- A economia na Nova Espanha: principais atividades
- 1- Mineração
- 2- Agricultura
- 3- Pecuária
- 4- Comércio
- 5- Indústria
- Referências
As atividades econômicas da Nova Espanha caracterizaram-se por estarem sujeitas às exigências e necessidades da península espanhola. Mineração, agricultura, comércio e indústria se destacaram.
Desenvolveram-se várias atividades econômicas que permitiram a subsistência de quem vivia na região, mas a ênfase sempre foi em impedir um desenvolvimento muito evidente, para evitar dar poder e autonomia às colônias, mantendo-as assim como trabalhadores subordinados à Espanha.
Antiga Casa de Contratación de Sevilla, administração das atividades econômicas das Índias
A economia na Nova Espanha: principais atividades
As principais atividades econômicas foram mineração, agricultura, pecuária, comércio e indústria. As características de cada um serão detalhadas a seguir:
1- Mineração
A imagem representa o fluxo de minerais na Nova Espanha. A exploração mineira permitiu o desenvolvimento de atividades comerciais fundamentais para esta região. Fonte: Biblioteca Nacional do Congresso
A mineração foi uma atividade econômica importante porque, dela, surgiram outras atividades que também desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento da economia da região.
Além disso, naquela época, a quantidade de metais preciosos era o que determinava o quão ricos e poderosos uma pessoa e um país eram.
Entre 1546 e 1548, grandes depósitos de prata foram descobertos na Nova Espanha, especialmente na área de Zacatecas, que mais tarde se tornaria o terceiro maior gerador de prata do México e o quinto do mundo.
A mineração era uma atividade lucrativa por vários motivos. A mão-de-obra era muito barata, pois se tratava de índios, praticamente escravos, ou autônomos que aceitavam pagamentos baixíssimos.
Na indústria de mineração existia o que se chamava "quinto real", que era um tributo que o sindicato dos mineiros devia pagar à coroa espanhola (geralmente era de 20% do produto).
2- Agricultura
A agricultura passou a ser a atividade principal, pois era essencial para gerar o sustento dos habitantes da Nova Espanha e a pecuária.
O desenvolvimento da mineração também gerou o crescimento da agricultura, uma vez que era necessário ter lavouras próximas às minas para abastecer as cidades mineradoras recém-criadas.
A agricultura era vista como uma atividade inferior, não digna dos espanhóis, mestiços ou crioulos.
Eles agiam como proprietários, mas não participavam diretamente do processo, mas tinham capatazes negros que trabalhavam na terra.
Entre os produtos produzidos na Nova Espanha, destacam-se o milho e o feijão, entre outros. Os espanhóis introduziram várias espécies novas na região, cujo plantio prosperou, como aveia, trigo, arroz, café, banana, cacau e diversas fruteiras, entre outros alimentos.
3- Pecuária
A pecuária também se tornou mais necessária graças ao desenvolvimento da indústria de mineração, pois era preciso ter energia animal para transporte e outras tarefas.
Carne bovina e suína também atenderam à demanda alimentar dos habitantes da Nova Espanha.
Os cavalos foram introduzidos da Espanha, que serviam em princípio de transporte para os nobres e, posteriormente, reproduzindo-se rapidamente e baixando seu preço, em meio ao deslocamento para quase todos os habitantes da Nova Espanha. Entre outros animais havia também porcos, ovelhas, cabras, galinhas e vacas, e também mulas e burros para o trabalho de carregamento.
A dificuldade da pecuária deveu-se ao pouco espaço disponível para o seu desenvolvimento. Os fazendeiros acabaram invadindo terras indígenas, o que prejudicou as lavouras desse povo originário.
Alguns produtos foram proibidos na Nova Espanha, porque queriam evitar a geração de um produtor que competisse com os produtos produzidos na Espanha. Por esta razão, o cultivo de alimentos como a videira ou a azeitona foi restringido.
