- Sintomas
- Massas palpáveis
- Dor
- Aumento de volume
- Outros sintomas
- Causas
- Diagnóstico
- Mamografia
- Ultrassom
- Ressonância magnética
- Punção de agulha fina
- Tratamento
- Tratamento médico
- Tratamento cirúrgico
- Referências
A doença fibrocística da mama é uma doença mamária crônica não maligna, caracterizada pela presença de áreas endurecidas, seios espalhados, lesões císticas intercaladas. É a doença benigna mais comum das mamas e é causada pela proliferação compacta de tecido conjuntivo.
Também conhecida como doença ou condição fibrocística, é o principal motivo para consultar o mastologista. Estima-se que 50% das mulheres adultas apresentam sintomas clínicos de mastopatia fibrocística e até 90% dos estudos histológicos realizados no tecido mamário de mulheres com mais de 40 anos relatam a presença dessa patologia.
A maioria das pacientes vai ao médico quando sente a presença de uma massa palpável na mama. Os sintomas, além do já mencionado endurecimento mamário, não são tão floreados. Certos testes e estudos técnicos são realizados para chegar a um diagnóstico definitivo e descartar o tão temido câncer de mama.
O tratamento nem sempre é cirúrgico, embora essa seja a ideia geral. Existem alternativas terapêuticas: das fórmulas farmacológicas aos medicamentos naturopatas. A escolha mais adequada em termos de tratamento será feita em conjunto com o paciente e o médico assistente.
Sintomas
Massas palpáveis
O principal sintoma da mastopatia fibrocística é a palpação de uma massa sólida em uma ou ambas as mamas. A maioria das mulheres que realiza regularmente o autoexame das mamas pode encontrar endurecimento localizado com lesões de tamanhos e consistências variados.
As características dessas massas podem variar de acordo com o comportamento cíclico. A carga hormonal tem efeito direto sobre estes, causando alterações em seu tamanho, textura e sensibilidade. De acordo com o relato da maioria das pacientes, os sintomas pioraram nas fases pré-menstruais.
A localização dos nódulos ou cistos é variável, mas há certa predileção pelos quadrantes superior e externo. Embora a unilateralidade seja possível, na maioria das vezes ambos os seios são afetados. Ocasionalmente, placas densas são palpáveis em vez de nódulos e inúmeras irregularidades são sentidas ao toque.
Dor
É o segundo sintoma cardinal da doença fibrocística. Embora a dor espontânea geralmente não esteja presente, a palpação das mamas afetadas produz um desconforto significativo.
Esse sintoma também é cíclico por natureza e, à medida que as massas mudam no período pré-menstrual, a dor também é exacerbada nesse momento.
Alguns pacientes descrevem maior sensibilidade nas mamas e não dor especificamente. Qualquer manipulação, fricção ou trauma é mais incômodo em pacientes com mastopatia fibrocística do que em pacientes saudáveis.
Aumento de volume
O "inchaço" da mama é o terceiro sintoma mais comum e importante da doença fibrocística. Como as duas anteriores, ela tende a se acentuar imediatamente antes e durante a menstruação. A pele dos seios inflamados é mais sensível, tem maior turgor e brilho como nos tecidos inchados.
Outros sintomas
A presença de secreção esverdeada ou marrom pelo mamilo é um achado raro, mas preocupante dessa patologia.
A cor dessa secreção é muito importante para diferenciá-la daquela que aparece no câncer, que é um tanto avermelhada ou sangrenta. Quase nunca cheira mal, o que seria outra bandeira vermelha.
Alguns pacientes relatam dor e edema na região axilar. É comum que nesta área existam resquícios de tecido mamário e, portanto, esses sintomas podem ocorrer em relação ao ciclo menstrual.
Um fenômeno interessante é que algumas pacientes com mastopatia fibrocística submetidas à mamoplastia de aumento apresentam redução dos sintomas da doença.
Aparentemente, a compressão exercida pelas próteses sobre o tecido mamário causa sua atrofia e, com isso, os nódulos e cistos desaparecem.
Causas
Apesar de ser uma doença bem estudada, as causas formais da doença ainda são desconhecidas. No entanto, a maioria dos autores e pesquisadores concorda que os hormônios desempenham um papel fundamental na gênese da mastopatia fibrocística, especialmente estrogênio, progesterona e prolactina.
