- Flora das Ilhas Galápagos
- Scalesia
- Manzanillo ( Hippomane mancinella )
- Palo santo ( Bursera graveolens subsp. Malaccense )
- Linho de Galápagos ou linho Floreana ( Linum cratericola )
- Salt Mountain ( Cryptocarpus pyriformis )
- Algodão de Darwin ( Gossypium darwinii )
- Manguezais
- Tomates Galápagos
- Guayabillo ou Guaba ( Psidium galapageium )
- Ipoméia ou ipoméia ( Merremia aegyptia )
- Cacto do gênero
- Cacto candelabro ( Jasminocereus tharsii )
- Cacto de lava ou castelo de lava ( Brachycereus nesioticus )
- Miconias ( Miconia robinsoniana )
- Lecocarpus de Darwin ( Lecocarpus darwinii )
- Passiflora ( Passiflora foetida var. Galapagensis )
- Margarida de Darwin ( Darwiniothamnus tenuifolius )
- Fauna das Ilhas Galápagos
- Tartarugas terrestres (gênero Chelonoidis )
- Tartarugas marinhas
- Iguanas
- Lagartos de lava
- Tentilhões
- Pássaro de fragata
- Albatroz
- Boobies
- Pinguim de Galápagos ( Spheniscus mendiculus )
- Morcegos
- Ratos endêmicos
- Leões marinhos ou leões
- Golfinhos
- Tubarões
- Peixe ossudo
- Referências
A flora e a fauna das Ilhas Galápagos adquiriram reconhecimento mundial a partir da obra de Charles Darwin, A Origem das Espécies (1858), porque a natureza dessas ilhas desempenhou um papel importante no desenvolvimento desta relevante teoria científica.
As Ilhas Galápagos também são chamadas de Arquipélago de Colón ou Arquipélago de Galápagos e estão localizadas a 1.000 km da costa do Equador, no Oceano Pacífico oriental. É um arquipélago de 22 ilhas e mais de 100 ilhotas e rochas de origem vulcânica, localizadas na linha do equador, com grande biodiversidade.
Ilhas Galápagos. Fonte: NASA / domínio público
O conjunto das Ilhas Galápagos abriga cerca de 560 espécies nativas de plantas angiospermas e 500 espécies de musgos, líquenes e hepáticas. Já em fauna, reúne mais de 7.000 espécies de todos os grandes grupos taxonômicos, com destaque para as espécies de tartarugas (10), pássaros e fauna marinha.
Flora das Ilhas Galápagos
Scalesia
É um gênero de arbustos e árvores da família dos compostos endêmicos (exclusivos) das Ilhas Galápagos. A espécie que atinge o maior tamanho é Scalesia pedunculata, uma árvore de até 20 m de altura.
Essas plantas formam densas florestas ou matagais constituídos por uma única espécie e fazem parte das florestas dessas ilhas.
Manzanillo (Hippomane mancinella)
Manzanillo (Hippomane mancinella). Fonte: (Dick Culbert de Gibsons, BC, Canadá / CC BY (https://creativecommons.org/licenses/by/2.0)
Esta pequena árvore também é chamada de "árvore da morte", porque a resina que exala é extremamente tóxica, por isso não é aconselhável ficar à sua sombra. É uma árvore de tronco retorcido castanho-acinzentado e folhagem verde brilhante densa com nervuras de cor creme.
Palo santo (Bursera graveolens subsp. Malaccense)
Esta árvore forma florestas esparsas em algumas ilhas, atingindo 4 a 10 m de altura, com seus troncos manchados de branco prateado. De seu tronco é extraído um óleo essencial usado na medicina tradicional, da mesma forma que também são utilizadas suas folhas e é uma subespécie endêmica das Ilhas Galápagos.
Linho de Galápagos ou linho Floreana (Linum cratericola)
Esta planta irmã de linho têxtil é endêmica de uma cratera na Ilha Floreana, com apenas 50 exemplares em perigo de extinção. Estes são pequenos subarbustos com pequenas folhas estreitas.
Salt Mountain (Cryptocarpus pyriformis)
É um arbusto da família Nictaginaceae com ramos prostrados e rastejantes, com pequenas flores brancas, que formam pequenos matagais costeiros. Cresce na areia das praias, resistindo bem à salinidade e ao vento.
