- Caracteristicas
- El Niño Stream
- Ecossistemas marinhos costeiros
- -Manglars
- Flora
- Fauna
- - Ecossistemas intermediários
- praias de areia
- Litorais rochosos
- Praias pedregosas
- Ecossistemas marinhos
- Recifes de coral
- Alívio
- Zona costeira
- Zona nerítica
- Zona oceânica
- Referências
O mar tropical é o espaço marinho influenciado pela corrente El Niño, na costa do Oceano Pacífico, ao norte do Peru. Esta corrente constitui a parte sul da Corrente do Panamá, que vem do Golfo do Panamá e posteriormente da Colômbia.
O mar tropical, junto com o mar frio, constituem todo o espaço marítimo do Peru no Oceano Pacífico. Este território é oficialmente conhecido como Mar do Grau.
Praia de Mancora, província de Talara, departamento de Piura, Peru. Fonte: Mazter, do Wikimedia Commons
O mar tropical estende-se desde a fronteira com o Equador na linha inferior da Boca de Capones (3º latitude sul) até a península Illescas, no departamento de Piura (5º latitude sul). Constitui a região norte ou norte do Mar de Grau.
Devido às baixas latitudes e à influência da corrente El Niño, as águas do mar tropical são quentes e com uma biodiversidade muito elevada. Ao contrário das águas do mar frio, caracterizadas por suas baixas temperaturas e alta produtividade.
Caracteristicas
As águas do mar tropical são quentes em todas as épocas do ano. Sua temperatura pode variar entre 19ºC e 22ºC na estação mais quente do ano. Isso se deve à sua proximidade com o equador e à influência da corrente El Niño, formada por águas quentes.
Possui baixa salinidade devido ao alto índice pluviométrico da zona tropical. Ao contrário do mar frio do Peru, seu conteúdo de nutrientes é baixo, então sua produtividade é menor.
A cor azulada, a temperatura e a abundante biodiversidade do mar tropical, fazem dela um importante destino turístico para o Peru.
El Niño Stream
A corrente El Niño é o fluxo sazonal de águas equatoriais quentes que viajam ao largo da costa norte do Pacífico peruano, na direção norte-sul. Este colide com a corrente fria que vem do sul e se desvia para o oeste.
Tem um efeito importante no clima do Peru, gerando chuvas regulares ou repentinas e eventos de morte de grandes massas de plâncton.
Ecossistemas marinhos costeiros
-Manglars
O manguezal é uma espécie de pantanal que se desenvolve em áreas influenciadas pelas marés, nas quais ocorre uma mistura de água salgada e doce. No Peru, este tipo de ecossistema está restrito ao mar tropical. Cobre uma área total de 5.870 ha, menos de 0,01% do total nacional.
Flora
Manguezais são formações vegetais com predominância de diferentes espécies de manguezais: manguezal vermelho (Rhizophora mangle), manguezal vermelho (Rhizophora harrisonii), mangue branco (Laguncularia racemosa), mangue preto (Avicennia germinans) e manguezal abacaxi (Conocarpus erectus).
Outras espécies de plantas arbóreas presentes nos manguezais são também a faique (Acacia macracantha), a andorinha-do-mar (Caesalpinia paipai), a alfarrobeira (Prosopis pallida), o palo santo (Bursera graveolens), o añalque (Coccoloba ruiziana), o ceibo (Ceiba trichistandra), lipe (Scutia spicata), palo verde (Parkinsonia aculeata), entre outros.
Algumas espécies de plantas trepadeiras e epífitas também habitam os manguezais. Destacam-se a pitaya, liana do gênero Selenicereus sp., Bromélias como Tillandsia usneoides e algumas orquídeas dos gêneros Oncidium, Epidemdrum e Cattleya.
Fauna
As raízes dos manguezais servem de substrato para muitas espécies de equinodermos invertebrados (Ophiothrix), caranguejos (Ucides), caramujos (Calliostoma, Theodoxus) e cracas (Pollicipes).