4- Comércio
Quanto ao comércio interno, muitos mercadores circulavam regularmente pelas estradas que chegavam às cidades mineiras.
Nessas áreas, também foram criados mercados locais, o que fomentou o crescimento econômico dos pólos mineiros, além de fomentar o comércio interno.
A comercialização na Nova Espanha tinha o monopólio através do Consulado dos Mercadores da Cidade do México, entidade formada pelos mais importantes comerciantes atacadistas, que comprava todos os produtos que chegavam da Espanha e do mercado oriental.
Quanto ao comércio exterior, em 1503 foi criada a Casa do Comércio de Sevilha, por meio da qual tudo relacionado ao comércio da Espanha com suas colônias era controlado.
Esta entidade emitiu autorizações, fiscalizou mercadorias, cobrou altos impostos e impôs regulamentos rígidos; Isso criou um monopólio comercial que levou ao aumento da pirataria e do contrabando.
Como parte do monopólio comercial existente, era proibido à Nova Espanha comerciar com portos que não Cádiz e Sevilha, ambos localizados na Espanha; e os portos do Panamá, Cartagena de Indias e Veracruz, na América.
Os únicos que tinham direito ao privilégio de comercialização eram os espanhóis e estrangeiros naturalizados.
Os produtos manufaturados foram exportados para a Nova Espanha, com o intuito de não promover a indústria manufatureira da região e assim evitar a possibilidade de concorrência comercial.
Entre os produtos da troca entre Espanha e Nova Espanha destacam-se a pólvora, o papel, a seda e o mercúrio.
A ideia era que a Nova Espanha exportasse a matéria-prima para a Espanha e depois a Espanha exportaria os produtos já fabricados para a Nova Espanha, o que retardou o desenvolvimento da indústria na colônia espanhola.
5- Indústria
O desenvolvimento industrial teve muitos obstáculos. Não era do interesse da Espanha que a indústria se desenvolvesse amplamente em suas colônias, porque isso lhes dava poder.
Depois, houve muitas proibições, como a fabricação de seda, vinho, azeite, entre outros itens. No entanto, houve duas indústrias que conseguiram se desenvolver: a chamada oficina artesanal e a indústria têxtil.
Nas oficinas artesanais foram produzidos diversos produtos, como móveis, brinquedos e calçados, entre outros. Homens livres que tinham certos privilégios trabalhavam nessas oficinas.
Em vez disso, a indústria têxtil foi desenvolvida em fábricas chamadas obrajes, que ofereciam condições de trabalho realmente degradantes e muito difíceis.
Homens livres, negros e índios podiam trabalhar, e lá fabricavam tecidos, chapéus e cobertores, entre outros produtos.
Referências
- Gale Encyclopedia of US Economic History. "New Spain, Viceroyalty Of" (2000) em Encyclopedia. Retirado em 31 de julho de 2017 da Encyclopedia: encyclopedia.com.
- Domínguez, H. e Carrillo, R. "Atividades econômicas e organização social na Nova Espanha" (janeiro de 2010) na Universidade Nacional Autônoma do México. Obtido em 31 de julho de 2017 da Universidade Nacional Autônoma do México: portalacademico.cch.unam.mx.
- "História do México 1" na Universidade Nacional Autônoma do México. Obtido em 31 de julho de 2017 da Universidade Nacional Autônoma do México: portalacademico.cch.unam.mx.
- Hoyt, D. “A economia da Nova Espanha: Era Colonial do México” (1 de novembro de 1998) em Mexconnect. Obtido em 31 de julho de 2017 em Mexconnect: mexconnect.com.
- Salvucci, R. "The Economic History of Mexico" in Economic History Association. Obtido em 31 de julho de 2017 da Associação de História Econômica: eh.net.
- "Economia da Nova Espanha" em Segurança Global. Obtido em 31 de julho de 2017 em Global Security: globalsecurity.org.