- Mecanismo de ação
- Ação da loratadina
- Ação da betametasona
- Para que serve?
- Contra-indicações
- Efeitos secundários
- Dosagem recomendada
- Referências
A combinação loratadina betametasona reúne um medicamento que proporciona alívio imediato aos sintomas associados a alergias (loratadina) com outro que bloqueia o componente inflamatório da reação (betametasona), o que acaba resultando em um efeito terapêutico mais potente e uma taxa mais elevada menor número de recorrências.
Esta composição tornou-se uma opção terapêutica muito popular desde a sua introdução no mercado. Embora a maioria das reações alérgicas leves possa ser tratada apenas com loratadina, nas reações alérgicas graves ou recorrentes a melhor opção é usar a combinação loratadina-betametasona.
Isso porque, além de tratar os sintomas derivados da liberação de histamina com a loratadina, o componente inflamatório também será bloqueado com a betametasona; alcançando assim uma maior taxa de sucesso com uma menor recorrência.
Mecanismo de ação
O mecanismo de ação da combinação loratadina betametasona é baseado na sinergia de ambas as drogas.
Ação da loratadina
Em primeiro lugar, a loratadina é um bloqueador H1 seletivo muito poderoso, sem efeito sedativo, que inibe muito rapidamente os efeitos da histamina a nível periférico. Isso ajuda a reduzir rapidamente a coceira (coceira) e a vermelhidão.
No entanto, quando a loratadina é administrada sozinha, a histamina continua a circular, de modo que os sintomas podem reaparecer quando a droga não for mais eficaz.
E é justamente aí que entra a betametasona, já que essa droga do grupo dos corticosteróides tem um poderoso efeito antiinflamatório.
Ação da betametasona
Como a base das reações alérgicas é a inflamação, a betametasona vai à raiz do problema, bloqueando a liberação de mediadores inflamatórios no nível celular, bem como as interações químicas entre eles e seus receptores.
Por meio desse mecanismo, a betametasona acaba bloqueando a liberação de histamina, controlando a reação alérgica de sua fonte.
No entanto, uma vez que este mecanismo demora mais e a histamina secretada antes da administração do medicamento continuará a produzir sintomas, a administração concomitante de loratadina é necessária para um alívio inicial mais rápido dos sintomas.
Para que serve?
Embora a maioria das reações alérgicas leves possa ser tratada apenas com loratadina, os casos de alergia grave ou recorrente se beneficiam do uso da combinação de loratadina betametasona, particularmente aqueles associados a condições inflamatórias crônicas, como asma.
Nesse sentido, as indicações mais comuns para o uso desta combinação são:
- Dermatite atópica.
- Asma brônquica.
- Rinite alérgica sazonal.
- Rinite alérgica perene.
- Reações alérgicas a medicamentos.
- Alergias a comida.
- Picadas de inseto.
Os sintomas acima são apenas os mais comuns, embora em geral qualquer reação alérgica associada à inflamação possa ser tratada com essa combinação, desde que sua gravidade não requeira o uso de tratamentos parenterais, como no caso do choque anafilático.
Contra-indicações
- A combinação de loratadina e betametasona é contra-indicada quando se sabe que o paciente é sensível a qualquer um dos componentes da formulação.
- É contra-indicado no caso de infecções fúngicas (pois pode agravá-las), obstrução das vias biliares e obstrução urinária, especialmente quando é devido a hipertrofia prostática.
- Seu uso deve ser evitado em pacientes com hipocalemia (baixo teor de potássio no sangue).
- Deve ser usado com cautela quando administrado a pacientes em tratamento com IMAO (inibidores da monoamino oxidase).
- Deve ser usado com cautela em pacientes com insuficiência renal ou hepática. Às vezes é mesmo necessário ajustar a dose de acordo com a função renal ou hepática.
- Durante a gravidez e a lactação, seu uso deve ser limitado apenas aos casos em que não haja outra opção terapêutica e o benefício para a paciente supere em muito os riscos.
Efeitos secundários
- A maioria dos efeitos secundários notados pelo doente (sintomáticos) tende a ocorrer de forma sistémica e no trato digestivo, sendo os mais frequentes astenia (cansaço), sonolência, boca seca, náuseas e vómitos.
- Em alguns pacientes, podem ocorrer reações alérgicas paradoxais caracterizadas por erupção cutânea e urticária após a administração desta combinação de medicamentos.
- Podem ocorrer outros efeitos colaterais que, embora passem despercebidos pelo paciente (são assintomáticos), podem colocar sua vida em risco. É o caso da hipocalemia (diminuição dos níveis de cálcio no sangue), desequilíbrios hídricos e eletrolíticos, aumento dos níveis de sódio e retenção de líquidos.
- Nos casos em que é administrado por períodos muito longos e ininterruptos de tempo, a síndrome de Cushing e a insuficiência adrenal podem ocorrer como efeitos colaterais tardios.
Apesar de seus potenciais efeitos colaterais (sendo estes apenas os mais frequentes), é um medicamento muito seguro que não deve causar nenhum inconveniente se administrado sob estrita supervisão médica.
Dosagem recomendada
A combinação loratadina betametasona é administrada por via oral, como um sólido (comprimido) ou líquido (xarope). A concentração mais comum nessas apresentações é 5 mg de loratadina e 0,25 mg de betametasona.
Em adultos e crianças com mais de 12 anos de idade, a dose padrão recomendada é de 1 comprimido a cada 12 horas por um período máximo de 5 dias. Porém, cada paciente deve ser individualizado, visto que pode haver condições particulares que requeiram um ajuste da dose para mais ou para menos.
Da mesma forma, um tratamento pode ser indicado por um período superior a 5 dias, mas sempre sob estrita supervisão médica.
Em crianças com menos de 12 anos de idade, deve ser realizado o cálculo da dose por quilograma de peso corporal. Nesses casos, o ideal é consultar o pediatra para que, com base no peso da criança, possa-se calcular não só a dose total a ser administrada, mas também como será dividida ao longo do dia durante o tratamento.
Referências
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