- Tipos e exemplos
- Referência
- Exemplo 1
- Exemplo 2
- Substituição
- Por sinonímia
- Exemplo
- Por pró-formas
- Exemplos
- Elipse
- Exemplos
- Reiteração lexical
- Exemplos
- Conjunção
- Exemplos
- Referências
Os recursos coesivos são uma série de elementos gramaticais e lexicais de caráter que se destinam a unificar as várias premissas que compõem um texto. Seu objetivo fundamental é dar coerência ao discurso para permitir sua compreensão.
Esses recursos têm a função de elos, constituindo os elos semânticos que permitem que um texto seja uma unidade comunicativa de sentido e significação. A coesão tem o poder de possibilitar relações léxico-gramaticais entre as frases que compõem um texto.
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Uma estrutura textual sem a presença concreta e correta dos elementos de coesão carece de unidade, por isso é considerada um “não texto”. A base, então, para o bom funcionamento e compreensão das microestruturas e macroestruturas textuais são os recursos de coesão.
Os elementos de coesão passam a ser uma espécie de “ganchos” ou “âncoras” entre as ideias dispersas no texto, nas diferentes partes que o compõem.
A coesão, portanto, representa uma noção relacional. Em si, não é a sua presença que provoca a união entre as premissas, mas a relação intrínseca entre essas premissas evidenciada pelo recurso coeso utilizado.
Para a utilização de recursos coesos, presume-se sempre a existência de pelo menos dois preceitos a serem vinculados.
Tipos e exemplos
Os diferentes tipos de elementos coesivos serão apresentados e definidos a seguir com seus respectivos exemplos:
Referência
É um vínculo semântico que é usado quando há uma hipótese ou suspeita que precisa ser validada. Para elucidar a hipótese, busca-se a informação específica que permita sua ratificação. Essas informações são chamadas de referenciador.
Existem diferentes tipos de referentes, condicionados pela sua origem. Se o referente utilizado não estiver presente no texto, mas for retirado do contexto situacional, é denominado “exóforo”, e não é considerado coeso porque não vincula nada internamente.
Ora, se a referência a que se destina se encontra no texto, é considerado coerente e denominado “endóforo”. Este recurso tem dois significados: A anáfora e a catáfora.
A anáfora ocorre no texto quando é usado um pronome que se refere a um elemento presente em uma frase ou parágrafo anterior.
Por sua vez, a catáfora atua de forma oposta à anáfora, ou seja, faz uso de pronomes que serão resolvidos nas proposições ou premissas seguintes.
Links referenciais funcionam gramaticalmente através da aplicação de pronomes pessoais e possessivos. Isso é chamado de "referência pessoal". Também é dado pelo uso de pronomes e advérbios demonstrativos. Isso é chamado de "referência demonstrativa".
Também são apresentados por meio de artigos e comparações, que são chamados de "referência associativa" e "referência comparativa", respectivamente.
Exemplo 1
(Anáfora)
“Maria estava atrasada para a aula, havia muito trânsito naquele dia. A professora não aceitou as desculpas, não a deixou entrar e nem recebeu seus trabalhos.
Ela voltou para casa triste e com o coração partido ”.
Nesse caso, o pronome “ela” se refere ao nome “María”, que aparece no parágrafo anterior, e funciona como uma coesão das duas proposições.
Exemplo 2
(Cataphor)
“Ele disse a ela uma e outra vez, mas ela não estava ouvindo, ela não estava ouvindo. "Não vá lá, esse caminho é perigoso, Maria", repetia Pedro várias vezes, mas Maria recusou-se a ouvi-lo e o que aconteceu aconteceu. "
Nesse caso, pode-se observar uma tripla catafora, os pronomes "ele" e "ela", e o artigo "isso", resolvem-se na seguinte proposição.
Substituição
É um recurso coeso que gera uma ligação entre termos ou expressões linguísticas. Consiste basicamente em substituir uma expressão por outra ou um termo por outro, para evitar sua repetição no texto.
As expressões fornecidas não precisam ser necessariamente sinônimos, porém, contextualmente, passam a significar a mesma coisa. Os termos, por sua vez, são normalmente substituídos por sinônimos
Há quem confunda “substituição” com “referência”, mas neste último a correspondência entre os dois elementos é completa, ao passo que na substituição o termo é sempre redefinido.
