- Consequências do uso indevido de redes
- Sinais de uso inadequado de redes sociais
- Por que os adolescentes usam as redes sociais?
- Recomendações para pais e educadores
- conclusão
- Referências
O uso indevido das redes sociais, seja em jovens ou adultos, pode promover graves problemas em suas vidas; portanto, observar seu comportamento diante desse tipo de socialização virtual é importante.
Os menores cometem crimes sem saber e, o que é pior, não sabem como enfrentá-los quando são testemunhas ou vítimas. Isso, junto com o tempo que passam na frente de um celular ou computador conectado, também pode levar a problemas como dependência de redes sociais.
Como se vê, as redes sociais são muito frequentadas por adolescentes, pois 75,3% se conectam com muita frequência e, se contarmos com quem o faz ocasionalmente, teríamos um percentual de 90% (García-Jiménez, López de Ayala-López e Catalina-García, 2013).
Os menores ou os jovens sabem realmente sobre privacidade na Internet? Estes são alguns dados de acordo com um projeto online EU Kids:
- Eles só sabem alterar suas configurações de privacidade nas redes sociais em 55%.
- 9% dos menores ou jovens que utilizam as redes sociais publicam conteúdos e informações pessoais (endereço ou número de telefone).
- 71% dos pais publicaram imagens de seus filhos menores de dois anos, 24% de seus filhos recém-nascidos e 24% de ultrassonografias pré-natais.
Segundo os pesquisadores Estévez e outros, é muito importante que os jovens adolescentes estabeleçam novos relacionamentos. Além disso, eles precisam sentir que pertencem a um grupo, por isso a Internet é considerada um canal rápido para atingir esse objetivo.
Consequências do uso indevido de redes
Já parou para pensar se os dados anteriormente expostos se referem a um bom uso das redes sociais? Você configurou a privacidade de sua conta? Você faz upload de fotos de menores?
O não conhecimento de como se deve configurar a privacidade, aliado ao envio compulsivo de fotos, é algo que nos afeta negativamente. Essa ignorância pode levar a problemas sérios, como cyberbullying, grooming, sexting ou vício em Internet.
O cyberbullying ou bullying nas redes ocorre cada vez mais cedo, uma vez que as crianças são vítimas de comportamentos abusivos, físicos ou verbais, por parte de seus colegas de escola, que lhes causam danos físicos ou psicológicos, em muitos casos irreparáveis.
Outro risco para os jovens é o aliciamento, em que um adulto finge ser menor nas redes sociais e os engana com um objetivo claro, abuso ou agressão sexual.
Já o sexting consiste no envio de uma foto íntima, seja erótica ou pornográfica, de forma voluntária e por meio de redes, a um amigo ou do seu ambiente mais próximo.
Sinais de uso inadequado de redes sociais
Depois de explicar quase todas as ameaças possíveis que os menores podem sofrer, vamos nos concentrar no vício em redes sociais ou na Internet, que é um tipo de vício cibernético.
Alonso-Fernandez define o vício como “uma série de comportamentos impulsivos, sistemáticos e incontroláveis, elaborados em uma plataforma existencial dominada pela relação entre a entrega de um objeto químico ou social”.
Portanto, uma pessoa viciada em redes sociais seria aquela que usa compulsivamente as redes sociais em excesso. Por exemplo, verificar constantemente atualizações de status, perfis de amigos ou fazer upload de fotos por horas a fio.
Alguns indícios que podem indicar que temos um problema com as redes sociais segundo o pesquisador Wilson são:
- Passe mais de uma hora por dia nas redes sociais. Normalmente, o adequado seria não gastar mais de meia hora por dia.
- Olhe para o Facebook quando possível. Algumas pessoas deixam o programa aberto enquanto trabalham. Outros, por outro lado, usam o App enquanto comem com os amigos.
- Compartilhando muito conteúdo. Compartilhamento de muitas informações pessoais, como fotos ou vídeos, com o Facebook ou outras redes sociais. Isso geralmente é feito para obter aprovação ou reconhecimento de seus colegas.
- Ouvir das pessoas ao seu redor que você passa muito tempo conectado a redes sociais.
- Descobrir que esse problema começa a interferir em seu trabalho, escola ou vida social.
- Deixar de reduzir o tempo que você gasta nas redes sociais, mesmo que tente.
