- Origem da tecnoética
- Mario Bunge (1919-2020)
- O que a tecnoética estuda?
- Ramos da tecnoética
- Problemas de tecnoética
- 1- Internet e seus usos
- 2- Tecnologia genética
- - OGM
- 3- O impacto ambiental
- Referências
A tecnoética é uma disciplina que define os parâmetros éticos e morais que devem seguir as ciências tecnológicas para não prejudicar a sociedade. Ou seja, esta disciplina é um ramo da ética que visa informar sobre as implicações morais ligadas ao uso da tecnologia.
Hoje, a tecnoética se tornou um tema constante de debate; Isso ocorre porque as mudanças tecnológicas estão se desenvolvendo muito mais rápido do que há algumas décadas e os sistemas judiciais não podem se adaptar a essa velocidade.
A tecnoética é uma disciplina que define os parâmetros éticos e morais que as ciências tecnológicas devem seguir para não prejudicar a sociedade.
Por isso, pesquisadores e cientistas se contentam com a necessidade de usar a tecnologia de forma consciente; Eles propõem que os novos avanços tecnológicos sejam regidos por uma ética baseada no respeito e na responsabilidade. Desta forma, evita-se prejudicar os membros de uma sociedade.
Por exemplo: uma das abordagens atuais da tecnoética é o uso da Internet. Isso porque, embora a Internet tenha possibilitado conectar milhares de pessoas em todo o mundo e proporcionar maior acesso às informações, também trouxe aspectos negativos como o cyberbullying, a fraude digital, entre outros. Todos esses aspectos são examinados pela tecnoética.
Origem da tecnoética
Embora a tecnoética como disciplina seja bastante recente, a origem da palavra é, na verdade, muito antiga: vem dos termos gregos techne e noetikos; o primeiro é traduzido como "manufatura ou produção material" e o segundo como "consciência ou mente". Portanto, a união dessas palavras pode significar "consciência sobre a fabricação material".
Como pode ser visto, a tecnoética não se refere apenas ao uso consciente de computadores ou dispositivos eletrônicos; na verdade, refere-se a qualquer artefato ou objeto de fabricação humana que foi criado para melhorar sua existência.
Mario Bunge (1919-2020)
Mario Bunge. Via wikimedia commons.
Da mesma forma, um dos primeiros autores a falar sobre a importância da ética tecnológica foi o filósofo e físico Mario Bunge, que em 1977 estabeleceu a necessidade dos tecnólogos desenvolverem uma “ética da responsabilidade” que fosse aplicada às decisões técnico-científicas..
Segundo a Bunge, os tecnólogos não devem ser responsáveis apenas por suas decisões técnicas e profissionais, mas também respeitar os padrões morais. Além disso, este filósofo afirmou que toda inovação tecnológica terá efeitos colaterais imprevisíveis e em muitos casos indesejáveis.
Por isso, o autor defendia uma tecnoética constituída por uma série de normas racionais que orientavam o progresso científico e tecnológico. A Bunge acreditava que todo processo ou coisa pode ser melhorado, porém, é preciso respeitar os limites sociais e naturais.
O que a tecnoética estuda?
A tecnoética visa estudar as implicações morais que surgem como consequência do desenvolvimento tecnológico. Além disso, caracteriza-se por ser uma disciplina muito ativa e mutante.
Isso porque, à medida que novos avanços tecnológicos são desenvolvidos, novas questões surgem também sobre a forma como esses avanços afetarão a sociedade e os indivíduos.
Ramos da tecnoética
Outras disciplinas emergem da tecnoética, como a nanoética, a infoética e a bioética.
- A nanoética se refere às implicações morais relacionadas ao uso da nanotecnologia (manipulação e desenho da matéria atômica ou molecular).
- A Infoética analisa o uso de tecnologias computacionais (redes sociais, direitos autorais).
- A Bioética estuda os aspectos éticos das ciências da vida (medicina, biologia, entre outras).
