- Funções de entrevistas psicológicas
- metas
- Caracteristicas
- Estágios
- Pré-entrevista
- Entrevista
- Pós entrevista
- Tipos de entrevistas psicológicas
- De acordo com a estruturação
- De acordo com o propósito
- De acordo com a temporalidade
- De acordo com a idade
- Aspectos fundamentais para ser um bom entrevistador
- Empatia
- Calor
- Concorrência
- Flexibilidade e tolerância
- Honestidade e ética profissional
- Habilidades auditivas
- Estratégias para obter ou manter a comunicação
- Estratégias para fazer perguntas
- Bibliografia
A entrevista psicológica é a técnica de avaliação mais utilizada em psicologia, especificamente na área clínica. Seu uso justifica-se por sua eficácia tanto para investigar conteúdos não observáveis quanto para servir de guia e orientação sobre quais conteúdos devem ser avaliados com outros procedimentos.
É um instrumento que podemos classificar dentro da categoria geral de autorrelato, e por meio do qual obtemos informações, antes do diagnóstico e até mesmo de qualquer modalidade de intervenção. A entrevista geralmente é realizada no início da avaliação e na comunicação dos resultados, conhecida como entrevista de feedback.
Por meio da avaliação psicológica, o comportamento de um adulto ou criança é explorado e analisado com base em diferentes objetivos:
- Se quisermos fazer uma descrição do sujeito em relação aos seus comportamentos.
- Se quisermos fazer um diagnóstico da pessoa.
- Se quisermos escolher uma pessoa para determinado trabalho, escolha e previsão.
- Se quisermos dar alguma explicação a algum comportamento ou modo de ser de uma pessoa.
- Se precisarmos observar se mudanças ocorreram em uma pessoa e se, portanto, o tratamento foi eficaz…
Funções de entrevistas psicológicas
A entrevista é uma conversa e / ou relação interpessoal entre duas ou mais pessoas, com determinados objetivos, ou seja, com um propósito, em que alguém pede ajuda e outro oferece.
Isso pressupõe que haja uma diferença nas funções dos participantes. Além disso, percebe-se uma relação assimétrica, visto que um é o especialista, o profissional, e o outro aquele que precisa de ajuda.
Suas principais funções são:
- Função motivadora: já que a entrevista estimula um relacionamento que estimula a mudança.
- Função esclarecedora: a apresentação dos problemas pelo paciente e a sua ordenação, ajuda o sujeito a esclarecê-los.
- Função terapêutica: ocorre ao verbalizar, pois o psicólogo dá alternativas.
metas
Entre os objetivos a serem alcançados ao decidir usar uma entrevista para esclarecer a demanda da pessoa, encontramos o seguinte:
- Estabeleça um bom clima de confiança apropriado para promover a comunicação com o paciente.
- Perceba o comportamento total do paciente, tanto verbal quanto não verbal.
- Mantenha uma escuta ativa com o paciente e observe.
- Estimule a expressão verbal.
- Defina o problema de forma operacional, levando em consideração as características observáveis e definíveis.
- Identifique antecedentes e consequências que podem estar influenciando a demanda levantada pelo sujeito.
- Conhecer as tentativas de solução postas em prática pelo sujeito e elaborar hipóteses.
- Planeje o processo de avaliação psicológica e desenvolva um mapa conceitual integrativo.
Caracteristicas
A seguir, citarei as principais características desse meio de avaliação:
- É uma avaliação que se faz por meio de uma conversa com um propósito. Pretende-se coletar dados por meio do autorrelato do sujeito avaliado e coletar informações de terceiros.
- Recolhe o pedido do entrevistado, ou seja, todas as informações de carácter amplo, geral, específico e concreto. O psicólogo deve identificar e esclarecer a alegação.
- A entrevista ocorre em um tempo e espaço pré-determinados. Geralmente é no consultório do psicólogo.