Além disso, algumas espécies estão sujeitas a grande pressão de extração para usos comerciais. Destacam-se os bibalbos, como a concha preta, concha oca, concha do pé de burro (do gênero Anadara), a concha da lampa (Atrina maura), a concha listrada (Chione subrugosa) e o mexilhão (Mytella guyanensis). Bem como camarões (Pennaeus spp.) E jaivas (Callinectes).
Por outro lado, os manguezais são um refúgio para larvas e juvenis de uma grande diversidade de espécies de peixes. Notáveis robalos (Centropomus viridis), pargos vermelhos (Lutjanus guttatus), mojarras (Eucinostomus currani), salmonetes (Mugil spp) e bagres (Galeichthys peruvianus).
Espécies de grande porte como o crocodilo do rio (Crocodylus acutus) e a lontra do noroeste (Lutra longicaudis) também vivem entre os manguezais.
Os ramos dos manguezais e de outras espécies de árvores são usados como poleiros e locais de nidificação por um grande número de espécies de pássaros, como pelicanos (Pelecanus thagus e Pelecanus occidentalis), o flamingo chileno (Phoenicopterus chilensis), íbis (Eudocimus albus e Eudocimus ruber), a fragata (Fregata magnificens) e o cormorão (Phalacrocorax brasilianus)
- Ecossistemas intermediários
Ecossistemas intermariais são aqueles que se desenvolvem em um espaço de transição entre os ambientes terrestre e marinho. Especificamente, varia do nível mais alto ao mais baixo influenciado pelas marés. Na costa peruana, esta área é representada por praias arenosas, praias pedregosas e costões rochosos.
praias de areia
Constitui o ecossistema menos diverso. Destaque uma baixa diversidade de macrobentos. No nível supralitoral, na área mais alta, estão distribuídos o caranguejo-da-estrada (Ocypode gaudichaudii) e o isópode Excirolana braziliensis.
No nível intermediário (zonas mesolitorais) estão distribuídos os crustáceos Callianassa garthi e Emerita analoga, e os moluscos Mesodesma donacium e Donax marincovichi. Outras espécies associadas são os poliquetas (Thoracophelia, Lumbrineris, Nephtys impressa e Hemipodus biannulatus).
As praias arenosas do Mar do Norte são caracterizadas por populações muito abundantes do caracol filtro Olivella columellaris.
Litorais rochosos
Os litorais rochosos são ambientes bastante heterogêneos, com grande variedade de microhabitats, o que favorece o aumento da biodiversidade desse ecossistema.
Na zona supralitoral predominam os gastrópodes Nodilittorina peruviana e os crustáceos Grapsus grapsus.
Já na zona mesolitoral, localizada no trecho intermediário do litoral rochoso, que apresenta maior efeito das marés, se desenvolvem os prados de macroalgas dos gêneros Porolithon, Enteromorpha, Hynea, Cladóphora e Gracilaria.
Em relação à fauna, as cracas Jehlius cirratus e os bivalves Perumytilus purpuratus e Semimytilus algosus dominam.
Finalmente, na zona infralitoral, aquela que está sempre submersa, destacam-se os seguintes tipos de algas: Gelidium, Hypnea, Gracilaria e Laurencia (algas vermelhas), Sargasum e Dictyota (algas castanhas) e Halimeda, Caulerpa, Ulva (algas verdes)
Além disso, numerosas populações de cracas Austromegabalanus psittacus e do poliqueta Phragmatopoma moerchi estão presentes nesta área. Algumas espécies de actínias (Anthothoe chilensis e Phymactis clematis) também podem ser encontradas.
Entre os peixes associados a estes ecossistemas litorâneos rochosos destacam-se os peixes-carro (Balistes polylepis), a cenoura (Antennarius avalonis), a moreia (Gymnothorax porphyreus), os peixes embriagados (Scartichthys gigas) e os trambollo (Labrisomos philipii).
