- Atividades para crianças com paralisia cerebral
- 1- Aprenda a controlar a cabeça
- 2- Aprenda a girar e girar
- 3- Pratique a coordenação motora
- 4- Estimular o controle do corpo
- 5- Comece a arrastar e rastejar
- 6- Aprenda a andar
- 7- Melhore o equilíbrio
- 8-Controle da tensão muscular
- 9- Incorporação do jogo
- 10- Comece nas habilidades para a vida diária
- Referências
Neste artigo iremos discutir 10 atividades para crianças com paralisia cerebral que podem ser úteis para melhorar habilidades e qualidade de vida. A paralisia cerebral é um grupo de distúrbios do desenvolvimento de movimento e postura que causam limitação acentuada de atividade.
Essa doença se origina de uma agressão não progressiva ao cérebro em desenvolvimento, ou seja, devido a algum dano produzido durante o período fetal ou nos primeiros anos de vida.
A etiologia da paralisia cerebral pode ser atribuída a diversos fatores. Em geral, eles podem ser divididos em três grupos principais: fatores pré-natais, fatores perinatais e fatores pós-natais.
Em relação aos fatores pré-natais, ocorrem alterações na coagulação, doenças autoimunes ou infecção intrauterina da mãe, alterações na placenta como trombose ou alterações vasculares e fatores fetais como polidrâmnio.
Os fatores perinatais mais comuns são prematuridade, baixo peso ao nascer, febre materna durante o parto, hipoglicemia sustentada e hemorragia intracraniana.
Finalmente, a paralisia cerebral que se desenvolve quando a criança nasce é geralmente causada por infecções, lesões na cabeça, convulsão, intoxicação ou parada cardiorrespiratória.
Lembre-se de que nem todas as paralisias cerebrais são iguais, pois existem tipos diferentes. Podemos encontrar tetraplegia (envolvimento de membros superiores e inferiores), disparesia (envolvimento maior de membros superiores), hemiparesia (envolvimento de ambos os membros de um lado do corpo) e monoparesia (envolvimento de um único membro).
No entanto, seja qual for o tipo de paralisia cerebral sofrida e os fatores etiológicos da doença, não há dúvida de que esta doença causa uma grande deficiência para a criança. Por isso, a realização de atividades desde as primeiras fases da vida é fundamental para estimular os déficits da criança e favorecer o desenvolvimento físico e mental.
Atividades para crianças com paralisia cerebral
1- Aprenda a controlar a cabeça
A primeira atividade que deve ser feita para estimular o desenvolvimento de uma criança com paralisia cerebral é o controle da cabeça. Para que uma criança seja capaz de se levantar, rolar, sentar, engatinhar ou realizar qualquer movimento, ela deve antes de tudo desenvolver algum controle sobre sua cabeça.
Essa tarefa é difícil para todos os recém-nascidos, pois o tamanho e o peso de sua cabeça, em comparação com o resto do corpo e sua resistência, são muito elevados. Porém, para crianças com paralisia esta atividade é ainda mais complexa, por isso os pais devem trabalhar e treinar essa ação com o bebê.
Antes de ensinar uma criança a se mover, virar ou sentar, o controle sobre sua cabeça deve ser fortalecido. Para fazer isso, a criança deve ser encorajada a levantar a cabeça quando estiver deitada de bruços. Isso pode ser feito chamando sua atenção com objetos ou cores brilhantes.
Se você achar que a criança tem dificuldade para levantar a cabeça por causa de regiões do corpo fracas, geralmente é útil colocar um cobertor dobrado sob o peito e os ombros.
Caso a criança não consiga se levantar, pegue-a e coloque-a sobre o peito de forma que fique praticamente sentada. Com essa postura, será mais fácil levantar a cabeça.
Uma vez de costas, a criança deve ser agarrada pelos ombros e levantada suavemente até que a cabeça penda ligeiramente para trás. Essa ação deve ser feita com cuidado e deve ser evitada se sua cabeça pender muito.
Por fim, outra ação que permite que essa atividade seja realizada é colocar o bico (ou mamadeira) próximo aos lábios ao invés de mantê-lo na boca para que a criança deva se aproximar sozinha do alimento.
