- Evolução
- Caracteristicas
- Tamanho
- Pele
- Coloração
- Cabeça
- Corpo
- Extremidades
- Cara
- Crânio
- Habitat e distribuição
- América do Sul
- Habitat
- América do Sul
- Densidade populacional
- Estado de conservação
- Ameaças
- Caçando
- Perda de habitat
- Ações
- Taxonomia e subespécies
- Reprodução
- Os bebês
- Alimentando
- A caça
- Comportamento
- Referências
O t igrillo (oncilla) é um mamífero placentário que faz parte da família Felidae. O pelo desta espécie é de cor ocre ou castanho amarelado, com padrão de manchas pretas, rosetas e riscas. Essa característica permite que o animal passe despercebido no ambiente sombrio onde vive.
É um dos menores felinos selvagens da América do Sul. Geralmente mede entre 40 e 65 centímetros e pesa no máximo 3,5 quilos. O Leopardus tigrinus é principalmente terrestre, porém, é um excelente escalador; das árvores, ele espreita sua presa antes de atacá-la. Também pode fazê-lo no solo, à distância. Então ele ataca o animal.
Tigrillo. Fonte: Groumfy69
Sua dieta é baseada em mamíferos, invertebrados, pássaros, ovos e lagartos, entre outros. Esta espécie também é conhecida como gato do mato, gato tigre, tigrito, oncilla, tigrina ou gato cervantes. Seus hábitos são noturnos, mas podem ser modificados pelo "efeito jaguatirica", um de seus predadores.
Diante da presença deste animal no mesmo território, o tigrillo pode marginalizar sua distribuição, mudar seu habitat ou modificar seu comportamento. Isso ocorre porque ele tenta evitar conflitos entre espécies com seu predador natural.
Evolução
Os gatos modernos surgiram na Ásia com a separação, no Mioceno Superior, da linhagem Panthera, há cerca de 10,8 milhões de anos. Então, há 9,4 milhões de anos, ocorreu a divergência do clado Catopuma, hoje representado pelo gato dourado asiático, o gato de Bornéu e o gato marmoreado.
A primeira migração ocorreu entre 8,5 e 5,6 milhões de anos, quando um ancestral da linhagem Caracal chegou à África. Em relação ao segundo êxodo, ocorreu graças à formação da Ponte da Beringia.
Isso uniu o continente asiático ao americano, graças à diminuição do nível das águas do mar. Por meio dessa ponte, o restante das cinco linhagens alcançou a América do Norte há 8,5-8,0 milhões de anos. Esse deslocamento coincide com a fase em que os carnívoros chegaram ao Novo Mundo, vindos da Eurásia.
Desse ancestral direto foram diferenciadas as linhagens do puma, da jaguatirica e do lince, fato que ocorreu há cerca de 8,0 a 6,7 milhões de anos. Posteriormente, ocorreu a migração para a América do Sul, através do Istmo do Panamá.
Caracteristicas
Abujoy
Tamanho
O tigrillo é um dos menores felinos selvagens da América do Sul. O macho geralmente é maior que a fêmea. Assim, enquanto a fêmea pesa entre 1,5 e 2 quilos, o macho pode pesar até 3,5 quilos.
Em relação ao comprimento do corpo, varia de 40 a 65 centímetros, sem incluir a cauda. É relativamente longo, medindo entre 25 e 33 centímetros.
Pele
O Leopardus tigrinus possui uma pelagem densa e lisa, com um padrão de manchas que identifica cada animal. Os pêlos são ligeiramente grossos e curtos. No entanto, na cabeça e na região da virilha, eles são mais longos que os do resto do corpo.
Coloração
A cor do corpo pode variar de marrom amarelado a marrom escuro. Apesar de sua coloração marrom-amarelada característica, existem alguns felinos melanísticos
Cabeça
O rosto, a garganta, os lábios, o queixo e as bochechas são cinza claro, branco ou creme claro. Nas maçãs do rosto, apresenta duas faixas marrom-escuras ou pretas, que se cruzam longitudinalmente.
Na parte superior da cabeça apresenta várias pequenas manchas de forma elíptica ou arredondada. 4 ou 5 faixas longitudinais estendem-se ao longo de todo o comprimento do pescoço, atingindo a região anterior das costas.
As orelhas são redondas, com a superfície dorsal preta, exceto na base, que mantém a mesma cor do resto da cabeça.
Corpo
No verso, as manchas podem ser interligadas ou separadas, formando fileiras longitudinais. Ao contrário, na área interescapular o padrão desses pontos é irregular.
