GEORG SIMON OHM: BIOGRAFIA, CONTRIBUIÇÕES, TRABALHOS E PUBLICAÇÕES - BIOGRAFIAS - 2024

Georg Simon Ohm (1789 - 1854) foi um físico e matemático de origem alemã que teve um papel muito relevante no desenvolvimento da física, especificamente na área que tem a ver com eletrodinâmica. Este ramo incluía uma lei com o seu nome (lei de Ohm).

A balança de torção leva seu nome porque é usada para medir níveis eletrostáticos. Também é responsável pela impedância acústica, também conhecida como lei acústica de Ohm.

Fonte: http://stat.case.edu/~pillar/genealogy/ohm.gif, via Wikimedia Commons.

O reconhecimento mais importante que Ohm recebeu ocorreu dez anos após sua morte. Em 1864, um comitê nomeado pela British Scientific Association foi convocado para definir uma unidade de medida padrão que se referia à resistência.

Naquela época, decidiu-se que a unidade elétrica de resistência fosse nomeada como Ohmad, mas em 1867 foi finalmente decidido que a unidade seria simplesmente nomeada ohm, em homenagem ao cientista alemão.

Ao mesmo tempo, foi estabelecido que o símbolo da resistência seria a letra ômega, que é a última letra do alfabeto grego. O motivo da escolha, proposta por William Preece, é que a pronúncia dessa letra é semelhante ao fonema que produz a pronúncia da palavra ohm.

Biografia

Georg Simon Ohm nasceu no final do século 18 em Erlangen, uma cidade no sul da Alemanha. Os pais de Ohm eram Johann Wolfgang Ohm e Maria Elizabeth Beck, que formaram uma família de baixa renda, mas cujo objetivo era dar aos filhos uma boa educação.

O pai de Georg era chaveiro, mas assumiu a responsabilidade de ensinar ciência e matemática aos filhos. Sua mãe morreu quando o alemão tinha apenas 10 anos. Georg tinha seis irmãos, mas a maioria morreu cedo. Apenas Georg, Martin e Elizabeth sobreviveram.

A falta de dinheiro da família obrigou Georg a trabalhar quando ele ainda era adolescente para ajudar seu pai. Não foi um obstáculo para o alemão, que sempre se destacou academicamente. Ele mostrou grande destreza para pesquisa e costumava gastar muito tempo em seus experimentos em laboratório.

Ele não foi o único membro de sua família que se destacou na área científica. Martin Ohm, seu irmão mais novo de três anos, tornou-se um matemático renomado. Seu trabalho mais importante tem a ver com o desenvolvimento da teoria dos exponenciais.

Educação

Quando Ohm completou 16 anos, ele entrou na universidade em sua cidade natal. Passou de uma fase em que deixou de lado os estudos e se dedicou ao jogo. Isso teve como consequência que só poderia durar um ano e meio na instituição acadêmica.

O pai de Ohm não gostou da atitude do filho e decidiu mandá-lo para a Suíça no final de 1806, onde ele conseguiu um emprego como professor de matemática em uma escola. Alguns anos depois, ele conseguiu um emprego como professor particular e decidiu voltar a estudar.

Cientistas como Euler, Laplace e Lacroix tiveram grande influência em sua formação. Em 1811 ele decidiu retornar à universidade em Erlangen para fazer o doutorado e começou a trabalhar como professor sem remuneração no campus acadêmico.

Papel de professor

Vários anos depois, ele recebeu uma proposta para ensinar matemática e física em uma escola na região da Baviera. O objetivo de Ohm era dar aulas na universidade, mas ele entendeu que precisava provar sua qualidade.

Ele sofreu alguns contratempos com o ensino e ficou frustrado com seu papel como professor. A escola onde lecionava fechou e ele mudou de local de trabalho antes de entrar em um colégio de Colônia, instituição de nível superior já que, pelo menos, tinha um laboratório para realizar diferentes experimentos na área de física.

Ohm aproveitou essas instalações para realizar seu próprio trabalho. Especialmente depois de saber que o eletromagnetismo foi descoberto em 1820.

Morte

Ohm morreu quando tinha 65 anos, em meados de 1854. Morreu em Munique e seu corpo foi encontrado no cemitério de Alter Südfriedhof.

Contribuições

Sua colaboração mais importante com o mundo científico teve a ver com a proposição de uma lei matemática da eletricidade. Ele publicou suas idéias em 1826 e afirmou que havia relações simples entre os elementos elétricos, como resistência, corrente e voltagem.

Além disso, Ohm foi a primeira pessoa que conseguiu provar experimentalmente a existência dessa relação.

Demorou muito para que a lei de Ohm fosse aceita pela comunidade científica. Para testar suas ideias, ele precisava inventar ou modificar alguns dispositivos já existentes e, assim, poder adaptá-los às suas necessidades.

Foi uma descoberta de grande importância porque nos permitiu dar resposta a um número significativo de problemas elétricos que ocorreram na área da física, a nível industrial e empresarial e até nas casas dos cidadãos.

Ele criou uma maneira diferente de calcular os níveis de potência e energia. Atualmente é uma lei que ainda está em vigor, pois permite definir o nível necessário nas resistências que devem ser utilizadas nos circuitos. Um cálculo preciso destes dados permitiria tirar o máximo proveito dos circuitos e garantir um funcionamento ideal.