Praias pedregosas
As praias pedregosas representam a zona de transição entre as praias arenosas e as costas rochosas. Estas podem ser praias de seixos ou bordas afiadas.
A fauna característica dessas praias é semelhante à dos costões rochosos. Entretanto, algumas peculiaridades se destacam, como a presença na zona supralitoral dos isópodes Ligia novaezelandiae, do poliqueta Hemipodus biannulatus e dos crustáceos Pinnotherelia laevigata e Cyclograpsus cinereus.
Na zona mesolitoral habita o anfípode Prisogaster niger. Enquanto na zona infralitoral, o anfípode Tegula tridentata é encontrado.
Ecossistemas marinhos
Recifes de coral
O ecossistema marinho mais representativo do mar tropical do Peru é o recife de coral. Estes constituem um dos ecossistemas com maior biodiversidade do mundo.
Os recifes de coral são encontrados em mares rasos, com temperaturas amenas (entre 25 e 29 ºC), principalmente na zona tropical e subtropical do planeta.
Os recifes de coral são sustentados por uma massa calcária formada por corais cimentados ao longo de milhões de anos. Corais crescem nessas estruturas complexas, formadas por colônias de pólipos que estabelecem uma associação simbiótica com algas zooxanthella fotossintéticas.
Nos recifes de corais do mar tropical do Peru coexistem diferentes espécies de corais, além de uma grande diversidade de outros invertebrados e peixes. Entre os peixes predominam as famílias Serranidae, Pomacentridae, Labridae, Haemulidae, Diodontidae e Chaetodontidae.
A alta biodiversidade associada aos recifes de coral está ameaçada pelos efeitos das mudanças climáticas. O aumento da temperatura, a acidificação dos oceanos, o acúmulo de sedimentos e o aumento da concentração de nutrientes são as principais ameaças.
Nas águas do Pacífico Leste, acrescenta-se a influência da corrente El Niño. Devido ao aumento da temperatura da água, tem causado eventos irreversíveis de branqueamento de corais.
Alívio
O mar tropical do Peru varia desde a linha da maré baixa até 200 milhas no mar. Neste território existem três zonas distintas: a costeira, a nerítica e a oceânica.
Zona costeira
A zona costeira varia desde a zona costeira marinha até uma profundidade de 30 metros.
Zona nerítica
A zona nerítica vai desde a linha de 30 metros de profundidade até o limite da plataforma continental, aproximadamente 200 metros de profundidade.
No mar tropical do Peru, a zona nerítica contém a base continental. Tem 50 km de largura na altura do departamento de Tumbes e 40 km em frente ao deserto de Sechura. Ficando mais estreito no extremo sul do mar tropical.
Zona oceânica
A zona oceânica é aquela que se encontra após o limite da plataforma continental. Pode atingir milhares de metros de profundidade.
A zona oceânica inclui a encosta continental, uma depressão a oeste da base continental que ultrapassa os 6.000 m de profundidade. Nesta área estão os cânions subaquáticos, vales ou cavidades em encostas íngremes, semelhantes em aparência aos cânions na superfície da Terra.
Referências
- Mar de Grau. (2018, 3 de outubro). Wikipédia, a enciclopédia livre. Data de consulta: 09:23, 6 de janeiro de 2019 em
- Ministério do Meio Ambiente. 2010. Quarto relatório nacional sobre a aplicação da Convenção sobre Diversidade Biológica, anos 2006-2009. Lima Peru.
- Ministério do Meio Ambiente. 2014. Quinto relatório nacional sobre a aplicação da Convenção sobre Diversidade Biológica, anos 2010-2013. Lima Peru.
- Rodríguez, LO e Young, KR (2000). Diversidade Biológica do Peru: Determinando Áreas Prioritárias para Conservação. Ambio, 29 (6): 329-337.
- Tarazona, J., Gutiérrez, D., Paredes, C. e Indacochea, A. (2003). Visão geral e desafios da pesquisa em biodiversidade marinha no Peru. Gayana 67 (2): 206-231.