos no mundo.
Quando jovem, Icaza Coronel era um menino extrovertido e bonito. Decidiu entrar no mundo das artes dramáticas e foi então que entrou no Conservatório Nacional como estudante de teatro.
Estreou-se no conceituado Teatro Sucre, onde apareceu na peça Asirse de un cabello e a sua participação causou fervor na crítica. A partir dessa apresentação juntou-se à Companhia Dramática Nacional, que exibiu em Quito a mais recente das mesas do mundo.
Naqueles anos Jorge Icaza Coronel despertou sua verdadeira vocação, ou seja, a escrita. Ele se dedicou a este trabalho, primeiro arranjando textos e depois criando seus próprios roteiros para peças como El Intruso, uma comédia em três atos da qual também foi um dos atores em 1928.
Em 1929 apresentou duas outras obras chamadas La Comedia sin Nombre e Por el Viejo. Além disso, Icaza Coronel escreveu para uma revista intitulada Claridad.
Começos literários
Jorge Icaza Coronel continuou no teatro por mais algum tempo. Além da carreira de ator e dramaturgo, teve outros empregos, entre eles o de Alto Funcionário do Tesouro.
Ele montou sua própria empresa, que deu o nome da atriz Marina Moncayo, que fazia parte daquele grupo. Com ela, ele estreou ¿Qué es?, uma obra escrita pelo mesmo Icaza Coronel. Posteriormente, continuou a se aperfeiçoar na dramaturgia, na qual demonstrou cada vez mais domínio.
Seus primeiros passos fora dos palcos foram dados em 1933 com a obra Barro de Sierra, uma série de contos que cativou a crítica. No ano seguinte nasce Fenia Cristina Icaza Moncayo, filha que teve com Marina Moncayo, que foi sua esposa desde 1936, além de colega de trabalho.
Literatura
A verdadeira explosão de fama para Jorge Icaza Coronel veio em 1934 com a publicação de sua obra Huasipungo, pelas Oficinas Gráficas Nacionais. Este se tornou o romance mais famoso do autor.
Nas falas de Huasipungo, ele refletiu o sofrimento dos indígenas equatorianos causado pelos senhores brancos, que dispensavam aos índios tratamentos cruéis e sádicos.
Dois anos após sua primeira edição, o romance de estreia de Icaza percorreu o mundo pelas mãos da Editorial Sol, que o tornou o romance do ano. Alguns consideram que esta obra ofuscou o resto da obra do autor com a qual também abordou a vida dos mestiços equatorianos.
Em 1935, Icaza Coronel publicou Nas ruas, que conquistou o Primeiro Prêmio no Concurso Nacional do Grupo América em Quito. Em sua trama mesclou o elemento agrário com o urbano, juntando assim dois mundos que tanto na vida quanto na literatura haviam se separado no Equador.
Não se separou totalmente do teatro, onde deu os primeiros passos, pois continuou a escrever peças como Flagelo, que publicou em 1940.
Raça
Em 1937 fundou a livraria Agencia General de Publicaciones, junto com Pedro Jorge Vera e Genaro Carnero Checa. Nesse estabelecimento reuniu-se a intelectualidade de Guayaquil, mas não produziu grandes lucros. No ano seguinte passou a dirigir a revista do Sindicato de Escritores e Artistas.
Em 1940, Icaza Coronel participou do I Congresso Indígena no México e atuou como palestrante na Costa Rica. Graças ao Huasipungo, a fama do equatoriano espalhou-se rapidamente pelo continente.
Sempre se preocupou com o reconhecimento e o trabalho dos artistas de seu país. Quando nasceu a Casa da Cultura Equatoriana em 1944, Jorge Icaza Coronel estava envolvido, já que foi um dos fundadores desta entidade.
Ele manteve laços com a esquerda política. O trabalho de Icaza Coronel sempre foi carregado de conteúdo social. Esteve presente na posse do presidente venezuelano Rómulo Gallegos, que como Icaza era escritor.
Em 1949 serviu ao governo de Galo Plaza como Adido Cultural em Buenos Aires, Argentina. Dez anos depois, ele ocupava o cargo de Diretor da Biblioteca Nacional. Naquela época, Icaza Coronel fez uma turnê internacional que o levou à União Soviética Chinesa e a vários países europeus.
Últimos anos
A partir dos anos 70, Jorge Icaza Coronel começou a afirmar que sentia que sua saúde estava piorando. Apesar disso, resistiu com força a quase uma década de vida em que chegou a publicar alguns trabalhos.
Em 1973 esteve nos Estados Unidos da América como conferencista e depois começou a servir como Embaixador da República do Equador junto à União Soviética, Polônia e Alemanha Ocidental.
Morte
Jorge Icaza Coronel morreu em 26 de maio de 1978 em Quito, Equador, aos 71 anos. O escritor foi vítima de câncer no estômago.
Estilo
Jorge Icaza Coronel demonstrou em seus textos grande interesse pela vida dos indígenas e mestiços equatorianos. Por isso foi considerado um escritor indígena, apesar de em sua obra os elementos das tradições se fundirem com a crítica social.
Sua obra também possui fortes traços que a integram ao realismo social latino-americano, que no século XX serviu de espelho para as histórias do proletariado europeu.
Tocam
Romance
- Huasipungo. Quito, Imprensa Nacional, 1934.
- Nas ruas. Quito, Imprensa Nacional, 1935.
- Cholos, 1938. Quito, Editorial Sindicato de Escritores y Artistas.
- Meia vida deslumbrada, 1942. Quito, Editorial Quito.
- Huairapamushcas, 1948. Quito, Casa da Cultura Equatoriana.
- El Chulla Romero y Flores, 1958. Quito, Casa da Cultura Equatoriana.
- Na casa da chola, 1959. Quito, Anais da Universidade Central.
Contos
- Barro de la Sierra. Quito, Editorial Labor.
- Seis contos, 1952. Quito, Casa da Cultura Equatoriana.
- Histórias, 1969. Buenos Aires, Editorial Universitaria.
- Preso e o juramento, 1972. Buenos Aires, Losada.
- Barranca Grande e Mama Pacha, 1981.
Teatro
- Como quiserem, 1931.
- Nonsense, 1932. Quito, Editorial Labor.
- Flagelo, 1936. Quito, Imprensa Nacional.
Referências
- En.wikipedia.org. (2018). Jorge Icaza Coronel. Disponível em: en.wikipedia.org.
- Pérez Pimentel, R. (2018). JORGE ICAZA CORONEL. Dicionário Biográfico do Equador. Disponível no dicionário: biograficoecuador.com.
- Avilés Pino, E. (2018). Icaza Coronel Jorge - Personagens históricos - Enciclopédia do Equador. Enciclopédia do Equador. Disponível em: encyclopediadelecuador.com.
- Herbst, M. (2018). Jorge Icaza. Essayists.org. Disponível em: essayists.org.
- Castellano, P. e Orero Sáez de Tejada, C. (2000). Espasa Encyclopedia. Madrid: Espasa, vol 10, pp. 6123.