- Pensamentos obsessivos sobre seus "amigos" no Facebook ou aspectos da vida social na internet. Por exemplo, algumas pessoas passam muito tempo decidindo que mensagem compartilhar, como atualizar sua página ou como responder a seus amigos no Facebook. Outro exemplo é o tempo e a energia gastos para descobrir o que compartilhar ou escrever na atualização de status. Mais tarde, pensar com ansiedade no que meus "amigos" vão responder ou dizer sobre esse estado ou estado.
- Veja o Facebook dos seus amigos de uma forma competitiva. Existe uma competição para agregar amigos que pode levar a um aumento das tensões relacionadas a essa rede social, levando a resultados piores do que o vício.
- Como meio de fuga. Existem pessoas que usam as mídias sociais para evitar seus problemas na vida real. Ou seja, quando você se sente mal, geralmente se conecta ao Facebook ou outras redes sociais para se sentir melhor.
- Perda de sono por estar conectado a redes sociais. Se as redes sociais interferem no seu dia a dia, ou seja, no seu trabalho ou nos estudos, é preocupante. No entanto, é ainda mais grave quando também afeta o seu descanso.
Por que os adolescentes usam as redes sociais?
A Internet pode ser algo muito interessante para os jovens, pois com um único clique podemos ter uma resposta imediata. Além dessa resposta rápida, há também interatividade e muitas janelas com atividades.
Em idades como a infância e a adolescência, é muito importante sentir-se aceito pelos outros e isso pode aumentar ou diminuir a autoestima da criança.
Nesse caso, os adolescentes usam as redes sociais pelo efeito de popularidade que produzem. Além disso, graças a esse uso, eles podem ver se são realmente populares e aceitos pelo número de amigos que os seguem.
Recomendações para pais e educadores
Embora os adolescentes ensinem os pais a usar as novas tecnologias e a Internet, são os pais que devem educar os filhos no uso adequado desses tipos de dispositivos e ferramentas. De acordo com Ramón-Cortés (2010) tanto pais como educadores devem:
- Converse com menores para agendar o uso do computador ou celular. Isso pode ser uma ótima ideia, pois a maioria dos jovens não tem uma programação combinada com os pais e usa o computador durante todo o dia sem ter feito o dever de casa.
- Realize atividades com o menor que promovam o relacionamento com outras pessoas. Em muitas ocasiões, os jovens passam muitas horas na frente de computadores. Portanto, é recomendado que façam atividades com outras pessoas.
- Use uma comunicação excelente em casa com base no diálogo. Uma comunicação de qualidade com seus filhos os ajudará a pedir ajuda imediatamente se tiverem um problema como os mencionados acima.
- Realize atividades ao ar livre nas quais o trabalho em grupo seja incentivado. Dedicar vários dias da semana a alguma atividade extracurricular ao ar livre evita que o menor se conecte à internet ou passe muitas horas na rede.
Além de tudo isso, de acordo com Mayorgas (2009), as conexões à Internet devem ser limitadas, bem como colocar os computadores em locais movimentados em casa.
conclusão
Embora o vício em internet seja uma questão que nos deva preocupar hoje, não podemos ignorar que pode ser uma manifestação secundária de outro vício ou de outros problemas psicológicos (Echeburúa, Bravo de Medina e Aizpiri, 2005, 2007).
O principal elemento do vício em internet é que os jovens passam muito tempo em frente ao computador como uma fuga da realidade para se sentirem melhor consigo mesmos. Esse uso excessivo de redes sociais pode causar efeitos muito negativos, como perdas de habilidades sociais ou mesmo analfabetismo relacional.
É importante que pais, mães e educadores saibam como lidar com as novas tecnologias e saibam os riscos que existem nelas e no seu uso indevido pelo menor. Dar palestras nas escolas para aumentar a consciência entre os menores seria um bom método de prevenção.
Referências
- Arén Vidal E. Desvendando as redes sociais: uso e mau uso da Internet. In: AEPap (ed). Curso de Atualização em Pediatria 2016. MaDRID: Lúa Ediciones 3.0; 2016. P. 145-50.
- Escandón, AMC (2015). Assédio e cyberbullying na escola: dupla responsabilidade civil e criminal.
- Fernández, FA (2003). Os novos vícios: Edições TEA.
- Garmendia, M., Garitaonandia, C., Martínez, G., & Casado, M. (2011). Riscos e segurança na Internet: os menores espanhóis no contexto europeu. Universidade do País Basco / Euskal Herriko Unibertsitatea, Bilbao: EU Kids Online.
- Odriozola, EE, & de Corral Gargallo, P. (2010). Dependência de novas tecnologias e redes sociais em jovens: um novo desafio. Vícios: Revista de socidrogalcohol, 22 (2), 91-96.