Obras e publicações

Ohm publicou dois documentos de grande importância durante 1826. Neles ele conseguiu expor matematicamente as idéias que Fourier havia levantado anteriormente sobre a condução de calor.

Um de seus artigos deu detalhes sobre todos os resultados dos experimentos que fez. Na segunda, Ohm se concentrou em ter novas ideias.

Sua obra mais importante, sim, foi de conhecimento público em 1827, quando escreveu The Galvanic Circuit, Mathematically Analyzed. A princípio, sua escrita passou por baixo da mesa e a fraca resposta e o apoio da comunidade científica desmotivaram Ohm.

Lei de Ohm

Basicamente, tratava-se de analisar o circuito galvânico, mas do ponto de vista da matemática. Ele foi a primeira pessoa a experimentar e estabelecer resultados sobre as relações entre resistência, voltagem e corrente.

A lei de Ohm é refletida na fórmula matemática R = V / I. Isso significa que a resistência é igual à tensão entre o valor da corrente. O ohm foi designado como a unidade para estabelecer a resistência da eletricidade.

Era uma lei muito relevante porque seu campo de aplicação era muito amplo. Pode ser utilizado em condutores de diversos tipos, mas sempre lembrando que a resistência de um condutor pode sofrer alterações devido à temperatura.

Outros trabalhos

Ohm também realizou experimentos para analisar aspectos relacionados à acústica. O cientista conseguiu determinar que o ser humano é capaz de diferenciar as harmonias que existem nos sons mais complicados e em diferentes escalas.

Alguns anos antes de morrer, ele também se interessou pelo assunto ótico, principalmente em relação à interferência luminosa.

Em 1849, ele escreveu Elementos de geometria analítica relacionados ao sistema de coordenadas assimétricas. Então, um ano antes de sua morte, em 1853, foi publicado o último trabalho de sua autoria intitulado Fundamentos da Física: um compêndio de palestras.

Detratores

Alguns cientistas tentaram minimizar o trabalho de Ohm, já que se considera que o inglês Henry Cavendish conseguiu demonstrar as mesmas ideias mais de 50 anos antes.

A diferença entre os dois era que Ohm publicou seu estudo após obter os resultados de seus experimentos. Por sua vez, a obra de Cavendish só foi conhecida em 1879, quando James Clerk Maxwell deu a conhecer as ideias dos ingleses.

Os dois cientistas divergem em várias coisas. O mais notável é que Cavendish calculou o grau de intensidade pela dor que sentia, já que ele próprio foi submetido à corrente elétrica.

Quando Ohm publicou seus experimentos, ele não recebeu muito reconhecimento de seus colegas. Hoje é parte fundamental da ciência e de seu estudo.

Ohm também teve críticas ao levantar suas ideias sobre acústica, também conhecida como lei acústica de Ohm ou impedância acústica. Seu principal detrator foi August Seebeck, um físico que era contra as idéias de Ohm porque suas provas matemáticas não eram fortes ou bem fundamentadas.

O debate sobre a teoria de Ohm chegou ao fim quando Helmholtz apoiou as idéias de Ohm e acrescentou algumas abordagens para completá-lo.

Reconhecimentos

Ohm recebeu vários prêmios ao longo de sua carreira. Uma das mais importantes foi quando recebeu a medalha Copley da Royal Society of London, uma das associações científicas mais antigas do continente europeu.

A medalha Copley foi concedida pela primeira vez em 1731 e serviu para homenagear os cientistas que tiveram uma contribuição relevante para a ciência.

Para Ohm receber este prêmio, foi muito importante que ele tivesse o reconhecimento público de outro cientista. Nesse caso, Claude Pouillet desempenhou um papel importante ao apoiar os resultados que Ohm havia alcançado anteriormente com seus experimentos com eletricidade.

Ele fazia parte da Academia de Berlim e era membro da Academia de Turim, na Itália. Em 1841, ele se tornou um dos membros estrangeiros da Royal Society de Londres, uma das mais importantes homenagens para os cientistas da época.

Seu reconhecimento mais importante ocorreu em 1849, quando lhe foi oferecido um cargo de professor na Universidade de Munique. Foi um emprego pelo qual lutou toda a vida e uma posição que gerenciou por cinco anos como professor de física.

Nomes

Seu nome está associado a diferentes processos, teorias e objetos. As leis de Ohm, o ohm como unidade de medida, uma cratera na lua e um asteróide são apenas alguns exemplos de como seu nome foi usado para batizar coisas diferentes.

Referências

1. Appleyard, R. (1928). Pioneiros da comunicação elétrica: Georg Simon Ohm. Nova York: Internat. Standard Electric Corporation.
2. Boylestad, R. (2017). Introdução à análise de circuitos. Naucalpan de Juárez: Pearson Education.
3. Hartmann, L. (2014). Georg Simon Ohm. Briefe, Urkunden und Dokumente. Hamburgo: Severus Verlag.
4. Oakes, E. (2001). Enciclopédia de cientistas mundiais. Nova York: Fatos em arquivo.
5. Ohm, G., FRANCIS, W. e LOCKWOOD, T. (1891). O circuito galvânico investigado matematicamente… Traduzido por W. Francis. Com prefácio do editor, TD Lockwood. Pp. 269. D. van Nostrand Co.: New York.