- Tipos
- Lesões osteomusculares de acordo com a estrutura afetada
- Lesões musculares
- Lesões ósseas
- Lesões nas articulações
- Lesões de tendão
- Lesões musculoesqueléticas de acordo com o tempo de evolução
- Lesões agudas
- Lesões crônicas
- Lesões osteomusculares de acordo com o mecanismo de produção
- Lesões mecânicas
- Cotovelo de tenista
- Ombro do jogador de golfe
- Lumbago Mecânico
- Lesões traumáticas
- Lesões degenerativas
- Sintomas
- Causas
- Prevenção
- Tratamento
- Referências
As lesões musculoesqueléticas são de longe o motivo mais frequente de consulta no pronto-socorro em todo o mundo. Este conceito não se refere a uma doença específica, mas a um conjunto de lesões que compartilham certas características comuns.
Pelo nome, é fácil intuir que se tratam de lesões que afetam os ossos (osteo) e os músculos (musculares). Porém, seu escopo vai além, pois o conceito inclui também os elementos de fixação das articulações (ligamentos) e os pontos de inserção dos músculos nos ossos (tendões).
Assim, as lesões musculoesqueléticas incluem diferentes tipos, podendo ser classificadas de acordo com a estrutura afetada em lesões ósseas, musculares, articulares e tendinosas.
Em muitas ocasiões, dois tipos de lesão podem ocorrer simultaneamente, o que complica um pouco sua classificação. Por outro lado, de acordo com o tempo de evolução, as lesões musculoesqueléticas podem ser classificadas em agudas ou crônicas.
Da mesma forma, de acordo com o mecanismo de produção, existem pelo menos três tipos de lesões musculoesqueléticas: mecânicas (devido ao uso excessivo), traumáticas (devido a golpes, entorses ou qualquer força externa que atue no sistema musculoesquelético) e degenerativas (devido ao desgaste natural dos músculos). estruturas afetadas; muito comum nas articulações).
Para fazer uma abordagem racional do tratamento e, mais importante, para prevenir essas lesões, é muito importante conhecer os elementos básicos da fisiopatologia de cada caso.
Tipos
Como já mencionado, as lesões musculoesqueléticas podem ser classificadas de acordo com sua localização, tempo de evolução e mecanismo de produção. A partir desta classificação geral, inúmeras combinações de lesões podem ser geradas, tais como:
- Lesão muscular aguda, traumática.
- Lesão articular denerativa crônica.
- Lesão do tendão, mecânica, aguda.
- Lesão do tendão, traumática, aguda.
Assim, pode-se continuar até que todas as combinações possíveis sejam completadas; entretanto, não faria sentido se as características básicas de cada tipo de lesão não fossem conhecidas.
Neste ponto, é responsabilidade do médico determinar a combinação que corresponde a cada paciente em particular, com base no conhecimento aprofundado da fisiopatologia de cada uma dessas lesões. O diagnóstico de lesões musculoesqueléticas deve ser individualizado para cada paciente.
Ainda assim, uma descrição bastante detalhada de cada tipo de lesão pode ser feita, a fim de facilitar seu entendimento e posterior aplicação clínica.
Lesões osteomusculares de acordo com a estrutura afetada
Esta é a classificação básica, pois permite localizar anatomicamente a lesão e, portanto, predizer sua evolução, prognóstico e potenciais complicações. Estes são quatro tipos principais:
Lesões musculares
Falamos em lesão muscular quando a lesão atinge o tecido muscular estriado, seja por ruptura de suas fibras ou alteração do espaço intercelular. Nesse sentido, as lesões musculares mais frequentes são as rupturas.
Uma ruptura muscular nada mais é do que a ruptura das fibras que constituem um músculo. De acordo com a quantidade de músculo envolvido, as roturas são classificadas em uma escala de I a IV, sendo I uma rotura parcial marginal que ocupa menos de 10% da espessura do músculo; e grau IV a ruptura completa do mesmo.
As rupturas musculares são muito comuns nos músculos das extremidades e quase sempre associadas a atividades esportivas ou trabalhos físicos muito pesados.