Algodão de Darwin (Gossypium darwinii)
Algodão de Darwin (Gossypium darwinii). Fonte: Benjamint444 / GFDL 1.2 (http://www.gnu.org/licenses/old-licenses/fdl-1.2.html)
É uma espécie endêmica dessas ilhas que atinge cerca de 3 m de altura, irmã do algodão cultivado comercialmente. Possui flores grandes e amarelas e seu fruto é uma cápsula que se abre na maturação e revela grandes pontinhos de algodão.
Manguezais
Nessas ilhas existem quatro espécies de manguezais, o vermelho (Rhizophora mangle), o preto (Avicennia germinans), o branco (Laguncularia racemosa) e o botão (Conocarpus erectus).
Estas árvores caracterizam-se por serem plantas resistentes à salinidade, para poderem viver em contacto estreito com a água do mar e no caso do mangal vermelho as suas raízes estão submersas directamente no mar.
Tomates Galápagos
Duas espécies de tomates selvagens são encontradas nas Galápagos, Solanum galapagense e Solanum cheesmaniae. Ervas com caules prostrados ou rastejantes, com folhas verde-amareladas e frutos laranja-dourados quando maduros.
Guayabillo ou Guaba (Psidium galapageium)
Esta myrtacea é uma árvore de até 8 m de altura com um tronco de casca lisa rosa-acinzentada e flores brancas. É uma planta endêmica das Ilhas Galápagos, que foi introduzida em outras partes da América, pois seus frutos são comestíveis.
Ipoméia ou ipoméia (Merremia aegyptia)
É uma planta trepadeira inconstante (seu caule se curva em troncos, cercas) da família Convolvulaceae. É uma planta com caules finos e peludos, folhas compostas de palmadas e grandes flores brancas que se abrem ao amanhecer, sendo introduzida nas Galápagos.
Cacto do gênero
No arquipélago existem 14 espécies destes cactos com caules verdes e achatados armados com numerosos espinhos. O maior deles é Opuntia echios, com até 12 m de altura e diâmetro do caule de mais de um metro (Opuntia echios var. Barringtonensis).
Cacto candelabro (Jasminocereus tharsii)
É um cacto colunar endêmico dessas ilhas, sendo uma planta que atinge até 5 metros de altura. É semelhante a um candelabro, com uma haste principal marrom clara e hastes superiores verdes com costelas espinhosas, grandes flores amarelas e bagas vermelhas.
Cacto de lava ou castelo de lava (Brachycereus nesioticus)
É uma espécie de cactos endêmica da Ilha Bartolomé e adaptada aos substratos rochosos de lava que ali abundam. A espécie tem cerca de 60 cm com múltiplos caules cilíndricos que são verdes claros em direção à base e amarelados em direção ao ápice, e em plantas maduras os caules tornam-se cinza escuro com a parte superior laranja.
Miconias (Miconia robinsoniana)
As espécies do gênero Miconia (melastomatáceas) são abundantes nas Ilhas Galápago, sendo uma delas este arbusto de 2 a 5 m de altitude. Possui caules avermelhados, com folhas verdes e avermelhadas, flores roxas aglomeradas em densas inflorescências dando origem a frutos roxos brilhantes.
Lecocarpus de Darwin (Lecocarpus darwinii)
É um arbusto pertencente à família Compositae, cujo gênero é endêmico dessas ilhas. Possui folhas grandes com margens serrilhadas e capítulos amarelos (inflorescências com flores aglomeradas).
Passiflora (Passiflora foetida var. Galapagensis)
Maracujá (Passiflora foetida var. Galapagensis). Fonte: Jason Hollinger / CC BY (https://creativecommons.org/licenses/by/2.0)
É uma variedade de maracujá ou flor de maracujá endêmica das Ilhas Galápagos. Esta trepadeira atinge até 5 metros de altura, as suas flores são brancas e os seus frutos amarelos são comestíveis.
