O escudo do Equador acompanha o hino nacional e a bandeira um dos símbolos nacionais da República do Equador. Este escudo exibe em seu desenho algumas das qualidades da nação andina, realçando sua personalidade.
O desenho presente na versão atual do escudo data do ano de 1900, quando pequenas alterações foram feitas nele com base na versão anterior, que teve sua origem e exibição em 1860.
A partir de documentos históricos e oficiais, constatou-se que o desenho atual do escudo do Equador é uma criação do artista e professor Pedro Pablo Traversari.
Desde sua independência e fundação como República, o Equador apresentou várias mudanças no design e no significado de seu escudo.
Por exemplo, na época em que pertencia à Grande Colômbia, o Equador compartilhava o mesmo escudo com nações que hoje também são independentes.
O emblema nacional do Equador engloba os elementos mais tradicionais da cultura andina, bem como sua história e seu desenvolvimento ao longo dos anos.
História do escudo do Equador
Os primeiros anos da independência viram nascer o primeiro símbolo cívico que mais tarde encontraria a sua forma consolidada no brasão.
Esta primeira versão ficou conhecida como Estrela de Guayaquil (mais tarde Estrela do Oeste), que representava a independência e o caráter livre da Província de Guayaquil e seus territórios circunvizinhos. O desenho era uma estrela rodeada de louros.
A partir de 1822, o escudo exibido como símbolo nacional era o da Gran Colômbia.
O território correspondente ao Equador representava o departamento sul, Nueva Granada o departamento central e a Venezuela o departamento norte.
Diz-se que o escudo do Equador como nação independente e soberana nasceu desta fase, especificamente em 1830, com a separação do Equador da República da Colômbia.
Apesar dessa primeira intenção separatista, seu nome oficial continua sendo o de Estado do Equador na República da Colômbia.
A partir daí, desenvolveu-se um escudo que, embora contivesse elementos do da Grande Colômbia, passou a apresentar elementos próprios: o escudo oval e o sol com rosto aparecem nas fáscias consulares, antes presentes no da Grande Colômbia.
Em 1835, a nação foi definitivamente refundada como República do Equador, e novamente um escudo foi adotado do zero, sem levar em conta nenhum dos elementos presentes nos anteriores.
Por enquanto, um decreto conciso é feito em torno do desenho do escudo, que apenas especifica que "as armas da república serão colocadas com o lema República do Equador".
O sol é redesenhado e aparecem os signos do zodíaco, todos dentro de um escudo oval no qual também estavam representados alguns morros de importância nacional.
Na parte superior do oval havia sete estrelas representando o mesmo número de províncias que formavam o Equador naquela época. Este escudo teve validade de quase dez anos.
Em 1843 uma convenção constitucional decretou o desenho de um escudo que obedecesse às regras da heráldica, com formas específicas e onde todos os seus elementos tivessem um significado individual.
Nesta versão as bandeiras aparecem pela primeira vez nas laterais, as lanças da alabarda e o condor na parte superior presente no escudo atual.
Esses três elementos foram os únicos que não receberam significado na época.
O interior do escudo continha pinturas com figuras individuais e significativas. Esse escudo duraria apenas dois anos, já que em 1845 a Revolução Marcista o refundaria para uma versão mais próxima da que se conhece hoje.
A Revolução Marcista, considerada o verdadeiro movimento libertário do Equador, redesenhou o escudo e a bandeira.
O escudo adotou a forma e o conteúdo atuais, com a única diferença de exibir uma bandeira diferente da oficial, que na época era composta por faixas verticais, brancas e azuis.
Desde então, com a oficialização das bandeiras amarela, azul e vermelha, o brasão do Equador permaneceria sem grandes mudanças.
Só mudou em 1900, quando alguns ajustes no design simplesmente adicionariam novas texturas aos mesmos elementos existentes. O significado de seus elementos, individualmente ou como um todo, permanece o mesmo.
Caracteristicas
A versão exibida e oficializada em 1900 continua válida na República do Equador para sua representação interna e internacional.
