- Caracteristicas
- Rosto superior
- Face anterolateral
- Rosto póstero-interno
- Origem
- Inserção
- Irrigação
- Inervação
- Função
- Patologias associadas
- Tensão do músculo pterigóide
- Disfunção temporomandibular
- Referências
O pterigóideo externo ou pterigóideo lateral é um músculo mastigatório importante. O termo vem do latim Pterygoideus lateralis ou externus. É composto por dois fascículos ou feixes musculares, um superior e outro inferior. Cada feixe muscular cumpre uma função específica contrária à do outro, mas atuam de forma coordenada.
O fascículo inferior é responsável, junto com outros músculos, por abrir a boca e fazer movimentos da mandíbula para frente e para os lados. Enquanto o fascículo superior faz o oposto, ele atua fechando a boca e devolvendo a mandíbula ao seu local original ou de repouso.
Localização do músculo pterigóideo externo ou lateral. Fonte: Henry Vandyke Carter. Imagem editada.
Esse músculo começa a se formar em humanos por volta da 10ª semana de desenvolvimento embrionário e culmina sua formação por volta da 20ª semana de gestação.
O pterigóide externo pode sofrer espasmos de tensão de várias causas e causar dor. Acredita-se também que o espasmo desse músculo seja a causa de outras patologias como a síndrome da dor e disfunção da articulação temporomandibular.
Caracteristicas
É um pequeno músculo de forma triangular cuja inserção anterior está localizada sob o crânio e sua inserção posterior está posicionada na articulação temporomandibular. O músculo se estende até o teto da fossa pterigomaxilar.
É um músculo pareado, pois existe um em cada lado do rosto simetricamente. O músculo pterigóide lateral é coberto por uma aponeurose delgada chamada interpterigóide (Fasciae inter pterigóide) e pela aponeurose pterigóide.
O músculo pterigóideo externo possui três faces: uma face superior, uma ântero-externa e uma póstero-interna.
Rosto superior
Delimita com a asa maior do esfenóide (abóbada da fossa zigomática). Deve-se notar que existem vários nervos entre o músculo e a estrutura citada, incluindo o nervo masseter, o nervo temporal profundo medial, o nervo bucal e os ramos da mandíbula inferior.
Face anterolateral
Delimita com o músculo masseter (incisura sigmóide), com o processo coronoide, o tendão temporal e com as bolsas de Bichat.
Rosto póstero-interno
Neste lado delimita com o músculo pterigóideo interno, o nervo lingual, o nervo dentário inferior e o nervo auriculotemporal.
Origem
Este músculo possui dois fascículos, chamados de feixe esfenóide ou superior e o pterigóide ou feixe inferior. No entanto, há autores que descrevem uma terceira parte localizada na parte inferior do feixe pterigóide. Cada um se origina de um site diferente.
O esfenóide ou feixe superior (fascículo menor) origina-se da asa maior do osso esfenoidal através de sua porção infralateral horizontal e medial à crista esfenoidal ou esfenoidal temporal. Suas fibras são dispostas para fora e para trás horizontalmente até atingirem o local de inserção.
Já o pterigóide ou feixe inferior (fascículo maior) tem origem no processo pterigóide (asa e face externa), no osso palatino (parte externa do processo piramidal) e na tuberosidade do osso maxilar.
Uma parte de suas fibras (as inferiores) são dispostas para fora, para cima e para trás e a outra parte de suas fibras (as superiores) são direcionadas para fora e para cima até atingirem o local de inserção.
Inserção
Ambos os fascículos são direcionados para a articulação temporomandibular (ATM) ou complexo da articulação craniomandibular. O fascículo inferior se fixa à parte interna do côndilo da mandíbula, especificamente na fossa pterigóide.
Já o fascículo superior se insere no disco interarticular da ATM e para isso penetra na cápsula articular. Além disso, uma parte é inserida nas fibras profundas do pterigóideo ou feixe inferior.
Irrigação
O músculo pterigóideo externo ou lateral é suprido pela artéria maxilar interna ou também conhecida como artéria mandibular interna, que emitirá ramos ascendentes e descendentes.