Pelo exposto nos parágrafos, evidencia-se a existência de dois tipos de substituição: um por sinonímia e outro por pró-formas.
Por sinonímia
Um elemento é substituído por outro, seu sinônimo, na seguinte premissa ou proposição.
Exemplo
“O cachorro a mordeu com força imensa. O canino agiu ferozmente e esmagou o braço da mulher. "
Por pró-formas
Ocorre quando um termo ou frase é fornecido por elementos lexicais equivalentes. O elemento base e aquele que ele substitui devem ser correferenciais.
Na língua espanhola existem pró-formas pronominais (todos os pronomes, típicos de anáforas), nominais, adverbiais, adjetivais e verbais (verbo fazer).
Exemplos
- “Joaquín é um excelente homem do mar, um trabalhador como nenhum outro. O pescador costuma sair cedo para os manguezais ”. (Nominal).
- “O campo de futebol era enorme, cansei de andar nele. Todo mundo fazia esporte lá ”. (Adverbial).
- “Ontem na praça estava um grupo de lindas mulheres. Gostei da morena ”. (Adjetivo).
- “O José foi e pegou o atalho para chegar mais rápido à escola. Ele faz isso toda vez que se levanta tarde ”. (Verbal).
Elipse
É um recurso textual extremamente coeso. Basicamente, consiste em suprimir totalmente informações cuja existência é presumida contextualmente. É um purificador do texto, ele o limpa de redundância.
Existem elipses nominais e verbais.
Exemplos
- “As bananas são extremamente baratas. Jesus foi por dois (deles, ou “bananas”) ”. (Nominal).
Nesse caso, fica evidenciada a supressão do termo “cambures”, inclusive de seu substituto pronominal, pois sua presença é presumida.
- - "Você foi pescar hoje?
-Sim, fui (pescar) ”. (Verbal)
Aqui, também por presunção, o verbo "pescar" é eliminado.
Reiteração lexical
Consiste na repetição de um termo ao longo do texto para enfatizar uma ideia. A reiteração lexical pode ocorrer de forma idêntica (repetição), de forma semelhante (por sinonímia) ou parcialmente (por generalidade ou hiperonimato).
Exemplos
- “Juan foi buscar uns ovos para o jantar e ficou brincando com os amigos. Esse Juan, esse Juan, está procurando o que não perdeu! ”. (Repetição).
- “O Pedro é agora carpinteiro. Ele é um marceneiro e tanto, ele trabalha lindamente ”. (Sinonímia).
- “Os corvos não param de cercar o jardim. Todos os pássaros são assim ”. (Hiperonímia).
Conjunção
As conjunções são coesas porque permitem a inter-relação de premissas. No entanto, eles não indicam ligações diretas entre elementos particulares dos enunciados, mas sua presença manifesta uma relação intrínseca entre as proposições às quais se vincula.
As próprias conjunções não levam o leitor a buscar algo específico na frase seguinte, mas sim situá-la na congruência que existe entre uma frase e outra devido à equivalência entre seus discursos.
Existem quatro tipos básicos de conjunções: aditivas (além, por outro lado, por outro lado), temporais (depois, antes, depois), causais (por causa disso, então, porque) e adversativas (mas, no entanto, não Contudo).
Exemplos
- "Ela era uma mulher extremamente inteligente, além de uma excelente dona de casa." (Aditivos).
- "Ele a amava, como ninguém, depois de tanto sofrer." (Temporário).
- “A fábrica teve que fechar, por causa disso muitas pessoas ficaram na miséria”. (Causal).
- "Você é bom no xadrez, mas falta muito no futebol." (Adversativo).
Referências
- González Zunini, M. (1971). Coesão textual: caminho coeso. Uruguai: Prolee. Recuperado de: anep.edu.uy
- Bolívar, A. (2010). Recursos de coesão em textos acadêmicos: um estudo comparativo. Venezuela: Scielo. Recuperado de: scielo.org.ve
- Rodríguez González, A. (2011). Elementos coesos nos artigos do Papel Periódico de la Havana (1797). Cuba: UCM. Recuperado de: webs.ucm.es
- Coesão textual. (2009). Colômbia: Centro de Redação Javeriano. Recuperado de: centrodeescritura.javerianacali.edu.co
- Recursos de coesão lexical e gramatical (2015). Espanha: Wikiteka. Recuperado de: wikiteka.com