Margarida de Darwin (Darwiniothamnus tenuifolius)
É uma espécie endêmica pertencente à família dos compostos, de hábito arbustivo altamente ramificado que atinge até 3 metros de altura. Possui capítulos com lígulas brancas (“pétalas”) e centro amarelo, e suas folhas são estreitas e alongadas.
Fauna das Ilhas Galápagos
Tartarugas terrestres (gênero Chelonoidis)
As tartarugas terrestres são chamadas de galápagos no Equador, e justamente a grande diversidade de tartarugas existentes dá o nome ao arquipélago. Na época de Darwin, havia 14 espécies de tartarugas gigantes, das quais quatro já desapareceram.
O indivíduo mais famoso da última espécie extinta foi Lone George, um macho da espécie Chelonoidis abingdonii. Essas tartarugas gigantes atingem mais de um metro de comprimento e mais de 200 kg de peso.
Tartarugas marinhas
Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Fonte: US Fish and Wildlife Service Southeast Region / Public domain
Pelo menos cinco espécies de tartarugas marinhas são encontradas nesta região, entre elas a tartaruga máscara (Caretta caretta) e a tartaruga de couro (Dermochelys coriacea). O oliva (Lepidochelys olivacea) e a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) também se encontram em perigo crítico, enquanto os outros três são vulneráveis.
Iguanas
Existem cinco espécies de iguanas nas diferentes ilhas, entre as quais uma iguana marinha (Amblyrhynchus cristatus). Os demais são terrestres, como a iguana rosa (Conolophus marthae), a iguana Santa Fé (Conolophus pallidus) e a iguana terrestre das Galápagos (Conolophus subcristatus).
A iguana comum ou iguana verde (Iguana iguana) e uma espécie ainda não identificada do gênero Conolophus também são encontrados na ilha de Santiago.
Lagartos de lava
Nove espécies de lagartos de lava endêmicos são encontradas neste arquipélago, todos do gênero Microlophus. Esses lagartos possuem tons de pele de acordo com o terreno onde vivem, sendo escuros aqueles que vivem em rochas de lava preta e tons mais claros os de rochas de arenito.
Tentilhões
O tentilhão do pequeno Darwin (Camarhynchus parvulus). Fonte: Mike Comber / CC BY-SA (https://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0)
Este grupo de pássaros endêmicos das Galápagos constitui o exemplo clássico de radiação adaptativa ligada à teoria da evolução de Darwin. Essas aves se adaptaram às diferentes ilhas de maneiras muito diferentes, formando até 17 espécies diferentes.
Eles pertencem a 4 gêneros diferentes, que são Camarhynchus, Certhidea, Geospiza e Platyspiza.
Pássaro de fragata
Do gênero Fregata existem três espécies, entre as quais está a fragata real das Galápagos (Fregata magnificens magnificens). Esta espécie se alimenta de lulas, crustáceos, restos de peixes e filhotes de outras aves e iguanas.
São aves que ultrapassam os 100 cm de comprimento e 2 m de envergadura e os machos apresentam uma bolsa cutânea vermelha no pescoço que aparecem quando inflados (bolsa gular). A função deste saco é atrair as fêmeas para o acasalamento.
Albatroz
Existem o albatroz real (Diomedea epomophora) e o albatroz errante ou viajante (Diomedea exulans), essas espécies podem atingir até 3,5 m de envergadura. São aves pesqueiras que mergulham para capturar suas presas.
Boobies
Existem 5 espécies dessas aves nas Galápagos, todas do gênero Sula, sendo a mais notável o atobá de pés azuis (Sula nebouxii excisa). Essas aves têm pés palmados de um azul intenso muito marcante e se alimentam de peixes.
Há também um atobá de pés vermelhos (Sula sula) e o atobá de Nazca (Sula granti) que tem pernas cinza-esverdeadas. Além disso, há o atobá marrom (Sula leucogaster) e o atobá peruano (Sula variegata).
Pinguim de Galápagos (Spheniscus mendiculus)
É o único pinguim que vive em uma região tropical e está listado como espécie em extinção. Este pinguim consegue sobreviver nestas condições tropicais, graças ao fato de as águas das Ilhas Galápagos serem frias devido à influência da corrente de Humboldt da Antártica.
