- Principais problemas ambientais da Colômbia
- 1- Poluição do ar
- 2- Poluição da água
- 3- Destruição do Chocó biogeográfico
- 4- Alto desmatamento
- 5- Mineração ilegal
- 6- Monoculturas e plantações ilícitas
- 7- Uso da palma africana na geração de combustíveis
- 8- Lixo
- 9- Poluição sônica
- Referências
Os problemas ambientais da Colômbia, como poluição do ar ou alto desmatamento, continuam gerando altos custos em saúde e deterioração dos recursos ambientais.
Até 2014, de acordo com o Atlas Global de Justiça Ambiental, a Colômbia era o país com os maiores problemas ambientais da América Latina, algo alarmante por ser o segundo país em biodiversidade do mundo, depois de abrigar 15% da fauna e da flora terrestre..
Os principais problemas têm sido gerados pela contaminação antrópica, da qual derivam atividades como o desmatamento, o comércio ilegal de fauna e flora e a caça.
No entanto, as atividades industriais e os fortes conflitos armados, por sua vez, contribuíram para exacerbar a crise ambiental.
Até março de 2017, as autoridades locais da cidade de Medellín foram obrigadas a comunicar um alerta vermelho devido à intensa poluição do ar causada pelos gases poluentes emitidos por veículos e principalmente indústrias.
Embora o governo tenha implementado diferentes políticas, regulamentos e estatutos ambientais com o objetivo de melhorar a qualidade ambiental, vários problemas permanecem.
Principais problemas ambientais da Colômbia
1- Poluição do ar
Segundo o Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais, as cidades com maiores problemas de poluição do ar são Bogotá e Medellín.
Isso se deve ao fato de que neles se condensam uma grande quantidade de poluentes da indústria e do transporte.
Na Colômbia, esse tipo de poluição é causado principalmente pelas indústrias manufatureiras e operações de mineração, juntamente com a queima de materiais agrícolas e poluentes de automóveis.
A urbanizada província de Antioquia, o Vale do Aburrá, também foi classificada como uma das áreas mais poluídas da Colômbia por três motivos principais.
Em primeiro lugar, o aumento da frota automóvel, uma vez que o número de automóveis aumentou 304%, sendo 50% da frota automóvel com mais de cinquenta anos.
Em segundo lugar, a topografia da área, já que a bacia em que se situam Medellín e outros nove municípios de Antioquia tem profundidade de 1 km e 7 km de extensão, o que gera que 58% da população se concentre naquela área gerando uma espécie de “panela de pressão” poluente.
E, por fim, a falta de áreas verdes é importante, pois há um déficit de mais de 700 árvores.
Atualmente, esse tipo de poluição é um dos principais problemas, pois a qualidade do ar diminui a cada dia.
2- Poluição da água
Desde 2011, o Instituto Nacional de Saúde da Colômbia revelou que metade dos departamentos do país registra água contaminada que é usada para consumo humano.
Uma situação alarmante se originou porque os principais centros urbanos do interior da Colômbia cresceram incontrolavelmente em torno de corpos de água continentais ou marítimos.
As péssimas condições de saneamento básico têm contribuído para o despejo de águas servidas e para o descarte inadequado dos resíduos sólidos que costumam ser transportados principalmente pelos rios Magdalena, Cauca, San Juan e Patía.
Apesar de a Colômbia ser o sexto país com maior abastecimento de água do mundo, o Ministério do Meio Ambiente da Colômbia estima que metade de seus recursos hídricos estão contaminados.
Isso se deve a formas inadequadas de mineração e atividades agroindustriais, onde produtos químicos e pesticidas são jogados nas águas.
Hoje, cidades como Barranquilla têm apenas lagoas de oxidação antes do descarte da água e, no caso de Bogotá, estima-se que seu plano de tratamento de água processe apenas 20% dos resíduos produzidos pela população.
Isso se soma a uma grande falta de planejamento urbano, já que as principais cidades como Bogotá, Cali, Cuco, Magdalena e Medellín estão desabadas hidraulicamente.
3- Destruição do Chocó biogeográfico
O Chocó biogeográfico é uma área que inclui os territórios da Colômbia, Equador e Panamá e que abriga mais de 10% da biodiversidade do planeta.
Chocó ocupa aproximadamente 2% da superfície terrestre e é um dos espaços naturais mais ricos do mundo. No entanto, uma grande variedade de ecossistemas e com eles 25% das espécies endêmicas do mundo estão sendo destruídos.
Na Colômbia, está presente nos departamentos de Chocó, Valle del Cauca, Cauca, Nariño e, em menor medida, em Antioquia.
Está principalmente em perigo devido às atividades de exploração dos recursos naturais e mineração que se realizam na área, e à destruição maciça de árvores e à comercialização ilegal de espécies.
A Colômbia está realizando dois projetos na área. Um referente à construção do trecho faltante da Rodovia Pan-americana; e outra, que consiste na construção de um canal interoceânico.
Todas essas atividades estão causando a perda da área de maior biodiversidade da Colômbia.
4- Alto desmatamento
A taxa de desmatamento na Colômbia atingiu níveis alarmantes nos últimos anos, situação que se reflete na perda de 178.597 hectares de floresta em 2016.
