- O que é empoderamento?
- O empoderamento funciona a nível social e de grupo
- Os 3 tipos de poderes
- Áreas em que a capacitação é usada
- Processo de capacitação
- Fatores que favorecem e promovem o empoderamento
- Fatores que dificultam o empoderamento
- Referências
O empoderamento ou empoderamento (empoderamento em inglês), é um método que atualmente se aplica a diversos grupos em risco de exclusão social.
Sua origem está na educação popular, conceito desenvolvido pelo teórico Paulo Freire na década de 1960.
No entanto, o conceito de empoderamento ganhou força na década de 1980, com a chave para Dawn, um grupo de mulheres pesquisadoras da área de exclusão de gênero. Este grupo realizou uma metodologia cujo principal objetivo era reforçar as capacidades e recursos em todas as áreas da vida das mulheres. Esta metodologia foi planejada para mudanças individuais e em grupo.
Rappaport, em 1984, define empoderamento como um nível de processo e mecanismos pelos quais as pessoas, comunidades e organizações ganham controle sobre suas vidas. Nesta definição, o processo e os resultados estão intimamente relacionados.
Desde então e até hoje, o empoderamento é utilizado em muitos grupos em risco de exclusão social ou vulnerabilidade. Embora seja verdade que o grupo em que mais se utiliza são as mulheres, também há empoderamento em muitos outros, como nas pessoas afetadas com problemas de dependência de drogas ou para aumentar a cooperação para o desenvolvimento na esfera social. e comunidade.
O que é empoderamento?
Empoderamento é um conjunto de estratégias e métodos que visam ajudar diversos grupos marginalizados ou em risco de exclusão social. Para isso, procura-se aumentar seu poder e seu acesso a recursos simbólicos e materiais com os quais aumentam sua influência social e passam a participar mais ativamente de uma mudança social para atender às suas necessidades.
O indivíduo deve ter um papel ativo para atuar em qualquer programa de cooperação. Assim, o indivíduo passa de sujeito passivo a sujeito ativo em seu desenvolvimento.
Em suma, é tornar um indivíduo, como pessoa ou grupo social desfavorecido, poderoso ou forte.
O empoderamento funciona a nível social e de grupo
Em muitas ocasiões, esses grupos não conseguem ver seus próprios direitos, capacidades e dar importância aos seus interesses. O empoderamento os ajudará a ter consciência de tudo isso, e a perceber que suas opiniões, habilidades e interesses também são úteis e necessários na tomada de decisões em grupo.
Ou seja, o empoderamento funciona para dar estratégias à pessoa tanto no nível individual quanto no nível do grupo, obtendo um nível multidimensional. No nível individual, são trabalhados os níveis de autoconfiança, autoestima e capacidade de estar atento e levar em conta as necessidades pessoais.
Esses grupos têm uma falta significativa desses fatores; Sua auto-estima geralmente está muito deteriorada pelas mensagens culturais recorrentes de opressão e inutilidade que internalizaram sobre si mesmas. Este processo de conscientização de suas capacidades, portanto, é frequentemente longo e difícil.
No que diz respeito ao nível social ou de grupo, também é de vital importância trabalhar nisso. É importante que as pessoas em risco de exclusão social participem e defendam seus direitos perante a sociedade, uma vez que tendem a ter objetivos semelhantes.
É imprescindível enfatizar que eles estão cientes da situação de desigualdade e injustiça que sofrem e os façam ver que têm opção e capacidade de buscar mudanças.
A seguir, deixo um vídeo que na minha opinião fala muito bem do conceito de empoderamento, da consciência da nossa capacidade de mudança, do autoconhecimento e da autoestima para alcançar a nossa autonomia e objetivos:
Os 3 tipos de poderes
O autor Friedman, em 1992, considerou que empoderamento está relacionado a ter acesso e controle de 3 tipos de poderes. Estes são:
- Poder social: estar ciente de nossas opiniões e interesses para expô-los no nível social.
- Poder político: relacionado ao acesso à tomada de decisão que influenciará seu futuro.
- O poder psicológico: é aquele que potencializa nossas capacidades pessoais, o desenvolvimento de nós mesmos e da confiança em nós mesmos.
Áreas em que a capacitação é usada
Hoje, existem muitas áreas onde o empoderamento é usado. A seguir, descreverei as áreas em que a capacitação ocorre mais.
