- História e desenvolvimento
- Características principais
- Ramos de estudo do determinismo filosófico
- Formas de cognição e comportamento humanos
- Determinismo causal
- Determinismo teológico
- Determinismo lógico
- Determinismo fatal
- Determinismo psicológico
- Formas no mundo natural
- Determinismo biológico
- Determinismo cultural
- Determinismo geográfico
- Formulários em casos particulares
- Determinismo tecnológico
- Determinismo econômico
- Determinismo lingüístico
- Livre arbítrio
- - Compatibilidade
- - Forte incompatibilidade
- - Liberais
- Representantes do determinismo filosófico
- 1- Gottfried Leibniz
- 2- Pierre-Simon
- 3- Friedrich Ratze
- 4- Paul Edwards
- 5- Sam Harris
- Exemplos de determinismo
- Referências
O determinismo filosófico afirma que todos os eventos, incluindo decisões morais, são determinados por causas anteriores. Essa teoria afirma que o universo é completamente racional porque o conhecimento total de uma dada situação revelaria seu futuro.
Os fundamentos do determinismo filosófico correspondem à ideia de que, em princípio, tudo pode ser explicado e que tudo o que é tem razões suficientes para ser como é e não o contrário. Conseqüentemente, o indivíduo não teria poder de escolha sobre sua vida, uma vez que os eventos que a precedem a condicionaram completamente.
Gottfried Leibniz, representante do determinismo filosófico
Este argumento é um dos maiores conflitos morais e éticos para a filosofia e a ciência. Se em um dado momento um ser intelectual pudesse distinguir a totalidade das forças que se desenvolvem na natureza, poderia da mesma forma compreender o futuro e o passado de qualquer entidade em todas as suas escalas.
O elemento chave neste conceito é o desprendimento das responsabilidades morais do homem, pois se o determinismo fosse verdadeiro, as ações dos homens não seriam realmente suas ações, mas uma simples consequência na cadeia de eventos no universo.
História e desenvolvimento
O determinismo está presente nas tradições ocidentais e orientais. É evidenciado na Grécia antiga do século 6 aC. C., por meio dos filósofos pré-socráticos, como Heráclito e Leucipo, que foram seus maiores expoentes.
Então, no século 3 aC. C., os estóicos estavam desenvolvendo a teoria do determinismo universal, resultado de debates filosóficos que reuniam elementos da ética em Aristóteles e na psicologia estóica.
O determinismo ocidental é geralmente associado às leis newtonianas da física, que argumentam que, uma vez que a totalidade das condições do universo seja estabelecida, a sucessão do universo seguiria um padrão previsível. A mecânica clássica e a teoria da relatividade são baseadas em equações determinísticas de movimento.
Há certa polêmica em relação a essa corrente. Em 1925, Werner Heisenberg anunciou o princípio da incerteza ou mecânica quântica, expondo a impossibilidade de que duas grandezas físicas idênticas possam ser determinadas ou conhecidas com precisão.
Isso aumentou a distância entre a ciência e a filosofia. Mesmo assim, deve-se notar que a física quântica não é uma teoria contrária ao determinismo e que, do ponto de vista lógico, é o resultado de seus próprios métodos.
Nas tradições orientais, conceitos análogos são tratados, especialmente nas escolas filosóficas da Índia, onde os efeitos contínuos da lei do Karma sobre a existência de seres sencientes são estudados.
O taoísmo filosófico e o I Ching também contêm doutrinas e teorias equivalentes ao determinismo.
Características principais
O determinismo filosófico vem em muitas variações, e cada uma delas tem suas próprias características peculiares. Porém, é possível detalhar alguns dos elementos mais característicos dessa corrente filosófica:
- Todo evento gerado no plano físico é condicionado por eventos anteriores.
- Segundo esta corrente, o futuro é definido a priori pelo presente.
- O acaso não é considerado na chamada cadeia de causa e efeito.
- Alguns estudiosos associam o determinismo a cada um dos indivíduos, enquanto outros o associam às estruturas e sistemas em que esses indivíduos se desenvolvem.
- O ser humano perde a responsabilidade por suas ações, pois os eventos já estão predeterminados.
- Apesar da limitação da cadeia de causa e efeito, alguns deterministas consideram a existência do livre arbítrio.
Ramos de estudo do determinismo filosófico
O determinismo é subdividido em diferentes variantes que dependem da ciência da qual é estudado. Por sua vez, estes são categorizados em três ramos principais: suas formas na cognição, suas formas na natureza e, finalmente, em casos particulares.
