- Biografia
- Nascimento
- Estudos
- Primeiros passos
- Boom profissional
- Desenvolvimento teatral
- Participação no cinema
- Últimos anos e morte
- Prêmios e reconhecimentos
- Estilo
- Tocam
- Histórias
- Histórias puras
- Autorretrato com 33 e seis andares
- Sentimento de culpa. Contos da imaginação e da realidade
- Pessoas assim. Verdades e mentiras
- Roteiros de filmes
- Frases
- Referências
Vicente Leñero (1933-2014) foi um escritor, jornalista, dramaturgo, acadêmico e engenheiro civil mexicano que se destacou por desenvolver uma prolífica obra literária cheia de naturalidade e precisão. Este autor englobou gêneros como o romance, o conto, o teatro e o ensaio.
As características mais predominantes da obra de Leñero foram uma linguagem clara e precisa, acompanhada de espontaneidade e sutileza na narrativa, qualidades que conferiram a seus textos um tom agradável e atraente. A particularidade de sua obra fez dele um dos intelectuais mais lidos no México.
Vicente Leñero. Fonte: gob.mx.
As publicações mais destacadas de Vicente Leñero foram: Cajón de sastre, Sentimento de culpa, Mais gente assim, Os pedreiros, Os jornalistas, A gota d'água, A visita do anjo e Como já é tarde. O trabalho literário do escritor rendeu-lhe vários prêmios, incluindo: o Prêmio Nacional de Ciência e Artes e o Prêmio Nacional de Jornalismo.
Biografia
Nascimento
Vicente Leñero Otero nasceu em 9 de junho de 1933 na cidade de Guadalajara no estado de Jalisco. Ele vinha de uma família culta de classe média e seus pais eram Vicente Leñero e Isabel Otero. Desde muito jovem Leñero foi inspirado pelo amor às letras e à leitura, orientações que desde cedo lhe prepararam o caminho de escritor.
Estudos
Leñero estudou seus primeiros anos de formação acadêmica em sua cidade natal. Ao terminar o ensino médio, foi para a capital do país estudar engenharia civil na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), mas nessa época se interessou por literatura e ficou para trás na carreira.
Ele conseguiu se formar como engenheiro e começou imediatamente os estudos de jornalismo na Escola de Jornalismo Carlos Septién García. O jovem Vicente formou-se aos 23 anos em 1956, e a partir daí fez da escrita a sua maior paixão. Em 1959, o nascente escritor lança sua primeira publicação La polvareda y otros cuentos.
Primeiros passos
Vicente Leñero iniciou sua carreira profissional como jornalista em diversos meios de comunicação impressos em seu país. Trabalhou para a revista Signal e muitos de seus escritos foram publicados nas páginas dos jornais Excélsior e El Heraldo de México. No início dos anos 60, o Centro Mexicano de Escritores concedeu-lhe uma bolsa para avançar na carreira literária.
Boom profissional
O escritor mexicano teve a oportunidade de publicar seu primeiro romance em 1961, que intitulou La voz adolorida. Com este escrito, Leñero mostrou-se um autor realista e ao mesmo tempo sensível, ao descrever com profundidade psicológica as experiências de um paciente com distúrbios metálicos.
A década de 1960 foi bastante produtiva para Leñero, publicou cinco romances e também escreveu vários ensaios e artigos de jornal. Em 1967 ganhou a bolsa Guggenheim e em 1968 iniciou sua produção como dramaturgo com Pessoas Rejeitadas.
Desenvolvimento teatral
A carreira profissional de Leñero foi em constante crescimento e criativa. No início dos anos setenta dedicou-se à produção de libretos para o teatro, do que resultou obras como: Los albañiles, La carpa e Los Hijos de Sánchez, a partir da obra etnográfica do antropólogo norte-americano Óscar Lewis.
Nessa época, o dramaturgo publicou também a peça O Julgamento: O Júri de León Toral e Madre Conchita. No jornalismo, em 1976 Vicente participou da criação da revista Proceso e atuou como redator adjunto por mais de duas décadas.
