- Principais consequências da Independência do México
- 1- Eliminação de castas
- 2- Crise econômica
- 3- Crise política
- 4- Uma nova forma de governo: o Império Mexicano
- 5- A constituição de 1824
- 6- Abolição da escravidão
- 7- O primeiro presidente do México
- Referências
As consequências mais importantes da Independência do México são a queda da casta política e do poder, a crise política e econômica que gerou, a abolição da escravatura ou a promulgação da Constituição de 1824.
A Independência do México foi um conflito armado que se desenvolveu entre 1810 e 1821. Liderado por Miguel Hidalgo e José María Morelos, culminou na autonomia do povo da Nova Espanha e na consolidação do México como nação independente.
Desde 1521, o território hoje conhecido como México foi colonizado pela Espanha. Esta colônia foi batizada como Nova Espanha e era governada por um vice-rei imposto pela coroa espanhola. Este período ficou conhecido como vice-reino.
Por quase 300 anos, a vida na Nova Espanha foi baseada em castas e trabalhos forçados, criando um sentimento de opressão que culminaria quando um desses grupos tiranizados, liderado pelo padre Miguel Hidalgo, planejou a luta pela independência.
Na madrugada de 16 de setembro de 1810, após meses de discussão política clandestina com grupos revolucionários, o padre Hidalgo declarou guerra ao governo da colônia. Este momento deu início à guerra de independência, na qual lutaram milhões de mexicanos.
Principais consequências da Independência do México
O processo de independência foi longo, pois durou 11 anos de gestação. As consequências dessa luta repercutiram em todos os aspectos políticos, sociais e econômicos do país.
Grandes divergências sobre o futuro que a nação tomaria, a nova forma de governo e as representações de todas as ideias políticas culminariam em uma nova crise para o país.
No longo prazo, a independência serviria como reestruturação política, mas os cidadãos de menor status social e econômico não se beneficiaram dessas mudanças.
No entanto, as consequências para o país, seu desenvolvimento e os alicerces do que é agora estariam forjadas neste período.
1- Eliminação de castas
Castas no México
Desde o início da era colonial, a sociedade da Nova Espanha era hierarquizada por um sistema de castas. Esse sistema separava as pessoas e lhes dava certas classificações com base em sua etnia, que ditava em parte quais atividades os indivíduos realizariam ou exerceriam.
Os espanhóis “puros” nascidos na Europa eram os únicos que podiam ocupar cargos públicos, e em um nível inferior estavam os crioulos, europeus nascidos na América, que podiam adquirir terras, mas não exercer qualquer trabalho político.
No início, as castas eram divididas em 16 hierarquias principais, mas chegou um momento em que essas castas não podiam mais ser contadas objetivamente devido à mistura constante.
O padre Hidalgo, chamado de pai da independência, era crioulo e foi motivado em parte pela desigualdade social desse sistema.
Quando a guerra pela independência foi declarada, a hierarquia por castas foi eliminada e no novo México independente, diferentes aspectos como educação ou experiência militar seriam os meios pelos quais a política seria alcançada.
2- Crise econômica
A guerra de independência seria muito cara para o México. A nação ficou arrasada e empobrecida, pois suas principais atividades econômicas (agricultura, mineração e produção industrial) foram abandonadas pelos trabalhadores, que foram lutar no campo de batalha.
Nesta fase, o México perdeu meio milhão de pessoas em combate, a maioria das quais eram trabalhadores de campo e minas. Além disso, quando os espanhóis deixaram o país, eles levaram todas as suas riquezas consigo, afundando ainda mais a nação.
A economia do México era altamente dependente de prata e ouro, mas as minas ficavam no centro do país, uma área fortemente devastada pela guerra. As plantações também foram destruídas, fazendas foram queimadas e o gado abatido.
A falta de produtos levou os governantes a exportar os bens mais básicos e, diante da crise econômica, o governo decidiu criar mais dinheiro, o que gerou alta inflação e forte desvalorização da moeda.
3- Crise política
A longa batalha pela independência foi travada por diferentes lados, todos com ideias diferentes sobre a nova nação independente.
Quando a luta culminou, não havia um plano estabelecido sobre o que seria do México, o país sendo forjado por incessantes golpes de estado.
Durante os próximos 30 anos, o México teria cerca de 50 governantes como resultado desses golpes militares. Entre 1821-1880, 61 pessoas assumiram o controle do país; outras áreas, como o ministério das finanças, foram lideradas por 112 líderes entre 1830 e 1863.