Nas laterais do corpo, o tom marrom da base é clarificado, terminando em um ventre branco. Da mesma forma, as rosetas e manchas sólidas que ficam nas laterais são unificadas, formando faixas oblíquas médias ou pequenas, dispostas no sentido inguinal escapular.
Em relação às rosetas, apresentam bordas em tom marrom-escuro ou preto. A parte interna é mais escura do que os espaços entre as rosetas e as faixas.
Extremidades
Quanto às extremidades, apresentam manchas médias e rosetas, que se tornam menores em direção à extremidade distal. A cauda possui entre 7 e 13 anéis escuros, pretos ou marrons, que se alternam com outros do mesmo tom no dorso. Isso termina em uma ponta escura.
A coloração particular ajuda o oncilla, como também é conhecida esta espécie, a se misturar com os jogos de luz e sombra do sub-bosque onde vive.
Cara
Na face, olhos grandes se destacam, comparados ao tamanho da cabeça. Estes têm íris douradas ou castanhas claras e as pupilas se contraem verticalmente.
A mandíbula é curta e bem desenvolvida. Quanto aos dentes, os caninos superiores são longos e estreitos, com comprimento que pode variar de 22,73 a 27,85 milímetros. Os carnívoros são bem desenvolvidos, adaptados a uma dieta carnívora.
Crânio
As órbitas oculares são arredondadas, grandes e orientadas para a frente. A frente é bastante desenvolvida e vista de lado, tem um perfil convexo. Isso dá à área uma ligeira curvatura. Já a base do cérebro é oval e grande.
A crista sagital pode estar ausente ou aparecer como uma linha curta, restrita à área interparietal. A região occipital possui uma borda arredondada, conferindo-lhe uma forma semelhante a um semicírculo. A bolha auditiva é oval e relativamente grande.
Habitat e distribuição
O Leopardus tigrinus é distribuído na América do Sul e Central. Nessas regiões, parece descontínuo e irregular, sem uma conexão aparente entre essas áreas.
Na América Central, é encontrado no Panamá e no norte da Costa Rica. As florestas nubladas deste país são caracterizadas pela abundância de populações de tigrillo. Por outro lado, no Panamá, está registrado nos Parques Nacionais do Vulcão Barú.
América do Sul
Em relação ao continente sul-americano, vive desde a Colômbia até a região norte da Argentina, em uma altitude que pode variar desde o nível do mar até 3.626 metros. Além disso, sua distribuição geográfica se estende por todo o Brasil, Guiana e Suriname.
Na Venezuela, Leopardus tigrinus é encontrado separadamente, identificando três subpopulações. Um está localizado no sistema deltaico e ao sul do Orinoco, formado por L. tigrinus tigrinus.
Os outros dois grupos, correspondentes a L. tigrinus pardinoides, estão na Cordillera de la Costa, na região andina e na Sierra de Perijá.
Na Colômbia, vive nos Andes, no departamento de Antioquia, na Cordilheira Ocidental, em altitudes de 1.900 a 4.800 metros. Além disso, está localizado no Parque Nacional Natural de Los Nevados, localizado no centro dos Andes colombianos.
Atualmente, não há relatos de avistamentos desta espécie no Uruguai ou Chile. Da mesma forma, está ausente nas planícies da Venezuela e da Colômbia e no Chaco do Paraguai. No entanto, registros foram relatados nas savanas Rupununi na Guiana
Habitat
Este felino vive em diversos habitats, entre os quais estão as florestas chuvosas e nebulosas, florestas semi-áridas e decíduas, florestas subtropicais e tropicais. Além disso, pode viver em arbustos espinhosos, florestas montanhosas, savanas úmidas e pântanos.
A grande maioria dos tigrillos que estão na Costa Rica habitam florestas nubladas, florestas montanas, nas encostas de vulcões e em outras montanhas, a altitudes de 1000 metros.
América do Sul
Na região nordeste e centro da América do Sul, o Leopardus tigrinus é encontrado principalmente associado à floresta de nuvens montanhosas. Eles também foram identificados em arbustos.
Na Colômbia, embora pareça restrito a ecossistemas de 1.500 metros de altura, pode viver a 4.500 metros. Isso também ocorre nas terras altas das florestas subtropicais brasileiras e nas terras andinas do Equador.
No Brasil, vive em terras abaixo de 500 metros, associando-se a matagal, floresta estacional decidual e savanas. Nesse país, pode viver em habitats perturbados e mesmo em locais próximos de povoações humanas, desde que haja alguma cobertura natural e presas para se alimentar.
Porém, pesquisas realizadas na Caatinga, no Brasil, mostraram que essa espécie é favorecida por espaços distantes dos assentamentos rurais.