- Empoderamento pessoal: é o processo pelo qual se adquire a capacidade de tomar decisões e assumir a responsabilidade por nossas decisões na vida. Dessa forma, podemos sentir que somos quem somos ao volante do carro. Saber que somos nós que podemos mudar as coisas, agir e decidir sobre nossas vidas.
- Empoderamento organizacional: a forma como os colaboradores tomam a iniciativa nas decisões da empresa é trabalhada em conjunto com as lideranças para estabelecer a política da empresa. Para isso, a alta direção da empresa deve compartilhar sua autoridade para que os colaboradores também possam assumir parte da responsabilidade nas decisões.
Além de compartilhar a responsabilidade pela tomada de decisões, os indivíduos de nível superior devem desenvolver estratégias para o desenvolvimento de pessoal, de modo que possam aprimorar seus talentos e interesses específicos.
É fundamental que a informação esteja à disposição dos colaboradores. Dar aos funcionários informações suficientes permite que eles entendam melhor a situação atual, aumenta a confiança na organização e aumenta a responsabilidade que os funcionários assumem para com a empresa.
- Empoderamento em grupos marginalizados: grupos marginalizados tendem a perder a autoconfiança por não serem capazes de atender às suas necessidades básicas. Essa falta de confiança e auto-estima os leva a desenvolver problemas mentais que os tornam mais incapacitantes.
Com o empoderamento, busca-se que esses grupos, seja por meio de ajuda direta ou de pessoas não marginalizadas, possam alcançar oportunidades básicas. Além disso, também envolve a promoção do desenvolvimento de habilidades para a autossuficiência adequada.
- Empoderamento para a saúde: a OMS define empoderamento como um processo por meio do qual as pessoas adquirem maior controle sobre as decisões e ações que podem afetar sua saúde.
Dentro disso, há o empoderamento individual, que teria como objetivo que o indivíduo tivesse a capacidade de tomar decisões e ter controle sobre sua vida pessoal. Por outro lado, falamos de empoderamento comunitário, no qual os indivíduos de um grupo são envolvidos para ganhar maior influência sobre os determinantes para uma melhoria na saúde e na qualidade de vida de sua comunidade.
- Empoderamento de gênero nas mulheres: este empoderamento inclui mudanças individuais e coletivas, nas quais queremos alcançar uma variação nos processos e estruturas que definem a posição subordinada das mulheres como gênero. Esse empoderamento visa aumentar a capacidade das mulheres de ter autoestima, autoconfiança e desenvolver sua capacidade de influenciar mudanças sociais. Assim, eles adquirirão a capacidade de se organizar com outras pessoas para atingir um objetivo comum.
Processo de capacitação
O processo de empoderamento tem a capacidade de permitir que uma pessoa tenha maior autonomia, poder de decisão e influência sobre os outros. Essa mudança deve ocorrer em 3 níveis: cognitivo, afetivo e comportamental.
Portanto, não é surpreendente que o empoderamento individual tenha uma relação recíproca com o coletivo. Uma pessoa que possui elevada autoestima, capacidade de decisão e autonomia desenvolvida e autoconfiante, participará com mais frequência das decisões coletivas expondo suas opiniões e interesses.
Da mesma forma, quem usufrui de uma sociedade em que a informação é clara e acessível a todos, com acesso aos serviços disponíveis e em que os seus interesses são tidos em consideração, aumenta o seu empoderamento individual.
Em suma, essas são algumas das características que todo processo de empoderamento deve ter:
- Ter acesso às ferramentas, informações e recursos necessários para tomar uma decisão adequada.
- Tenha seu próprio poder de decisão.
- Assuma a responsabilidade pelos resultados.
- Capacidade de exercer assertividade na tomada de decisões em grupo, influenciando-os.
- Tenha um pensamento positivo e possua a capacidade de fazer mudanças.
- Capacidade de melhorar nossa autoimagem e autoestima, superando a estigmatização imposta pela sociedade.
- Envolvimento em um processo de mudança e crescimento pessoal constante.
- Forte senso de identidade e individualidade, o poder vem da autenticidade da pessoa como um indivíduo único.
Fatores que favorecem e promovem o empoderamento
- Acesso à informação: fornecer informação a uma pessoa é dar-lhe poder. Uma sociedade em que a informação é aberta e ao alcance de todos os grupos permite que estes tenham um maior conhecimento sobre tudo o que se passa à sua volta (a nível político, social, de direitos, etc.).
