- Biografia
- Nascimento e primeiros anos
- Americo Education
- Link com o Centro de Estudos Históricos
- Castro e krausismo
- Entre conferências e publicações
- Atividades na década de 1920
- Castro e a Segunda República Espanhola
- Guerra civil e exílio
- Últimos anos e morte
- Contribuições
- Categorias interpretativas da história da Espanha
- Tocam
- Ensaios e estudos
- Referências
Américo Castro Quesada (1885-1972) foi um escritor, ensaísta, filólogo e historiador espanhol. Também fez parte da Geração do 14 ou Novecentismo, movimento que surgiu na Espanha no início do século 20, e relacionado às inovações nas artes e na literatura.
A obra de Américo Castro foi orientada para o estudo, análise e crítica da obra de escritores como Miguel de Cervantes, Lope de Vega e Francisco de Rojas Zorilla. Além disso, o escritor expressou a importância que a religião tinha na Espanha e o conflito gerado pelo novo cristão ou judeu convertido.
Castro, dentro de seus estudos sobre a Espanha, trabalhou em dois aspectos: a morada vital e a vividura. A primeira estava relacionada à ação de viver e suas implicações, enquanto a segunda era a subjetividade do homem diante dessa ação, junto com a consciência.
Biografia
Nascimento e primeiros anos
Américo Castro nasceu em 4 de maio de 1885 em Cantagalo, município do Rio de Janeiro no Brasil, no seio de uma família espanhola, especificamente Granada. Nos primeiros cinco anos de vida o ensaísta morou no país sul-americano, pois seus pais tinham um negócio lá.
Americo Education
Em 1890, os pais de Américo decidiram regressar à Espanha, onde iniciou a sua formação escolar. Foi na cidade natal de seus pais que Castro estudou o ensino fundamental e médio. Mais tarde, em 1904, o escritor formou-se em Direito e Filosofia e Letras pela Universidade de Granada.
Imediatamente, após a formatura, foi para Madrid, onde fez o doutorado. Lá ele foi aluno de Ramón Menéndez Pidal, o renomado historiador e filólogo. Mais tarde, entre 1905 e 1907, fez especialização na Universidade Sorbonne de Paris.
Américo Castro também fez cursos de aperfeiçoamento acadêmico em algumas instituições da Alemanha. Mais tarde, em 1908, o escritor voltou à Espanha.
Link com o Centro de Estudos Históricos
Ao retornar à Espanha, Américo entrou no serviço militar. Posteriormente, junto com Pidal, vinculou-se ao Centro de Estudos Históricos, que se encarregou de divulgar e desenvolver a cultura espanhola por meio da pesquisa. Ele também participou do Instituto de Educação Livre.
Em 1910, Castro tornou-se diretor da unidade de lexicografia daquele centro. Três anos depois participou do manifesto de José Ortega y Gasset, texto que buscava uma mudança cultural e intelectual para a Espanha. Em 1915 foi professor de história da língua espanhola na Universidade de Madrid.
Castro e krausismo
Américo Castro fez amizade com intelectuais e artistas da época, entre eles os escritores Benjamín Jarnés, José María de Cossío e Juan Ramón Jiménez. Da mesma forma, foi parente do filósofo e ensaísta Francisco Giner de los Ríos, que talvez o tenha conduzido ao krausismo.
Produto da relação de Castro com a ideia krausista de que Deus segura o mundo e o faz ir mais longe, mesmo quando não está nele, é o resultado de seu trabalho a respeito da Geração de 98 e seu anticatolicismo. Na verdade, a filóloga se casou com Carmen Madinaveitia, filha de um médico ligado ao Krausismo.
Entre conferências e publicações
Américo realizou várias conferências no continente europeu durante a Primeira Guerra Mundial. Ele fez isso ao fazer algumas publicações na Revista de philología española, que ajudou a fundar. Naquela época, ele fez um esforço para equiparar a filologia de seu país com a da Europa.
Ramón Menéndez Pidal, professor de Américo Castro. Fonte: Coleção George Grantham Bain (Biblioteca do Congresso), via Wikimedia Commons
Durante esses anos, ele traduziu Introdução à Lingüística Românica, do suíço Wilhelm Meyer-Lübke. Bem como uma edição dos Leonese Fueros em 1916, com a colaboração do também filólogo Federico de Onís. Em 1919, Américo Castro escreveu o ensaio Vida de Lope de Vega.