Formas de cognição e comportamento humanos
Determinismo causal
Onde todos os eventos estão necessariamente relacionados a eventos e condições que os precedem.
Tudo o que acontece, incluindo as ações dos homens e suas escolhas morais, são consequência de um evento passado em conjunção com as leis naturais do universo.
Determinismo teológico
Ele afirma que tudo o que acontece é pré-escrito ou predestinado por uma divindade por causa de sua onisciência.
Determinismo lógico
É a noção de que o futuro é igualmente definido como passado.
Determinismo fatal
É uma ideia próxima da teologia e implica que todos os eventos estão destinados a acontecer. Essa noção está livre de causas ou leis e funciona por meio da força de uma divindade.
Determinismo psicológico
Existem duas formas de determinismo psicológico. A primeira afirma que o homem deve sempre agir em seu próprio interesse e para o seu próprio benefício; esse ramo também é chamado de hedonismo psicológico.
A segunda defende que o homem age de acordo com sua melhor ou mais forte razão, seja para si mesmo ou para um agente externo.
Formas no mundo natural
Determinismo biológico
É a ideia de que os instintos e comportamentos humanos são completamente definidos pela natureza de nossa genética.
Determinismo cultural
Afirma que a cultura determina as ações que os indivíduos realizam.
Determinismo geográfico
Ele afirma que os fatores ambientais físicos, acima dos fatores sociais, determinam o comportamento do homem.
Formulários em casos particulares
Determinismo tecnológico
A tecnologia é sugerida como base do desenvolvimento humano, determinando suas estruturas físicas e morais.
Determinismo econômico
Afirma que a economia tem maior influência do que as estruturas políticas, determinando as relações e o desenvolvimento humano
Determinismo lingüístico
Afirma que a linguagem e a dialética condicionam e delimitam as coisas que pensamos, dizemos e sabemos.
Livre arbítrio
Uma das ideias mais polêmicas do determinismo é aquela que sustenta que o destino de um homem já está pré-estabelecido e que, portanto, ele carece de responsabilidades morais no agir.
Em resposta a esse argumento, surgiram três maneiras de interpretar o determinismo em relação ao livre-arbítrio; estes são:
- Compatibilidade
É a única maneira que concede a possibilidade de que o livre arbítrio e o determinismo coexistam.
- Forte incompatibilidade
Ele afirma que nem o determinismo nem o livre arbítrio existem.
- Liberais
Eles reconhecem o determinismo, mas o excluem de qualquer influência contra o livre arbítrio.
Representantes do determinismo filosófico
1- Gottfried Leibniz
Filósofo, matemático e político alemão. Ele escreveu O Princípio da Razão Suficiente, uma obra considerada a raiz do determinismo filosófico.
2- Pierre-Simon
Também conhecido como Marquês de Laplace, ele foi um astrônomo, físico e matemático francês que trabalhou na continuação da mecânica newtoniana clássica. Além disso, no século 19, ele introduziu o determinismo na ciência por meio do método científico.
3- Friedrich Ratze
Geógrafo alemão, expoente do determinismo geográfico do século XIX. Suas obras Antropogeografia e Geografia Política ajudaram a dar forma a esse ramo do determinismo.
4- Paul Edwards
Filósofo moral austríaco-americano. Com seu trabalho Hard and soft determinism (1958), ele influenciou a concepção de determinismo na ciência.
5- Sam Harris
Filósofo americano e um dos pensadores vivos mais influentes. Dentre muitos de seus escritos, destaca-se Livre arbítrio (2012), onde aborda questões de determinismo e livre arbítrio.
Exemplos de determinismo
- A língua espanhola e o vocabulário que uma pessoa aprendeu determinam o que ela pensa e diz.
- A cultura de um asiático determina o que ele come, faz e pensa.
- O comportamento de uma pessoa - dormir, comer, trabalhar, interagir - depende de seus genes.
- Os eventos que acontecem são predestinados por uma divindade.
Referências
- Chance Loewer B (2004) Determinism and Chance recuperado de philsci-archive.pitt.edu
- Encyclopedia Britanica. Determinismo. Recuperado da britannica.com
- JR Lucas, (1970) Logical Determinism or Fatalism: University of Oxford. Recuperado de oxfordscholarship.com
- Harris, S. (2012) Livre Arbítrio. Recuperado de media.binu.com
- Stanford Encyclopedia of Philosophy. Determinação causal. Recuperado de plato.stanford.edu