4- Uma nova forma de governo: o Império Mexicano
Antonio López de Santa Anna
Após 11 anos de luta, em 1821 o trono anteriormente ocupado pelo vice-rei ficou livre. Na dissolução da independência, foi estabelecido que o México seria uma monarquia constitucional; enquanto um monarca está no comando do poder executivo, o congresso lidera o poder legislativo.
O país foi dividido entre monarquistas - que apoiaram a implantação da monarquia e apoiaram Agustín de Iturbide para ocupar o posto -; e os republicanos, que temiam um novo regime e preferiam uma forma de governo como a dos Estados Unidos.
Quando Francisco VII da Espanha foi chamado para assumir o trono, ele se recusou dizendo que não reconhecia a Independência do México, então o trono foi atribuído a Iturbide em 1822.
No entanto, nem todos concordaram com esta medida e em 1823, Antonio López de Santa Anna iniciou um movimento para anular a monarquia e transformar o México em uma república. Iturbide abdicaria do trono em 1823.
5- A constituição de 1824
Depois de várias batalhas políticas, um grupo de federalistas planejou modelar uma constituição semelhante à dos Estados Unidos.
Os oponentes se recusaram, afirmando que o sistema federal dos EUA não poderia funcionar no México devido às diferenças entre essas duas nações. No entanto, os federalistas venceram o debate, criando assim a Constituição dos Estados Unidos Mexicanos em 1824.
O México seria organizado por 19 estados e 4 territórios, sendo a separação do poder em três entidades: executivo, legislativo e judicial. A constituição também estabeleceu que o presidente cumpriria um mandato de 4 anos.
Da mesma forma, as demandas dos centralistas seriam atendidas, nomeando o catolicismo a religião oficial do México, além de conceder privilégios ao clero e aos militares.
6- Abolição da escravidão
O México, como a grande maioria dos países da América, recebeu escravos como resultado da colonização.
As buscas para abolir essa condição desumana começaram no berço da independência, onde o padre Hidalgo instituiu, desde seu decreto revolucionário de 1810, a libertação dos escravos.
Assim como o processo de independência foi longo, a abolição da escravidão também foi atrasada, pois em todas as lutas a escravidão ficou em segundo plano.
Até o imperador Agustín de Iturbide teve dificuldades, já que abolir a escravidão naquela época era interferir na propriedade privada.
Somente com a criação da Constituição de 1824 foi estabelecido que nenhum cidadão de solo mexicano seria tratado ou vendido como escravo, pondo fim a essa prática no país.
7- O primeiro presidente do México
Após a abdicação de Agustín de Iturbide, Guadalupe Victoria foi eleita presidente nas primeiras eleições do país.
Victoria procurou ser imparcial em seu governo e sua administração foi positiva na política externa, fazendo com que a Europa reconhecesse a Independência do México e forjando acordos comerciais amigáveis.
No entanto, sua busca por justiça colidiu com sua ideia de agradar a todos. A isso, somado à situação política extremamente volátil no país, Victoria teve dificuldade em realizar ações significativas.
À medida que ele assinava tratados para delimitar e proteger a fronteira norte, a condição econômica do país era cada vez mais afetada.
Referências
- De la Teja, J. (2010) Guerra da Independência do México. Texas State Historical Association. Recuperado de tshaonline.org.
- Embaixada do México (sf) após a independência. Embaixada do México nos Estados Unidos. Recuperado de embamex.sre.gob.mx.
- Grier, R. (sf) Political Inestability After Independence. Universidade da Revolução Marginal. Recuperado de mruniversity.com.
- Grier, R. (sf) The Economic Effects of the War of Independence. Universidade da Revolução Marginal. Recuperado de mruniversity.com.
- Presente Histórico (2011) Consequências da Guerra do México. O presente histórico. Recuperado de thehistoricpresent.com.
- Mayer, E. (2012) México após a independência. Dr. E's Social Science e-Zine. Recuperado de emayzine.com.
- New World Encyclopedia (2012) Guerra da Independência do México. Enciclopédia do Novo Mundo. Recuperado de newworldencyclopedia.org.
- Olveda, J. (2013) A abolição da escravatura no México 1810-1917. Revista SciELO. Recuperado de scielo.org.mx.