Essa teoria é reforçada pelo fato de que as mulheres na pós-menopausa apresentam diminuição dos sintomas e até falam em cura.
Ainda mais quando aqueles pacientes que, por outros motivos médicos, iniciam a terapia de reposição hormonal, relatam o reaparecimento dos sintomas e muitas vezes com maior intensidade.
Os hormônios atuam diretamente nas células da mama, fazendo-as crescer e se multiplicar; este efeito é normal.
O problema é que após anos de estimulação hormonal, começam a aparecer cistos e nódulos com áreas de tecido fibrótico e denso. Portanto, a idade de início da doença é após os 30 anos.
Diagnóstico
Além do exame físico, que é muito norteador, o diagnóstico definitivo é feito por meio de técnicas paraclínicas, incluindo as seguintes:
Mamografia
É o estudo por excelência para diagnosticar patologias mamárias. Permite identificar pequenas lesões que não podem ser detectadas pela palpação manual.
Sua principal desvantagem é a dor, pois a mama é submetida a compressão significativa por duas placas que se fecham sobre si mesmas.
Ultrassom
Geralmente é o estudo inicial quando há suspeita de doença mamária, pois é simples de realizar e não é doloroso. Ele captura facilmente lesões císticas volumosas, mas tem um problema com lesões menores e tecido fibrótico, que pode ser confundido com a mama normal.
Ressonância magnética
Não é de escolha para o diagnóstico de alterações fibrocísticas da mama, mas é muito útil para diferenciar lesões malignas de benignas.
Também serve para detectar lesões multifocais e multicêntricas, que não podem ser avaliadas com mamografia ou ultrassom.
Punção de agulha fina
Embora a punção em si seja apenas o procedimento de amostragem, também é entendida como os estudos histológicos que são realizados.
As informações fornecidas por esse teste permitem que um diagnóstico definitivo seja feito pelo conhecimento das características específicas das células ali presentes, sendo imprescindível diferenciar essa condição do câncer.
Tratamento
Existem duas tendências terapêuticas complementares: tratamento médico e tratamento cirúrgico.
Tratamento médico
Analgésicos e antiinflamatórios de venda livre são indicados imediatamente; O ibuprofeno e o paracetamol são os mais amplamente usados. Os anticoncepcionais orais, por regular a carga hormonal, também são úteis como parte do tratamento. A vitamina E e os suplementos de soja e iodo têm mostrado resultados interessantes, mas sem suporte científico claro.
Recomendam-se mudanças na dieta, procurando eliminar a cafeína e as xantinas, reduzindo os alimentos gordurosos e aumentando os alimentos ricos em ácidos graxos essenciais. A ingestão de líquidos abundantes é positiva para preservar a hidratação do tecido mamário e reduzir a formação de fibrose.
Tratamento cirúrgico
A drenagem de cistos por punção externa com agulha é menos invasiva e agressiva, mas não muito eficiente. Os cistos podem se recarregar e exigir novas punções. Além disso, o procedimento não é tão simples em mãos inexperientes, necessitando do apoio de equipamento tomográfico ou de ultrassom.
A ressecção cirúrgica de cistos é incomum e só é realizada quando os cistos são muito doloridos, desfigurantes ou suspeitos de malignidade. A cirurgia nunca é considerada o tratamento inicial, a menos que uma das três condições mencionadas anteriormente seja atendida.
Referências
- Cafasso, Jacquelyn (2016). Doença Fibrocística da Mama. Recuperado de: healthline.com
- Equipe da Mayo Clinic (2017). Seios fibrocísticos. Recuperado de: mayoclinic.org
- Maychet Sangma, Mima B.; Panda, Kishori e Dasiah, Simon (2013). Um estudo clínico-patológico em doenças benignas da mama. Journal of Clinical & Diagnostic Research, 7 (3): 503-506.
- Santen, Richard J. (2017). Doença benigna da mama em mulheres. Recuperado de: endotext.org
- Wikipedia (última edição de 2018). Alterações fibrocísticas da mama. Recuperado de: en.wikipedia.org
- Gallo Vallejo, JL e colaboradores (2013). Mastopatia fibrocística. Aspectos polêmicos. Clinic and Research in Gynecology and Obstetrics, 40 (6): 269-276.