2- Aprenda a girar e girar
Somente quando a criança tiver bom controle de sua cabeça, ela poderá começar a praticar a atividade de girar e girar. Para realizar esta ação podemos começar como na atividade anterior, chamando a atenção da criança quando ela está deitada.
Depois de chamar a atenção deles com um brinquedo, você deve girá-lo para o lado para que a criança vire a cabeça. Se após várias tentativas a criança não realizar a ação, você pode ajudá-la levantando uma perna.
Depois que a criança domina esse movimento, ela pode ser ensinada a rolar para o lado enquanto está de costas. Nesse caso, você deve colocar a criança de costas e oferecer-lhe um brinquedo de lado, incentivando-a a se virar para pegá-lo.
3- Pratique a coordenação motora
Uma das características das crianças com paralisia cerebral é que, muitas vezes, não apresentam o reflexo de preensão durante os primeiros meses de vida.
Se você colocar o dedo próximo a ele, provavelmente não o agarrará com a mão até estágios posteriores. Esse fato pode interferir no desenvolvimento da criança, por isso é importante a prática dessa atividade.
Para fazer isso, você deve primeiro observar se o bebê sempre está com a mão fechada. Nesse caso, a mão deve ser esfregada suavemente desde o dedo mínimo até o pulso.
Isso abrirá sua mão e provavelmente agarrará seu dedo. Caso a criança não feche a mão, é útil pegar um objeto, colocá-lo na mão, fechá-lo para que ela possa segurá-lo e lentamente soltar a mão para manter a ação de agarrar.
4- Estimular o controle do corpo
Quando os bebês controlam sua cabeça, eles começam a se sentar e se mover. Porém, para se sentar bem, a criança precisa controlar seu corpo, usar as mãos e se equilibrar.
O início dessas habilidades costuma ser atrasado em crianças com paralisia cerebral, por isso devem ser praticadas e ajudadas a desenvolvê-las. Para isso, é eficaz sentar a criança e, quando ela cair, ensine-a a parar estendendo os braços.
Uma atividade útil para praticar essa ação é colocar a criança de bruços em um tronco, segurá-la pelos quadris e rolá-la lentamente para os lados.
Ao fazer isso, você deve encorajar a criança a parar quando equilibrada com a ajuda da mão. Você também pode realizar a mesma ação colocando a criança de barriga para baixo.
Quando a criança conseguir se sustentar deitada, faça o mesmo sentando-a e balançando-a para os lados, para cima e para trás.
Depois de ter algum controle, você pode fazer o mesmo sentando a criança em suas pernas e movendo-as ligeiramente para que a criança tente neutralizar a desestabilização produzida pelo movimento.
5- Comece a arrastar e rastejar
É importante que engatinhar e engatinhar comece quando a criança tiver algum controle sobre seu corpo. É conveniente seguir a ordem das atividades que discutimos até agora.
Para isso, é útil começar colocando a criança de bruços no chão e chamando sua atenção para um objeto que está praticamente ao seu alcance.
Se quando a criança tenta se aproximar do objeto ela não consegue dobrar a perna, ela deve ser ajudada levantando os quadris. Se o seu bebê achar difícil começar a engatinhar no chão, você pode praticar a mesma ação com a sua perna.
Sente-se no chão e coloque a criança de bruços em sua perna. Chame sua atenção com um objeto colocado a seus pés para a criança se arrastar. Quando seu filho tiver dominado essa atividade, incentive-o a fazê-la quantas vezes puder.
Rastejar uma montanha de palha é outra atividade particularmente benéfica, pois fortalece os membros da criança.
6- Aprenda a andar
Para fazer com que a criança se mova, o bebê deve ter aprendido previamente a engatinhar e controlar seu corpo. Uma vez que essas duas ações tenham sido dominadas, a criança deve ser segurada sob as axilas, encorajada a adotar uma postura ereta e colocar os pés levemente no chão.
Essa ação permitirá que a criança use o reflexo da marcha e fortaleça as pernas. Quando a criança estiver se apoiando no chão, fique na frente dela, segure-a pelos quadris e afaste os pés para que ela tenha um apoio amplo.
Em seguida, incline suavemente a criança de um lado para o outro para que ela aprenda a transferir o peso de uma perna para a outra. Quando a criança quase consegue andar sozinha, mas está com medo, é útil amarrar um pano em volta do peito.