Densidade populacional
Geralmente, a densidade da população tigrillo é baixa, estando entre 1 e 5/100 km2. Apenas em poucas áreas, onde a jaguatirica está ausente, ela pode atingir densidades entre 15 e 25/100 km2.
Na Amazônia, região onde se refugiam os gatos tropicais da América, o Leopardus tigrinus tem uma proporção muito baixa, de apenas 0,01 animal por 100 km2.
Estado de conservação
Bodlina
O tigrillo é classificado pela IUCN como espécie vulnerável à extinção. Nas décadas de 70 e 80 a população deste felino foi reduzida consideravelmente, motivada principalmente pela sua caça excessiva.
Posteriormente, sua população começou a se recuperar, por isso foi considerado um animal de menor preocupação. Após 11 anos, o número de tigrillos voltou a diminuir, situação que ainda hoje se mantém.
Ameaças
Caçando
Durante décadas, o tigrillo foi caçado por sua pele, aspecto que aumentou quando o comércio de jaguatiricas diminuiu. Sua pele foi amplamente utilizada nas décadas de 1960 e 70 nos mercados de moda da Europa e América do Norte.
Embora essa situação tenha cessado, ele ainda é capturado ilegalmente para ser comercializado como animal de estimação.
Devido à degradação de seu habitat, esta espécie tem acesso a granjas, onde pode atacar aves, para se alimentar delas. Isso fez com que ele se tornasse um alvo de caça para os agricultores, que capturam este felino, tentando evitar a predação por seus animais reprodutores.
Perda de habitat
A principal ameaça é o isolamento e a fragmentação do habitat. Um exemplo disso ocorre nas florestas tropicais andinas. Nestes, as terras são desmatadas para serem utilizadas na agricultura, principalmente na cafeicultura.
Isso acarreta a redução do habitat de Leopardus tigrinus, como ocorre na Caatinga e no Cerrado, no Brasil. O habitat natural desta espécie também é perturbado pela construção de hidrelétricas e pela expansão urbana.
Outro fator que degrada o ecossistema é a construção de estradas. Isso contribui para separar o ambiente natural onde o tigrillo se desenvolve, fragmentando-o.
Além disso, quando o animal tenta atravessar a estrada, pode ser atropelado por um veículo, causando sérios danos e até a morte.
Ações
Esta espécie ameaçada de extinção está incluída na CITES, no Apêndice I. Além disso, está sob proteção legal em alguns países onde vive. Assim, na Costa Rica está sob a proteção do Decreto nº 26.435-MINAE.
Também é protegido pela Lei Orgânica do Meio Ambiente nº 7554 e pela Lei de Conservação da Fauna Silvestre nº 7.317. Neste país foram criados refúgios, como os dos Parques Nacionais Pozo Azul de Pirrís e do Vulcão Irazú Chirripo, Na Argentina, a Sociedade Argentina para o Estudo de Mamíferos (SAREM) lista este felino como vulnerável. Da mesma forma, desde 2012 está no Livro Vermelho dos Mamíferos Ameaçados daquele país.
A caça deste felino é proibida no Brasil, Argentina, Colômbia, Guiana Francesa, Costa Rica, Suriname, Venezuela e Paraguai.
Taxonomia e subespécies
Reino animal.
Sub-reino Bilateria.
Filo de cordados.
Subfilo de Vertebrados.
Superclasse Tetrapoda.
Aula de mamíferos.
Subclasse Theria.
Infraclass Eutheria.
Encomende Carnivora.
Suborder Feliformia.
Família Felidae.
Gênero Leopardus.
Espécie Leopardus tigrinus.
Subespécies
- Leopardus tigrinus oncilla.
Reprodução
A fêmea amadurece sexualmente entre dois e dois anos e meio, enquanto o macho pode fazê-lo um pouco antes. Os pesquisadores destacam que, pelo tamanho do felino, a maturidade sexual ocorre bem tarde. Isso pode levar a um baixo potencial reprodutivo, em comparação com outros gatos.
O estro dura entre 3 e 9 dias. Conforme a mulher avança em idade, a duração desse ciclo reprodutivo diminui. Quanto ao acasalamento, geralmente ocorre ao longo do ano, porém pode variar de acordo com a região onde vive.
Após o acasalamento, o macho se separa da fêmea e não participa da criação dos filhotes. A fase de gestação dura entre 75 e 78 dias, após os quais nascem entre 1 e 4 crias.
Os bebês
Os jovens nascem com cerca de 92 e 134 gramas. Seus olhos estão fechados, abrindo-os após 8 a 17 dias. Ao contrário de outros felinos, nos quais os caninos nascem primeiro, em 334 3434 todos os dentes brotam ao mesmo tempo. Isso geralmente acontece cerca de 21 dias após o nascimento.