Atividades na década de 1920
Castro fez várias viagens à Europa e à América durante a década de 1920. Em 1922 ele foi para o Marrocos, com o objetivo de investigar os judeus que ali viviam. Nesse mesmo ano, Américo escreveu uma excelente introdução ao El burlador de Sevilla de Tirso de Molina. Em 1923 visitou a Argentina e o Chile, onde foi professor universitário.
Em 1924, a Columbia University em Nova York o convidou como professor honorário. No ano seguinte, desenvolve seu estudo intitulado O pensamento de Cervantes, a partir da ligação do autor com o movimento renascentista. Outros estudos importantes surgiram dessa análise.
Castro e a Segunda República Espanhola
O pensamento e os ideais de Américo Castro estavam alinhados ao liberalismo, além de serem politicamente republicanos. Sua posição o levou a ser embaixador na Alemanha por um ano em 1931, e ele também escreveu cartas para o jornal El Sol.
Guerra civil e exílio
Em 1936, quando estourou a Guerra Civil Espanhola, Américo foi à cidade de San Sebastián para se encontrar com sua família. Nesse mesmo ano, ele tomou a decisão de ir para o exílio. O escritor chegou pela primeira vez à Argentina e depois, em 1937, foi para os Estados Unidos. Até 1953 ele foi professor nas universidades de Wisconsin, Texas e Princeton.
Durante esses anos na América do Norte criou uma escola de estudo da cultura hispânica, e teve como alunos Stephen Gilman e Russel Sebold, que deram continuidade ao seu pensamento. Ao se aposentar em 1953, Castro fez várias viagens, dando palestras e realizando pesquisas.
Últimos anos e morte
Durante seus últimos anos de exílio, Américo Castro escreveu para revistas culturais como Libertad de la Cultura, Cabalgata e Los Sesenta. Em 1970, ele decidiu voltar para a Espanha, depois de saber de alguns problemas familiares.
Francisco Giner de los Ríos, que se acredita ter introduzido Américo Castro ao krausismo. Fonte: Ver página para o autor, via Wikimedia Commons
Quando se estabeleceu em seu país, escreveu o ensaio Espanhol, palavra estrangeira. No ano seguinte publicou o estudo em três volumes: Da Espanha que ainda não conhecia. Finalmente, devido a um ataque cardíaco, morreu em 25 de julho de 1972 na cidade de Lloret de Mar. O escritor tinha, na época, 87 anos.
Contribuições
A obra de Américo Castro foi enquadrada no estudo da história da Espanha e de alguns de seus personagens mais importantes. Foi assim que o pensamento de Miguel de Cervantes foi colocado em uma posição elevada, para além de ser um dos maiores romancistas.
Por outro lado, Castro se concentrou em divulgar a cultura hispânica, desde a gramatical até a histórica. Na mesma linha, ele insistiu na importância que a religião tinha para a Espanha, especialmente para muçulmanos e judeus.
Sua contribuição em matéria de religião foi mostrar o desprezo ou a exclusão que a literatura conferia às minorias religiosas, levando em consideração apenas o catolicismo. Para ele, as conversões de judeus e muçulmanos ao cristianismo se deviam ao medo da segregação, e a partir daí foi imposta a monarquia católica.
Categorias interpretativas da história da Espanha
Foram duas categorias ou qualidades que Américo Castro desenvolveu para explicar e compreender a história das ideias na Espanha. Primeiro ele se referiu à morada vital, que estava relacionada ao espaço, suas oportunidades e desvantagens, percebidas do objetivo e neutro.
Posteriormente desenvolveu a vividura, que tinha a ver com as ações do indivíduo dentro desse universo de possibilidades e limitações, ou seja: a morada vital. A vividura era, segundo Américo, a “consciência subjetiva” da responsabilidade do ser humano diante do que ele é capaz de fazer.
Tocam
Ensaios e estudos
Referências
- Tamaro, E. (2019). Americo Castro. (N / a): Biografias e vidas. Recuperado de: biografiasyvidas.com.
- Americo Castro. (2019). Espanha: Wikipedia. Recuperado de: wikipedia.org.
- Valdeón, J. (S. f.). Americo Castro. Espanha: Fundação Ramón Menéndez Pidal. Recuperado de: fundacionramenendezpidal.org.
- Ramírez, M., Moreno, E. e outros. (2019). Americo Castro. (N / a): Pesquisar biografias. Recuperado de: Buscabiografias.com.
- Amran, R. (Sf). Judeus e convertidos: de Américo Castro a Benzion Netanyahu. Espanha: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes. Recuperado em: cervantesvirtual.com.