É um animal de pequeno porte, com cerca de 50 cm de altura e pesando cerca de 2,5 kg, com dorso cinza escuro e cabeça quase preta. Possui linhas brancas de cima dos olhos para as costas e depois para baixo no pescoço, a barriga é branca e as pernas são cinza.
Morcegos
Duas espécies de morcegos são encontradas nessas ilhas, o morcego vermelho das Galápagos (Lasiurus borealis brachyotis) e o grande morcego gelado (Lasiurus villosissimus). São animais insetívoros, obviamente noturnos.
Ratos endêmicos
Existem cerca de seis espécies de ratos no arquipélago, incluindo duas espécies introduzidas, o rato norueguês (Rattus norvegicus) e o rato preto (Rattus rattus). Os outros são endêmicos dessas ilhas, entre eles o rato fernandina (Nesoryzomys narboroughi) e o rato de Galápagos (Aegialomys galapagoensis).
Leões marinhos ou leões
Leão marinho com dois pêlos (Arctocephalus galapagoensis). Fonte: D. Gordon E. Robertson / CC BY-SA (https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0)
Três espécies de leões marinhos vivem nas águas e nas costas das Ilhas Galápagos, uma delas é o leão-marinho de dois pelos (Arctocephalus galapagoensis). As outras duas espécies são o leão marinho da América do Sul (Otaria flavescens) e a foca (Zalophus wollebaeki).
Esses animais mergulham em grandes profundidades em busca dos peixes e moluscos que fazem sua alimentação. Os machos adultos do leão ou lobo-marinho da América do Sul se parecem com um leão devido à pelagem avermelhada ou amarelada no pescoço.
Golfinhos
Esses mamíferos aquáticos são abundantes nas Ilhas Galápagos, onde existem 8 espécies, pertencentes a seis gêneros diferentes. Entre eles estão o golfinho-comum (Delphinus delphis), o golfinho-de-Risso (Grampus griseus) e o golfinho-rotador (Stenella longirostris).
Este último é um pequeno golfinho de focinho comprido, conhecido pelos saltos acrobáticos em que roda sobre o seu próprio eixo.
Tubarões
Existem cerca de 15 espécies de tubarões nas Ilhas Galápagos, distribuídas em 9 gêneros diferentes. Do enorme tubarão-baleia (Rhincodon typus) ao tubarão-gato (Bythaelurus giddingsi) com apenas trinta centímetros de comprimento.
O tubarão-baleia é considerado o maior peixe do mundo, podendo atingir até 12 m de comprimento e apresentar pele cinza escura com muitas manchas brancas ou amareladas.
Há também o peculiar tubarão-martelo (Sphyrna lewini) e o potencialmente agressivo tubarão de pontas brancas (Carcharhinus albimarginatus). Há também o tubarão tigre (Galeocerdo cuvier) de cor azul a verde azulado com listras pretas suaves.
Peixe ossudo
Existem mais de 500 espécies de peixes nas Ilhas Galápagos, algumas das quais são grandes, como o marlin negro (Istiompax indica) que tem quase 5 m de comprimento. Outros são pequenos, como o Scorpaenodes xyris com suas glândulas venenosas, que atinge cerca de 15 cm.
Referências
- Bensted-Smith, R. (ed.). (2002). Uma Visão de Biodiversidade para as Ilhas Galápagos. Fundação Charles Darwin e WWF, Puerto Ayora.
- Fundação Charles Darwin. Lista das espécies de Galápagos. (Visto em 25 de abril de 2020). Retirado de: darwinfoundation.org
- Jiménez-Uzcátegui, G., Milstead, B., Márquez, C., Zabala, J., Buitrón, P., Llerena, A., Salazar, S. e Fess, B. (2007). Vertebrados de Galápagos: situação de perigo e ações de conservação. Relatório Galápagos 2006-2007.
- Johnson, MP e Raven, PH (1973). Número de espécies e endemismo: o arquipélago de Galápagos revisitado. Ciência.
- Ministério do Meio Ambiente do Equador (2010). Quarto relatório nacional para a Convenção sobre Diversidade Biológica. Quito.
- Wiggins, IL e Porter, DM (1971). Flora das Ilhas Galápagos. Stanford University Press, Stanford.