- Leis Gestalt
- 1- Lei da similaridade
- Exemplo
- 2- Lei da totalidade
- 3- Lei da estrutura
- 4- Lei da dialética
- 5- Lei do destino comum ou movimento comum
- 6- Lei da figura-fundo
- 7- Lei do contraste
- 8- Lei da continuidade
- 9- Princípio da gravidez (prägnanz) ou boa forma
- 10- Princípio da invariância topológica
- 11- Princípio de mascaramento
- 12- Princípio de Birkhoff
- 13- Princípio de proximidade
- 14- Princípio da memória
- 15- Princípio da hierarquia
- 16- Lei de fechamento ou fechamento
- 18- Lei da Inclusão
As leis da Gestalt estão incluídas na Psicologia da percepção e foram propostas pelos psicólogos da Gestalt (Max Wertheimer, Kurt Koffka e Wolfgang Köhler), movimento que surgiu na Alemanha em 1910.
Essas leis enunciam princípios gerais e são regidas pelo fato de que cada ato perceptivo que ocorre no cérebro é responsável por fazer a melhor organização possível dos elementos que são percebidos. Köhler já deixava claro com sua conhecida frase: "o todo não é igual à soma das partes", que o cérebro humano não percebe cada elemento separadamente, mas sim como um todo, um todo.
A psicologia da Gestalt pode ser enquadrada na estrutura da psicologia humanística. Nasceu graças a um movimento de psicólogos que surgiu em 1910 na Alemanha. Atualmente é amplamente utilizado em psicoterapia e solução de problemas, enfatizando as experiências subjetivas de cada pessoa. Ele trabalha com o ser humano, vendo-o capaz de se desenvolver de forma livre e autônoma.
Dentro desse aspecto da psicologia, inclui-se uma abordagem psicológica na qual se vê a forma de se comportar e sentir do ser humano como um todo. Ou seja, não pode ser reduzido apenas ao que é diretamente observável ou mensurável.
De acordo com a Gestalt, todos nós criamos imagens mais ou menos coerentes em nossas mentes sobre nós mesmos e tudo o que nos rodeia. Essas imagens são uma integração das dimensões sensoriais, afetivas, intelectuais, sociais e espirituais, permitindo uma experiência global, onde a experiência corporal pode ser traduzida em palavras e a palavra pode ser vivida corporalmente.
Os objetivos da terapia orientada para a Gestalt são, além de explicar as origens de nossas dificuldades, experimentar novas soluções possíveis, dando lugar à mobilização para a mudança.
Leis Gestalt
1- Lei da similaridade
Elementos semelhantes são percebidos como pertencentes à mesma forma, cor, tamanho ou brilho e devem ser agrupados. Esses grupos formados podem ser claramente separados do resto dos elementos.
Na esfera psíquico-social, procuramos nos orientar no mundo por meio de mapas cognitivos por meio dos quais agrupamos ou categorizamos indivíduos, situações, objetos ou fatos pelas semelhanças existentes entre eles, ou seja, suas características semelhantes. Com isso em mente, graças a essa lei, conhecemos o mundo desconhecido.
Esta lei explica como, lendo, transformamos uma palavra desconhecida em conhecida.
Exemplo
A seguir, vou dar um exemplo de texto com palavras que, sozinhas, não teriam sentido. No entanto, incluídos em um texto, podemos observar como realmente os lemos como outros que nos são conhecidos com características semelhantes.
De acordo com um estudo de uma universidade inglesa, não é a garrafa em que as cartas estão escritas, o que importa é que a mãe e a última letra estejam escritas na psique cornetiana. O primeiro pode ser ruim o suficiente e ainda assim ler sem problemas. Isso ocorre porque não lemos cada letra no caso da palavra em uma palavra.
2- Lei da totalidade
O todo é mais do que a soma de suas partes.
3- Lei da estrutura
Uma forma é percebida como um todo, independentemente das partes que a constituem.
4- Lei da dialética
Toda forma surge sobre um fundo ao qual se opõe. O olhar decide se o elemento "x" pertence à forma ou ao fundo.
5- Lei do destino comum ou movimento comum
Elementos que se movem na mesma direção tendem a ser organizados ou visualizados como um grupo ou conjunto.
No campo psíquico, agrupamos pessoas ou eventos de acordo com suas características comuns, assim como fazemos na Lei da Similaridade. Os movimentos comuns que duas pessoas realizam definiriam de acordo com esta Lei os traços de compatibilidade entre seus personagens.
6- Lei da figura-fundo
Um elemento é melhor percebido quanto mais contraste existe entre ele e o fundo. Por exemplo, se a cor de uma forma for branca, será melhor percebida se o fundo for preto.
Ou seja, tendemos a prestar atenção a um ou mais objetos (que seria a figura), destacando-os do resto dos objetos que o rodeiam (fundo) e isso aumentaria o seu potencial quanto mais contraste existir entre eles.