O desmame ocorre aos três meses, porém, quando os filhotes têm entre 38 e 56 dias, já começam a comer pedaços de carne. A grande maioria dos tigrillos são adultos aos 11 meses e completamente independentes aos 4 meses de idade.
Alimentando
Simon Ruf
O tigrillo é um animal hipercarnívoro, por isso sua dieta é composta por mais de 70% de carne. Isso é típico dos membros da família Felidae, enquanto o restante dos membros da ordem Carnivora consomem entre 50 e 60% de carne, junto com material vegetal.
Sua alimentação é variada, composta por pequenos mamíferos, como gambás, esquilos, roedores, doninhas e macacos. Além disso, consome pássaros e seus ovos e, em menor medida, anfíbios e répteis. Ele pode ocasionalmente comer grama.
Algumas de suas presas preferidas são o rato-do-mato (Heteromys desmarestianus e Peromyscus mexicanus), musaranhos (Cryptotis spp.) E o saltador patigrande (Pezopetes capitalis), uma ave endêmica da Costa Rica e do Panamá.
Leopardus tigrinus é um animal noturno, mas seu padrão de atividade pode variar dependendo do comportamento de sua presa. Por exemplo, na Caatinga, a principal fonte de alimento é o lagarto, que fica ativo durante o dia.
Devido a isso, o tigrillo provavelmente precisa modificar seu hábito de caça durante o dia.
A caça
Esta espécie possui algumas adaptações que lhe permitem ser caçadores muito eficientes. Entre elas está o corpo atlético e a pelagem pontilhada, que permite uma integração com o meio ambiente. Além disso, desenvolveu os órgãos dos sentidos, que o ajudam a localizar sua presa.
Da mesma forma, possui excelente visão e, junto com as vibrissas, facilita a caça noturna. Graças à sua capacidade auditiva, pode detectar o movimento de sua presa no escuro.
Geralmente, ele caça nas árvores, perseguindo o animal e depois o capturando. Porém, se necessário, desce ao solo para caçar. Se a presa for uma ave, geralmente ela a arranca antes de ingeri-la.
No caso de ser um animal pequeno, mata-o mordendo-o no pescoço. Ao contrário, se o animal for maior, ele o ataca pelas costas.
Comportamento
O tigrillo é um animal solitário, que forma um casal quase exclusivamente na estação reprodutiva. Possui hábitos predominantemente noturnos. No entanto, pode-se realizar atividades durante o dia, como uma possível estratégia para evitar a predação pela jaguatirica.
O Leopardus tigrinus é um animal territorial e a presença de outras espécies, como a jaguatirica, pode interferir na sua ocorrência no habitat. Desta forma, podem ser obrigados a ocupar outras áreas, a atuar em horários diferentes ou a migrar para espaços marginais do território.
Dessa forma, eles evitam os encontros diretos e a predação intraconjugal que pode ocorrer.
Quando ameaçado, este felino exibe um comportamento agressivo. Arqueie as costas e levante o cabelo da parte de trás. Ao mesmo tempo, mostra os dentes e emite vocalizações semelhantes a assobios.
Os jovens tendem a se comunicar com a mãe por meio de ronronos, enquanto os adultos têm chamadas mais curtas e rítmicas.
Referências
- Wikipedia (2019). Oncilla. Recuperado de en.wikipedia.org.
- Payan, E., de Oliveira, T. (2016). Leopardus tigrinus. A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN 2016. Recuperado de iucnredlist.org.
- Patel, C. (2011). Leopardustigrinus. Diversidade animal. Recuperado de animaldiversity.org.
- Grupo de especialistas em gatos (2019). Gato tigre do norte, Leopardus tigrinus. Recuperado de catsg.org.
- Isasi-Catalá, Emiliana. (2015). Gato selvagem, Leopardus tigrinus. Recuperado de researchgate.net
- Fabio Oliveira Do Nascimento, Anderson Feijó (2017). Revisão taxonômica do grupo de espécies tigrina Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) (carnivora, felidae). Recuperado do scielo.br.
- Luiz Gustavo R. Oliveira-SantosI, Maurício E. GraipelII, Marcos A. TortatoIII, Carlos A. ZuccoI, Nilton C. CáceresIV, Fernando VB Goulart (2012). Mudanças de abundância e flexibilidade de atividade da oncila, Leopardus tigrinus (Carnivora: Felidae), parecem refletir a prevenção de conflitos. Recuperado do scielo.br.
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