Participação no cinema
Leñero não se contentou em ser romancista, contista, jornalista e dramaturgo, mas seu gosto pela escrita também o levou a ser roteirista. Então, em 1973 ele se aventurou na sétima arte com o filme El monasterio de los vultures, e dessa data até 2010 escreveu dezoito roteiros.
Últimos anos e morte
As duas últimas décadas da vida deste intelectual mexicano foram dedicadas ao seu trabalho jornalístico e literário. O cinema, o teatro e as redes sociais do seu país foram as principais testemunhas do seu talento e capacidade intelectual.
Brasão da UNAM, a casa de estudos de Leñero. Fonte: Ambos, o escudo e o lema, José Vasconcelos Calderón, via Wikimedia Commons
Suas publicações mais recentes foram: La vida que se va, Vivir del teatro, Terminal Dramaturgia e El antado. A vida de Vicente Leñero terminou em 3 de dezembro de 2014 na Cidade do México, quando ele tinha 81 anos.
Prêmios e reconhecimentos
- Prêmio Short Library em 1963.
- Prêmio Mazatlán de Literatura em 1987.
- Prêmio Nacional de Literatura Juan Ruiz de Alarcón em 1992.
- Prêmio Nacional Fernando Benítez de Jornalismo Cultural em 1997.
- Prêmio Xavier Villaurrutia em 2000, pela obra A Inocência deste Mundo.
- Prêmio Nacional de Literatura e Lingüística em 2001.
- Mayahuel de Plata em 2007.
- Medalha Salvador Toscano em 2008.
- Prêmio Sinaloa de Literatura em 2009.
- Medalha de Belas Artes em 2011.
- Prêmio Nacional de Jornalismo Carlos Septién García em 2010.
Estilo
O estilo literário de Vicente Leñero se caracterizou pelo uso de uma linguagem simples, precisa e às vezes com toques de ironia e sarcasmo. Suas obras tiveram um caráter realista e foram desenvolvidas em profundidade e conseguiram refletir a realidade da sociedade mexicana em suas várias nuances.
Seus assuntos eram variados, ele escrevia sobre a vida, religião, xadrez, teatro e a própria literatura, sempre a partir da diversão e do atrativo. A sua simplicidade e bom humor nas narrativas fizeram-no conquistar um vasto público, tanto a nível nacional como internacional.
Tocam
Histórias
- "Noite triste de Raquel Welch."
- "O carregado".
- "Arreola: aula de xadrez".
- "O passeio".
- "Deixe a terra tremer em seu centro."
Histórias puras
Era composto das seguintes histórias:
- "A poeira."
- "Raiva".
- "Caminho de terra".
- "A poeira."
- "O pedreiro morto."
- "San Tarsicio".
- "Próximo setembro."
- "Que pena."
- "Zona Rosa".
Autorretrato com 33 e seis andares
A obra foi composta pelas seguintes histórias:
- "O castigo".
- "Auto-retrato".
- "A carteira".
- "O charuto".
- "Nada".
- "A aventura perfeita".
- "Quem matou Agatha Christie?"
Sentimento de culpa. Contos da imaginação e da realidade
Composto por:
- "Flashbacks".
- "Sentimento de culpa".
- "Stanley Ryan".
- "Pedaço tocado".
- "O dia que Carlos Salinas".
- "Onde coloquei meus óculos."
- "Lendo Graham Greene."
- "Talvez esteja na capa."
- "Não é falta de carinho."
- "Eles estão roubando um velho!"
- "Santificado seja o teu nome".
- "Um certo Juan Rulfo."
- "Toque de sacrifício".
- "Vingança".
Pessoas assim. Verdades e mentiras
Era composto das seguintes histórias:
- "A Cordilheira".
- "Da literatura".
- “Lesões e aplausos a José Donoso”.
- "À maneira de O'Henry".
- "O romance do jovem Dostoiévski".
- "Os quatrocentos anos de Hamlet."
- "Ressentimento".
- "Caro Oscar Walker."
- "Abrindo Topalov".
- "Jogadores de xadrez".
- "Gêmeos".
- "Hotel Ancira".
- "Cajón de Alfonso Sastre".