- Existe uma influência recíproca entre os indivíduos envolvidos, essa influência é bidirecional.
- A relação entre entrevistador e entrevistado parte do desconhecimento mútuo, porém, a tarefa do entrevistador será reunir informações para obter um bom conhecimento do paciente e de seu ambiente em um curto período de tempo (cerca de 40-50 minutos).
- A relação que ocorre em uma entrevista funciona como uma Gestalt, como um todo.
Apesar de todas as características vantajosas da entrevista, existem 2 fontes de problemas: a informação obtida baseia-se no relato do sujeito e existe grande dificuldade em separar a execução da técnica das formas habituais de as pessoas se comportam em uma situação interativa.
Ou seja, é difícil distinguir se o que o entrevistado responde é como o sujeito costuma se comportar, ou se, ao contrário, ele responde de forma diferente ao saber que está sendo avaliado.
Estágios
Durante o desenvolvimento das entrevistas psicológicas podemos nos referir a três seções básicas presentes; por um lado, a pré-entrevista, por outro a entrevista e, por fim, a pós-entrevista. Em cada etapa são realizadas diferentes tarefas e características de uma casa.
Pré-entrevista
O profissional não costuma receber o paciente diretamente, mas tem outro que recebe a solicitação do paciente para consulta. Nessa fase, o responsável deve coletar informações sobre o paciente (quem está ligando, idade e dados de contato); sobre o motivo da consulta, que será coletado resumidamente para não interferir no trabalho do clínico e o que ele diz e como o diz será escrito literalmente. E, finalmente, o referente será anotado (se é derivado ou por iniciativa própria).
Entrevista
Nesta fase, podemos distinguir diferentes subestágios:
- Fase de conhecimentos básicos: nesta fase, três aspectos devem ser considerados; contato físico, cumprimentos sociais e tentativas de se conhecer. Não existe uma forma estipulada de receber o paciente, é aconselhável cuidar com cuidado da atitude empática e calorosa, bem como da comunicação não verbal. A entrevista é aberta esclarecendo os objetivos que se perseguem com a avaliação, o tempo de intervenção e o conhecimento que temos da sua demanda.
- Fase de exploração e identificação do problema: é o corpo da entrevista e dura aproximadamente 40 minutos. É realizada uma análise das demandas, reclamações e objetivos do paciente. O psicólogo deve deixar claro qual é o seu papel, orientar o entrevistado e usar seus conhecimentos e experiências para compreender o problema, desenvolver hipóteses, analisar os antecedentes e consequências e explorar soluções anteriores. Antes de passar para a próxima fase, o psicólogo deve fazer uma síntese dos problemas levantados e um resumo será formulado ao paciente do que obtivemos com a entrevista, a fim de obter feedback dele.
- Fase de despedida: nesta fase o paciente é dispensado. Previamente, será esclarecido o método de trabalho a seguir nas próximas sessões e feito um novo encontro. Há pacientes que, quando chega essa fase, ficam relutantes em sair, choram ou se sentem mal porque acabaram de se lembrar de algo importante que tinham que comunicar a eles… Nestes casos o paciente será informado de que poderá comentar na próxima sessão, não se preocupe.
Pós entrevista
Nesta fase o psicólogo fará anotações que fez durante a entrevista, anotará suas impressões e formulará um mapa dos problemas que o consultou.
Tipos de entrevistas psicológicas
Existem muitas entrevistas diferentes. Diferentes classificações serão apresentadas a seguir de acordo com a estrutura, finalidade, temporalidade e idade.
De acordo com a estruturação
- Estruturado: possui um roteiro estabelecido e geralmente padronizado. Duas modalidades: a mecanizada, em que o paciente fica em frente ao computador para responder algumas perguntas, e o questionário orientado pelo examinador, onde o paciente responde ao questionamento do examinador, ou responde ele mesmo.
- Semiestruturado: roteiro prévio que pode ser alterado durante a entrevista (alterar a ordem, a formulação…).