Este escudo tem uma estrutura comum, composta de um brasão, um sino ou crista e um inquilino; Juntos, eles formam uma composição harmoniosa que destaca as características da nação andina.
Campainha
O selo é a parte superior do escudo, freqüentemente usado para colocar insígnias que denotam a posição nobre de quem possui e carrega o escudo.
No caso deste escudo nacional, a insígnia atual é a de um condor andino, ave mítica e sagrada das culturas andinas, em posição anterior ao alçamento e com os olhos fixos no lado direito.
O condor simboliza o poder e a arrogância do povo andino, assim como sua luta constante ao longo da história. Este condor é para o Equador e o povo andino o que a águia é para as outras nações.
Mais recentemente, outro significado tem sido atribuído a ele, relacionado ao perigo de extinção que o condor vive hoje devido à intervenção humana.
Brasão
É nesta área do escudo que converge o maior número de elementos pictóricos. Dentro do escudo oval é representada uma cena: o sol em uma faixa zodiacal, que inclui os signos correspondentes aos meses de março a junho.
Esta tira alegorias de Áries, Touro, Gêmeos, Câncer e a Revolução Marcista, um movimento insurrecional que levou o General Flores a deixar o poder.
Na parte inferior da paisagem, abaixo desses elementos, está uma montanha coberta de neve, que foi identificada como o vulcão Chimborazo, com neve perpétua em seu cume.
Daí nasce um rio que se estende até o fundo do oval: o rio Guayas. A montanha e o rio procuram representar a majestade natural dos Andes e suas riquezas naturais.
Na foz do rio há um vapor que carrega as cores amarelo, azul e vermelho.
Alegou-se que esse navio a vapor corresponde ao Guayas, a primeira embarcação desse tipo construída na América Latina, uma conquista industrial incomparável naqueles anos.
O vapor representa a superação e o desenvolvimento progressivo. Uma motivação para o povo equatoriano, que outrora detinha a vantagem industrial a nível continental, e agora busca reviver tempos de glória que os erros e a ganância política deixaram para trás.
A presença e desenho do navio no escudo tem gerado polémica, visto que se disse que a última reformulação efectuada foi baseada numa fotografia que não correspondia ao histórico navio a vapor Guayas.
Apoiante
As laterais do escudo são cobertas com a presença de quatro bandeiras nacionais (duas de cada lado) que se estendem sobre duas lanças e duas alabardas.
Estes são acompanhados no meio por dois ramos, o louro e a palma, localizados à direita e à esquerda do escudo, respectivamente.
O louro representa a vitória. A palma tem caráter religioso e bíblico, sendo representativa dos mártires da Independência.
Tanto a lança quanto a alabarda em que as bandeiras estão espalhadas têm um caráter especial. O primeiro tem um caráter cerimonial significativo e representa seu uso como arma de guerra para alcançar a liberdade, a independência e a fundação da república.
A alabarda, por outro lado, serve como símbolo de custódia de todos os poderes constituídos, devido ao seu uso destinado às forças da ordem cerimonial, guardiãs históricas dos representantes do poder.
Outros elementos presentes na parte inferior do brasão são os fasces consulares, que têm gerado interpretações mistas sobre sua função simbólica no brasão nacional.
Esses fasces, representados por um rolo de hastes de madeira cobrindo um machado, foram tomados por seu significado histórico relacionado à república romana, especificamente aos cônsules que, então, alternavam o poder de maneira combinada.
Referências
- Cepeda, JJ (nd). Cidadania e identidade nacional no Equador. Em A Participação da Sociedade Equatoriana na Formação da Identidade Nacional (pp. 79-98). CNPCC.
- Fernández, P. d. (2008). O Ensino da Identidade Nacional no Equador. Minius, 113-134.
- Pine, EA (nd). Escudo do Equador. Obtido na Enciclopédia do Equador: encyclopediadelecuador.com
- Presidência da República do Equador. (2009). Instruções para o uso de símbolos nacionais. Quito.
- Sosa, R. (2014). O escudo do Equador e o projeto nacional. Quito: Universidade Andina Simón Bolívar / Corporação Nacional de Publicações.