- “O mínimo e pobre Tomás Gerardo Allaz”.
- "Lua cheia".
- “A morte de Iván Illich”.
- "Belen".
- Os filhos de Sánchez (1972).
- A mudança (1979).
- Alicia, talvez (1980).
- As noites brancas (1981).
- A visita do anjo (1981).
- O martírio de Morelos (1981).
- Eles vão lutar dez rounds (1981).
- Você se lembra do Rulfo, Juan José Arreola? (1986).
- Lady (1986).
- Jesus Cristo Gómez (1987).
- Ninguém sabe de nada (1988).
- Inferno (1989).
- Há muito tempo (1990).
- A noite de Hernán Cortés (1992).
- Somos todos Marcos (1995).
- Os perdedores (1996).
- Já está ficando tarde (1996).
- Don Juan em Chapultepec (1997).
Roteiros de filmes
- O mosteiro dos abutres (1973). Escrito em parceria com o diretor Francisco del Villar.
- O grito da tartaruga (1975).
- Os pedreiros (1976). Desenvolvido em conjunto com Luis Carrión e Jorge Fons.
- Os de baixo (1978).
- Pena de prisão perpétua (1978).
- Quando as aranhas tecem (1979). Roteiro desenvolvido em parceria com Francisco del Villar e Fernando Galiana.
- Las grandes aguas (1980) Escrito em parceria com o diretor do filme Servando González.
- Mariana, Mariana (1987). Baseado na obra narrativa As batalhas do deserto de José Emilio Pacheco.
- Miroslava (1993).
- O amor que mata (1994). Roteiro escrito com Patricia Sentíes e Javier González.
- O beco dos milagres (1995).
- Lei de Herodes (1999).
- A sala azul (2002).
- O crime do pai Amaro (2002, direção de Carlos Carrera e indicação ao Oscar).
Carlos Carrera, diretor do filme O Crime do Padre Amaro, cujo roteiro foi escrito e adaptado por Leñero. Fonte: Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, via Wikimedia Commons
- A mudança (2003). Escrito com Gabriel Retes.
- Fora do céu (2006).
- Mulher alabastro (2006).
- O ataque (2010). Baseado na novela O Arquivo do Ataque de Álvaro Uribe.
Frases
- “Todos os escritores, o que fazemos ao escrever romances é reinventar e contar a nossa própria vida, para isso inventamos personagens. A realidade te ajuda a dizer o que você sente ”.
- “A dramaturgia é duradoura. O teatro é efêmero ”.
- “O jornalista não é chamado para resolver crises, é chamado para dizê-las”.
- “Não gosto que as histórias acabem, nem no cinema, nem na literatura, nem na vida. Sempre tem que haver mais possibilidades, mais caminhos, mais respostas ”.
- "A ironia é a melhor arma que o jornalista e o escritor têm."
- “Reconheço que o melhor em mim não é a minha imaginação. Não consigo pensar em histórias originais. "
- “O jornalismo e a literatura têm sido as minhas forças purificadoras. Camus tem uma frase lapidar: “Quando o mistério acaba, a vida acaba”. Eu considero isso um aviso pessoal ”.
- "Em algum momento eu queria escrever meus roteiros para encontrar um diretor, mas todos os diretores, ou quase todos os diretores no México e no mundo têm sua própria história."
- “Ame aquele, como jovem, que se contenta com a pura ilusão e que se engrandece com a ausência”.
- "A realidade faz com que se escreva histórias mais interessantes do que se possa imaginar."
Referências
- Loustaunau, M. (2017). 13 frases profundas do grande Vicente Leñero. México: MX City. Recuperado de: mxcity.mx.
- Vicente Leñero. (2019). Espanha: Wikipedia. Recuperado de: es.wikipedia.org.
- Vicente Leñero. (2018). México: Enciclopédia de Literatura no México. Recuperado de: elem.mx.
- Vicente Leñero. (2013). México: Durango Más. Recuperado de: durangomas.mx.
- Vicente Leñero. (S. f.). México: Coleção de Jornalismo Cultural. Recuperado de: cultura.gob.mx.