Problemas de tecnoética
Atualmente, a tecnoética está focada principalmente nos seguintes problemas:
1- Internet e seus usos
A Internet mantém milhões de pessoas conectadas em todo o mundo.
Muitos autores consideram que a invenção da Internet foi - juntamente com a descoberta do fogo e a invenção da roda - uma das criações mais importantes do ser humano. Isso porque o uso da Internet mudou completamente a maneira como as pessoas se comunicam, se expressam e até pensam.
Qualquer tipo de informação pode ser localizada na Internet, o que é uma vantagem para todos aqueles que têm acesso à rede. Além disso, também permitiu o estabelecimento de sistemas de segurança que ajudam a reduzir crimes e crimes.
No entanto, a Internet tem seus aspectos negativos: como resultado de seu uso, o cyberbullying e os crimes cibernéticos aumentaram. Além disso, seu uso inadequado favorece o tráfico de armas, drogas, entre outros.
Da mesma forma, a capacidade da Internet é tão ampla (seu alcance é infinito) que as autoridades não têm ferramentas suficientes para monitorar todas as redes. Por isso, esse é um dos problemas que mais preocupa os defensores da tecnoética.
2- Tecnologia genética
Outro problema que a tecnoética enfrenta é o uso de tecnologias genéticas. Estes são usados repetidamente não apenas em humanos, mas em muitos outros aspectos, como pecuária ou agricultura.
As modificações genéticas existem há muito tempo e têm permitido ao homem aumentar a produção de alimentos e melhorar sua qualidade de vida.
No entanto, o que preocupa a tecnoética é o quão imprevisível e imprecisa a experimentação com genes pode ser; Se o processo não for bem-sucedido, podem surgir mutações que alteram significativamente a função natural dessas partículas.
- OGM
Muitos alimentos agrícolas são transgênicos. Via pixabay.com
Um exemplo pode ser encontrado em alimentos transgênicos; Estes são produzidos a partir de um organismo que foi modificado com a colocação de genes específicos para obter um tamanho / cor / sabor ou aparência desejados.
É o caso de alimentos comuns, como soja e milho, que são consumidos em grandes quantidades em todo o mundo. A tecnoética se preocupa com os possíveis efeitos de longo prazo que o consumo desses produtos pode gerar, como alérgenos ou certos níveis de toxicidade.
3- O impacto ambiental
Um dos temas mais debatidos nos últimos anos tem sido o impacto ambiental gerado por certas práticas humanas. Dentre eles, destaca-se o uso e a fabricação de determinados dispositivos tecnológicos, cujos componentes -se não forem corretamente reciclados- podem causar grandes danos ao ecossistema.
Além disso, a criação de qualquer artefato implica na utilização de implementos não necessariamente amigáveis ao meio ambiente (substâncias tóxicas, uso excessivo de água, entre outros). Por isso, atualmente a tecnoética busca implementar políticas que regulem o uso de determinados materiais nocivos ao ser humano e ao seu habitat.
Os dispositivos eletrônicos podem ser prejudiciais ao meio ambiente se não forem reciclados de maneira adequada. Fonte: pixabay.com
Para resolver os problemas mencionados acima, a tecnoética busca educar não só os tecnólogos, mas todas as outras pessoas sobre a importância de usar de forma consciente as ferramentas e artefatos de que dispomos.
Da mesma forma, a tecnoética tenta regular a implementação de novas tecnologias, ou seja, é responsável por verificar se as próximas inovações são frutíferas para o desenvolvimento da sociedade.
Referências
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- Contreras, S. (sf) 5 Implicações éticas no desenvolvimento e aplicação de tecnologia. Obtido em 1 de abril de 2020 em Lifeder: lifeder.com
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- Vivas, W. (2018) Uso seguro e responsável das TIC: uma abordagem da tecnoética. Obtido em 1 de abril de 2020 de pcient.uner.edu.ar
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