De acordo com essa teoria, em uma imagem existem duas partes diferentes:
- Um deles tem um significado comunicativo maior: a figura. O que rodeia esta figura seria o fundo e tem menos importância.
- Ambas as partes não são percebidas ao mesmo tempo, e também pode haver alternância na percepção de ambas as partes. Isso significa que, dependendo do observador, uma pessoa pode ver a figura antes do fundo ou, inversamente, outra pessoa pode perceber o fundo antes da figura.
- A percepção também é influenciada pela distância de onde estamos ao observar a imagem.
- Deve sempre haver uma figura e um fundo.
7- Lei do contraste
A posição relativa dos diferentes elementos influencia a atribuição de suas qualidades (como tamanho). No campo psíquico, é usado para fazer comparações entre diferentes contextos e situações.
Ao fazer uma comparação de situações, embora os valores absolutos sejam mantidos, os valores relativos podem variar a percepção de uma situação, modificando os pontos de referência.
Se, por exemplo, compararmos uma situação que é muito importante para nós em um determinado momento, como perder o ônibus, e pensarmos em outra situação, como perder o emprego, essa primeira situação que era muito relevante para nós fica menos importância devido aos diferentes pontos de referência que temos a este respeito.
8- Lei da continuidade
A mente geralmente continua com o mesmo padrão mesmo depois de ter desaparecido. Os elementos que possuem a mesma direção são percebidos com continuidade, de forma contínua, sem espaço entre eles, mantendo a mesma direção do objeto.
9- Princípio da gravidez (prägnanz) ou boa forma
Também é chamado de princípio da simplicidade. O cérebro tenta organizar os elementos percebidos da melhor maneira possível, preferindo formas completas, integradas e estáveis. Isso nos permite reduzir possíveis ambigüidades ou distorções, sempre buscando a forma mais simples.
Essa lei também inclui outras leis da Gestalt, uma vez que o cérebro também prefere formas fechadas, simétricas e contínuas (onde enquadraríamos as leis de fechamento e a de continuidade). Além disso, inclui também nas preferências as formas que apresentam um bom contraste (em que se enquadra a lei figura-fundo)
10- Princípio da invariância topológica
É o ramo da matemática dedicado ao estudo das propriedades dos corpos geométricos que permanecem inalterados por transformações contínuas. Uma boa forma resiste à deformação aplicada a ela.
11- Princípio de mascaramento
Uma boa forma resiste aos distúrbios a que está sujeita.
12- Princípio de Birkhoff
Uma forma será quanto mais prenhe quanto maior for o número de eixos que possui.
13- Princípio de proximidade
Elementos semelhantes entre si são percebidos como pertencentes à mesma forma ou grupo, ou seja, como um todo. Nosso cérebro agrupa coisas com propriedades comuns, como cor, forma, movimento, etc.
Na esfera social, supomos que, por exemplo, duas pessoas que moram juntas são afetivamente muito próximas, próximas. Existem diferentes tipos de proximidade entre as pessoas. Existe proximidade física, emocional, intelectual, etc.
Quando ocorre qualquer uma dessas proximidades, tendemos a supor que uma ou mais delas também ocorre. Por exemplo, proximidade afetivo-intelectual.
No desenho, você pode ver como os elementos mais próximos são percebidos como uma forma.
14- Princípio da memória
As formas são tanto melhor percebidas quanto maior o número de vezes apresentadas.
15- Princípio da hierarquia
Uma forma complexa ficará tanto mais grávida quanto melhor orientada a percepção, do principal ao acessório (hierárquico).
16- Lei de fechamento ou fechamento
Se uma linha forma uma figura fechada, ou quase fechada, tendemos a perceber uma figura superficial delimitada por uma linha, em vez de simplesmente ser uma linha. Ou seja, tendemos a adicionar os elementos que faltam para preencher as lacunas que nos fazem perceber a figura como incompleta.
Formulários abertos ou inacabados nos incomodam e por isso tendemos a fechar e preencher os formulários percebidos com nossa imaginação para obter a melhor organização possível.
A razão de tudo isso é que nossa percepção dos objetos é muito mais completa do que a estimulação sensorial que recebemos de fora.
Ao nível do campo psíquico, esta lei pode ser observada quando alguém não termina uma frase deixando-a incompleta. Por exemplo, na frase "se eu tivesse…" esperamos mais informações, mas quando não as temos, costumamos tentar terminar a frase. Isso nos leva a concluir com um complemento imaginário carente de informações realmente válidas.
18- Lei da Inclusão
De acordo com essa lei, uma figura é camuflada porque tende a homogeneizar a figura e o fundo. Isso causa certa confusão no observador, pois a diferença entre a figura e o fundo não pode ser percebida com precisão.