Isso facilita seu poder de decisão e negociação para aproveitar os direitos que podem ser concedidos a eles. O mesmo acontece ao nível do crescimento individual, pois quanto mais informações e ferramentas são fornecidas ao indivíduo, mais consciente das suas possibilidades ele pode estar.
- Instituições abertas e transparentes: instituições com essas características promovem que a informação está disponível para todos os indivíduos, então isso também irá promover a equidade na distribuição dos recursos disponíveis.
- Inclusão social e participativa: quanto mais integrado um grupo, maior sua participação na tomada de decisões.
- Capacidade de organização local: os mecanismos de uma comunidade permitem que os indivíduos trabalhem juntos e mobilizem os recursos de que dispõem para resolver seus problemas. Quando conseguem resolver seus problemas, sua autoestima aumenta e sua crença de que têm uma capacidade real de fazer mudanças antes que suas circunstâncias aumentem à medida que seu sentimento de apoio social aumenta.
Fatores que dificultam o empoderamento
- Baixa autoestima: em grupos de excursão, a autoestima geralmente depende da autoestima dos outros. Na infância, os mandatos dos mais velhos funcionam como expectativas a serem cumpridas. Se mesmo na adolescência e na idade adulta esses mandatos dos outros continuam a ser nossas expectativas a serem cumpridas, isso é um sinal de opressão.
Isso, sem dúvida, afeta a autoestima da pessoa, uma vez que nossas expectativas não são levadas em conta, mas as dos outros. Portanto, é um ponto que dificultará o empoderamento e sobre o qual será necessário dar mais ênfase para modificá-lo.
- Medo: o medo é outro sentimento que dificulta a realização de nossas intenções e desejos, nos paralisa e bloqueia nossa criatividade. O medo às vezes está relacionado a mensagens de rejeição que recebemos desde cedo. Portanto, muitos de nossos medos nada mais são do que fantasias que elaboramos e que nos impedem de agir para cumprir nossas decisões. Os medos psicológicos e / ou sociais muitas vezes interferem em nossa mente com mensagens como: "Eu tenho que..", "Não posso..", "Não sou capaz.."
O medo paralisa a capacidade de resolver problemas, mas graças ao empoderamento podemos ter consciência de que o que estamos sentindo é medo, reconhecê-lo para gerenciá-lo e manejá-lo com eficácia.
Verbalizar o medo (falado ou escrito) ajuda-nos a livrar-nos desse sentimento e, ao mesmo tempo, podemos encontrar ajuda no nosso interlocutor. Se expressarmos nosso medo por escrito, isso nos ajudará a ganhar autonomia e autoconhecimento sobre o que está acontecendo conosco.
- Não saber dizer NÃO: dizer "não" pode ser visto em nossa cultura como uma falta de afeto ou um modo de rejeição de nossa parte para com os outros. No entanto, aprender a dizer "não" em situações que realmente não queremos ceder é importante para desenvolver um bom empoderamento. Seremos assim um “para os outros” para podermos pensar “para nós próprios”. Trata-se de compreender que isso não significa rejeição dos outros, mas de ouvir mais a nós mesmos.
Concluindo, podemos enfatizar que com as ferramentas de empoderamento capacitamos a pessoa para sua maior autonomia, autoconhecimento de suas capacidades e poder de decisão em questões individuais ou sociais para a satisfação de suas necessidades e interesses.
Referências
- Craig, G. e M. Mayo (eds.) (1995), Community Empowerment: A Reader in Participation and Development, Zed Press, Londres.
- DAWN (Alternativas de Desenvolvimento com Mulheres para uma Nova Era) (1985), Desenvolvimento, Crise e Visões Alternativas: Perspectivas das Mulheres do Terceiro Mundo, Delhi.
- Parsons, RJ, Empowerment: Purpose and Practices in Social Work, Social work with groups, 2/14: 7-21, 1991
- Rowlands, J. (1997), Questioning Empowerment, Oxfam, Oxford.
- Mcwhriter, EH (1991), "Empowerment in Counseling", no Journal of Counseling and Development, No. 69.
- Moser, C. (1989), "Gender Planning in the Third World: Meeting Practical and Strategic Gender Needs", in World Development, vol. 17, nº 11.
- Friedman, J. (1992), Empowerment. The Politics of Alternative Development, Blackwell Ed., Massachusetts.
- Bernoff, J. Social Technographics: Conversationalists get on the ladder. Capacitado.