- Gratuito: permite ao entrevistado falar de acordo com suas necessidades, por meio de múltiplas perguntas abertas, de amplo espectro.
De acordo com o propósito
- Diagnóstico: geralmente é acompanhado posteriormente por outros instrumentos que permitem contrastar o que foi coletado na entrevista.
- Consultivo: tenta responder a uma questão específica, o objetivo final não é a continuação de um trabalho clínico subsequente.
- Orientação profissional: seu objetivo é orientar as pessoas em relação a quais estudos escolher ou qual a área profissional ideal.
- Terapêutica e aconselhamento: objetivam uma mudança de comum acordo para ambas as partes.
- Pesquisa: determinar com base em critérios previamente definidos a atribuição ou não de um tema à própria pesquisa.
De acordo com a temporalidade
- Inicial: abre o processo relacional e identifica o objeto e os objetivos.
- Entrevista de informação complementar: útil para obter mais informações (familiares, profissionais externos…).
- Entrevistas biográficas ou anamnese: utilizadas em psicologia infantil e essenciais para o diagnóstico. São abordados marcos evolutivos, desenvolvimento inicial, autonomia, aquisição de funções básicas (perguntas são feitas sobre gravidez, parto, se ela teve dificuldade para comer, quando começou a falar…).
- Entrevista de retorno: a psicóloga oferece informações sobre o diagnóstico, prognóstico e estratégias terapêuticas da prata. A compreensão do problema, a motivação para a mudança e adaptação das estratégias propostas são colocadas em jogo. Essa entrevista também é conhecida como relato verbal.
- Entrevista de alta clínica, dispensa física e administrativa: útil para dispensar física e administrativamente o paciente e encerrar o caso, termina porque o objetivo foi atingido, ou porque houve uma resposta bem-sucedida ao problema.
De acordo com a idade
- Entrevista com crianças e adolescentes: em geral eles não pedem ajuda (apenas 5% pedem), mas a demanda vem dos adultos, que costumam estar envolvidos no problema e na resolução. Uma adaptação muito personalizada deve ser feita e o conhecimento das características evolutivas é essencial.
Nas crianças de 0 a 5 anos costumam ser utilizados jogos e expressões gráficas e plásticas (deve-se levar em consideração que de 0 a 3 anos a presença das mães é importante).
Em crianças de 6 a 11 anos, são utilizadas entre seis e oito fotos e brincadeiras. E então o uso da linguagem é avaliado.
- Entrevista com adultos: entrevistas com idosos e pessoas com deficiência requerem treinamento especial para o tipo de relacionamento, linguagem, questionamento, objetivos de mudança, suporte econômico, social e emocional.
Aspectos fundamentais para ser um bom entrevistador
Ao conduzir uma entrevista psicológica com um paciente, uma série de aspectos devem ser levados em consideração que irão facilitar a obtenção de informações consistentes e valiosas. Estes se referem a atitudes, habilidades de escuta e habilidades de comunicação.
Empatia
Empatia é a capacidade de compreender o paciente em um nível cognitivo e emocional e transmitir essa compreensão. Bleguer chamou de "dissociação instrumental", ou seja, a dissociação vivenciada pelo profissional, que, por um lado, deve apresentar uma atitude de proximidade afetiva e, por outro, permanece distante.
Três condições básicas devem ser atendidas: congruência consigo mesmo, aceitação incondicional do outro e colocar-se no lugar do outro sem deixar de ser você mesmo.
Ser empático significa entender os problemas do outro, captar seus sentimentos, se colocar no lugar dele, confiar em sua capacidade de progredir, respeitar sua liberdade e privacidade, não julgá-lo, aceitá-lo como é e como quer ser, e ver o outro de si mesmo.