Alguns autores mencionam outra artéria denominada artéria interpterigóide, que pode provir do mesmo ramo maxilar interno ou meníngeo médio.
Inervação
O músculo pterigóideo externo recebe inervação de um ramo externo pertencente ao nervo mandibular, denominado nervo temporobucal.
Função
É um músculo que atua no processo de mastigação. As porções inferior e superior funcionam separadamente mas coordenadas, de modo que cada uma tem uma função e quando uma está ativa a outra fica inativa e vice-versa.
O fascículo inferior se contrai junto com outros músculos quando abrimos a boca e também quando movemos a mandíbula lateralmente (movimentos mandibulares ipsilaterais) ou para frente (movimento de protrusão), fora de seus limites normais voluntariamente. Durante esses movimentos, a parte superior fica inativa.
O fascículo superior é ativado quando fechamos a boca e retornamos a mandíbula à posição original, ou seja, durante o movimento de retrusão (para trás) e na estabilização da articulação da ATM para a posição medial. Nesse caso, o fascículo inferior fica inativo.
Por isso, afirma-se que esse músculo desempenha uma função estabilizadora da articulação temporomandibular, especificamente da cabeça e do disco condilar.
Patologias associadas
Tensão do músculo pterigóide
As causas que podem fazer com que esse músculo fique tenso são oclusão anormal, estresse, ataques de ansiedade ou raiva e trauma.
Quando há dor na região da mandíbula, é difícil determinar qual músculo foi afetado. Uma forma de descobrir é pedir ao paciente que tente cerrar os dentes, se isso aumenta a dor, significa que o músculo envolvido é o pterigóideo superior.
Porém, a dor intracapsular causa o mesmo desconforto ao realizar este exercício, portanto, para diferenciar as duas dores, o paciente agora é solicitado a cerrar os dentes, mas colocando um espaçador entre eles, se a dor persistir é do músculo, mas se a dor diminuir, é uma dor intracapsular.
Por outro lado, se pedimos ao paciente que abra a boca o máximo possível e isso não cause desconforto, significa que o fascículo inferior não é afetado, mas se dói, está comprometido.
Disfunção temporomandibular
Esta condição também é chamada de síndrome de disfunção e dor na articulação temporomandibular (TMDSS). Quando houver problemas com a articulação temporomandibular, considere verificar o músculo pterigóideo externo.
O deslocamento anterodiscal da articulação pode estar associado a um espasmo desse músculo.
A dor miofascial que ocorre neste músculo geralmente se irradia para a mandíbula e ouvido.
Este músculo é muito difícil de palpar e ainda mais se o paciente sentir dor. Um tratamento possível é o agulhamento seco do pterigóide externo. Também existem exercícios que ajudam a estabilizar a mandíbula, mas devem ser orientados por especialistas.
Se houver luxação anterior do disco com redução, podem ser realizadas terapias para recuperar a posição do disco, mas isso só é possível após ter trabalhado com exercícios de alongamento do músculo pterigóideo externo.
Referências
- "Músculo pterigóideo externo". Enciclopédia, da Free Universal Encyclopedia in Spanish. 21 de fevereiro 2009, 22:42 UTC. 20 de dezembro 2019, 11:14 encyclopedia.us.
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- Altruda L, Alves N. Inserção da Cabeça Superior do Músculo Pterigóide Lateral nos Fetos Humanos. Int. J. Morphol. 2006; 24 (4): 643-649. Disponível em: scielo. bandconcit
- Tapia J, Cantín M, Zavando D, Suazo I. Porcentagem de Músculo Pterigóide Lateral Inserido no Disco da Articulação Temporomandibular Humana. Int. J. Morphol. 2011; 29 (3): 965-970. Disponível em: scielo.conicyt.
- Cabrera Y, Álvarez M, Gómez M, Malcom M. Oclusão e estresse na síndrome da disfunção temporomandibular: apresentação de um paciente. AMC. 2009; 13 (3). Disponível em: scielo
- Jeffrey O. (2013). Tratamento da oclusão e condições temporomandibulares. 8ª edição, Elsevier. Espanha. Disponível em. books.google