- Franz Anton Mesmer
- História do mesmerismo
- As primeiras publicações de Mesmer
- Técnicas
- Mesmerismo como inspiração
- Referências
O mesmerismo ou magnetismo animal é uma técnica terapêutica desenvolvida por Franz Mesmer até o final do século XVIII. Este médico alemão pensava que existe uma força invisível que todos os animais e humanos possuem, na qual podem ocorrer mudanças físicas.
De seu trabalho, Mesmer teve numerosos detratores, mas também houve aqueles que o apoiaram com grande determinação. Quase 250 anos depois, o biomagnetismo e a magnetoterapia são aceitos no mundo médico. A visão de Mesmer permitiu o progresso em direção a sistemas de reconhecimento orgânico, como a imagem por ressonância magnética.
As abordagens desse cientista do século XVIII exigiam a abertura de trilhas, incluindo a hipnose. Suas visões alimentaram as obras de inúmeros escritores até o presente.
Franz Anton Mesmer
Mesmer nasceu na Suábia, região da atual Baviera, em 23 de maio de 1734. Seus pais eram católicos: Antonio era engenheiro florestal e María Úrsula, filha de um ferreiro. Havia nove irmãos e Franz Anton era o terceiro deles.
Aos 15 anos já havia estudado filosofia e teologia. Então ele se mudou para Inglolstadt, para uma universidade jesuíta, para completar a teologia. Aos 31 anos obteve o doutorado em Medicina na Universidade de Viena; Sua tese tratou da teoria de Newton e das marés.
Dois anos depois, ele se casou com uma viúva rica; que lhe permitiu se tornar um patrono da arte. Sua casa era continuamente visitada por Mozart, Haydn e Gluck para as noites musicais.
História do mesmerismo
Mesmer afirmou que o Sol e a Lua exercem influências magnéticas sobre os corpos e também sobre as águas. Ele afirmou que era necessário harmonizar o magnetismo do ser interior para equilibrar o desequilíbrio gerado pela doença. A partir daí começou uma série de publicações.
As primeiras publicações de Mesmer
Em 1775, Mesmer publicou as Cartas a um Médico Estrangeiro em Viena. Três anos depois, em 1778, instalou-se em um consultório em Paris. Ele tentou o reconhecimento da Royal Society of Medicine; Embora não tenha entendido, ele foi apoiado por um cientista altamente respeitado: Charles d'Eslon.
No ano seguinte lançou a obra Memória sobre a descoberta do magnetismo animal. Além disso, ele desenvolveu um equipamento de tratamento médico denominado baquet. Era um recipiente com condensador e barras de ferro que eram conectadas aos pacientes; um método minimamente invasivo em um momento em que o recuo era a prática padrão.
Em 1784, o rei Luís XVI criou uma comissão para determinar se o método Mesmer servia ou era charlatanismo; um dos membros foi o Dr. Joseph Guillotin, inventor da guilhotina. Esta ferramenta foi mais tarde usada para cortar a cabeça do próprio Luís XVI e de dois membros da comissão acima mencionada.
Anos mais tarde publicou o livro Memória sobre a descoberta do magnetismo animal, onde explica em detalhes o modelo teórico da terapia magnética. Ele também fala do sonambulismo provocado e da lucidez do sonambulismo.
Em 1814, Mesmer publicou o livro Mesmerismo ou sistema de interações: teoria e aplicação do magnetismo animal como um medicamento geral para a preservação do homem. Este foi seu último trabalho e trata da teoria e aplicações do magnetismo animal.
Mermer morreu em 5 de março de 1815, em Meersburg, e 16 anos depois a Academia de Medicina aprovou um relatório a favor do magnetismo animal.
Seus detratores associaram o mesmerismo ao ocultismo, o espiritismo e a cura pela fé. Tanto que em 1784 eles cunharam um termo que se tornou popular até hoje: placebo.
Segundo a literatura médica, o placebo é um "remédio falso" que funciona porque o paciente tem fé no tratamento. Em outras palavras, é uma ferramenta para convencer por meios psicológicos.
Técnicas
O mesmerismo usa principalmente ações não-verbais, como toque, fascinação, movimentos, olhar e outras maneiras de induzir o transe e afetar o "campo de energia" do corpo.
Nesta cena do filme Mesmer (1994) pode-se perceber como poderia ter sido uma sessão de grupo aplicada com esta técnica:
Quando Mesmer falou do magnetismo animal, ele se referia a um fluido vital onde o elétrico e o magnético se conjugam. Baseia-se na ação da força cósmica sobre o sistema nervoso.
Para o pesquisador, a doença é resultado de uma congestão no organismo. Portanto, se for possível gerar uma corrente magnética que acompanhe todos os órgãos, a recuperação da saúde será alcançada.
O cientista trabalhou com vários pacientes e ao mesmo tempo com o baquet. A partir de 1776, ele começou com a imposição das mãos como um veículo para equilibrar as forças magnéticas no corpo do paciente.
O mesmerismo transcendeu o próprio tratamento e funcionou a partir de uma perspectiva filosófica. Seus princípios sociais utópicos foram defendidos no processo revolucionário da França em 1789.
Mesmerismo como inspiração
Alguns de seus seguidores trabalharam com pesquisas psíquicas. Houve quem a percebesse como a ciência do futuro e passasse a refleti-la na literatura fantástica de seu tempo. É o caso de Mary Shelly com sua obra Frankenstein ou o moderno Prometheus: este último personagem ganha vida através dos raios de uma tempestade.
Outro exemplo são as histórias de Edgar Allan Poe e o hipnotismo. O mesmerismo está ainda presente nos romances de Sir Arthur Conan Doyle e nas aventuras de Sherlock Holmes.
O mesmo aconteceu com a hipnose como parte das terapias e com a própria psicanálise de Sigmund Freud.
O termo mesmerismo pode ter tido uma conotação negativa por um tempo. Agora, um cientista que abriu caminhos para descobertas importantes na ciência contemporânea é homenageado com o reconhecimento.
Franz Anton Mesmer criou espaços para pesquisas sem julgamentos. A existência da tecnologia de ressonância magnética fala de conquistas e contribuições que crescem com o tempo.
Referências
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