Calor
O calor refere-se à aceitação positiva do paciente, manifesta-se através da proximidade física, dos gestos, do reforço verbal…
Concorrência
O terapeuta deve demonstrar sua experiência e capacidade de propor soluções ao paciente. É muito útil antecipar o que o paciente vai dizer, se você o conhece bem, porque faz com que ele veja que o terapeuta é competente e sabe do que está falando.
Caso o psicólogo considere que o caso ultrapassa os seus próprios limites, deve encaminhar para outro profissional.
Flexibilidade e tolerância
Implica para o psicólogo saber responder a situações imprevistas, sem perder o objetivo perseguido. O profissional tem que ser flexível para se adaptar à diversidade de pessoas com quem trabalha.
Honestidade e ética profissional
O psicólogo trabalhará sendo coerente com seus princípios, valores, seu modelo teórico, isso se traduz em atuar com sinceridade, honestidade e atitude aberta, respeitando o consentimento informado do paciente, a confidencialidade e a proteção das informações.
Habilidades auditivas
Dentro desta categoria encontramos aspectos como manutenção do contato visual, proximidade física, gestos… A atitude do psicólogo deve ser receptiva e permitir a conversa. Isso pode ser alcançado por meio das seguintes ações:
- Mostre ao paciente interesse em ouvir.
- Evite distrações.
- Dê ao paciente tempo para se expressar e não se precipitar.
- Impulsos de controle.
- Não faça avaliações do que o paciente diz.
- Ofereça uma presença estimulante.
- Manter silêncios (favorecem a escuta e estimulam a fala).
- Não interrompa.
- Demorar para responder (observou-se que esperar cerca de 6 segundos ajuda o entrevistado a continuar falando).
- Para dar ajuda.
- Retifique erros cognitivos, como distorções ou generalizações.
- Esclareça as emoções expressas.
- Orientar o paciente para entender seu desconforto e propor mudanças.
Estratégias para obter ou manter a comunicação
Dentro dessas estratégias encontramos a técnica especular, que consiste em repetir a última coisa que o paciente disse ou fazer o gesto; dê a palavra; fazer comentários de confirmação ou expressar aprovação.
Você também pode usar o feedback comunicacional dos fatos, por exemplo, certifique-se de não ter entendido mal, expressando ao sujeito "se eu não entendi mal…" e / ou o comportamento, por exemplo, dizemos a um adolescente "quando você desvia o olhar, os professores sentem que não estão sendo atendidos ”.
Apontar ou sublinhar também é usado quando queremos destacar um problema. Ou interpretação, quando queremos estabelecer causas e efeitos. Finalmente, quando psicólogos observam que um paciente está tentando evitar um problema, eles usam o pouso de paraquedas para abordá-lo, de forma surpreendente e direta.
Estratégias para fazer perguntas
Os psicólogos usam uma infinidade de tipos de perguntas. Entre eles encontramos questões abertas e fechadas, questões facilitadoras (inequívocas), questões esclarecedoras (destinadas a esclarecer um aspecto ambíguo), questões com título, questões orientadas (ou com uma resposta induzida, a questão implica uma resposta monossilábica) e questões confrontativo (seja cauteloso, eles geralmente respondem sim ou não). Também é utilizado o retorno da pergunta, com o objetivo de que o próprio paciente busque as respostas.
Por outro lado, eles usam técnicas de pressão, técnicas de confronto direto (para que você esteja ciente de suas contradições e técnicas de se lembrar de limites, como pressão do tempo, centralização do problema e revisão dos sintomas.
Bibliografia
- Moreno, C. (2005). Avaliação psicológica. Madrid: Sanz e Torres.
- Fernández-Ballesteros, R (2011). Avaliação psicológica. Conceitos, métodos e estudos de caso. Madrid: pirâmide.
- Del Barrio, V. (2003). Avaliação psicológica aplicada a diferentes contextos. Madrid: UNED.
- Del Barrio, V. (2002). Avaliação psicológica na infância e adolescência. Madrid: UNED.