- Biografia
- Nascimento e família
- Educação Dávila
- Treinamento na Cidade do México
- Vida pessoal
- Outras atividades da Dávila
- Últimos anos
- Estilo
- Tocam
- Poesia
- "O hóspede"
- Fragmento
- Musica concreta
- " O café da manhã"
- Fragmento
- "Música concreta"
- Fragmento
- Fragmentos de alguns poemas
- "As flautas gemem"
- "Torrada"
- "Policromo do tempo"
- Frases
- Referências
Amparo Dávila (1928) é um escritor, contista e poeta mexicano cuja obra foi enquadrada na conhecida Geração de meio século, visto que foi produzida principalmente na década de 1950. Ela é uma das intelectuais mais reconhecidas do território asteca.
O trabalho de Dávila é único por suas características fantasiosas e estranhas. Em seus escritos, é frequente o uso de narrativas em primeira e terceira pessoa. Os temas preferidos do escritor são aqueles relacionados à solidão, demência, loucura e medo.
Amparo Dávila em homenagem a sua figura. Imagem retirada de:
Numa entrevista que concedeu em 2008, a autora afirmou: “… escrevo, mas não escrevo compulsivamente… estou a ruminar”, talvez por isso que o seu trabalho não seja abundante. Seus títulos mais proeminentes foram Salmos sob a Lua, Perfil das Solidões, Tempo Estilhaçado e Árvores Petrificadas.
Biografia
Nascimento e família
Amparo nasceu em 21 de fevereiro de 1928 na cidade de Pinos, Zacatecas, no seio de uma família culta e tradicional. Embora os dados sobre seus parentes sejam escassos, sabe-se que seu pai gostava de ler. Ela foi a terceira de quatro irmãos e a única a sobreviver. Os outros morreram ainda crianças.
Educação Dávila
Em 1935 mudou-se com a família para San Luís Potosí, onde estudou o ensino básico e secundário. A escritora complementou seu treinamento lendo os livros que seu pai tinha. Na juventude, Dávila demonstrou seu talento para a escrita publicando sua primeira obra poética, que intitulou Salmos sob a Lua (1950).
Treinamento na Cidade do México
Escudo de San Luis de Potosí, lugar onde a escritora passou parte de sua vida. Fonte: Yavidaxiu, via Wikimedia Commons
O escritor nascente foi para a capital do país em 1954 para estudar na universidade. Começou em 1956 e, durante dois anos, trabalhou como assistente do escritor Alfonso Reyes. Esta atividade proporcionou-lhe crescimento profissional e em 1959 veio à tona a sua obra Tempo Destroyed, um livro composto por doze contos.
Vida pessoal
Amparo Dávila iniciou um relacionamento com o artista e pintor Pedro Coronel durante sua estada na Cidade do México. O casal se casou em 1958 e sua filha Jaina nasceu no mesmo ano. Mais tarde, em 1959, ela deu à luz sua segunda filha, chamada Lorenza.
Outras atividades da Dávila
Em 1964, a obra de contos Música concreta foi acrescentada à lista de publicações de Amparo Dávila; nesse mesmo ano divorciou-se de Pedro Coronel. Dois anos depois, consegue uma bolsa do Centro Mexicano de Escritores para dar continuidade ao desenvolvimento de sua produção literária.
Em 1977, o escritor publicou Petrified Trees, uma obra composta por onze contos. Com esse livro, Dávila ganhou o Prêmio Xavier Villaurrutia na mesma data. Um ano depois, uma edição conjunta de Torn Time e Concrete Music foi lançada; a publicação incluiu todas as narrações de ambos os títulos.
Últimos anos
Os últimos anos da vida de Amparo Dávila foram passados em seu México natal, acompanhada por sua filha mais velha, Jaina. Sua última obra poética foi publicada em 2011 e quatro anos depois recebeu a Medalha de Belas Artes.
Estilo
Palácio de Belas Artes, instituição que homenageou Amparo Dávila. Fonte: Xavier Quetzalcoatl Contreras Castillo, via Wikimedia Commons
O estilo literário de Amparo Dávila é caracterizado pelo uso de uma linguagem clara e precisa, quase sempre profunda e reflexiva sobre aspectos da vida. A autora concentra seu trabalho no mistério, na fantasia e no estranho. O tema principal de seus escritos foi relacionado à perda, sofrimento, tristeza e loucura.
Nas histórias deste autor, o tempo é um fator importante, principalmente no campo das relações pessoais. Em seus textos se faz sentir o peso das horas que se perdem em uma relação amorosa complicada e daquelas que se investem para encontrar um parceiro. É preciso mencionar que nas histórias de Dávila a participação feminina é muito perceptível.
Tocam
Poesia
"O hóspede"
É uma das histórias mais atraentes e interessantes desenvolvidas por Amparo Dávila, em grande parte devido ao mistério que lhe acrescentou. Por meio de um narrador principal, o autor relatou o medo de uma família diante da decisão do marido de acomodar um ser estranho em sua casa que gerava loucura no ambiente.