Após as rupturas musculares, os tipos mais comuns de lesão muscular são contraturas e contusões musculares patológicas.
A contratura muscular patológica ocorre quando um músculo estriado se contrai contínua e involuntariamente, causando desconforto à pessoa. O caso típico é a dor lombar mecânica, em que os músculos das costas permanecem contraídos constantemente, causando dor e incapacidade.
Geralmente essas lesões são derivadas do uso excessivo ou sobrecarga de um grupo de músculos por um período prolongado.
Por sua vez, as contusões musculares costumam resultar de traumas. Nessas lesões, ocorre inflamação (edema) no tecido muscular intersticial e, nos casos mais graves, hematomas.
Finalmente, existe um grupo de doenças inflamatórias degenerativas que incluem o grupo das miosites. Essas são doenças em que as fibras musculares ficam inflamadas e suas células são destruídas, causando incapacidades de longo prazo.
Lesões ósseas
A lesão óssea por excelência é a fratura; isto é, a quebra do osso em um ou mais pontos devido aos efeitos de forças externas agindo sobre ele.
As fraturas são sempre agudas, embora possa haver casos de fraturas mal tratadas que evoluem para uma condição crônica conhecida como pseudoartrose; entretanto, não é o mais comum.
Embora a causa mais comum de fraturas seja o trauma, elas não são a única causa. Podem ocorrer fracturas patológicas, nestes casos um osso frágil devido a alguma condição médica (osteoporose, doenças que ligam o cálcio, etc.) quebra devido à força que os próprios músculos exercem sobre ele.
Lesões nas articulações
São todas aquelas lesões que afetam um osso no ponto em que ele se conecta a outro; isto é, na junta.
As lesões articulares podem afetar diferentes estruturas: desde o próprio osso (como no caso das fraturas intra-articulares), passando pela cartilagem (o exemplo clássico são os meniscos dos joelhos) e atingindo os ligamentos e a cápsula sinovial.
A lesão articular mais comum é uma entorse ou distensão. Nestes casos ocorre um alongamento do aparelho ligamentar da articulação devido a um movimento articular que extrapola a faixa fisiológica. Nos casos mais graves de entorses, os ligamentos podem romper.
Após entorses, outra lesão muito comum ao nível da articulação é a luxação. Nesse tipo de lesão, uma das estruturas ósseas que compõem uma articulação literalmente "desliza" para fora do lugar, causando limitação ou nenhum movimento da articulação afetada.
Outra estrutura muito frequentemente lesada nas articulações é a cartilagem. Quando a lesão é traumática, falamos em fratura de cartilagem, sendo a fratura dos meniscos do joelho uma das entidades clínicas mais comuns neste grupo. Já quando a lesão é degenerativa, é chamada de osteoartrite.
Na osteoartrose, a cartilagem articular se afina devido ao uso excessivo, desgaste e degeneração, fazendo com que as superfícies ósseas entrem em contato entre si aos poucos, o que gera inflamação e, eventualmente, destruição da articulação.
Em relação às articulações, também pode ocorrer inflamação crônica, como no caso de diversos tipos de artrite. Da mesma forma, em casos de trauma, pode haver acúmulo de líquido no espaço articular (hemartrose).
Lesões de tendão
As lesões tendíneas são muito comuns, principalmente nos membros inferiores, próximo à articulação do tornozelo, onde existe uma concentração muito elevada de tendões sob estresse.
Os tendões podem ficar inflamados (tendinite) geralmente devido ao uso excessivo; o exemplo clássico é a tendinite de Aquiles (inflamação do tendão de Aquiles). Eles também podem ficar inflamados pelo uso excessivo, como no caso da tendinite do manguito rotador do ombro.
Além disso, os tendões podem se romper (ruptura do tendão), seja por sobrecarga (como na ruptura do tendão de Aquiles) ou trauma (ruptura dos tendões dos músculos fibulares na entorse de tornozelo grau IV que afeta o aspecto externo do junta).
No caso dos tendões, existe uma condição clínica conhecida como fratura por avulsão, que afeta a fixação do tendão ao osso.
