- Lista dos principais filósofos mexicanos e suas contribuições
- Leopoldo Zea Aguilar (1912 - 2004)
- Alfonso Méndez Plancarte (1909 - 1955)
- Gabino Barreda (1818 - 1881)
- José Vasconcelos (1882 - 1959)
- Antonio Caso (1883 - 1946)
- Samuel Ramos (1897 - 1959)
- Luis Villoro (1922 - 2014)
- Emilio Huranga (1921 - 1988)
- José Gaos (1900 - 1969)
- Mario Magallón (1946 - presente)
- Referências
Alguns dos filósofos mexicanos mais importantes foram Leopodo Zea Aguilar, Alfonso Méndez Plancarte ou Gabino Barreda. O México pode ser considerado um importante bastião do pensamento filosófico na América Latina.
Durante séculos, muitos e diversos filósofos nasceram nessas terras e dedicaram suas vidas à busca do conhecimento e da reflexão. Aqueles cujas contribuições ultrapassaram fronteiras podem ser contados hoje entre os mais notáveis filósofos latino-americanos.
Mesmo antes do século 20, no México já havia quem se dedicasse à reflexão filosófica. Hoje os filósofos mexicanos são muito numerosos. No entanto, existem alguns cuja influência foi muito mais longe com o tempo.
Lista dos principais filósofos mexicanos e suas contribuições
Leopoldo Zea Aguilar (1912 - 2004)
Considerado um dos pensadores latino-americanos de maior importância e integridade. Foi discípulo de José Gaos, que o impulsionou a dedicar-se exclusivamente ao estudo e à pesquisa filosófica.
Seu pensamento centrou-se na América Latina, estudando primeiro o contexto social mexicano e depois apresentando propostas que servissem à integração latino-americana como uma realidade, e não como uma utopia.
Ele rejeitou o comportamento imperialista e o neocolonialismo dos EUA. Uma forte influência histórica para Zea Aguilar foi Simón Bolívar.
Uma de suas maiores buscas foi a consolidação de uma filosofia latino-americana como base de um pensamento continental. Ele recebeu o Prêmio Nacional de Ciências e Artes em 1980.
Alfonso Méndez Plancarte (1909 - 1955)
Estudou principalmente a cultura e as artes mexicanas em seu período colonial, e uma de suas maiores contribuições foi o estudo e preservação da obra de Sor Juana de la Cruz, uma grande pensadora mexicana da época colonial.
Alfonso Méndez Plancarte dedicou grande parte de sua vida à pesquisa meticulosa de trabalhos anteriores, o que permitiu à sociedade mexicana um maior nível de acesso a obras e obras culturais e artísticas muito anteriores, graças ao trabalho deste filósofo e filólogo.
Gabino Barreda (1818 - 1881)
Um dos filósofos mexicanos mais proeminentes do século XIX. Ele foi um filósofo positivista, e em seu tempo como educador foi o encarregado de introduzir o método positivista no ensino.
Entre suas principais contribuições estão a reforma da educação mexicana e sua luta para mantê-la como um pilar fundamental para o desenvolvimento social e cultural mexicano.
Com o tempo, as gerações posteriores de filósofos rejeitariam suas posições positivistas para promover perspectivas mais humanísticas e menos científicas.
José Vasconcelos (1882 - 1959)
Excelente filósofo mexicano. Foi reitor da Universidade Nacional do México e, paralelamente ao pensamento filosófico, dedicou-se a uma participação ativa na política.
Apoiou a Revolução Mexicana e durante seu tempo como reitor se concentrou em sensibilizar a comunidade universitária para a ação social.
Entre suas principais contribuições e trabalhos estão séries sobre o triunfo da Revolução Mexicana, a decomposição social e política de períodos anteriores e a reconstrução institucional após a revolução.
Antonio Caso (1883 - 1946)
Tornou-se reitor da Universidade Nacional do México e fundador, junto com Vasconcelos, de um grupo humanista oposto às posições filosóficas positivistas que dominavam o meio acadêmico e de reflexão da época.
Este grupo, o Ateneu da Juventude, promoveu o ser humano como um indivíduo moral e espiritual, ao invés de friamente racional.
Caso influenciaria muito as gerações posteriores de filósofos. Seu pensamento foi muito influenciado por sua posição cristã, dando a Jesus Cristo uma autoridade moral e espiritual clara sobre suas reflexões filosóficas.