Você deve ficar atrás dele segurando o pano sem usar força e observando a criança o tempo todo caso ela caia.
7- Melhore o equilíbrio
Além disso, você pode praticar diversas atividades que permitem à criança melhorar seu equilíbrio. Essa habilidade o ajudará a melhorar sua capacidade de andar e a evitar posturas perigosas ao sentar ou deitar.
Quando a criança estiver deitada, você deve incentivá-la a transferir o peso de um braço para o outro. Para fazer isso, você pode chamar a atenção deles com um objeto e fazer a criança querer pegá-lo.
Ao tentar pegá-lo, a criança equilibrará seu peso em um braço, então ela deve ser encorajada a segurá-lo a cada vez com uma mão diferente.
Para melhorar o equilíbrio sentado, é útil colocar a criança em uma prancha de balanço. A instabilidade da superfície forçará a criança a praticar suas habilidades de equilíbrio. Quando a criança engatinha, você deve incentivá-la a transferir o peso de um braço para o outro e de uma perna para a outra. Além disso, ele pode ser ensinado a engatinhar para frente e para trás.
Essas atividades irão desenvolver seu equilíbrio, ao mesmo tempo que ajudam a fortalecer seus músculos.
Ao caminhar, é útil pedir à criança que fique de pé e se equilibre sobre os joelhos (desde que não tenha espasticidade) e que aprenda a ficar parada, segurando um objeto.
8-Controle da tensão muscular
Crianças com paralisia cerebral são muito mais propensas a contraturas, por isso é aconselhável realizar atividades que as possam prevenir. Neste caso, é importante que ao realizar os exercícios não aumente a espasticidade, mas sim que os músculos possam relaxar.
Para relaxar os músculos espásticos, geralmente é útil colocar panos quentes sobre os músculos espásticos da criança. Posteriormente, a criança pode ser ajudada a girar de um lado para o outro, alongando os músculos e reduzindo a espasticidade.
9- Incorporação do jogo
A melhor maneira de as crianças aprenderem é brincando, por isso é importante apresentar qualquer atividade como um jogo. É conveniente que as atividades sejam realizadas por um determinado tempo (não muito longo) e que incorporem elementos novos e atraentes para a criança.
É importante que a criança aprenda a brincar com outras crianças e a brincar sozinha, por isso deve ter a oportunidade de fazer atividades divertidas. Por outro lado, o brincar é um elemento muito importante que pode permitir o trabalho e o desenvolvimento de suas habilidades.
Incorporar brinquedos para fortalecer seus sentidos de tato, como argila, cordas, roldanas, mármores, areia e brinquedos para aprimorar seus sentidos visuais, como espelhos, cores ou fantoches, é altamente benéfico.
Da mesma forma, brinquedos para o equilíbrio, como balanços ou redes, e brinquedos para os ouvidos, como guizos, flautas ou tambores, não só permitirão que a criança se divirta, como também servirão para aumentar seu desenvolvimento.
10- Comece nas habilidades para a vida diária
Finalmente, a criança deve desenvolver gradualmente uma série de habilidades básicas. A paralisia cerebral faz com que esse conjunto de habilidades demore mais para aparecer, então o desenvolvimento também deve ser praticado.
Para ajudar seu filho a desenvolver novas habilidades, primeiro você deve ver o que ele pode e o que não pode fazer. A criança freqüentemente precisará de muita ajuda para falar e se comunicar, então ela deve ser ajudada a se comunicar de todas as maneiras que puder.
Da mesma forma, ele deve ser encorajado a aprender a comer, vestir, tomar banho e realizar suas necessidades diárias por conta própria.
Para praticar este tipo de atividades, as habilidades da criança devem ser levadas em consideração e estimuladas a utilizá-las.
Referências
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- David Werner. Crianças com deficiência na aldeia Um guia para trabalhadores comunitários de saúde, trabalhadores em reabilitação e famílias. Edição eletrônica: cap. 9 paralisia cerebral.
- Varela X, Kleinsteuber K, Avaria M: A_: Cerebral Palsy In: David P., Förster J., Devilat M. Pediatric Neurology.. Editorial Mediterráneo 2012 Santiago-Chile.