- Características da hiperestesia
- Sintomas
- Hiperestesia dentinária
- Causas
- Psicopatologias com hiperestesia
- Tóxico que pode causar hiperestesia
- Referências
A hiperestesia é um distúrbio da percepção caracterizado pela distorção sensorial causada pelo aumento da intensidade das sensações. É um sintoma que causa sensação exagerada de estímulos táteis e, em alguns casos, visuais.
A pessoa que sofre com essa alteração percebe os estímulos de forma excessivamente intensa, fato que costuma causar sensação de desconforto de forma contínua e recorrente.
A hiperestesia é a antítese da hiposestesia (diminuição da sensação) e da anestesia (ausência completa de sensação) e é causada por alterações anatômicas e funcionais nas regiões cerebrais que modulam os impulsos sensoriais.
Características da hiperestesia
A hiperestesia é um distúrbio da percepção causado pela redução do limiar de percepção. Ou seja, a pessoa percebe os estímulos de forma mais intensa, pois a raiz dorsal do cérebro causa pouca ou nenhuma perda sensorial.
O aumento da percepção é limitado a estímulos táteis, de forma que o restante dos processos perceptuais (audição, visão, olfato e paladar) ficam intactos e são percebidos de forma normal.
A experimentação da hiperestesia geralmente está sujeita ao sofrimento de alguma patologia ou ao consumo de substâncias que afetam o funcionamento perceptivo do sujeito.
Em geral, as pessoas com hiperestesia experimentam sensações desagradáveis ao toque, por serem excessivas em intensidade, velocidade ou número.
O mais comum é que os estímulos táteis sejam percebidos com muita intensidade. Por exemplo, uma pessoa com hiperestesia pode sentir desconforto ao colocar as calças devido à estimulação excessiva causada pela fricção de seu corpo com a roupa.
Porém, em alguns casos, a hiperestesia pode não se destacar tanto pela intensidade, mas pela quantidade. Ou seja, a pessoa com essa alteração pode vivenciar sensações táteis intensas em múltiplas regiões do corpo e por meio de inúmeros estímulos.
Sintomas
A sintomatologia da hiperestesia é definida por um aumento da sensibilidade tátil. Ou seja, por meio da experimentação de sensações extremamente altas.
Desta forma, as manifestações podem surgir em situações extremas ou exigentes, mas também em qualquer momento quotidiano e totalmente normal.
Em geral, as pessoas com hiperestesia costumam ter sensações permanentes de formigamento, formigamento ou apatia.
Qualquer tipo de contato tátil, por mais leve que seja, pode causar sensação de desconforto no sujeito. Assim, as atividades diárias como vestir-se, tomar banho, fazer a barba, sentar-se, aplicar creme ou entrar em contato físico com outras pessoas, costumam ser irritantes.
Por outro lado, a hiperestesia tende a ser uma alteração especialmente importante na transmissão da dor. Indivíduos com essa alteração são muito mais sensíveis aos estímulos táteis, por isso também percebem os estímulos dolorosos com maior intensidade.
Esse fato faz com que a resistência à dor seja muito menor e qualquer estímulo minimamente prejudicial pode gerar altas curas dolorosas. Por exemplo, atividades como depilação com cera, esfoliação da pele ou massagem intensa costumam ser situações difíceis para uma pessoa com hiperestesia.
Hiperestesia dentinária
A hiperestesia dentinária é um tipo específico de hiperestesia caracterizada por apresentar uma resposta exagerada a estímulos térmicos na região dentária. Geralmente se manifesta com uma dor curta e aguda que é gerada na dentina exposta.
Nesse caso, a hipersensibilidade tátil é produzida pela exposição do terço radicular do dente (causada por escovagem agressiva e abrasiva), perda do esmalte dentário devido à sua erosão, sobrecarga dentária ou devido a doença periodontal.
Assim, resulta um tipo específico e diferente de hiperestesia que também tem diferentes causas. Em geral, existem duas condições para que essa alteração se manifeste:
1-Apresentar uma exposição dentinária caracterizada por processos de erosão e abrasão.
2-Abertura dos túbulos dentinários, geralmente causada por ácidos e abrasão.
Causas
A hiperestesia é um sintoma raro que geralmente surge devido ao sofrimento de psicopatologias ou ao uso de substâncias psicoativas.
Nesse sentido, atualmente afirma-se que a maioria dos casos de hiperestesia tem origem em causa primária, razão pela qual é interpretada como sintoma secundário a alterações psicopatológicas.
Psicopatologias com hiperestesia
A hiperestesia está relacionada a duas psicopatologias principais: mania e transtornos psicóticos.
No que diz respeito à mania, a hiperestesia é um sintoma raro, mas pode ser experimentado por alguns indivíduos com transtorno bipolar tipo I.
Nesse caso, argumenta-se que a excitabilidade cerebral que causa os sintomas típicos da mania também seria responsável por reduzir a perda sensorial e causar hiperestesia.
No que diz respeito aos transtornos psicóticos, a hiperestesia é um sintoma um pouco mais prevalente, embora também não seja uma das manifestações mais típicas do transtorno.
Especificamente, devido à sua maior prevalência, o transtorno que gera o maior número de casos de hiperestesia é a esquizofrenia. Como no caso anterior, embora não haja estudos conclusivos, postula-se que as alterações da função cerebral que dão origem à patologia causam o desenvolvimento de hiperestesia.
Tóxico que pode causar hiperestesia
O consumo de substâncias psicoativas também pode causar um aumento da sensibilidade na pessoa. Nesses casos, a hiperestesia geralmente ocorre paralelamente à intoxicação, então desaparece quando os efeitos psicoativos da droga acabam.
Drogas estimulantes são aquelas que apresentam maior relação com a hiperestesia. Dessa forma, substâncias como cocaína ou metanfetamina causam estimulação cerebral que pode causar uma diminuição na perda sensorial.
Da mesma forma, substâncias sedativas também podem causar hiperestesia. Especificamente, o uso de heroína foi positivamente relacionado à experiência desse tipo de sensação.
Referências
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