- Biografia
- Estudos
- Começos políticos
- prefeito
- Artigo 25: Lei de Emenda
- Oposição
- Ministro e senador
- Publicações
- Legado
- Morte
- Referências
Mariano Otero (1817-1850) foi um importante político mexicano do século XIX, que se destacou por seu saber como jurista. Sua contribuição mais importante foi a criação e aplicação do chamado amparo trial.
Esse trabalho serviu para defender os direitos fundamentais dos mexicanos, que eram chamados de garantias individuais e atualmente estão definidos na Constituição do país.
Estátua de Mariano Otero na «Rotonda de los Jaliscienses Ilustres. Fonte: Elmerhomerochombo, via Wikimedia Commons.
Otero se destacou pelas ideias que deixou corporificadas, principalmente porque enquanto viveu no México testemunhou episódios importantes de guerra e conflito. Foi parte de um momento importante para a formação e consolidação do México como República.
Ele ocupou diferentes cargos a nível político. Entre eles, foi deputado por cinco anos e prefeito em 1844. Seu papel na história e no desenvolvimento político do México não foi mais profundo porque morreu jovem, com apenas 33 anos.
Biografia
José Mariano Fausto Andrés Otero Mestas foi o nome completo dado ao político. Mais conhecido como Mariano Otero, Guadalajara foi sua cidade natal em 4 de fevereiro de 1817.
Uma prática comum na época em que Otero nasceu era realizar o batismo, dessa forma a igreja era reconhecida como uma instituição. Otero recebeu este sacramento na Parroquia del Sagrario Metropolitano, localizada em Jalisco.
Seus pais eram o casal formado por José Otero e Ana Gamarra. Seu pai morreu quando Mariano ainda era muito jovem. Em seguida, recebeu o apoio de José Luis Verdia Bravo, 20 anos mais velho que Otero e também natural de Guadalajara.
Graças à ajuda de Verdia, Otero conseguiu completar seus estudos. Nos primeiros anos procurou se aprofundar ao máximo em sua formação como jurista e se cercou dos grandes pensadores da época.
Estudos
Vários são os documentos que atestam a educação que Mariano Otero recebeu na juventude. Para começar, Jacobo Alcocer assinou o título que mostra que completou os quatro anos de formação necessários na área de Direito Civil.
Otero concluiu o ensino médio quando tinha apenas 18 anos. Para conquistar o título, ele também teve que passar em um concurso de oposição, que é uma prova em que os conhecimentos e habilidades dos alunos são colocados à prova.
Domenico Sánchez foi o encarregado de examinar Otero. Por fim, o título de Otero foi assinado por Jacobo Alcocer, secretário da Universidade.
Outro documento, um ano depois, atestava os primeiros passos que Otero deu para completar sua educação. Neste caso, Pedro Zubieta assinou um voucher no qual assegurava que Otero tinha estágio com ele. Ele elogiou seu domínio da matéria jurídica, bem como sua forma de colocar em prática toda a teoria aprendida.
Começos políticos
Os primeiros passos de Otero na política demoraram a ocorrer. Em 1841 integrou o denominado Plano de Jalisco, um movimento que contou com o apoio de muitos militares e que contava com grande força. A ideia central do plano era repudiar e excluir Anastasio Bustamante do poder.
Também em 1841 foi substituto do deputado Ignacio Vergara por Jalisco no Conselho de Representantes, também conhecido como Conselho de Notáveis. O objetivo dessa comissão era escolher o presidente que iria assumir as rédeas do país interinamente.
Um ano depois, em 1842, mudou-se para a Cidade do México, porque foi eleito um dos representantes que fariam parte do Congresso Constituinte. Foi a quarta vez que um parlamento desse tipo foi realizado no México. Eles realmente não promulgaram nenhuma constituição, eles apenas publicaram dois projetos de lei que não foram aprovados.
prefeito
Com o passar do tempo, Mariano Otero foi ocupando cargos de maior valor na política mexicana. Em 1844 fazia parte do Ateneo Mexicano, cujo trabalho se centrava na educação do país. Mariano Otero foi vice-presidente do grupo em 1844, administrando a área que tratava de questões legislativas.
Por um ano, serviu como terceiro prefeito por decisão da Câmara Municipal da Cidade do México. No arquivo histórico você pode encontrar alguns papéis que dão rigor à decisão. Nestes documentos foi especificado qual seria o seu papel durante o mandato, período em que teve confrontos com cidadãos de grande poder econômico.
O então presidente do México, José Joaquín de Herrera, estava em seu segundo mandato e fazia parte do Partido Liberal. Herrera convidou Otero para ocupar o cargo de Ministro do Interior e Relações Exteriores. Otero não aceitou a oferta.
Uma de suas conquistas mais importantes foi que Otero serviu como deputado. Na primeira vez, ele ficou apenas 25 dias no cargo, embora mais um precedente importante. Os deputados eleitos na época deviam ter mais de 30 anos, mas Otero mentiu sobre a idade, já que tinha apenas 28 anos.
Mais tarde, um ano depois, em 1846, foi novamente nomeado deputado. Desta vez, ele compartilhou com figuras de grande importância na política mexicana, como Benito Juárez. Três tópicos chamaram sua atenção naquele momento.