Nesses casos, o músculo se contrai com tanta força que o tendão é desalojado de seu ponto de inserção, geralmente "rasgando" parte do córtex. É uma lesão muito dolorosa e difícil de diagnosticar, por isso a experiência do médico é fundamental para poder identificá-la.
Lesões musculoesqueléticas de acordo com o tempo de evolução
Eles são classificados em dois grandes grupos: agudos e crônicos. Nesse ponto é muito importante estabelecer uma diferença clara, pois o tratamento e o prognóstico variam de acordo com a evolução.
Algumas lesões podem se apresentar nas duas formas, agudas e crônicas, enquanto outras apresentam apenas uma (aguda ou crônica). Além disso, existem algumas lesões agudas que têm o potencial de se tornarem crônicas, de modo que o diagnóstico muda com o tempo.
Lesões agudas
Considera-se lesão musculoesquelética aguda toda aquela que surge em um paciente previamente hígido e evolui em questão de minutos, horas ou poucos dias.
Em geral, existe uma relação de causa-efeito clara entre um determinado evento e o aparecimento de sintomas, que costumam aparecer de forma abrupta, intensa e intempestiva.
Lesões agudas geralmente são traumáticas, embora algumas lesões mecânicas também possam começar com um episódio agudo.
Lesões crônicas
Uma lesão musculoesquelética é classificada como crônica quando evolui ao longo de semanas, meses ou anos.
Normalmente o início dos sintomas é insidioso, a pessoa não identifica claramente quando começaram as primeiras queixas e não existe uma associação causal clara entre um determinado evento e o aparecimento dos sintomas.
É comum que o desconforto progrida, aumentando de intensidade e também a incapacidade que geram com o passar do tempo.
Na maioria das vezes, as lesões crônicas são degenerativas (como a artrite), embora em certos casos de traumas mal tratados (entorses não imobilizadas, por exemplo) uma condição crônica derivada do evento agudo possa aparecer.
O mesmo é verdadeiro para lesões mecânicas; No entanto, nesses casos, o evento agudo geralmente passa despercebido ou é interpretado como um leve desconforto; no entanto, à medida que a lesão reaparece continuamente, ela acaba se tornando uma lesão crônica. O exemplo clássico dessa condição é a dor lombar mecânica.
Lesões osteomusculares de acordo com o mecanismo de produção
De acordo com o mecanismo de produção, as lesões musculoesqueléticas são divididas em três tipos principais: mecânicas, traumáticas e degenerativas.
É muito importante identificar a causa exata, pois não só depende o tratamento, mas também o prognóstico do paciente.
Em geral, as lesões traumáticas têm o melhor prognóstico, enquanto as degenerativas têm um futuro mais sinistro; Por sua vez, as lesões mecânicas situam-se a meio caminho entre as anteriores em termos de prognóstico.
Lesões mecânicas
Lesão mecânica é definida como toda aquela derivada do uso excessivo, sobrecarga ou abuso do sistema musculoesquelético sem fatores externos.
Isso significa que não há nenhum tipo de trauma ou elemento envolvido na gênese da lesão, decorrente da execução de suas atividades normais, mas de forma exagerada.
Os exemplos desse tipo de lesão são muitos; os mais comuns são cotovelo de tenista, ombro de jogador de golfe e dor lombar mecânica. Aqui está uma descrição dessas condições:
Cotovelo de tenista
Tecnicamente conhecida como "epicondilite", é a inflamação dos ligamentos do cotovelo pela repetição contínua do movimento de flexo-extensão do cotovelo.
Embora tenha sido descrito pela primeira vez em jogadores de tênis, qualquer pessoa que flexione e estenda repetidamente o cotovelo por períodos muito longos pode desenvolver cotovelo de tenista, não importando que nunca tenha jogado tênis.
Ombro do jogador de golfe
É semelhante ao cotovelo de tenista, mas neste caso é a inflamação dos ligamentos do ombro, bem como dos músculos que o movimentam (manguito rotador) devido, mais uma vez, ao uso excessivo da articulação.
Tal como acontece com o cotovelo de tenista, o ombro do jogador de golfe pode aparecer em qualquer pessoa cujo trabalho ou atividade esportiva exija movimento frequente e repetitivo de qualquer um dos movimentos do ombro.