Em um sentido profundo e simbólico, o hospedeiro era uma espécie de animal que refletia a destruição da vida conjugal após a frequente ausência do marido. A confusão chega ao leitor quando o protagonista começa a traçar um plano para acabar com o estranho elemento de olhos amarelos.
Fragmento
Musica concreta
Neste segundo livro de contos, a escritora mexicana se concentra nas ações das personagens femininas. O tema principal que desenvolveu foi a loucura como sinônimo de descontrole, incapacidade e irracionalidade. Das oito histórias que o compõem, as que mais se destacam são as seguintes:
- "Tina Reyes".
- "Atrás do portão".
- "Café da manhã".
- "Música concreta".
" O café da manhã"
Era uma história de crime, pesadelo e loucura onde a protagonista era uma jovem chamada Carmen que levava uma vida normal. Mas tudo mudou quando ele teve um sonho terrível em que o coração de seu amado Luciano estava em suas mãos.
Os nervos tomaram conta da menina, então seus pais tentaram ajudá-la com alguns medicamentos para acalmá-la. O fim veio inesperadamente quando a polícia procurou Carmen por um crime ocorrido. A loucura se misturou ao real sem esclarecer o que realmente aconteceu.
Fragmento
"Música concreta"
A personagem principal desta história chamava-se Marcela e foi vítima da infidelidade do marido. Em meio à decepção e ao desespero, a mulher convenceu o amigo Sérgio de que todas as noites o amante do marido se transformava em sapo e entrava em seu quarto para perturbar seu sono e fazê-lo perder a sanidade.
Vendo o estado deprimente em que se encontrava, a boa amiga de Marcela ficou obcecada com a presença da mulher sapo. A história teve uma mudança dramática quando Sérgio decidiu acabar com a existência da pessoa que atormentava seu amigo, tudo depois de ser contagiado por aquela estranha loucura.
Fragmento
Fragmentos de alguns poemas
"As flautas gemem"
"As flautas gemem
nas mãos do ar
e em vão as brisas
os cristais chicoteiam.
O coração da pedra é tão duro!
Argila desolada,
o peso das estrelas
dilacerar sua epiderme frágil
e estilhaços, cinzas e soluços
a rosa de luz.
Quero pensar, acreditar
Entretanto…
eles estão ausentes de ternura
olhos noturnos
e chorar sozinho
as feras nas montanhas… ”.
"Torrada"
“Vamos lembrar de ontem e beber pelo que foi;
então não é mais.
Levante o copo e brinde o que era vida
e foi a morte;
então um dia esteve presente e agora é passado…
Eu só tenho vinho da cor da chama;
a fogueira de seus amores
foi deixado para trás no passado.
Encha o copo e beba;
vamos beber do passado
que não consigo esquecer ”.
"Policromo do tempo"
"Tempo branco
vazio sem você
com você na memória
memória que te inventa
e recria você.
Hora azul
o sonho que eu sonho com você
a certeza clara
encontrar em você
a terra prometida.
Hora verde
além da esperança
aguardo
a certeza do seu corpo.
Hora vermelha
Eu sinto seu corpo
e derrama
um rio de lava
entre a sombra.
Tempo cinza
nostalgia pela sua voz
e seu visual
ausente do seu ser
a noite cai… ”.
Frases
- "Não basta saber que o amor existe, é preciso senti-lo no coração e em todas as células."
- "Somos dois náufragos deitados na mesma praia, com tanta pressa ou nenhuma pressa como aquele que sabe que tem a eternidade para se olhar."
- “Não acredito em literatura que se baseie apenas na inteligência ou imaginação pura. Acredito na literatura experiencial, pois esta, a experiência, é o que comunica ao trabalho a sensação clara do conhecido… o que faz o trabalho perdurar na memória e no sentimento ”.
- “Como escritor sou bastante anárquico. Eu não escuto regras nem nada ”.
- “Palavras, enfim, como algo que se toca e se sente, palavras como matéria incontornável. E tudo acompanhado por uma música dark e pegajosa ”.
- "… Não é o silêncio dos seres enigmáticos, mas daqueles que nada têm a dizer."
- "O momento sem fim foi deserto, sem espectadores para aplaudir, sem gritos."
- "Não há como escapar fugindo de nós mesmos."
- “Falo por vocês por tudo isso e muito mais; por você que abriu as janelas fechadas e me ajudou pela mão a viajar pela estação mais amarga e dolorosa ”.
- "… este pano representa o caos, a perplexidade total, o sem forma, o indizível… mas sem dúvida seria um belo terno."
Referências
- Espinosa, R. (2005). Amparo Dávila: professor de história. México: La Jornada Semanal. Recuperado de: día.com.mx.
- Amparo Dávila. (2019). Espanha: Wikipedia. Recuperado de: es.wikipedia.org.
- Ancira, L. (2013). Histórias coletadas. Amparo Dávila. (N / a): De cartas e miados. Recuperado de: letrasymaullidos.blogspot.com.
- Amparo Dávila. (2019). México: Enciclopédia de Literatura no México. Recuperado de: elem.mx.
- Davila, Amparo. (S. f.). (N / a): Writers Org. Recuperado de: Writeers.org.