Otero rejeitou o pedido de transformação das leis de Valentín Gómez Farías, que mais tarde se tornou Presidente da República e perseguiu Otero por seus escritos. Além disso, ele se interessou pelo conflito com os Estados Unidos e trabalhou em uma proposta para reformar e reaplicar a Constituição de 1824.
Artigo 25: Lei de Emenda
Em 1846, o México e os Estados Unidos já estavam em guerra. Otero publicou uma oferta em outubro para que o respeito aos direitos fundamentais, também conhecidos como garantias individuais, que os cidadãos tinham, sejam refletidos na Constituição.
Era uma forma de proteger a população de qualquer arbitrariedade que o governo pudesse cometer contra ela.
Tudo isso foi motivado por seu conflito com o presidente Gómez Farías. Desta forma, foram lançadas as bases dos julgamentos constitucionais de hoje. Em seguida, ele modificou artigos da Constituição de 1824 que tinham a ver com a questão legislativa.
Só em abril de 1847 é que sua proposta para o julgamento do amparo, também conhecido como "Fórmula Otero", foi definitivamente publicada. Posteriormente, sua oferta foi incluída no ato de reformas conforme o artigo 25 e em maio a reforma da Constituição de 1824 foi aprovada.
Oposição
No final de 1847, Otero era também contra o Tratado de Guadalupe Hidalgo, oficialmente conhecido como Tratado de Paz, Amizade, Limites e Resolução Definitiva. Uma proposta que foi feita entre o México e os Estados Unidos para acabar com a guerra entre os dois países
Otero, junto com outros três legisladores, votou contra esta proposta, que entre outras coisas estabelecia que os Estados Unidos receberiam o território que hoje corresponde a Califórnia, Nevada, Utah, Kansas, Oklahoma, Texas e Wyoming.
Ministro e senador
José Joaquín de Herrera, em seu terceiro mandato como presidente do México, nomeou Otero para ocupar o Ministério das Relações Exteriores. Ele se encarregou de muitos assuntos, principalmente das negociações com a Inglaterra para saldar a dívida que eles tinham, embora também os investigasse por tráfico de armas. Ele durou apenas alguns meses no cargo.
No ano seguinte fez parte do Senado, instituição da qual até presidiu. Participou em diversas decisões, especialmente as relacionadas com os direitos fundamentais dos cidadãos. Ele foi um dos responsáveis pelas reformas ocorridas nas prisões do México.
Publicações
Seus escritos tiveram grande impacto nas decisões políticas do país. Ele se concentrou em diversos temas e falou sobre problemas no nível social, político e especialmente na área jurídica do país.
O primeiro registro escrito de que há evidência foi publicado em Guadalajara em 1841. Foi um discurso proferido em setembro daquele ano em sua cidade de origem.
Um ano depois, ele escreveu o documento mais importante de sua autoria. Ele analisou a situação do país em Ensaio sobre o verdadeiro estado da questão social e política que se agita na República Mexicana.
Com o passar do tempo, ele continuou a expressar suas ideias e propostas. Ele se concentrou na importância de reformar as leis do país, falando especificamente sobre as leis criminais que existiam. Ele tocou no assunto do sistema penitenciário e na necessidade de uma modernização de sua estrutura e funcionamento.
Ele foi muito crítico em relação à guerra nos Estados Unidos. Ele publicou Considerações sobre a situação política e social da República Mexicana em 1847. Este documento serviu como uma continuação do publicado em 1842.
Legado
Seu papel foi muito importante, principalmente no âmbito jurídico. Hoje suas contribuições ainda são visíveis graças à criação do processo de amparo. Para a formulação desta ação judicial, também se considera a participação de Manuel Crescencio Rejón.
Graças ao processo de amparo, os cidadãos têm uma forma de fazer valer os seus direitos fundamentais e, assim, evitar que o governo ou qualquer autoridade cometa abusos. Foi um passo em frente na defesa dos direitos humanos.
Morte
A vida de Mariano Otero foi curta, mas muito relevante. Ele morreu quando tinha apenas 33 anos de cólera. Foi a segunda epidemia vivida no México, país que mais tarde experimentaria mais duas epidemias de características semelhantes.
Seus restos mortais foram inicialmente depositados no Panteón de San Fernando, atualmente um dos cemitérios mais antigos da Cidade do México. Em 1982 foi tomada a decisão de transferir os restos mortais para um monumento que foi construído em 1952 na cidade de Guadalajara.
Referências
- Canales Gómez, Tirso e Mariano Otero. Mariano Otero e seu ensaio sobre o verdadeiro estado da questão social e política que agita a República Mexicana. Universidade Nacional Autônoma do México, 1966.
- Olveda, Jaime et al. Mariano Otero Visionário da República. Supremo Tribunal de Justiça da Nação, Direção-Geral de Estudos, Promoção e Desenvolvimento dos Direitos Humanos, 2017.
- Otero, Mariano e José de Jesús Covarrubias Dueñas. Mariano Otero. Universidade de Guadalajara, 2010.
- Otero, Mariano e Jesús Reyes Heroles. Tocam. Editorial Porrua, 1967.
- Tovar de Teresa, Guillermo. Cartas para Mariano Otero. Instituto Nacional de Antropologia e História, 1996.