- Tipos de crânio de acordo com a evolução
- Tipos de crânio de acordo com a raça
- Caveira européia
- Caveira africana
- Caveira asiática
- Tipos de crânio de acordo com a formação genética
- Dolicocefalia (ou escafocefalia)
- Braquicefalia
- Mesocefalia
- Referências
Os tipos de crânios do ser humano podem ser classificados de acordo com a evolução, de acordo com a raça e finalmente, de acordo com a formação genética. O crânio é uma estrutura óssea que forma a cabeça na maioria dos vertebrados, agindo como uma “caixa” para órgãos vitais, como o cérebro, ou órgãos sensoriais, como os olhos e a língua. Os elementos que constituem o sistema nervoso central estão integrados à estrutura craniana.
O crânio humano é dividido em duas grandes partes: o neurocrânio, que corresponde à parte superior e posterior e abriga a maior parte dos componentes cerebrais e nervosos; e o viscerocrânio (ou esqueleto facial), que contém principalmente os ossos faciais, sendo a mandíbula seu maior pedaço de osso.
A estrutura do crânio humano, assim como de outros vertebrados, pode ser considerada parte adaptativa de um processo de cefalização, devido ao acúmulo de tecidos e receptores sensoriais que resulta em um sistema nervoso central e em órgãos cruciais.
A estrutura do crânio humano é dividida por ossos que, com exceção da mandíbula, são unidos por suturas ósseas; cavidades, como as responsáveis por abrigar o cérebro, olhos e narinas; e forames, como pequenas aberturas no crânio que permitem a passagem de sangue (veias, artérias) e células do nível ósseo ao nível muscular ou facial.
As diferenças entre crânios de homens e mulheres têm sido objeto de discussões bastante extensas, com aspectos históricos, antropológicos e culturais que deram continuidade à superioridade física dos homens sobre as mulheres.
Porém, concluiu-se que, embora o crânio dos homens possa apresentar maior volume e robustez, o crânio feminino possui maior espessura em sua parte neurocranial, proporcionando maior proteção ao cérebro.
Tipos de crânio de acordo com a evolução
O termo humano, categorizado como "homo", teve sua primeira manifestação biológica no Homo erectus, há aproximadamente 750 mil anos.
A fisionomia deste espécime abriu um precedente para discernir a evolução até a chegada do Homo sapiens sapiens.
Até então o homem, descoberto na África, que se estima ter habitado há 160.000 anos, é um exemplo da transição evolutiva entre erectus e sapiens.
O crânio apresentava características mais próximas do Homo erectus devido à sua robustez, tais como: órbitas grandes, dentes grandes e alongados, maçãs do rosto largas e testa sem altura, inclinada em direção à nuca.
Uma capacidade média da matéria cerebral de 1450 cc foi atribuída a esse tipo de crânio, próxima à dos neandertais e muito maior do que a capacidade do moderno Homo sapiens.
O Homo sapiens neanderthalensis foi considerado o parente mais próximo do Homo sapiens sapiens, porém sua presença territorial e temporal tem sido objeto de disputa, já que se afirmou que ambos poderiam habitar juntos no mesmo período.
O crânio do Neandertal tem características primitivas, como dentes grandes, uma protrusão alongada na parte posterior, uma testa plana e maçãs do rosto bastante salientes.
Estima-se que a capacidade da matéria cerebral que acomodou o crânio do Neandertal era, em média, a mesma do erectus e muito maior do que a do Homo sapiens moderno.
O Homo sapiens moderno tem as características cranianas mais delicadas de todos os seus parentes ou ancestrais.
O crânio sapiens moderno tem bordas e contornos mais arredondados, testa mais alta, traços mandibulares e mandíbula mais nítida e pontiaguda, além de elementos faciais menores e mais próximos.
Tipos de crânio de acordo com a raça
O crânio moderno do Homo sapiens desenvolveu diferentes qualidades, dependendo de sua raça e localização geográfica no planeta. O crânio europeu, africano e asiático são os principais divisores.
Caveira européia
Também conhecido como caucasiano, tem uma forma característica que é mais alongada e estreita do que outras.
Eles têm maçãs do rosto menos pronunciadas e uma mandíbula mais longa; as órbitas oculares são de forma semi-retangular e ligeiramente inclinadas; tem uma dentição bastante integrada e uma dentição pequena; as narinas têm formato triangular.
Caveira africana
Chamados de negróide, eles têm uma formação mais alongada e inclinada da mandíbula à testa. Essa inclinação facial desenvolve uma certa protuberância ou alívio da mandíbula.
As órbitas oculares são retangulares e largas, mais distantes do que outras raças. Possui uma ponte nasal muito mais larga, mas menos pronunciada do que seus pares europeus ou asiáticos.
Caveira asiática
Também conhecido como Mongolóide, é muito mais curto em comprimento, mas com maior largura.
As maçãs do rosto são geralmente mais largas e estendem-se para os lados do crânio, com uma ligeira inclinação; as órbitas são pequenas e redondas e, ao contrário do crânio europeu, não são inclinadas.
As narinas apresentam uma certa largura na parte inferior e uma pronunciada ponte nasal semelhante à europeia.
Tipos de crânio de acordo com a formação genética
A craniologia e os estudos médicos tornaram possível classificar as formações cranianas congênitas no homem, criando uma espécie de índice craniano (largura máxima em relação ao comprimento máximo).
Eles são considerados como variáveis que surgem do desenvolvimento da cabeça. Essas categorias são estabelecidas principalmente a partir das qualidades diamétricas que o crânio apresenta.
Dolicocefalia (ou escafocefalia)
Uma pessoa dolicocefálica apresenta um crânio cujos ossos parietais apresentam uma fusão prematura, gerando uma formação craniana alongada e estreita. Essa condição impede o crescimento lateral do crânio.
Braquicefalia
Consiste na fusão prematura da sutura coronal, o que impede o crescimento longitudinal do crânio.
Também pode causar achatamento nas costas e no topo, resultando em um crânio curto e largo. Geralmente ocorre durante os primeiros meses de vida.
Mesocefalia
É a forma e as medidas do crânio que estão localizadas entre a dolicocefalia e a braquicefalia. É considerado o diâmetro craniano médio ou normal. O crânio não tem extensões longas, curtas ou larguras conspícuas.
O processo de fusão prematura das suturas fibrosas que moldam o crânio durante a fase de crescimento, separando os ossos de maneira desigual, é denominado craniossinostose.
Esse fenômeno pode gerar espaço suficiente para acomodação do cérebro, sacrificando a simetria facial.
Referências
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- Lieberman, DE (1995). Testando hipóteses sobre a evolução humana recente dos crânios: integrando morfologia, função, desenvolvimento e filogenia. Antropologia Atual.
- Martínez-Abadías, N., Esparza, M., Sjøvold, T., González-José, R., Santos, M., Hernández, M., & Klingenberg, CP (2012). A integração genética difusa direciona a evolução da forma do crânio humano. Evolução, 1010-1023.
- Pelayo, F. (2010). The Configuration of Human Paleontology and Darwin's The Descent of Man. Nova Epoca, 87-100.
- Shreeve, J. (2010). O caminho evolutivo. National Geographic, 2-35.
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- Os editores da Encyclopædia Britannica. (3 de 12 de 2008). Cefalização. Retirado da Encyclopædia Britannica: britannica.com.