Caso se encarregou de desconstruir a existência humana classificando-a em várias partes: estética, econômica, moral, caritativa, etc. Seu trabalho foi considerado uma "filosofia do mexicano" e lhe permitiu propor cenários que funcionariam para melhorar o futuro da sociedade nacional.
Samuel Ramos (1897 - 1959)
Como muitos de seus colegas, ele foi treinado na UNAM. Seus trabalhos se destacam por abordar filosoficamente a identidade mexicana e seus aspectos psicológicos. Ele foi influenciado principalmente pelo trabalho de Ortega y Gasset e Alfred Adler.
Foi aluno de Caso, de quem se separou após publicar uma crítica a ele para continuar a desenvolver o seu próprio pensamento. Ele tomou o modelo psicológico como base de sua filosofia.
Entre suas principais obras reconhecidas, destaca-se uma que investiga um complexo de “inferioridade” dentro da identidade e comportamento mexicano.
Embora polêmico, seus trabalhos permitiram uma nova abordagem dos conflitos culturais que afligem a sociedade mexicana, e Ramos propôs que as soluções devem ser adaptadas à realidade social e cultural.
Luis Villoro (1922 - 2014)
Professor e pesquisador da UNAM, discípulo de José Gaos e importante fundador do Grupo Hiperión. Tornou-se presidente da Associação Filosófica do México e é considerado uma das referências mais importantes da filosofia deste país.
Entre suas principais contribuições destacou-se por desenvolver temas reflexivos em torno da metafísica; o alcance da razão e suas limitações; relações entre poder e conhecimento; abordagens reflexivas da injustiça; dimensões críticas e práticas da filosofia, etc.
Seu trabalho também se destaca por ter abordado com grande interesse o pensamento filosófico das culturas orientais, sentindo grande respeito pelos aspectos diferenciados destas e da própria filosofia ocidental.
Emilio Huranga (1921 - 1988)
Pesquisador, autor e colaborador de múltiplas publicações especializadas, Emilio Huranga desenvolveu sua carreira na UNAM, e colaborou com outras instituições. Seria influenciado pela escola de pensamento difundida por José Gaos.
Ao longo da sua carreira, Huranga desenvolveu com especial ênfase espaços de reflexão sobre as experiências filosóficas e as realidades que as fundamentam.
Tornou-se representante da UNAM em congressos filosóficos internacionais e teve contato próximo com renomados humanistas e pensadores como Camus, Heidegger, Sartre, entre outros.
José Gaos (1900 - 1969)
Ele nasceu na Espanha, mas foi para o exílio no México durante a Guerra Civil Espanhola, onde se tornou um cidadão mexicano e desenvolveu o resto de sua carreira.
É considerado de grande importância na história da filosofia mexicana, visto que foi o mentor de toda uma geração de filósofos mexicanos.
Entre suas maiores contribuições à filosofia mexicana estão os estágios como professor da UNAM, com grande influência européia, bem como toda uma série de traduções (mais de 70) de obras filosóficas européias que aproximaram os mexicanos de um espectro mais amplo de pensamento filosófico e reflexão.
Muitos dos filósofos que foram seus alunos fundaram um grupo de grande importância acadêmica e de pensamento: o Grupo Hyperion.
Mario Magallón (1946 - presente)
Formado na UNAM, convidado para a participação investigativa de filósofos como Zea Aguilar. As contribuições e o trabalho de Magallón podem ser considerados circunstanciais, já que se concentra em dar respostas aos fenômenos da atualidade, à medida que vão surgindo.
Explora o ser humano e a propensão à injustiça, marginalização e exploração em relação aos problemas da sociedade atual, tanto mexicana como internacional.
Suas obras continuam a ser realizadas, pois ele é um dos poucos filósofos mexicanos de grande importância ainda vivo.
Referências
- Abbagnano, N. (1974). Dicionário de filosofia. México.
- Beuchot, M. (1996). História da Filosofia no México Colonial.
- Medin, T. (1983). Leopoldo Zea: ideologia, história e filosofia da América Latina. México: UNAM.
- Onfray, M. (2005). Antimanual de filosofia. Madrid: EDAF.
- Salmerón, F. (1980). Os filósofos mexicanos do século XX. Estudos de Filosofia no México.
- Vera, M. (1979). O pensamento filosófico de Vasconcelos. Extemporâneo.