Lumbago Mecânico
É um dos problemas musculares mais comuns, popularmente conhecido como lumbago. É a contratura patológica e inflamatória dos músculos da região lombar devido ao uso excessivo ou inadequado dos grupos musculares da região lombar.
Lesões traumáticas
Nestes casos, o mecanismo de ação é a transferência de energia de fora para o sistema musculoesquelético por meio de um impacto direto (golpe, queda, etc.).
O trauma geralmente resulta em fraturas, rupturas ligamentares e contusões. Eles podem ser abertos e fechados, sendo o denominador comum de todos a transferência de uma grande quantidade de energia para os elementos anatômicos.
Lesões degenerativas
As lesões degenerativas são devidas ao desgaste natural dos elementos anatômicos, seja pelo uso ao longo dos anos, seja pela degeneração dos tecidos com a idade. O caso típico é a osteoartrite.
Além da degeneração e do envelhecimento, existem também doenças autoimunes e inflamatórias que podem degenerar estruturas ósseas ou articulares, como é o caso da artrite reumatóide.
Sintomas
Os sintomas das lesões musculoesqueléticas são muito variados e dependem muito da estrutura afetada, do tempo de evolução e da causa. Mesmo assim, pode-se dizer que todas essas lesões apresentam sintomas comuns, que se manifestarão com maior ou menor intensidade em cada caso.
Esses sintomas são dor na área afetada, inflamação e aumento local da temperatura; Além disso, dependendo do grau de gravidade, algum grau de limitação funcional pode ocorrer nas estruturas afetadas.
O grau de limitação funcional pode ser tão brando que não pode ser percebido a menos que testes clínicos especiais sejam realizados, ou tão severo que a pessoa afetada precisa de ajuda para realizar tarefas diárias, como caminhar ou mesmo pentear o cabelo.
Causas
As causas das lesões musculoesqueléticas foram descritas em sua classificação de acordo com o mecanismo de ação.
Nesse sentido, pode-se resumir que as causas mecânicas incluem o uso excessivo das estruturas musculoesqueléticas.
Já o trauma inclui todas as lesões decorrentes de impactos, golpes, quedas, projéteis e até explosões que transferem energia aos tecidos, sendo estes absorvidos pelos tecidos do sistema musculoesquelético.
Finalmente, as lesões degenerativas são devidas à inflamação crônica do tecido (como na artrite) ou ao desgaste natural dos tecidos devido ao envelhecimento e movimento (como ocorre na osteoartrite).
Prevenção
A prevenção das lesões musculoesqueléticas depende em grande parte da condição clínica de cada paciente. No entanto, certas medidas gerais podem ser listadas que devem prevenir bastante o aparecimento dessas lesões:
- Aquecimento adequado antes das atividades esportivas.
- Alongamento após o exercício.
- Utilizar medidas de proteção adequadas quando houver risco de trauma (capacetes, ombreiras, etc.), seja no trabalho ou na prática de esportes.
- Dieta rica em cálcio, ferro e magnésio.
- Exercite regularmente.
- Evite levantar pesos que excedam 10% do peso corporal.
- Limite os movimentos repetitivos das articulações.
- Uso de calçado adequado.
- Mantenha um peso adequado para o sexo, altura e idade.
- Consumir proteínas de alto valor biológico pelo menos 3 vezes por semana.
- Mantenha sempre uma postura correta.
- Cumprir os padrões ergonômicos no ambiente de trabalho e nas atividades da vida diária.
- Elevar cargas utilizando técnica adequada e evitando ultrapassar os limites recomendados para sexo, peso e idade.
- Consulte um médico em caso de sintomas sugestivos de problemas musculoesqueléticos.
Tratamento
Dependendo da causa, das condições clínicas do paciente e da gravidade da lesão, existem diferentes estratégias terapêuticas, que podem incluir um ou mais dos seguintes tratamentos:
- Meios físicos (calor ou frio local).
- Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs).
- Esteróides (orais ou parenterais).
- Fisioterapia.
- Medidas ortopédicas (imobilizações, órteses).
- Cirurgia.
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