Essa taxa aumentou 44% naquele ano devido ao excesso de pastagem, pecuária extensiva, plantações ilícitas, desenvolvimento de infraestrutura rodoviária, extração de minerais e recursos naturais e incêndios florestais.
O que é mais preocupante é que 95% dessa extração descontrolada está concentrada em 7 departamentos do país: Caquetá, Chocó, Meta, Antioquia, Norte de Santander, Guaviare e Putumayo, 60,2% correspondentes à Amazônia.
5- Mineração ilegal
Constitui uma das principais ameaças ambientais que o país enfrenta como resultado da mineração de ouro a céu aberto. Estima-se que já em 2014, o país tinha mais de 78.939 hectares afetados por redes criminosas.
O problema é que a atividade ilegal está causando 46% dos danos ecológicos na selva do Chocó, principal pulmão do país.
Além do fato de redes de narcotraficantes e grupos armados terem se instalado no entorno das minas de ouro ilegais de Chocó, que além da destruição do meio ambiente gerou violência e pobreza.
De acordo com a Controladoria-Geral da República na Colômbia, existem mais de 30 rios contaminados pela atividade ilegal de mineração de ouro e mais de 80 contaminados com mercúrio.
6- Monoculturas e plantações ilícitas
As monoculturas são entendidas como grandes áreas de terra onde árvores e outros tipos de plantas de apenas uma espécie são plantados.
Esta situação está gerando perda de biodiversidade e degradação do solo no país colombiano.
Na Colômbia, o plantio ilegal de palma africana está sendo realizado em todo o norte do país, o que está afetando várias comunidades a nível ambiental e humano, pois suas terras estão sendo invadidas e seus direitos humanos violados.
7- Uso da palma africana na geração de combustíveis
Na Colômbia, 10% do biodiesel de palma está sendo misturado ao diesel, o que contribui para a escassez dessa importante matéria-prima local.
Ao mesmo tempo, esse cultivo intensivo está sendo realizado, o que além de poluir o meio ambiente tem danificado inúmeros habitats e florestas.
8- Lixo
Relatórios oficiais indicam que a Colômbia gerou 9 milhões 967 mil toneladas de lixo durante o ano de 2015. 96,8% desses resíduos sólidos foram destinados a aterros sanitários, a maior parte deles em fase de final de vida útil.
Das 32 mil toneladas de lixo diário produzidas no país, apenas 17% são recicladas.
Dos 147 aterros sanitários em operação na Colômbia, 13 operam com licença de operação vencida e outros 20 têm pouco menos de um ano de vida útil. Da mesma forma, 21 aterros sanitários têm apenas 1 a 3 anos de capacidade e 41 deles só poderão operar entre 3 e 10 anos.
Nas áreas onde se localizam esses aterros sanitários, são evidentes os problemas sociais e de poluição que se geram, afetando as comunidades que vivem diariamente com maus cheiros e doenças.
Outros dados oficiais estimam que cerca de 30% dos resíduos sólidos produzidos em mais da metade dos municípios colombianos são depositados em aterros a céu aberto. Cada habitante da Colômbia gera uma média de 0,71 resíduos por dia. 70% deles são matéria orgânica.
Nas grandes cidades, a situação é muito mais complexa. Somente em Bogotá 2 milhões de 102 toneladas são geradas anualmente. Em Cali, a produção de lixo é de 648 mil 193 toneladas, em Medellín 612 mil 644 toneladas, Barranquilla 483 mil 615 toneladas e em Cartagena 391 mil.
9- Poluição sônica
No país, cerca de 5 milhões de pessoas (11% da população total) sofrem de problemas auditivos devido à exposição permanente ao ruído e outros agentes prejudiciais ao ouvido.
Entre a população economicamente ativa entre 25 e 50 anos, a perda auditiva por poluição sonora e sonora atinge alarmantes 14%.
De acordo com as normas e recomendações da Organização Mundial da Saúde, na Colômbia foi estabelecido um máximo de 65 decibéis (dB) durante o dia e 45 à noite nas áreas residenciais. Nas áreas comerciais e industriais, o nível de tolerância chega a 70 dB durante o dia e 60 dB à noite.
A poluição sonora é produzida pelo transporte terrestre, para o qual não existem regras que regulem o ruído, exceto buzinas. Da mesma forma, transporte aéreo, comércio formal e informal, discotecas e bares, indústria e particulares.
10- Salinização de solos
A degradação do solo por salinização é um processo químico que ocorre naturalmente ou é induzido pelo homem.
Estima-se que 40% do território colombiano, ou seja, cerca de 45 milhões de hectares, está afetado de alguma forma pela erosão. 2,9 por cento (3,3 milhões de ha) sofrem de erosão severa ou muito severa, 16,8 por cento (19,2 milhões de ha) têm erosão moderada e 20 por cento (22,8 milhões de ha) leve erosão.
Nos 2,9% afetados pela erosão severa, não há possibilidade de fertilidade do solo, nem de que ele possa cumprir suas funções de regular e armazenar água e ser útil à biodiversidade.
Os departamentos mais afetados pela degradação por erosão que ultrapassa 70% são: Cesar, Caldas, Córdoba, Cundinamarca, Santander, La Guajira, Atlántico, Magdalena, Sucre, Tolima, Quindío, Huila e Boyacá.
Referências
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